Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

June POV’s

Tinha tanta coisa acontecendo hoje, que meu coração não sabia mais o que fazer. Ele sinceramente não sabia. Harry estava deprimido ao meu lado dirigindo e a essa altura do campeonato nem podia mais ficar feliz por ter finalmente beijado ele novamente. E que beijo.

Nossos beijos sempre tinham sido repletos de sentimento, mas eu não imaginava que seria assim até porque agora Harry não sabia quem eu era. Mas ele me beijou como se eu fosse Ally, não June. Eu sabia que essa era a verdade, e queria cada vez mais ele.

Mas quando o vi chorando pela Cath...Não sei o que senti. Realmente, acho que não senti nada. Me senti vazia. Acho que essa era a palavra. Me senti completamente vazia e triste. Mas agora pensava em maneiras de animá-lo, porque essa era minha função.

Desde que voltara estava cuidando dos meninos e de Catheryne, apesar de realmente não parecer. Eu desligava o gás que eles deixavam ligado, eu apaguei um fogo que se iniciou surpreendentemente do abajur aceso de Liam, da faca que quase caiu em cima do pé de Louis, Zayn de se afogar na piscina dentre outras coisas mínimas, mas que realmente podiam matar ou ferir eles.

De certa forma, eu me sentia orgulhosa de mim mesma. Andava fazendo um ótimo trabalho, imaginava. E me sentia feliz por isso. Mas não tinha idéia de como cuidaria de Cath agora, mas é claro que ela sempre teve um mínimo senso diferente dos meninos e provavelmente não deixaria o gás ligado por horas até acabar morrendo.

Chegamos e Harry saiu do carro com ombros baixos. O hotel estava livre dos paparazzi a essa hora da noite um tanto fria. Subimos as escadas negras que saiam do estacionamento até a parte da recepção do hotel e logo depois nos dirigimos até o elevador.

A equipe One Direction ocupava simplesmente um andar inteiro do Hotel. Simples. Seguranças em alguns quartos, Lou e as outras equipes que cuidavam do cabelo, maquiagem e figurino dos meninos em outro, os meninos é claro, eu e...Bom, antigamente Cath. A banda, e mais algumas pessoas que eram fundamentais para cada show se concretizar. E teríamos novos shows dali a uma semana, e o tempo de descansar estava acabando.

–Sabe Harry, as coisas podiam estar piores. – sorri numa tentativa péssima de animar o garoto.

–Não vejo como – ele suspirou.

–Ah, sei lá. Você podia ser um mendigo, sem ter o que comer, morrendo de frio, deitado na rua com um cobertor fininho se desfazendo em pedaços e vir um carro e “chua” encharcar você inteiro e aí...

–June! – Harry me repreendeu de olhos arregalados.

–Desculpe! Mas pensa só, você poderia estar numa cadeira de rodas sem controle descendo uma ladeira em direção a um lago, e aí você estaria preso nessa cadeira e você...

–June!

–Desculpe Harry. Pelo menos você tem saúde e... – Harry começou a tossir e espirrar furiosamente – Desculpe!

–Boca santa, essa sua, não? – ele murmurou.

–Você não tem idéia do quanto. – assenti e ele revirou os olhos.

–Qual o problema desse elevador que não chega nunca? – Harry reclamou apertando os botões com força. O elevador parou no nosso andar tremendo e as portas se abriram. – Até que enfim.

–Hm, pare de ser mal humorado que eu... – não tive tempo de terminar. Alguma coisa pulou em cima de mim e me pegou no colo. Dei um berro de susto.

–Caramba, June, assim estoura meus tímpanos – Louis resmungou.

–Louis – abracei ele com mais força.

–Harry! – ouvi as vozes em uníssono de Liam, Zayn e Niall. Assim que os meninos nos soltaram, voltei para o lado de Harry – Onde está Catheryne, Harry? – Zayn perguntou, procurando por ela com os olhos.

A expressão de Harry foi indecifrável. Dei um passo à frente e me virei para dar um sussurro para Harry.

–Deixa que eu cuido disso – pisquei – Seguinte, pessoal. A Catheryne foi destruída por um asteróide, lamentamos.

Os meninos arregalaram os olhos e olharam para Harry, que concordava seriamente com a cabeça, mas me lançava olhares de incredulidade.

