Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

June Collins POV`s

–Não vou contar nadaaaa – cantarolei e o policial parecia pronto para me bater. Sabia que o estava irritando e pretendia continuar.

–Eu não...- antes que acabasse de falar, ele ficou com os olhos arregalados, piscou diversas vezes, pareceu confuso e depois saiu andando sem dizer mais nada.

–VOCE FUMOU? – perguntei aos berros.

Comecei a rir, então ele entrou no quarto.

–Será que você não tem a capacidade de se comportar? – não parecia bravo. Estava calmo como sempre, mas dessa vez, usava óculos escuros. Para não mostrar seus olhos que mudam de cor, pensei.

–Me comportei – dei de ombros.

–Claro...Sua missão, devo dizer, foi um...

–Sucesso? – sugeri e quase pude ver um sorriso brotar nos lábios dele, porém ele ficou sério novamente. – Ai, lá vem.

–Catheryne está morrendo. – ele me informou.

Fiquei temporariamente sem chão. Não, ela não podia morrer...Eu ia fracassar se isso acontecesse! E não era só por isso ; eu gostava dela...E não queria que ela morresse! Claro, isso ninguém poderia saber. Mas agora que eu tinha recuperado tudo que significava para mim...Ia perder tudo novamente.Claro, uma vez perdedora, sempre perdedora.

–Então...Eu perdi? Vou morrer...De novo? – perguntei.

Ele suspirou e se sentou na ponta da cama, tirando os óculos. Seus olhos estavam num azul marinho.

–Na verdade, não – ele disse complacente.

–Como assim? – me animei rapidamente e sentei na cama, forçando o braço. Uma dor chegou até o ombro e relaxei novamente, gemendo.

–Ela não morreu ainda. Caso morra, você morre também.

–Voce pode me ajudar? – pedi suplicante – Pode fazer ela continuar viva? Por favor?

Seus olhos ficaram imediatamente negros, me assustando.

–A morte não está em meu controle, por ora.

–Mas eu achei que... – engoli o choro – O que vai decidir se ela vai viver então?

–Os humanos que estão cuidando dela. – ele passou uma mão no ar e uma nuvem apareceu. A nuvem formou uma imagem de uma garota numa cama cercada de mais de dez pessoas, que trabalhavam rápido e sob pressão.

–Ela vai se salvar! – falei confiante, mas ele balançou a cabeça.

–As vezes, nem mesmo a fé, pode manter alguém aqui – olhei para a imagem mais uma vez. Os batimentos estavam quase parando. Fracos.

–Não! – disse forte – ELA VAI SOBREVIVER!

Os batimentos de Catheryne ficaram loucos e voltaram ao normal. O aparelho apitava loucamente e os médicos pareciam temporariamente confusos, mas logo se recuperaram e bateram a mão espalmada, sorrindo e gritando! Eles ajustaram mais alguns equipamentos nela, que agora estava completamente estável. Ele olhou para mim, franzindo as sobrancelhas.

–Como fez isso?

A nuvem explodiu em pó branco que caiu em cima de mim, mas logo desapareceu totalmente.

–Fiz o que? – perguntei confusa.

Ele ergueu uma sobrancelha pensativo, depois deu de ombros.

–Não importa como fez. Importa que fez e agora Catheryne está viva. Teve sorte dessa vez.

–Sorte – repeti – Que ironia. Sorte é o que eu menos tive na minha vida...Quando ela era...Bem, minha vida de verdade.

–Você ainda não descobriu a verdade sobre a sua família. – ele afirmou e eu concordei.

Fiquei irritada.

–Não tinha nada para descobrir! Já sei de tudo.

–Catheryne é idêntica a você antigamente, não? – ele provocou e depois desapareceu em vento.

–Qual o seu problema? Por que vive fazendo isso? – perguntei irritada,mas obvio que não obtive resposta. Nem um raio na cabeça.

Catheryne tinha sobrevivido. Eu quase não podia acreditar. Estava quase pulando de alegria. Bom, parte da missão estava completa. Faltava a outra parte, que eu não sabia bem o que fazer. Pensei sobre a visita de Lou mais cedo e não pude reprimir um sorriso.

Ele não tinha mudado muito, apenas o cabelo um pouco mais comprido. A mesma blusa de listras que eu conhecia tão bem e suas bolotas azuis ainda me encantavam. Lou sempre foi meu melhor amigo, alguém com quem eu me dava muito bem...E que me entendia! Assim como os outros, mas o Lou era diferente. Eu o adorava.

Uma enfermeira entrou no quarto, e comentou sobre a visita do policial e do meu pai (meu pai? Sério? Ele realmente tinha fingido ser meu pai? Bom, de uma maneira bem estranha, ele era, mas...Deixa pra lá) e falou que eu já tinha me cansado muito por hoje.

–Foram fortes emoções, certo garota? – ela perguntou com um sorriso genérico. Querida, você não está falando com um cachorro, pensei.

–Claro – respondi.

–Sim, claro que sim. Você é bem forte, viu? Mas agora é hora de se comportar e tomar a injeção como gente grande, que você demonstrou que é – ela sorriu. Não entendia porque ela dizia isso como se estivesse ensinando bons modos para um cão.

–Já entendi! – falei nervosa enquanto ela passava um algodão molhado em álcool no meu braço. – Ai.

Senti que ela enfiava a agulha no meu braço com certo gosto. E depois, mais uma ampola.

–Fique calma, já vai acabar!

Fiquei fuzilando ela com o olhar, até que ela tirou a agulha de mim. Ela ajustou algo no aparelho e arrumou minha cabeça no travesseiro.

–Pronto, agora você vai somente dormir.

–Obrigada – fui sincera, mas ainda assim pareci grossa.

–De nada. Caso sinta frio – ela me deu um cobertor dobrado.

Me abracei ao cobertor, e relaxei, já sentindo os olhos pesarem. Catheryne estava viva. O jogo ainda não tinha acabado. Harry seria meu novamente e seriamos felizes como antes. Eu sabia disso, tinha que ser assim. Abracei o cobertor com mais força, quase sentindo o cheiro de Harry, para adormecer contente e mais feliz que nunca.