Fanfics Brasil - Parte I - Brooklyn, 27 de novembro (002) Para Sempre (DyC)

Fanfic: Para Sempre (DyC) | Tema: RBD (Dulce e Christopher)


Capítulo: Parte I - Brooklyn, 27 de novembro (002)

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– Olá, Uckermann – a idosa cumprimentou logo que Christopher abriu a porta, um tanto assustada pela pouca roupa do homem – Oh, você estava dormindo?

– Estava, Sra Fogg – respondeu ele, coçando os olhos e usando o velho tom antipático para deixar claro o quanto não gostava da ideia de ter sido incomodado. Às vezes Ucker podia entender o porquê da vizinhança insistir em dizer por aí que ele era um homem enigmático e mal-humorado. Ele não conversava. Detestava dialogar com estranhos. Não acenava e não dava bom dia para ninguém. Quando estava em seus melhores dias, entortava a boca para os vizinhos na rua. Todos entendiam aquilo como um sorriso mal formado. Contudo, Ucker preferia sempre pensar que era apenas reservado e que precisava muito da sua privacidade perfeitamente intacta. O que dificilmente acontecia.

– Tudo bem, é aceitável. Você precisa de uma trégua nos roteiros, meu filho – ela gracejou – Eu só queria lhe oferecer um pedaço de bolo.

– O terceiro desta semana, sim? – retrucou, sonolento, descendo o olhar para as mãos de Margot estendendo a bandeja a sua frente. A mulher soltou uma fina risada, repuxando a fina pele ao redor de todo o rosto oval. Ela pelo menos era uma velhinha engraçada, embora muitíssimo bisbilhoteira e inconveniente. Chata, Christopher costumava dizer quando sua mãe lhe telefonava para saber o que estava acontecendo.

– Você não vai me deixar entrar para que corte um pedaço para você? – Margot perguntou, aproveitando para esticar o pescoço e ver o que havia ali. Nada especial ou diferente. Mas, com certeza, do lado de dentro ela poderia observar melhor.

Ucker hesitou. Engoliu a vontade de arrastá-la de volta a sua casa dizendo o quanto era feio para alguém daquela idade ser tão abelhuda. Em vez disso, afastou o corpo e, com um gesto amplo, permitiu que ela entrasse.

Imediatamente a velha rolou o olhar pelos cantos da sala, erguendo o queixo para não esquecer de observar nenhum detalhe.


– O que está procurando, Sra Fogg?

– Oh, nada! – ela exclamou, pondo a bandeja sobre a mesa de centro e sorrindo enquanto passava as duas mãos na barra de seu vestido xadrez – Só estava verificando como andam as coisas por aqui. Sou muito boa em descobrir hóspedes indesejados, você sabe, ratos, baratas, cupins. Ainda mais agora, no inverno, tem muito disso. Você se dá bem morando sozinho?

– Sim, obrigado. Vamos para a cozinha – Ucker resmungou, pegando a bandeja num ato de cavalheirismo que, por segundos, cogitou não fazê-lo apenas para que ela tivesse um motivo de verdade para difamá-lo por aí.

– Claro! Sinto que a calefação aqui é perfeita. Está quentinho – respondeu Margot, empolgada, sem esquecer de olhar atrás do sofá enquanto caminhavam para o outro cômodo. Ela retirou as luvas grossas e o xale que enrolava seu pescoço em voltas polpudas e os jogou sobre o balcão da cozinha, caminhando graciosamente por ali.

Christopher revirou os olhos. Precisava partir logo seu pedaço de bolo - delicioso, diga-se de passagem - e livrar-se daqueles olhares especulativos.

A mulher rodeou o balcão, atenta a tudo e, para a surpresa de Christopher, começou a abrir todas as portas do armário.

– Ei! – ele chamou – O que está fazendo?

– Querido, você precisa de uma tigela adequada para conservar o sabor do bolo!

– Sra Fogg, escute uma coisa, já tenho um prato e uma faca aqui e vou comer o bolo agora mesmo. Com as mãos!

– Ah sim – ela murmurou, frustrada, quando parou vagarosamente o que fazia. Em seguida apoiou-se nos cotovelos e continuou: – Diga uma coisa, Uckermann, você não tem ouvido choro de criança nas últimas noites? Parece vir aqui da sua casa... Mas é claro que não é. Estou certa?

Christopher engoliu em seco, lembrando-se de quem estava dormindo em seu quarto, no segundo andar. Fato que era bastante atordoante para ele. Não porque alguém poderia descobrir e montar milhões de versões absurdas a respeito disso, mas porque, após uma semana, ela ainda estava ali e não deveria estar.


