Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

June percebeu meu nervosismo quando começamos a chegar perto de Catheryne. Ela não entendeu e seus olhos verdes ficaram confusos. Ela me observou e tocou meu braço, me dando certas forças para continuar.

–Cath – chamei quando estava a alguns metros de distancia dela. Não era perto suficiente. Logan levantou os olhos para nós, mas Cath continuou de cabeça baixa.

–Acho melhor deixar vocês conversarem sozinhos, não? – Logan disse cordialmente – Ahn, eu cuido da...

–June – informei a ele que deu um sorriso sincero e se levantou, chamando June com um aceno.

–Boa sorte – June soprou e saiu. Cath continuou de cabeça baixa. Me aproximei mais e me sentei ao seu lado.

–Cath, tudo bem? - passei as mãos por suas costas. Ela me afastou bruscamente.

–Por que não me contou? – sua voz saiu estrangulada e fraca.

–Te contar? – perguntei, tentando ganhar tempo.

–Não me trate como idiota, Harry. Sabe que eu odeio isso.

Sabia que isso não ia levar a nada e suspirei.

–Cath, desculpe, sério...Eu não queria te magoar, eu... – tentei abraçá-la, mas Cath se levantou de súbito.

–Não, você não queria! – ela falou. Pude ver seu rosto destruído, molhado de lagrimas. – Você queria que eu saísse na porcaria da turnê com você. Era só isso que você queria, Harry!

–Não, Cath. – me levantei também – Eu não queria isso, acredite em mim. Eu estava tentando te proteger.

–Você não podia me proteger disso, Harry! Ele é meu pai – ela explodiu comigo. – Não podia mentir sobre isso pra mim!

–Eu não menti – protestei.

–Escondeu a verdade! É praticamente a mesma coisa! – ela passou as mãos pelo cabelo, bufando. – Sabe como isso está sendo difícil pra mim?

–Era exatamente isso que eu queria evitar. Acha que eu quero te ver sofrer?

–Pois está fracassando miseravelmente nisso. – Cath gritou com a voz aguda – Éramos um casal, não podia esconder coisas de mim assim!

–Éramos? – perguntei, assustado pelo fato da palavra estar no pretérito – O que quer dizer com éramos, Cath?

–Como acha que eu me sinto, caramba? – ela perguntou, totalmente vermelha e exasperada – Eu sacrifiquei tanto para ficar com você e...Caramba, Harry! Meu pai, esse cara é meu pai. E ele estava sendo caçado pela policia e você não me fala nada.

–Eu não queria que você tivesse que saber dessa maneira, Cath. Ia contar no momento certo. – praticamente implorava.

–Ah, e o que achou da maneira como descobri? Traumatizante o suficiente? – ela perguntou sarcástica – Você não tinha o direito de esconder isso de mim.

–Como acha que me senti tendo que esconder? – perguntei irado também. Era hora do meu lado da historia – Você estava comigo e estava tudo bem e perfeito, mas acontece isso! Eu não ia estragar tudo. Você tinha acabado de ser seqüestrada por culpa dele.

–Não fale como se ele tivesse me dado para os seqüestradores e dito “Toma, leva”.

–Foi praticamente isso que ele fez! – gritei – Não se esqueça que ele ainda te seqüestrou primeiro!

–Ele tentou me ajudar! – ela disse entre dentes.

–Depois de ter feito toda a merda! Era o mínimo que ele devia ter feito, não concorda? Costumamos arrumar os erros que cometemos!

Catheryne arregalou os olhos.

–Está me chamando de erro, Harry?

Meu coração gelou. Como ela podia pensar que era isso que eu queria dizer.

–Eu não quis dizer isso, Catheryne. Você sabe que não, sabe que não é um erro. Você é perfeita! Não é culpa sua seu pai ter feito o que ele fez...

–Ele não fez nada – ela bateu nas próprias pernas, nervosa – Ele só exagerou um pouco.

–Ele não exagerou um pouco, ele foi acima dos limites. Que espécie de pai faz isso?

–Deixe ele em paz! – ela me empurrou com o que devia ser força, mas eu sequer sai do lugar.

–Sabe que...

–Vai embora – Cath me repreendeu – Vai embora, Harry. Você não tinha direito de fazer o que fez. Achei que confiasse em mim.

–Eu confio em você.

–Acontece que não parece! – ela gritou. – Eu contaria algo assim para você, mas claro que preferiu esconder de mim. Seria mais fácil. Você só queria que eu te acompanhasse na droga da turnê.

–Isso não é verdade – falei.

–É claro que isso é verdade. Vá embora, Harry! Me deixe em paz.

–Não, Cath, espera – ela saiu correndo e eu fui atrás dela. Até ela se trancar num quarto que tinha outra saída na parte de trás. Ela fugiria antes que eu entrasse. – Droga, Cath, me desculpe.

–VAI EMBORA!

–Acha que isso vai resolver alguma coisa? Porque não vai, Catheryne. Abre essa porta. Me deixe contar o meu lado da história.

–Já ouvi o suficiente. Vai embora, Harry. Vai embora! – ela gritou e eu desci escorregando na porta, até acabar sentado no chão, com a cabeça entre as mãos.

Eu não podia ter feito isso, mas...Eu sempre quis que ela ficasse protegida, nunca quis que ficasse exposta dessa maneira, com um pai como esse. Por que ela não podia entender isso?

–Tá tudo bem? – senti alguém se sentar ao meu lado. Pela voz, eu sabia que era June, mas eu não me arrisquei a olhar pra ela.

–Você não estava com Logan? – murmurei.

–Não, Logan é um idiota. Falei que ia no banheiro e ele acreditou. Mas e aí, cadê a Catheryne?

–Ela foi embora – chorei e June gemeu – E provavelmente nunca mais vai olhar na minha cara.

–Sinto muito – June deitou a cabeça em meu ombro e tirou minhas mãos do rosto, me dando um beijo na bochecha – Vamos, temos que voltar. Paul provavelmente vai querer nos matar. Hm, e Louis também quando descobrir que você me trouxe.

–Isso realmente é verdade, June. Você ainda vai me matar.

–Você fala isso apenas porque me ama. – June sorriu travessa.

–Me dá um abraço? – pedi e ela abriu os braços pra mim. Era quente, pequena e cheirava a...Era estranho. Ela tinha um cheiro especifico, mas que eu já tinha sentido antes.

–Se ajuda de algum jeito, acho que ela gostava de verdade de você. – June murmurou constrangida.

–Não ajuda. Mas obrigada, June.

June se levantou e me estendeu a mão.

–Vamos, Harry. É hora de voltar.