–Foi um acidente horrível – continuei – Estávamos saindo do hospital e um asteróide caiu bem em cima da cabeça dela. Enfim, as ultimas palavras dela foram...

–Nós gostaríamos de ouvir a verdade, por favor – Liam pediu.

–Você está insinuando que eu estou mentindo, Liam? – perguntei e Liam ficou branco – Ah, claro, foi igual daquela vez que eu espirrei e você não me desejou “saúde”.

–Desculpe, desculpe, desculpe! Eu não quis, digo...Desculpe, June, eu sou uma pessoa horrível, mil perdões, eu...

Liam parecia desesperado enquanto os outros soltavam risadinhas debochadas. Louis deu tapinhas nos ombros de Liam.

–Cara, relaxa, ela só está brincando.

–Ah, sim – Liam se recompôs – Brincadeira. Coisa divertida. Animação. Felicidade. Entendi.

–Agora, sério, digam a verdade. Onde está Cath? Como ela está? E o pai dela vai ficar bem? – Niall nos metralhou de perguntas. Harry suspirou e contou a eles toda a verdade – Quer dizer que vocês...Terminaram?

–Não sei. Não dissemos exatamente “vamos terminar”, mas eu acho que talvez tenhamos terminado sim. – ele disse com dor e depois tossiu várias vezes. – Eu acho que estou resfriado.

–Você não tem sorte mesmo ein – Louis comentou e Harry o fuzilou com o olhar – Devia se esfregar em Niall. Dizem que duendes trazem sorte, ou seja...

Niall deu um tapa em Louis.

–Desculpe, Nialler.

–Sem problemas.

Fomos para o quarto de Harry. Era realmente grande, um dos maiores. Os meninos já chegaram se largando e percebi que deviam estar lá há bastante tempo. E estavam comendo.

–Vamos jogar algo? – sugeri procurando algum jogo na mala de Louis jogada a um canto. – Hm, strip poker!

Liam abriu a boca num O gigantesco e veio tirar o baralho da minha mão.

–Que foi, Liam? Está louco, é?

–Uma garota dessa idade não pode pensar em coisas como essa. Onde já se viu, June? Que coisa feia, muito feia isso que está passando pela sua cabeça menina. – Liam deu bronca.

–Feia, é a sua cara Liam. Agora me devolve o baralho – estendi a mão, mas Liam balançou a cabeça fazendo biquinho. – Não vai me devolver?

Liam negou veementemente. A essa altura, Louis já percebia o perigo que o amigo dele corria.

–Sua ultima chance, Liam – avisei.

–Cara, dá esse baralho pra ela – Louis falou sério.

–Não vou dar nada.

–Não quero nem ver – Louis colocou as mãos nos olhos.

–Me dá, Liam! – pulei em cima dele como tinha feito com Harry mais cedo, mas dessa vez, tinha pessoas ali para me parar.

–Solta ele, June! – Louis falou tentando ficar sério, mas claramente escondendo uma risada enquanto me segurava pelos ombros.

–Que menina mais atacada – Liam murmurou e eu revirei os olhos – Até me lembra... Hm.

–Te lembra quem? – perguntei de má vontade, apenas porque a curiosidade venceu.

–Nã não, não me lembra ninguém não. Acho que bati minha cabeça muito forte, só isso. – Liam deu de ombros e levantou. – Enfim, nada de strip. E muito menos de poker.

Liam jogou o baralho pela janela do quarto, as cartas voando ao vento. Fervi, mas Louis não me soltou.

–Está calma?

–Se eu não estivesse calma, Tomlinson, sua mão já era. – respondi entre dentes e ele deu risada.

–Concordo. Agora, vamos achar algo sadio para jogarmos, hã? – Louis sugeriu e eu revirei os olhos.

–Poker parecia uma ótima idéia, mas como o LIAM É UM CARETA – gritei – Vamos ter que procurar por outra coisa. PARABÉNS, PAYNE!

Liam me ignorou e eu Louis fomos procurar algo com o que pudéssemos brincar para animar Harry, que tinha escondido o rosto em um travesseiro.

[...]

–Já é seu décimo empréstimo, June – Liam sorriu, me entregando outra ficha.

–Não posso fazer nada se Louis está arrancando dinheiro de forma tão covarde de mim! – reclamei – Eu já estou praticamente falida.

