Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

[...] Harry Styles

A turnê começava daqui há uma semana. Logo estaríamos em um palco, na cidade de Chicago na turnê Up All Night. Claro que parte da turnê já tinha ido, estávamos na outra. Sim, tem vários intervalos. Essa, apesar dos intervalos para descansar, acabaria dia 03 de dezembro, no Madison Square Garden, na cidade de Nova York.

–Praticamente um ano de turnê. – Cath murmurou sentada na cama, mexendo em meu celular.

–Com vários intervalos para podermos ficar juntos – falei colando nossos lábios.

–Hm, posso me acostumar. – ela riu e me empurrou, e logo depois colocou o celular na orelha – Nada. Toda vez que eu ligo pro meu pai é a mesma coisa – ela se deitou derrotada – Onde será que ele está? O que está fazendo? Meu pai ainda vai me matar.

Mordi os lábios. Esse era um assunto que eu evitava havia dias. Apesar de Logan ter nos visitado mais duas vezes, eu sempre tirava Cath da sala para poder falar com ele a vontade. Logan insistia para ver Cath, mas eu não deixava e ele ficava realmente frustrado. A ultima conversa tinha deixado uma ameaça pendente.

“Eu vou encontrar ele, Harry. E uma das pessoas que vai depor contra ele é Catheryne, querendo ela ou não. Vai ser chamada para testemunhar e não vai poder negar, sabe disso. E quando isso acontecer, Catheryne vai ter que contar a verdade em frente ao tribunal e mandar o próprio pai pra cadeia. Estou trazendo uma oportunidade de adiantá-la disso e a deixar preparada. Não imagino que a essa altura saiba o que é realmente bom para ela” ele dissera e as palavras ainda ecoavam minha mente.

–Não tenho idéia – decidi adiar um pouco mais – Mudando de assunto, o que acha de irmos comprar roupas pra você?

–Por quê? – ela perguntou colocando o travesseiro no rosto.

–Porque até agora – falei deitando em cima dela – Você só anda usando roupas minhas.

–E tem algum problema nisso?

–Eu não vejo nenhum – colei um beijo em seus lábios – Mas ainda sim gosto de ver você com vestidinhos e esse tipo de coisa.

Ela suspirou.

–Pode ser.

Puxei ela e peguei uma roupa emprestada de Perrie para Cath usar. Ela detestou, mas usou mesmo assim. Fomos para uma loja de departamentos e no fim quem comprou roupas para Cath fui eu. Ela não escolhia nada, tudo era “aham, pode ser, quem sabe, hm”.

–Ei, desligada – estalei os dedos em sua frente. Estávamos na sorveteria agora, tomando um milk-shake. Bom, pelo menos eu estava. Cath nem tinha tocado no dela e estava com os olhos desfocados.

–Ahn? – ela murmurou virando os olhos para mim.

–Que foi, Cath? Tão distraída hoje...

–Não é nada...Simplesmente preocupada com meu pai...Isso anda me incomodando cada vez mais, enfim... – ela suspirou e bebeu um pouco de sua explosão de chocolate com caramelo – Isso é bom.

–É ótimo, não?

–Muito bom, mas...Eu estou cansada...Podemos voltar para casa? – ela murmurou e eu dei de ombros e deixei uma nota na mesa para sairmos.

–Sei que não está cansada. Está triste. – murmurei andando ao seu lado, e passando todas as sacolas para um braço para poder abraçá-la com o outro.

–Não, Harry eu estou bem – ela disse tentando apoiar a cabeça em meu ombro enquanto andávamos.

Guardei tudo nos bancos traseiros da Mercedes e partimos de volta para casa de Zayn. Ainda estávamos vendo algumas casas para comprar aqui em Londres ; Cath queria arranjar um emprego e pagar uma parte, mas é claro que eu não deixava. Ela ia fazer faculdade como queria. Eu pagaria para ela se não passasse na prova que faria daqui a alguns meses.

Chegando em casa, Cath quis carregar as sacolas, mas não deixei e ela subiu bufando e reclamando de mim, que só dei risada.

–Seu feio – ela resmungou e foi se jogar na cama.

–Espertinha.

–Não é um insulto – ela riu.

–É sim – protestei pulando em cima dela na cama – Muito ruim.

–Talvez – ela sentou e eu também – Estou cansada, Harry.

–Durma.

–Estou preocupada, aaah, minha vida é um inferno – ela colocou novamente o travesseiro no rosto – Por que as coisas não podem ser simples?

–Coisas simples são chatas. – dei de ombros e ela me lançou um olhar fulminante – Desculpe, sei que ta muito complicado agora, mas você vai ver que exagera tudo...E como minha mãe costuma dizer, noticia ruim é só noticia boa disfarçada.

–Harry – ela me deu um soco fraco e eu fiquei confuso.

–O que eu fiz?

–Eu não tenho mãe. Não gosto de ouvir falar sobre o que elas dizem, me incomoda – ela se deitou – Pode apagar a luz, por favor?

–Vai dormir?

