Fanfic: Coração Eterno♥ {A&A}♥ (Finalizada)

— Posso andar — protestou Anahí, quando ele a ergueu.

Alfonso  lhe voltou um olhar firme que deixava claro que era melhor não provocá-lo.

— Poderá andar da próxima vez.

Anahí desistiu e passou o braço em torno do pescoço firme, aconchegando a face ao calor da pele de Alfonso  e um leve sorriso lhe curvou os lábios. Estar nos braços do marido não era nenhum sacrifício.

Descobriu que não conseguia se concentrar na leitura do jornal. Parecia requerer muito esforço e suas mãos estavam trêmulas, portanto, desistiu. Porém, era agradável estar em outro cômodo e sentar-se. Alfonso  acendeu a lareira e o agradável tremeluzir da luz do fogo a fez se sentir bem melhor. Alfonso  se sentou ao lado dela no sofá, lendo o jornal calmamente.

Após quinze minutos, Anahí começou a se sentir cansada e sonolenta. Enroscou-se de lado e pousou a cabeça no colo de Alfonso , roçando a face contra a perna musculosa. Ele colocou a mão sobre a cabeça de Anahí, escorregando os dedos pelos cabelos macios.

— Quer voltar para a cama?

— Ainda não. Aqui está ótimo.

Estava mais que ótimo, pensou ele, engolindo em seco. Baixou o olhar aos cabelos dourados em seu colo e imaginou o que gostaria que ela estivesse fazendo. Tentou controlar seus pensamentos, mas com a face de Anahí pressionada contra sua coxa, lutava uma batalha inglória.

Anahí estava ciente daquilo, a pequena feiticeira! Colocou a mão sob a face e o fez estremecer quando seus dedos o roçaram delicadamente. Alfonso  percebeu o discreto sorriso que lhe fugiu do controle, embora ela procurasse ocultá-lo rapidamente e se descobriu sorrindo também.

Jogando o jornal para o lado, ele a sentou sobre seu colo.

— Anahí Matthews, você é provocante. Sabe muito bem que não farei nada até que esteja recuperada, portanto pare com isso, está bem?

— Mas senti sua falta — argumentou ela, como se aquilo explicasse tudo.

Envolta no círculo seguro dos braços do marido, Anahí sabia que tudo ficaria bem. As preocupações lhe fugiam da mente quando ele a abraçava. Encontrou um ponto confortável no ombro largo para apoiar a cabeça e adormeceu.

Alfonso  a segurou por algum tempo, admitindo para si mesmo o quanto sentira falta daquele contato. Casar-se com ela fora uma excelente ideia. Voltar para casa e desfrutar de seu calor era o suficiente para seduzir qualquer homem.

Anahí mal se mexeu quando ele a levou de volta para a cama, mas estava desperta e esfomeada quando Marcie e Derek vieram visitá-la duas horas mais tarde. Todos se agruparam em torno da pequena mesa da cozinha, enquanto Anahí tomava um prato de canja. Pediu e recebeu um pedaço de torrada e seu estômago agradeceu o primeiro alimento sólido em quase uma semana. Ergueu o olhar para encontrar todos os olhos fixos nela e, constrangida, pousou a torrada.

— Por que estão todos olhando para mim?

— Estou feliz por vê-la se alimentar — disse Marcie em tom brusco. — Achei que morreria na minha frente!

— Estava apenas gripada — retrucou Anahí. — Nunca viu ninguém ficar gripado?

Marcie pensou por um momento e, em seguida, deu de ombros.

— Não. Derek nunca fica doente.

Anahí voltou um olhar desgostoso a Derek, que lhe sorriu gentilmente.

Derek era sempre gentil, como se sentisse na obrigação de ser amável com os simples mortais. Não, aquilo não era uma obrigação para ele. Aquele rapaz era mesmo gentil.

A visita não se prolongou, já que Anahí se cansava facilmente. Quando mãe e filho partiram, Anahí resistiu à ideia de voltar para a cama. Encaminhou-se à sala de estar e, dessa vez, conseguiu ler o jornal. Manteve-se sentada por pura força de vontade até a hora que normalmente costumava dormir. Só então, aceitou de bom grado a ajuda de Alfonso  para voltar ao quarto.

Após apagar as luzes do apartamento e se certificar de que as portas estavam trancadas, ele retornou ao quarto de Anahí para encontrá-la sonolenta. Começou a se despir, mas ela abriu os olhos quando o sentiu se deitar a seu lado. De repente, encontrava-se completamente desperta e o coração batia acelerado.

Sentia-se bem melhor. Sabia que não havia necessidade de ninguém a seu lado aquela noite e Alfonso  também deveria saber. Ele a tomou nos braços, encostando-a ao corpo e Anahí apoiou a cabeça em seu ombro. Em seguida, ele depositou o mais leve dos beijos na testa da esposa.

— Boa noite — murmurou ele. Alfonso  iria dormir com ela!

Anahí tinha medo de se iludir. Ele dava sinais de que começava a gostar dela. Tentando se recordar, percebeu que fazia algum tempo que não reconhecia nele a melancolia que sempre lhe dizia que Alfonso  estava pensando em Dulce e nos meninos. Estaria o tempo operando seu milagre de cura? Se, por fim, ele estivesse se recuperando de sua perda, seria capaz de começar a amar outra vez, e ela tinha a vantagem!

— O que há de errado? — perguntou Alfonso , sonolento, escorregando a mão pelo braço delicado. — Seu coração está batendo como um motor de carro de corrida. Posso senti-lo.

— Esforcei-me muito. — Anahí conseguiu dizer, pressionando o corpo ainda mais ao dele. A segurança que sentia com aquele contato começou a acalmá-la e a ajudou a dormir.