Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

Louis Tomlinson

Alguns minutos antes de entrarmos na coletiva de imprensa, Harry recebeu um telefonema, porém não teve a chance de atender, pois um dos empresários nos empurrou para dentro.

Nos acomodamos em um sofá e o entrevistador começou a falar. Harry dava respostas evasivas, esperando que o homem chegasse onde realmente deveria chegar. Enfim, ele mostrou uma foto de Catheryne e comentou a semelhança dela com a ex de Harry, Ally Cunha.

–É verdade. Elas são bastante parecidas – Harry murmurou focando o olhar na câmera – Mas Catheryne está desaparecida há quase quatro semanas. E eu gostaria de...

Um homem invadiu a sala correndo e puxou Harry e a mim pelo cangote. O entrevistador olhou pedindo ajuda para Liam, que estava de boca aberta enquanto o homem nos arrastava até uma área mais privada.

–Você é retardado? – perguntei quando ele finalmente nos soltou, arrumando minha blusa favorita de listras que ele tinha esticado.

O homem não falou nada e saiu correndo. Olhei para Harry que parecia tão confuso quanto eu. O assistente voltou com um celular na mão e o entregou rapidamente para Harry, enquanto eu observava. Ele suspirou e saiu da sala batendo a porta, enquanto Harry grudava o ouvido no telefone. Olhei para Harry.

–Mesmo? – ele arregalou os olhos e um sorriso que não cabia em seu rosto se formou em seus lábios – Isso é maravilhoso e...Quem? Ah, eu a conheço...Mais ou menos...Estou indo para ai. Sim, claro!

Ele desligou o celular tão afobado que derrubou o aparelho no chão, que quebrou. Dei um tapa nele e recolhi o celular, percebendo que era o meu. Dei outro tapa nele, ainda mais forte. Harry continuava sorrindo feito retardado até eu perguntar o motivo e pra onde ele ia.

–ACHARAM ELA LOU! – ele berrou e pulou em cima de mim, me derrubando no chão e me achatando. Nem feliz Harry deixa de me torturar.

–Acharam quem, baleia?

–Cath! – ele disse feliz e saiu pulando. Assim que abriu a porta, os meninos caíram. Escutando atrás da porta, como sempre. Niall se aprumou e apontou um dedo acusador para Liam.

–Ele deu a idéia.

Liam revirou os olhos e Zayn o ajudou a levantar. Todos de pé e Harry começou a falar toda a conversa que tivera no celular.

Catheryne tinha sido achada, quase morta, mas tinha sido achada. E June, estranhamente, também.

–June é tipo...Aquela garota de uns quinze anos que tirou o apartamento do Harry? – perguntei, porque não sabia nada sobre ela.Não estavam junto com os garotos quando eles supostamente conheceram ela.

–Quatorze – Harry me corrigiu – E sim, é ela mesma...Mas não tenho idéia do que uma garota tão nova estava fazendo por aquelas bandas...

–Foi ela quem achou Catheryne? Ou Catheryne achou ela andando por lá, ou coisa assim? – perguntei.

–Pelo que o policial me disse, June achou Catheryne e a salvou, coisa do gênero – Harry murmurou.

–Para uma garota de quatorze anos, é bastante talentosa. – comentei e eles concordaram – Onde elas estão?

–França – Harry falou e discou algo em seu celular – Paul? Preciso de sua ajuda.

[...]

A viagem até a França, naquela porcaria de trem, foi extremamente traumática. Harry não parava de se mover ou fazer barulhos com a boca, e Niall contrabandeou um estoque de comida para cinco anos para dentro do compartimento, o que foi um problema, pois uma senhora do compartimento ao lado tinha trazido um gato demoníaco que, por pura conveniência, adorava junk food!

–Foi a pior experiência da minha vida – murmurei tirando os pelos de gato de meu braço e verificando um arranhado particularmente ardido.

–Não foi tão ruim assim – Liam comentou e eu lancei um olhar discreto para Niall, que tinha a cabeça entre os joelhos e se balançava para frente e para trás – Tudo bem com você?

–Eu odeio gatos! – Niall murmurou e nós rimos.

–Bom, eu adoro – Harry disse, depois de devolver a besta-fera para a dona. – E aquele, era muito fofo.

Olhei para meus braços arranhados. Minha definição de coisas fofas geralmente não costumavam querer me matar.

–Ele comeu toda minha comida – Niall choramingou.

–Por que não vai ao vagão refeitório? – questionei e ele levantou o rosto com olhos raivosos pra mim.

–O trem tem isso, e vocês não me falaram absolutamente nada?

Demos de ombros juntos.

–Você não perguntou. – falei e ele se retirou revoltado.