–Eu também – Harry concordou ao meu lado – Falido mesmo. Eu já estou com vinte e cinco empréstimos de cinco mil aqui e só tenho dez euros.

–Isso é péssimo para vocês – Louis disse arrumando suas duas pilhas do dinheiro falso. Isso, duas pilhas. O desgraçado estava se dando muito bem. Niall contava suas treze notas e Zayn tinha apenas cinco, enquanto Liam era o banqueiro e cuidava para que ninguém roubasse.

Sim, estamos jogando “Jogo da Vida”. E eu estou perdendo miseravelmente. Liam está dando gostosas gargalhadas de me ver ter que implorar por empréstimos diante dele.

–Se fosse um jogo que exigisse inteligência – murmurei – Eu aposto que ganharia.

–Liam – Niall falou – Ela está nos chamando de burros.

–Não estou chamando vocês de burros – protestei – Só estou me chamando de mais inteligente que vocês.

Eles riram e parecia que tudo iria bem. O jogo, apesar de eu perder duas partidas, decidimos começar de novo depois de pedir alguns doces do serviço de quarto. A mulher que trouxe ficou caidinha pelos meninos, além de ter falado algo sobre elevador com defeito. Não prestei atenção e ao que parece os meninos também não.

Depois de perder pela terceira vez, desisti de jogar e pedi para ser banqueira. Liam não deixou. E então começamos a jogar mímica, porque eu me recusava a jogar essa porcaria de jogo de novo.

[...]

–Um papagaio? – Harry disse com a mão na cabeça. Ele estava mais vermelho que o normal.

–Um cobra? – sugeri.

Niall continuou a se remexer de um jeito esquisito, colocando a mão no pescoço e a língua de fora. Se dando socos em vários momentos e fazendo caretas de dor e satisfação ao mesmo tempo.

–Um gordo com dor de barriga? – Louis sugeriu e Niall revirou os olhos.

–Alguém que sofreu por amor? – Liam sugeriu meigo.

–Hm, alguém que me viu na rua e percebeu que nunca vai ser tão bonito que nem eu? – Zayn sorriu, sedutoramente.

Niall voltou ao normal, revirando os olhos para nós.

–Ninguém acertou! Isso é a June batendo no Liam, der! Tão obvio!

–Não pareceu – sorri – Mas parabéns pelo esforço. Ok, Harry, agora é a sua vez.

Harry balançou a cabeça do seu canto.

–Não, obrigada.

–Qual é, Harry, todo mundo já foi! Só falta você. – incentivei, mas ele balançou a cabeça – Ah, Harry.

Fui encostar nele e o garoto estava fervendo. As mãos na cabeça e a cabeça baixa, olhando o colo, nem dava para perceber que ele estava vermelho demais.

–Você está bem, Harry? – perguntei.

–Não, minha cabeça ta me matando. E...Está muito frio aqui, não está não? – ele perguntou se abraçando e tossindo.

–Ele está mal – falei olhando preocupada para Liam.

–Acho melhor você deitar. – Liam disse e todos ficaram imediatamente sérios, as risadas esquecidas.

–Eu também acho – Louis concordou e ajudou Harry a tirar os sapatos.

Sorri verdadeira ao ver como eles eram carinhosos um com o outro. Liam dizia palavras reconfortantes para Harry, Niall afofava seu travesseiro, Zayn arrumava as cobertas enquanto Louis ajudava com os sapatos e ligava o aquecedor. Assim, dessa maneira, se comportava a boyband mais famosa do mundo.

–Acho que ele pode precisar de um remédio para a febre – Louis falou para Liam, enquanto Harry tossia forte – E para a tosse também. Caramba, Harry vai ter sorte se não morrer. O que te deixou assim? Tomou chuva ou ficou no sereno?

–Sereno – eu e Harry dissemos juntos, lembrando do momento em que chegamos ao hospital. Mas tinha sido cerca de minutos. Não parecia o suficiente para deixar alguém doente. A menos, é claro, que o emocional estivesse ajudando nisso pela perda de Cath.

–Hm, acho que tem uma farmácia aqui perto. – Liam falou.

–Eu vou – eu e Louis dissemos ao mesmo tempo e nos olhamos, sorrindo. Será possível que pensávamos mesmo tão igual?