Havia conseguido escondê-la muito bem durante aqueles dias; a garotinha sem nome e sem nada. Sempre que precisava sair em seu carro, a levava dentro de uma caixa de papelão, como se fosse um embrulho, subindo e descendo as abas a cada passo que dava. Mas agora sentia que estava ficando encurralado.

– Não ouvi nada – ele disse, apenas, enfiando um pedaço de bolo na boca. Não precisaria de muito esforço para que ela se desse por convencida. Certamente Margot não acreditaria que um homem como Ucker tinha um bebê em casa, mas não uma esposa. E isso era mesmo uma imbecilidade sem tamanho para que ele fosse capaz de fazer. Christopher Uckermann não cometia esse tipo de erro.

Acontece que também não era desumano a ponto de deixá-la em qualquer um dos três abrigos que visitara. Ao ver o que viu nos olhos e nas expressões daquelas outras crianças, nas três vezes, girou nos calcanhares e voltou para seu carro para então bater a cabeça contra o volante e discutir consigo mesmo, perguntando-se em voz alta: "O que é você está fazendo, idiota?".

Infelizmente nunca obtinha resposta, teria que confessar que nem mesmo ele tinha alguma idéia. Antes de medir os prós e contras do que estava fazendo, voltara para casa carregando a mesma criança, exausto.

Durante o trajeto, ela havia chorado muitas vezes e Christopher tivera de parar em um super-mercado para comprar leite em pó e outras dessas coisas bobas de recém-nascido. Pela manhã, falaria com sua irmã para que a levasse para longe dali. Entretanto nem isso saíra como o esperado, já que Maite estava viajando. Tivera que esperar mais alguns dias. Longos dias. Por sorte, ela estaria de volta nesta tarde. Ucker só queria não enlouquecer antes disso.

– Eu sabia – Margot sorriu, pondo outra fatia generosa de bolo sobre o prato de vidro fosco – E me diga outra coisa...


– Sra Fogg – Christopher pronunciou o nome com calma porém rispidez, segurando a mulher pelos ombros e levando-a em direção a sala enquanto ela tentava questionar aquela atitude – É hora de voltar para sua casa. Seus bisnetos devem estar enlouquecidos.

– Eu não tenho bisnetos! – disse, ofendida, segurando as luvas e o xale que Christopher havia enterrado em seus braços.

– Adeus – ele então deu o último passo e a deixou fora de sua casa, fechando a porta abruptamente logo em seguida. Ouviu a senhora praguejar contra ele e caminhar com dificuldade pela neve acumulada ali em frente, enquanto gesticulava, inconformada.

Todas as casas tinham caminhos negros serpenteando de frente às suas respectivas portas, feitos por pás, menos a de Christopher. Ele não estava saindo com frequência e, mesmo quando precisava fazer isso, não se incomodava em afundar as canelas na neve para chegar a garagem e retirar o carro de lá.

Havia comprado muito leite e muita fralda quando descobriu o quanto a menina absorvia e, automaticamente, expulsava substâncias. Se algum dia chegasse - acidentalmente - a ter um filho, seu orçamento teria que ser o triplo do que era agora. E também teria que ter uma esposa, é claro.

Felizmente nada disso estava nos seus planos.

Suspirou, aliviado, quando Margot entrou em casa. Instintivamente foi até o quarto e observou o sono do bebê. Ele acariciou os poucos fios de cabelo que ela tinha, eram negros como os seus. Os olhos claros, poucas vezes abertos, eram apenas duas linhas escuras quando fechados; o nariz um pequeno monte no meio do rosto rosado e, tanto pernas quanto braços, tinham inúmeras dobras na pele. Desejou que conseguisse levá-la a um lugar seguro e confortável, onde tivesse algum carinho, afinal não fora uma escolha própria ser deixada na porta da casa de um estranho. Agora, mais de uma semana depois desde que a conhecera, se surpreendeu por perceber que experimentava mais afeição do que repulsa por aquela pequenina garota.


Voltou a sala carregando uma lata de cerveja, deixando que ela dormisse em paz, não ousaria acordá-la de maneira alguma. Gostava muito dela quando ela estava dormindo.

Os noticiários locais anunciavam uma forte tempestade ao cair da noite. Por enquanto, ainda havia sol lá fora.

Suposição improvável.

Um pouco mais relaxado, Christopher voltou a dormir. Acordou horas depois com o choro. Levantou-se num instante e correu até ela, trocou-lhe a fralda - que ficou torta como sempre ficava -, aqueceu a mamadeira e alimentou a menina. Por sorte, ela dormiu outra vez em seguida. Na maioria do tempo, era tudo o que fazia: chorar, comer e dormir. Quando resolvia perder o sono, Christopher tinha que ficar balançando-a nos braços, pacientemente, até que ela o recuperasse.