–Hm, ele vai comer tudo e vamos ter que pagar uns mil reais pelo prejuízo – Liam murmurou pensativo e nos assentimos. No momento, isso não exatamente importava. Paul foi atrás de Niall.

[...]

Harry deu um tapa em meu rosto e eu acordei. E dei um tapa nele também que fez uma careta e reprimiu um palavrão.

–Anda logo, Boo Bear – ele me apressou tacando meu casaco em cima de mim. Bocejei e segui eles. Viajamos na maior surpresa. Sem malas nem nada, apenas com a roupa do corpo e nossos casacos, além de telefones celulares e dinheiro. Bom, dá pra sobreviver um dia com isso.

Segui eles saindo da estação; fomos parados por algumas fãs, mas foi bastante rápido, ainda mais com a ajuda de Paul e em alguns minutos conseguimos um taxi que nos levaria até o hospital onde as garotas estavam internadas. Harry tamborilava os dedos nervosamente nas pernas ; uma delas estava num estado grave. E nós não tínhamos idéia de qual era.

Harry foi o primeiro a pular do taxi e nos saímos logo em seguida. Niall com um café na mão, já mais tranqüilo. Comentei algo sobre o acidente no trem e ele ameaçou jogar seu café em minha blusa favorita, então sosseguei e sorri amigavelmente.

Hospitais não me trazem boas recordações. Não mesmo. Nem deviam trazer a Harry, mas ele entrou correndo como se não se importasse. O cheiro característico de hospital invadiu minhas narinas ; É uma mistura de ar condicionado e um suave toque de algo forte (álcool? Formol?). Não sei definir, mas é único. Mas dessa vez estava pior e eu vi o motivo : uma enfermeira passava um pano que fedia a desinfetante barato no chão. Era alguma coisa com cheiro de mato. Paul me empurrou, me fazendo voltar a andar.

–Olá – Harry disse adoravelmente para a recepcionista que imediatamente começou a flertar conosco. Zayn ficou desconfortável e virou-lhe as costas, assim como Niall e Liam. Cutuquei Harry para que ele continuasse a falar – Catheryne Dawson e June Collins!

A mulher checou, mordendo os lábios, no computador em cima de sua mesa. Aquele micro parecia ter mais de mil anos, e o carregamento demorava; tempo que ela usava muito bem, mandando indiretas para nós. Eu apenas observava sua verruga estratégica na ponta do nariz que evitava que os óculos caíssem com aversão.

–A mais velha está no quarto no começo do corredor, quarto a direita – ela informou o número – E a mais nova está no quarto no final do corredor, a esquerda – ela informou o número novamente. – São familiares ou coisas do gênero?

–Claro – Harry sorriu – Sou o namorado.

–Ah – ela pareceu desanimada, mas depois olhou pra mim esperançosa. Desviei rapidamente o olhar – Aqui – ela jogou cinco crachás pra a gente. Coloquei o meu e fui andando ao lado de Harry.

–Fale a verdade : Eu não fiquei sexy com isso? – apontei para o crachá verde em meu peito e ele deu de ombros. Entreguei o crachá de Niall e Zayn, e Harry entregou o de Liam. – Então como vai ser? Vamos ver primeiro Catheryne ou a Ju-j-j – gaguejei ao perceber que não lembrava o nome dela – Qual o nome d....?

–June – Harry falou rápido – June Collins.

–Ah claro.E então, quem vemos primeiro?

Os garotos morderam os lábios. Niall ergueu uma mão.

–Eu vou ver Cath.

–Eu também – Zayn concordou.

–E eu – Liam murmurou.

Olhei para Harry, que olhava pra baixo. Era obvio que ele também iria.

–Beleza. E eu vou ver a garota que eu nem sequer conheço. – murmurei e eles assentiram.

–Depois trocamos – deram de ombros e foram em direção a um corredor e eu fui para o outro. Paul avisou que esperaria no corredor e eu assenti com um movimento de cabeça.

Passei pelos quartos barulhentos,e fiquei contando.

–Quarto 222, 222, 222, 22...Ah, é esse – bati na porta caso a garota estivesse acordada. Aparentemente não estava.Abri a porta lentamente e entrei.

Meu coração praticamente parou. A garota era perfeita. Mesmo de olhos fechados, tinha um rosto angelical, com os cabelos caindo em ondas mal definidas e algumas sardas, pouco visíveis, mas estavam ali. Deixando seu rosto ainda mais doce. Seus braços caiam e suas mãos, delicadas, ao lado do corpo. E então eu não conseguia mais me mover, mas me sentia bem, como se ela me trouxesse uma sensação de calor e alegria. Era ela, tinha que ser ela. A garota, a minha garota.Eu tinha que ter ela.