Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

Catheryne Dawson

Deite-me na cama, me sentindo extremamente infeliz. É,a vida te dá limões, faça uma limonada. Mas e quando a vida te dá decepções? Faz uma decepcionada?! Essa foi péssima, mas está valendo.

É, Catheryne, parece que as pessoas só se importam com você quando querem algo em troca. Na verdade, sempre foi assim, não?! É, extremamente ingenuidade da minha parte acreditar que Harry realmente...Não. Eu tenho a minha vida, Harry Styles tem a dele. Eu sou a Catheryne. E ninguém vai me fazer mudar. Não mesmo.

Não sei quando dormi, mas sei que Harry me atormentou nos meus sonhos, até eu acordar cansada e não conseguir dormir mais, perdida naquele sorriso.

Liam Payne.

Harry fez as pazes com Zayn durante o jantar, pelo telefone. Sim, eles são extremamente meigos. Zayn implorou para irmos para sua casa, até porque Josh e Perrie já estavam lá dando uma passadinha. Josh e Perrie tinham desenvolvido uma amizade tão forte, que eu achava incrível. Perrie também falava muito com Logan, embora nenhum de nós realmente gostasse dessa relação, ele podia ser divertido quando queria. O que geralmente, não era o caso.

–E essa foi a ultima vez que voamos com essa companhia aérea – Perrie disse rindo e Josh concordou. Tem que ser dois retardados pra fazer bagunça, viu. Vou te contar, chegam a ser piores que o Niall, tentando levar comida sorrateiramente pra dentro do avião.

Harry e Perrie também se davam muito bem, mas evitavam falar de Ally, porque essa era uma palavra com um poder absolutamente imenso ; todos paravam o quer que estivessem fazendo e não havia sorrisos por pelo menos duas horas. Piano, então, já era palavra proibida. Nem Dare to Dream dizíamos mais, tanto como antes. Apesar de tudo, ainda havia Cath. Sim, Cath era extremamente importante. Ou aparentava ser. Porque aparentava ser Ally. E eu não entendia.

Kelly andava cada vez mais emburrada e raramente aparecia. Agora, caso mencionasse o nome de Catheryne perto dela, virava o cão e sumia pelo resto do dia, coisa que o Harry fazia com gosto, recitando o nome de Cath por todos os cantos da casa, até ver Kelly sair irritada de um quarto e se trancar em outro.

–As opções dela estão acabando – Harry observou quando Kelly se trancou em mais um quarto.

–Pode parar de irrita-lá, por favor? – pedi – Ela está irritada, assustada, perturbada. Mas apesar de tudo, é uma ótima pessoa.

–Quem mais é uma ótima pessoa? Osama Bin Laden? – Harry falou irritado – Perturbada, assustada, seja o que for, não tinha o direito de tratar Cath de tal maneira.

–Você sequer pensou na maneira que tratou ela? – devolvi e Harry corou furiosamente.

Perrie virou a cabeça em nossa direção, curiosa.

–Quem é Cath?

–Como sabe sobre Cath? – Harry perguntou assustado e eu rolei os olhos.

–Cara, com certeza não é porque você está berrando o nome dela faz uma hora atrás de Kelly.

Perrie deu uma risadinha enquanto Harry ficava cada vez mais vermelho. Josh veio se meter na conversa também.

–Verdade. Quem é Cath?

–Vocês são impossíveis ein – Harry resmungou – Cath é só uma amiga, nada mais.

–É, se não fosse nada demais não estaria suando mais que peru em dia de ceia – Josh comentou e nos rimos da cara irritadiça de Harry.

–Vão zoando, vão... – ele disse ameaçador e Zayn veio se juntar a conversa.

–Qual problema? – perguntou.

–Não querem me dizer quem é Cath – Perrie fez bico e Zayn fechou a cara, depois uma expressão confusa e um suspiro se rendendo. Harry lançou um olhar animado pra ele.

Incrível como o Malik sempre deixa bem na cara o que está sentindo.

–Vamos te apresentar ela ... – Harry fez uma careta de horror. Perrie percebeu – Um dia. Não hoje.

Perrie estreitou os olhos azuis, mas concordou e ela e Josh foram junto com Zayn para o jardim olhar as estrelas ; coisa sinistra essa de olhar as estrelas. Parece que não tem mais nada que fazer. Exemplo que a cozinha está uma bagunça e ninguém vai arrumar. Niall e Louis já tinham ido dormir, então sobraram apenas eu e Harry na sala.

–Vai pedir desculpas? – perguntei.

–Ah, sim. Pra ela tacar uma lata de lixo na minha cara.

–Por que uma lata de lixo?

Harry deu de ombros.

–Foi a primeira coisa que veio na minha cabeça. – ele falou e eu assenti, segurando um bocejo.

–Vou dormir – comentei me acomodando num sofá. – Noite.

–Noite – ele falou e subiu as escadas, provavelmente pra incomodar Kelly de novo. E não errei. Depois de alguns segundos ouvi ele berrar o nome de Cath e Kelly bater outra porta. Esse Harry...Chega a ser pior que Louis.

[...]

Acordei com Niall batendo em meu rosto. Tentei ficar irritado, mas quando você olha no rosto de bichinho de Niall, perde imediatamente a vontade de bater nele...Só que não. Eu ainda estava de olhos fechados, então acertei um soco em cheio no seu estomago.

–Ai. – ele disse e caiu no chão enquanto eu gargalhava alto. – Idiota.

–Que você quer, cara pálida? – perguntei bocejando.

–Comida – ele fez bico – Louis foi fazer compras e Zayn e Harry estão se arrumando pra sair também, então só sobra você. Além do mais, você me ama então tem que fazer isso.