–Louis, pode ser. June, nem pensar – Niall comentou.

–É isso mesmo. Já é bem tarde e sair numa farmácia uma hora dessas, ainda mais uma criança, não pode dar certo. – Zayn reforçou.

–E se Paul for com a gente? – perguntei e os meninos se entreolharam.

–Se for assim, por mim, tudo bem – Liam disse, e como era o mais responsável, obvio que todos concordaram com ele.

–Legal, vem Louis – agarrei a mão de Louis e bati a porta.

–Vem, esse é o quarto de Paul – Louis disse apontando.

–Louis,por favor – revirei os olhos – Acha mesmo que vou chamar o Paul para me acompanhar até a esquina?

–Você é fogo, ein garota – Louis riu e saímos correndo para o elevador antes que algum dos meninos decidisse ir atrás de nós.

[...]

A farmácia ficava realmente muito perto e como Louis e eu corríamos feito idiotas, chegamos em um instante. O farmacêutico franziu as sobrancelhas para nós e por fim pediu uma foto com Louis e disse que a filha dele era minha fã.

–Como assim minha fã? – perguntei surpresa e ele deu risada.

–Ah, ela viu você várias vezes com os meninos e com o Louis aí ela diz que é sua fã. – o homem explicou – Ainda mais porque Louis vive falando de você nesse negocio de Tuife. E o Louis é o favorito dela, então ela acompanha tudo que ele posta nesse tal de Tuife. E como só tem coisas sobre você... – ele encolheu os ombros – Minha filha é fissurada nesse tal de Tuife.

–Twitter – corrigi e ele assentiu.

–Esse daí mesmo. Aí ela fica toda animada quando vê você, sabe? Ela se identifica bastante.

–Ora, isso é muito gentil da parte dela – sorri animada e Louis riu de mim.

–É, ela te adora como adora os meninos. – o homem sorriu.

–Hm – tirei o casaco que estava usando e fiquei apenas com uma blusa fina. Estava com frio, mas era uma situação especial – Pra sua filha. Um presente de June... – quase esqueci meu sobrenome – Collins.

Os olhos dele brilharam.

–Mesmo?

–Claro que sim. – sorri e peguei o remédio – E obrigada por tudo.

–De nada. Voltem sempre. – ele se despediu de nós e saímos correndo novamente da farmácia.

–Tá com frio não, June? – Louis perguntou enquanto entravamos no hotel pelo estacionamento aberto.

–Na verdade, estou, mas já estamos chegando, então...

Louis começou seu famoso discurso sobre a minha irresponsabilidade. Como se ele fosse mais responsável, há, faça-me rir Tomlinson. Tínhamos comprado uns seis remédios diferentes para cada problema de Harry ; dor de cabeça, febre e dor de garganta. Claro que para debochar, Louis tinha comprado para dor de barriga também.

–Qual o número do andar mesmo? – Louis perguntou.

Revirei os olhos e informei o número do nosso andar. Louis apertou os botões e as portas se fecharam. O elevador subia tremendo. Louis pegou o celular para avisar para Liam que já estávamos chegando.

–Que droga. – ele praguejou.

–Que foi? – perguntei olhando pra ele.

–A porcaria do celular não quer funcionar.

–Louis, isso é um elevador. É claro que não tem sinal aqui dentro, seu retardado – dei risada dele e Louis também riu de seu momento.

–Acabou a bateria mesmo. – ele deu de ombros, colocando seu celular no bolso.

O elevador tremeu e parou e Louis se agarrou em mim.

–Calma, Louis. O elevador estava mesmo meio ruim. Não entre pânico, acontece toda hora. – o elevador voltou a funcionar – Viu? Nada de pânico.

O elevador fez um barulho estrangulado como um grito e então deu uma tremida extremamente forte, fazendo eu e Louis cairmos no chão. Então as luzes piscaram e se apagaram totalmente. Louis berrou.

–Sem pânico, aqui tem... – antes que eu terminasse de falar, a luz de emergência acendeu com um guincho. Um segundo depois, porém, ela explodiu, nos deixando na completa escuridão. – Que droga.

–Posso entrar em pânico agora? – Louis perguntou sarcástico e eu gemi.

–Agora pode – e comecei a gritar também.