–Depende. – ela deu de ombros enquanto me deitava ao seu lado e ela se acomodava no meu peito – Não sei se consigo dormir.

–Quer que eu cante pra você?

–Sim – ela deu um sorriso no escuro.

–Hm, o que acha de Little Things?

–Eu ia adorar – ela riu – Obrigada.

Comecei a cantar e em poucos minutos Cath tinha adormecido. Sorri e beijei o topo de sua cabeça, e fechei os olhos, imerso em pensamentos esperando o sono me pegar também.

[...] Louis Tomlinson.

–Uau, isso é totalmente irresponsável. – June murmurou pegando uma lata de tinta.

–Eu não vejo problema nenhum. Vai deixar a rua bonita. – sorri.

–Imagino que a policia não vai achar isso caso nos veja – ela revirou os olhos – Hm, rosa. Eu odeio rosa...Hm.

–O que vai desenhar? – perguntei olhando para o muro negro cheio de grafites antigos. Era de uma casa abandonada.

–Um dragão – ela deu de ombros chacoalhando a lata – Vai ser lindo.

–Um dragão rosa? – levantei a sobrancelha, incrédulo.

–Sim, ele é gay. Algum problema por acaso? – vez dela levantar a sobrancelha.

–Nenhum – ri – E vai desenhar o namoradinho dele aqui também? – apontei para o espaço vazio ao lado do que ela já começava a pichar.

–Claro.

–De que cor ele vai ser?

–Vai ser preto e azul, e vai cuspir fogo. Sabe, bem másculo. – ela sorriu, fazendo o contorno do dragão rosa.

–Másculo? Mas não era gay? – perguntei confuso.

–Mas é que tipo...Nessas relações, sempre tem um machão e um que é todo boiola. Não sabia?

–Na verdade não – ri – Deve ser engraçado.

–Nem tanto...Me passa o laranja? – ela pediu e eu lhe dei a lata.

–Hm, posso ajudar aqui? – perguntei.

–Sim, desenha as unhas dele? Tem que ser vermelhas e pontudas.

Dei uma sonora gargalhada.

–Claro que sim.

[...]

June se afastou para apreciar o desenho. Estavamos todos sujos. June limpou suas mãos na blusa e sorriu para os dois dragões.

–Isso sim, é uma grande obra de arte. Picasso ficaria com inveja.

–Claro.

O dragão da direita, o negro com garras afiadas e cuspidor de fogo era perfeito. O rosa com unhas vermelhas e pontudas e usando um batom azul turquesa era engraçado, mas era perfeito.

–Achei que íamos desenhar alguma coisa profunda, sabe? – comentei – Tipo aquelas obras de arte famosas.

–Pode ser – June pegou uma parte branca do muro e desenhou uma bola – Satisfeito?

Examinei o desenho.

–E isso vem a ser o que mesmo?

–Uma grande obra de arte, não é obvio?

–Não parece – falei chegando mais perto.

–Mas é...Igualzinho uma que eu vi numa exposição uma vez. Eu vou ficar famosa, você vai ver. Isso aqui ta perfeito – ela sorriu abertamente.

–Eu adorei os dragões. Detestei o ponto sinistro.

–Admito que eu também – ela deu risada. – O que fazemos agora?

Olhei em volta para a rua vazia e escura. Era quase meia noite. Olhei para a mínima June de apenas 14 anos...Ela parecia muito mais velha, na verdade.

–Caramba, sou muito irresponsável – passei as mãos na cabeça – Devia ter te levado para casa há várias horas atrás.

–Na verdade não, eu ficaria bem entediada lá...- ela deu de ombros.

–Hm, lá tem um piano, não tem? – perguntei e ela imediatamente ficou mais séria.

–E o que tem o meu...Digo, o piano?

–Nada não...Só achei estranho você não destruir ele.

–Eu nunca destruiria um piano. Seria desumano – ela sorriu indiferente.

–Você me lembra alguém...Não sei quem, mas me lembra alguém.

Ela deu uma risada nervosa e me deu um tapa.

–Bobagem, eu sou única.

–Sei disso, mas...

–Mas nada Louis, me leva pra casa – ela pediu se abraçando – Que frio.

Abri a porta do carro pra ela sem discordar e June entrou, dando um sorriso forçado. Levei ela até o hotel e parei ali em frente. June me de um abraço no espaço apertado do carro.

–Então é isso.

–Acho que não posso vir visitar você essa semana...E nem depois. – murmurei desanimado – Turnê.

–Verdade...Se eu pudesse ir, faríamos boas loucuras e...Louis, que foi? – ela perguntou vendo meu sorriso gigantesco – Louis? Que foi? Cheirou a tinta, é?

–É uma grande idéia!

June ficou confusa.

–O que? Cheirar tinta? Eu acho que não, é perigoso e...

Agarrei-a pelos ombros.

–June, você é um gênio. Meu gênio. Vai na turnê comigo!

–Perai, sair em turnê com você, pelo mundo, é isso?

A maneira como ela disse me fez imaginar que tudo estava a perder, porém June deu um sorriso gigantesco.

–É claro que eu topo.