As horas perdidas eram inadmissíveis. O pouco que Ucker escrevera não se resumia nem à um terço do que ele almejara para aquela semana. Christopher andava irritado. Muito. Ainda mais. Não queria mudar seus modos, muito menos sua rotina. Aquela criança pusera seu mundo de pernas pro ar.

Ao se sentar à escrivaninha e ligar o notebook, porém, espantou-se ao notar que tudo saía com fluência, mesmo com os ruídos típicos do dia. O farfalhar das árvores, as crianças brincando e suas respectivas mães gritando para que tomassem cuidado, os carros zumbindo. Trabalhou até o entardecer, tendo como alimentação apenas uma xícara de café e um pacote de batatas assadas. E Maite não foi visitá-lo como ele esperou que fosse.

Quando deu por si, era noite e o único barulho que conseguiu incomodá-lo foi o de um motor falhando no meio da rua. Ele se tornava cada vez mais alto, podia até mesmo acordar o bebê em seu quarto, e isso seria realmente o apocalipse.


Ele olhou pela janela e viu um automóvel parado logo ali. Os faróis piscavam, o motor insistia e depois morria, mas o mais surpreendente era a neve. Estava forte. Os flocos brancos rolavam em espirais pelo ar, rápidos e hipnotizantes, até caírem ao chão, junto a outros milhares, formando uma espessa camada alva sobre todo o chão dali.

E ele precisava de lenha para pôr na lareira. A calefação logo não seria suficiente para aquecer toda a casa. Maldita hora em que resolveu não acreditar nas previsões do tempo...

De repente a porta se abriu, e uma pequena mulher enrolada num sobretudo preto desceu do carro a passos largos, encolhendo os ombros e batendo os dentes de frio. Christopher a observou por alguns minutos. Ela esbravejava sozinha, equilibrada nuns saltos imensos, empurrando o carro pela parte traseira com as duas mãos, usando toda a força que tinha, que, aliás, era muito pouca.

– Vamos, quinquilharia! – gritava – Droga de carro!

Depois encostou as costas no automóvel e fez um impulso com os pés, até que ele se deslocasse alguns metros. A mulher acabou por se desequilibrar, caindo com as costas no chão. Como conseqüência do feito estavam: um salto quebrado e um cotovelo avermelhado e ardido.

Christopher riu.

– Oh, meu Deus, que coisa. Maldita tralha! – levantou-se rapidamente e atirou o sapato para bem longe.

Ucker riu novamente.

Mas tornou-se apreensivo quando ela se sentou encostada ao pneu, cansada, e abaixou a cabeça enquanto desenrolava uma barra de chocolate e a enfiava na boca com afobação. Certamente não sabia que poderia até morrer soterrada pela neve que caía sobre ela se continuasse ali. Ou ter uma crise de hipotermia, mais possivelmente.

Ele grunhiu, dessa vez. Calçou os coturnos, buscou um guarda-chuva, abriu a porta e foi até ela.


 



Dehvondy, obrigada pelas boas-vindas! To torcendo pra tudo dar certo Riso


Esse capítulo ficou meio extenso, mas foi o que eu pensei pra história desde o princípio, acho importante pra amadurecer toda a ideia, não quis e nem tive coragem de mudar nada... A parte boa é que a Dulce ta chegando e de agora em diante eles aparecerão juntos em todos os capítulos hahahaha


Beijos!



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Autor(a): moninha

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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– Todo mundo acha que devemos favores aos amigos, ah, claro, mas devemos. São nossos amigos, e amigos são amigos – ela resmungava, conversando consigo mesma, com a boca cheia – Mas acho que meus amigos não pensam no meu bem. Até parece! Aquele Rodrigo... Nossa, aquele homem era... Meu Deus, ele era insuportável! Quantas ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 162



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  • elofb Postado em 28/01/2014 - 22:22:47

    cade vc?

  • elofb Postado em 04/01/2014 - 00:03:51

    sumiu de novo por que? :( volta, please

  • elofb Postado em 14/12/2013 - 22:16:00

    quero posts aqui :(

  • vondy97 Postado em 19/11/2013 - 21:39:51

    e os posts dessa web? cade? :(

  • tatyene Postado em 05/11/2013 - 00:14:07

    cade vc? :( não some

  • tatyene Postado em 02/11/2013 - 01:59:18

    mais

  • tatyene Postado em 02/11/2013 - 01:59:10

    Essa Dulce parece que engoliu uma vitrola '-' Posta mais

  • lovevondy14 Postado em 30/10/2013 - 17:52:18

    CONTINAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • tatyene Postado em 28/10/2013 - 11:07:10

    posta mais '-'

  • tatyene Postado em 25/10/2013 - 20:58:48

    posta


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