Obrigada por comentarem meninas *-*
Capítulo 9
Anahí sentia-se bem melhor no dia seguinte. A náusea havia passado e a febre, apesar de resistir, estava baixa. Dormiu a maior parte do dia e, quando acordou, Alfonso a alimentou com canja de galinha, o que a fez torcer o nariz.
— Isso é comida de inválido. Quando vou poder comer algo substancial como gelatina ou bananas amassadas?
Alfonso estremeceu com a ideia.
— Já tive minha cota de fazer bananas amassadas.
— Está bem — concordou Anahí, facilmente, estampando um sorriso luminoso na face pálida. — Esquecerei as bananas se me deixar tomar um banho e lavar os cabelos.
Alfonso começou a protestar, mas ela já adivinhara sua resposta e a luz pareceu se apagar de seu rosto. Ele deixou escapar um suspiro resignado, percebendo que Anahí estava muito fraca para tomar banho sozinha, mas podia entender como se sentia.
— Eu a ajudarei depois que terminar de tomar a canja — concedeu Alfonso . No mesmo instante o sorriso retornou ao rosto de Anahí.
Se Alfonso esperara qualquer sinal de vergonha pelas coisas que ela dissera, ficou desapontado. Pensara que Anahí talvez não se lembrasse daquela noite claramente, porque estava com febre e desorientada, mas desejara que ela se recordasse.
— Lembra-se o que conversou comigo na noite passada? — murmurou ele, para se certificar.
Pela primeira vez em dias a face de Anahí corou, mas ela não desviou o olhar. Recostou-se aos travesseiros e o encarou.
— Sim, lembro.
— Ótimo — foi tudo que Alfonso disse, antes de encher uma banheira com água quente, carregá-la até o toalete e, com cuidado, imergi-la na água. Recostando-se à parede, observou-a se ensaboar, pronto para retirá-la de lá caso mostrasse qualquer sinal de que iria desmaiar.
Anahí terminou o banho sem nenhum incidente e ergueu os braços para que ele a ajudasse.
— Terminei. — A naturalidade com que ela esticou os braços em sua direção somada ao modo como o movimento ergueu os seios fartos roubaram o ar de Alfonso . Retirando-a da água, colocou-a de pé em frente a ele e a enrolou em uma enorme toalha felpuda.
— Agora meus cabelos — pediu Anahí, determinada. Em seguida, inclinou-se sobre a banheira e ele lhe lavou os cabelos. Fazia tanto tempo que era difícil desembaraçá-los. Alfonso resolveu o problema retirando as roupas e entrando no chuveiro com ela.
— Deveríamos ter lavado seus cabelos primeiro — resmungou ele.
— Desculpe, mas não pensei nisso — disse Anahí, parecendo tão frágil, parada em frente a ele que Alfonso não resistiu e a abraçou, encostando-a ao corpo nu. Os braços delicados se fecharam em torno de sua cintura e um suspiro de contentamento escapou dos lábios dela.
— Estou feliz que tenha voltado para casa.
— Ummmm... Acho que merece uma palmada por não ter me chamado assim que ficou doente — protestou Alfonso . — Por que não me telefonou?
— Achei que não gostaria de ser perturbado enquanto estava trabalhando. Sabia que não era nada grave, embora Marcie estivesse convencida disso.
Alfonso hesitou por instantes. Em seguida, ergueu-a até que ela ficasse nas pontas dos pés para lhe tomar os lábios com impetuosidade, com a água escorrendo pelos rostos de ambos.
— É mais importante para mim do que o trabalho — murmurou ele. — É minha esposa e a quero saudável. Se não me chamar da próxima vez que precisar de mim, vou lhe dar mesmo umas palmadas.
— Estou tremendo nas bases — provocou Anahí, fazendo-o lançar um olhar significativo a seus pés descalços.
— Estou vendo.
Alfonso desligou o chuveiro e rapidamente a secou, antes que ela sentisse frio. Em seguida, secou-lhe, pacientemente, os cabelos com uma escova e um secador, deixando-os sedosamente brilhantes.
Porém, quando tentou lhe vestir a camisola e levá-la de volta para a cama, Anahí se rebelou.
— Quero vestir roupas normais e me sentar em uma cadeira na sala de estar como qualquer ser vivente. E quero ler um jornal!
Anahí dava passos oscilantes e tinha uma aparência fantasmagórica, porém os lábios macios se encontravam contraídos, emprestando-lhe uma expressão teimosa. Alfonso suspirou, imaginando por que uma mulher que normalmente não gostava de argumentar e que era até mesmo dócil se tornaria tão obstinada apenas por que contraíra uma gripe. Queria colocá-la de volta na cama e fazê-la repousar, mas também queria vê-la feliz.
— Vamos entrar em um acordo — sugeriu ele, tentando manter o tom de voz calmo. — Coloque a camisola, porque provavelmente não conseguirá ficar sentada por muito tempo, está bem?
Anahí estava de fato cansada de vestir camisolas, mas embora ele estivesse se esforçando para ser sensato, sabia que se recusasse o acordo, acabaria sendo jogada na cama. Algo que não desejava, portanto, concordou. Os lábios de Alfonso estavam comprimidos em uma linha austera, enquanto lhe vestia uma camisola limpa. Em seguida, ajudou-a a colocar o robe e lhe vestiu os chinelos.