–Quem disse que eu te amo? Era mentira – avisei e Niall arregalou os olhos – É brincadeira. Já to indo.

Niall deu pulos felizes. Mas ele dá pulos de um metro e meio felizes.

Enquanto fazia minhas panquecas que são muito boas, modéstia a parte, Niall estava sentado na mesa, me encarando e balançando os pés. É por isso que me sinto um pai nessas horas. E também me sinto velho. Não deviam fazer isso comigo.

Senti um cheiro de perfume masculino extremamente forte invadir o local e vi Harry e Zayn descendo as escadas, conversando e rindo.

–Aonde vão? – perguntei desconfiado, porque se tem uma idéia que eles fazem de legal quando saem juntos, essa eu desaprovo totalmente. Se tatuar.

Sabe, as vezes eu acho que Zayn está deitado na cama, sem ter o que fazer, e do nada pensa “Nossa, faz uma semana que eu não faço uma tatuagem, melhor fazer outra” e o pior, é que nesses dias ele encontra o Harry, que pega e pergunta “aonde você vai” e quando ele responde, Harry decidi ir junto, e acaba que os dois tatuam cada coisa mais sem noção que me deixa fulo. Isso é febre, viciante aparentemente. Resultado é que eles ficam parecendo pichações ou gibis humanos, chame como quiser.

–Resolver algumas coisas – Zayn cantarolou pra mim e me mandou um beijo.

–Vão aprontar – Niall falou quando a porta se fechou e eu revirei os olhos enquanto lhe servia uma panqueca de amora.

–Acha que eu não sei?

[...] Catheryne Dawson

Meu pai surgiu. Digo, ele praticamente literalmente surgiu em casa, nas primeiras horas da manhã, me dando um susto. Depois de dias sem dar as caras, ele aparecia com uma roupa diferente, suja e fedendo a drogas. Os cabelos estavam bagunçados e a barba rebelde, os olhos eram como o de um animal faminto. Não sei quanto tempo ficamos nos encarando ali, ele na porta e eu no meio da sala, até que eu tomei força pra dizer alguma coisa.

–Onde estava? – foi a única coisa que perguntei.

–Não interessa – ele falou simplesmente e eu respirei com força pra não explodir.

–Não interessa? Tem idéia do quanto fiquei preocupada? Do quanto cogitei chamar a policia? Eu sai pra te procurar varias vezes. Ninguém tinha noticias – apesar de tudo, eu dizia isso de forma doce.

–Não chamou, não é? – ele perguntou olhando as unhas sujas.

–O que?

–A policia. Não a chamou, não é mesmo Catheryne?

–Não, eu não chamei. Mas foi por muito pouco. Já devia ter acostumado com suas constantes sumidas – falei fria e ele revirou os olhos.

–Devia mesmo. Agora, Catheryne, preciso de você.

–Ah precisa? – perguntei sarcástica – Só que não parece.

–Precisamos de dinheiro. Precisamos do seu amiguinho rico – ele falou e eu gelei. Como ele sabia de Harry? Como poderia saber a menos que...

–Mandou gente pra me seguir não é? – perguntei, um tanto indignada.

–Não importa. – ele sorriu sarcástico – Mas quem sabe. Pelo que vi, ele tem bastante dinheiro.

–Não sei – menti.

–Não brinque comigo Cath. Ele pode nos salvar. Precisamos dele. Precisamos do dinheiro dele. E você vai conseguir isso.

–Como é? – perguntei assustada e ele se aproximou enquanto eu recuava em direção a parede.

–Você vai conseguir esse dinheiro pra mim – ele pegou meu maxilar com força. Parecia que ia quebrar.

–Quanto dinheiro é? – perguntei desesperada, tentando me soltar.

–Alguns mil – ele sorriu – Mas ele deve ter isso na conta do cachorro. Você só precisa usar a cabeça Catheryne. Pegue o dinheiro e traga-o pra mim.

–E se eu não quiser?

Ele sorriu assustadoramente.

–Quer mesmo saber? Sabe, eu não vou cadeia por você, nem por ninguém. Estou com uma divida gigantesca com esse cara e John e Alex também, mas esses já planejam uma fuga. Eu não sou homem de fugir.

–Mas é homem de bater na própria filha – falei com o pouco de atitude que ainda tinha.

–O que a cadeia tem a ver com isso? – perguntei.

–Se eu não pagar, vão me denunciar. E isso acaba com a sua vida também.

–Eu não tenho nada com isso – falei.

–Ah, você não tem mesmo. Mas eu sou seu pai, e vai fazer o que mando. Vai conseguir pegar o dinheiro daquele idiotinha e trazê-lo direto pra mim. Você entendeu Catheryne?

–Eu...Eu...Entendi – falei e ele me soltou bruscamente.

–Agora, imagino que o carro que está parando ai na frente seja dele – ele disse olhando pela janela – Espero que saiba o que tem que fazer. E limpe essas lágrimas. Tente parecer decente.

Ele subiu as escadas correndo enquanto eu continuava paralisada encostada na parede. Ouvi batidas na porta e soltei um fraco “entre”. Harry entrou acompanhado de Zayn e eu corri pra abraça-ló. Não sabia se tudo isso fazia parte da encenação, mas eu queria sentir ele de novo. Comecei a chorar enquanto Harry acariciava meus cabelos e até Zayn dava tapinhas em meus ombros.

–Você me desculpa Catheryne? – Harry perguntou me abraçando com mais força. Só conseguia pensar nos olhos assustadores de meu pai quando respondi.

–Desculpo – foi a única coisa que falei e ele suspirou aliviado.

–Ah, Cath,você não tem noção de como é bom ouvir isso.