Fanfic: Para Sempre (DyC) | Tema: RBD (Dulce e Christopher)

Ela ergueu a cabeça num solavanco, assustada, com os olhos amendoados bem abertos para Christopher.

– Oh, não acredito que fiz isso! Me desculpe, por favor – e espremeu as expressões do rosto – Não queria acordá-la, me desculpe. É o choro de uma criança pequena. Sua esposa... – salientou, nervosa – Sua esposa pode ficar irritada, acho melhor eu ir embora.

– Não – Christopher disse, balançando a cabeça e esticando os lábios em seu sorriso torto – Ela não vai ficar irritada. Fique exatamente aí onde está.

Ela ficou. Não queria mesmo sair com aquela nevasca, muito menos quando ainda nem tinha tomado o café que ele lhe oferecera. Fora gentil, - embora fosse um grosseirão e pouquíssimo cavalheiro -, isso ela teria de reconhecer. Não teria problema em explicar o mal entendido à mulher daquele homem. Só precisava entender como alguém em sã consciência tivera coragem de casar com ele. Com uma educação não muito exemplar e hábitos também não tão higiênicos.

Dulce perdeu a atenção nas meias jogadas pelo canto da sala quando ele voltou trazendo uma criança no colo, envolta em uma manta polpuda. Imediatamente um sorriso se abriu em seu próprio rosto.

– É ele ou ela?

– Ela – Christopher sussurrou.

– Como ela se chama? – antes que ele pudesse começar a se desesperar por não saber a resposta para aquela pergunta, a mulher balançou a cabeça e riu – Aliás, como você se chama?

– Christopher.

– Eu me chamo Dulce... – disse ela, ansiosa – Maria Saviñon. Então, traga essa doçura aqui, sim? – a ruiva estendeu as mãos e ele a pôs ali, entre os frágeis braços dela. As dos cabelos sobre seus ombros e os olhos se iluminaram quando ela tocou a testa da menina – Ela é tão pequena. E linda! Absolutamente linda! Como se chama?

Christopher respirou fundo, enfiando as mãos no bolso.

Um nome. Só um, qualquer um. Seria um mero nome a mais na vida daquela mulher e ela o esqueceria já na manhã seguinte, quando estivesse bem longe dali. Porque então parecia tão errado dar um nome estúpido e sem importância àquela criança? Talvez ela merecesse um daqueles nomes elaborados nos quais os pais pensam durante meses, pesquisando o significado em livros e na internet, misturando crenças...

– Sophie – respondeu, subitamente, antes que ela estranhasse seu silêncio tolo.

Sophie. Sua avó.

Pelo menos agora algo de especial aquela menina teria: o nome.

– Ela não parece em nada com você – Dulce ergueu os olhos para Christopher e não conseguiu decifrar a expressão que ele tinha no rosto enquanto mirava o bebê em seus braços. Ficou constrangida – Desculpe. Eu acho que devo mesmo calar a minha boca. Todo pai quer que o filho tenha sua patente, mas... Estou falando bobagem, leve-a de volta antes que sua mulher se incomode. Essa tempestade logo passa e eu poderei ir embora – ela disse, alterada.

– Segure-a enquanto eu pego seu café – Christopher deu de ombros e foi até a cozinha. Pelo visto, precisaria de um pouco mais de tempo até que ela calasse a matraca e parasse de tirar conclusões precipitadas.