Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

2 semanas depois

[...] June Collins

–Eu não agüento mais essa porra de hospital! – taquei o travesseiro numa enfermeira que estava próxima, fazendo ela me olhar de cara feia – O que é? Cara feia pra mim é concorrência, querida.

Louis pediu desculpas pra ela por mim e depois, quando a mulher já estava longe, deu gostosas gargalhadas ao meu lado.

–Como se você fosse feia, June – ele murmurou e eu ri mais ainda.

–Sério, Lou, seus problemas visuais são realmente preocupantes.

Louis riu enquanto brincava com os dedos das mãos. Eu podia ser até bonitinha, mas a estadia no hospital tinha me deixado um pouco caótica. Meus cabelos estavam ressecados e provavelmente com pontas duplas e meu rosto era uma mascara de horror, isso sem falar que eu estava um pouco cheinha. Para Louis, eu estava perfeita.

Louis era um dos únicos que vinha me ver todos os dias, dessas duas terríveis semanas. Niall me achava fofa e adorava trazer comidas suspeitas para mim, Liam me apelidara de espertinha e prometera lavar minha boca com sabão algum dia e Zayn...Bom, Zayn tinha adorado meu cabelo e as minhas antigas roupas, que estavam dobradas a um canto do quarto.

Já tinha sido transferida para um hospital em Londres, junto com Catheryne, e dessa vez...Os quartos eram lado a lado, de forma que já tinha me comunicado com ela aos berros. Catheryne estava ótima.

De Harry, uma visita por semana, eu contava. Ele passava cada segundo livre ao lado de Catheryne...E apesar de sempre receber visita deles, fui ficando um tanto solitária, porque tinha ensaios para a turnê, que seria dali a poucas semanas. E agora, recebia tão poucas visitas dele, que cada segundo era precioso ; principalmente com Tomlinson, que me fazia dar as melhores risadas.

–Tem alguma idéia de quando eu vou receber alta? – questionei.

Louis pensou por um momento.

–Se você não atacasse todas as enfermeiras do hospital com garfos de plástico, imagino que elas poderiam responder. Mas não tenho idéia.

–Não é minha culpa se elas cozinham mal – me defendi.

–Trouxe uma coisa pra você – Louis comentou.

–Outra coisa, você quer dizer – apontei com a cabeça para a pilha de presentes de Louis, guardada do outro lado do quarto.

–Tem algumas coisas dos outros meninos ai – ele observou.

–Sim, um bichinho que faz coco do Liam. – murmurei e Louis riu. Realmente, eles achavam mesmo que eu era uma criança.

–Não se esqueça da bonequinha que chora e toma vacina no bumbum de Harry – Louis riu e eu o acompanhei.

–Os presentes deles são péssimos...Os seus, pelo menos,foram razoavelmente criativos – admiti.

Louis tinha me dado coisas engraçadas e divertidas, como bolinhas que explodiam e coisas um tanto perigosas para crianças arteiras. Eu simplesmente adorei. Preguei várias peças em enfermeiras assim.

–Mas, como ontem você reclamou de ficar sozinha sem nada para fazer, tendo que escutar essa música chata de hospital...Bom, eu resolvi te dar isso...

Louis me entregou seu ipod. Eu sabia que era dele pois esse ipod vinha desde a época em que eu era a Ally Cunha. Peguei o ipod em minhas mãos.

–O que faço com isso? – perguntei e ele riu.

–Cara, como é mal agradecida – ele ergueu os olhos para o teto rindo – Mas aqui tem a minha playlist favorita, e como temos gostos parecidos, achei que ia gostar.

Passei rapidamente pelas músicas, percebendo várias das minhas favoritas ali. Certo, não tinha nada como um concerto de piano, mas eram músicas boas, agradáveis e relaxantes.

–Adorei! – abracei ele o máximo que a cama me permitia, já que ele estava sentado numa cadeira ao lado dela – Vai mesmo me dar seu ipod?

Louis gargalhou.

–Claro que não. É emprestado, você vai devolver. – fiz um bico e ele desviou os olhos – Não June, não faça isso! Aaah, ta, pode ficar. Eu compro outro.

–Obrigada – sorri – Realmente, vai ser bem melhor ficar aqui ouvindo música nesse tempo.

Louis franziu as sobrancelhas.

–Mas e seus pais? Sua família? Seus amigos? Por que nunca os vejo vindo te visitar? Nem mesmo quando estávamos na França, eles...

–Meu pai – murmurei – foi me visitar quando estávamos na França, não lembra? Ou não viu? Enfim, são pessoas ocupadas e tem a vida deles...Eu não vou pedir que venham ver uma doente.

Louis fez uma careta.

–Mas são sua família...Tinham que vim ver você.

Minha vez de fazer careta, enquanto pensava numa mentira convincente. E felizmente, pensei em uma que era quase verdade.

–Meu pai...Bem, ele não é bem pai. Tá mais para assistente social...No momento, eu não tenho família...Sou meio órfã, digamos...Não tenho ninguém só ele, que já é ocupado...Ele trabalha no mundo inteiro. Literalmente – murmurei – E é isso.

–Oh, eu não sabia...Me desculpe, pequena – e tentou me dar outro abraço.

–Sabe, acho que seria mais fácil se você deitasse na cama – comentei e Louis sorriu travesso – Ei, ei, ei...Não leve para o lado escuro ok? Amigos.

–Amigos – ele concordou e eu dei espaço para ele se deitar ao meu lado. Louis se deitou, naquela cama para crianças de hospital, ao meu lado. Achei engraçado ver seus pés para fora.

–Cara, se você não fosse tão gordo, tão baleia... – murmurei tentando me ajeitar o máximo possível na cama, com dificuldade, já que meu braço ainda não tinha se recuperado. Louis me ajudou.

–Isso aqui, é gostosura.

–Sei, essa bunda do tamanho do universo deve ta usando todo o espaço.

Louis riu e tirou os fones do bolso, me entregando um. Conectei com o Ipod e escolhi uma música favorita. Louis se assustou com a minha escolha.

–When i look at you?

–Algum problema? – perguntei.

–Não, nenhum, aprendi a adorar essa música – ele sorriu e fechou os olhos, cantando junto. Cantando tão bem, que tirei meu fone somente para ouvir a linda voz do meu boo bear.

–Foi impressionante – sorri para ele assim que acabou e Louis abriu os olhos surpreso.

–Ahn?

–Voce cantando é...Simplesmente perfeito – comentei e ele deu um sorriso de orelha a orelha.

–Eu sei.

Dei risada enquanto escutávamos músicas mais animadas dessa vez, e dançávamos e cantávamos em cima da cama, que balançava perigosamente. Louis começou a mexer em suas laterais, achando graça.

–Cara, para que serve esse botão? – ele perguntou apontando para o maior botão da cama, um botão que girava. Tinha tido minha quota de experiências ruins com aquele botão no dia anterior.

–Não, Louis! Não aperta ess...

Mas o infeliz apertou. E a cama imediatamente dobrou ao meio, fazendo com que meu tronco colidisse com as minhas pernas e Louis teve a mesma sensação. Ele apertou o botão de novo e a cama voltou ao normal.

–Uau, que botão legal! Vai June, eu quero fazer de novo!