Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

June POV`s 

Assim que vi os cabelos curtos e dourados balançando em minha frente, não resisti e puxei a garota pelo braço.

-Ei – Kelly disse me olhando assustada – Quem é você?

Por sorte, fui salva de responder já que Niall estava ao meu lado. E ficou espantado quando viu Kelly assim com eu.

-O que está fazendo aqui? – ele perguntou e Kelly olhou para o lado, para a...minha mãe?

-Mãe? – falei surpresa e ela se virou pra mim, surpresa. Niall também me lançou um olhar de dúvida. – Nada não.

Amanda me encarou com os olhos penetrantes – era estranho não poder chama - lá de mãe e não poder admitir que a conhecia, que era minha mãe.

-O que vocês duas fazem aqui? – Niall perguntou. Reparei que ainda segurava o braço de Kelly, e tratei de solta-lo.

-Hm – Amanda olhou para Kelly, num pedido ajuda. – Viemos prestar nossos sentimentos.

-Isso aí – Kelly concordou, balançando a cabeça.

-Conheciam Charlie? – Niall estreitou os olhos e Amanda olhou para o relógio.

-Ah, meu deus, olha a hora. Tenho que ir. – e puxou o braço de Kelly, arrastando-a para fora com passos rápidos, praticamente correndo.

-Isso foi... – comecei.

-Estranho – Niall terminou e eu concordei – Tudo bem, June. Vamos comer alguma coisa. E o mais importante : vamos embora daqui.

-Até que enfim – respondi e Niall passou os braços pelos meus ombros para que pudéssemos andar juntos pelas ruas frias de Londres.

[...]

Observei as panquecas encharcadas de mel em minha frente, intocadas. Apoiei o queixo em cima das mãos cruzadas. Niall me olhou confuso.

-Achei que estivesse com fome – ele comentou, devorando seu quinto sanduíche.

-Não muita. Se quiser comer minhas pan... – mal terminei de oferecer e ele já laçou meu prato, arrastando-o para ele. – De nada.

-Obrigada – Niall agradeceu de boca cheia. Era tão mais fácil ficar com ele do que com...Certas pessoas.

Deitei a cabeça na mesa e fechei os olhos, cansada.

-Então você está com sono.

-Bingo – bocejei. – Onde estão os outros?

-Sabe que eu não tenho a mínima idéia? – Niall respondeu e eu ri.

Ele chamou a garçonete e pediu a conta. Fiquei triste de ter que sair do restaurante quente e aconchegante para as ruas frias com vento cortante.

-Você vai para casa? – Niall perguntou repentinamente.

-Casa?

-Você sabe...A cobertura.

-Ah – murmurei surpresa. Nem tinha pensado nisso. – Acho que sim. Você quer ir pra lá comigo?

-Não acha que certas pessoas podem tentar me matar? – Niall disse, me dando um olhar indiscreto. Dei risada.

-Acho que não. Vamos logo, eu estou congelando.

[...]

Subir até a cobertura foi novamente como um choque. Em geral, sempre era. Tinha acontecido tantas coisas ali de um tempo para cá que era quase sinistro que as paredes ainda não tivessem começado a contar histórias – eu várias vezes chegara a achar que o lugar era mágico.

A magia do amor tinha acontecido ali diversas vezes. Tanto para amizade quanto para outras coisas também. Era um lugar espontâneo para mim. Eu tomara decisões lá e sabia que certa hora voltaria a fazê-lo, mas...As coisas tinha se complicado bastante, mas o lugar ainda me trazia paz.

Era esquisito, mas era quase como...Aquelas tardes perfeitas na praia que eu tanto gostava...Era como se aquilo me fizesse bem, sem motivo algum, apenas porque tinha sido parte da minha vida. E ainda era. Meu ponto de paz. Um dos melhores lugares do mundo para se estar com amigos. Um lugar que eu considerava seguro.

E foi exatamente tudo isso que senti assim que abri a porta. Estava do jeitinho que eu tinha deixado e isso quase me fez suspirar. Entrei logo pulando no sofá e Niall riu.

-Folgada.

-Sonolenta – corrigi me espreguiçando. – O que quer fazer?

Ele deu de ombros.

-Deve ter alguma coisa passando na televisão.

Apesar de pacifico e de eu adorar, o apartamento estava muito frio. E eu percebi isso assim que tirei o casaco para ficar mais a vontade. Maldita época mais fria do ano.

-O aquecedor está ligado? – perguntei batendo os dentes. Niall foi olhar.

-Está no máximo.

-Que droga – praguejei me abraçando.

-Eu pego um cobertor pra você, relaxa – Niall deu um sorriso correndo pelas escadas, subindo de três em três degraus.

-Cara, como eu odeia a Inglaterra.

[...] Niall POV’s

June dormiu uns vinte minutos depois do filme começar. Eu, em geral, não assistia muito filme de terror, mas quando assistia, ficava apavorado.

Tinha sentado no sofá ao lado de June, e ela tinha a cabeça deitada no meu colo, dormindo profundamente enrolada num cobertor, com pijamas de bichinhos e pantufas fofas, enquanto eu roia as unhas para saber o que aconteceria com a garotinha que estava prestes a entrar no quarto escuro.

Já tinha começado a escurecer lá fora, mas ainda não estava completamente escuro. Pelo menos lá fora. No apartamento, estávamos na completa escuridão a não ser pela luz azul que bruxuleava da televisão.

Quando a menininha do filme deu um berro e uma figura sinistra apareceu, me segurei para não dar um grito, mas agarrei o controle remoto com força.

-Chega, é demais pra mim – murmurei e mudei de canal. No novo canal, passava um filme sobre zumbis – Que droga – e no seguinte um filme sobre malucos com serras elétricas – Mas o que? – e no depois desse, passava um filme sobre moscas demoníacas – Que coisa é essa! – reclamei e mudei para o próximo, onde passava um desenho de bonequinhos coloridos.

Percebi como estava cansado e suspirei, aconchegando a cabeça numa almofada próxima e fechando os olhos. Por fim, desliguei a televisão.

[...]

-Niall – uma voz feminina chamou e eu senti um cutucão. – Niall!

Um cutucão particularmente forte nas costelas me fez abrir os olhos. Me virei e June estava sentada ao meu lado.

-Você fala enquanto dorme – ela comentou.

-Hã? Sério? – perguntei pastosamente – Me acordou só pra me contar isso?

-Na verdade, não. Tem alguém batendo na porta – ela sussurrou.

-E por que você não vai abrir? – sussurrei também, apesar de não saber o motivo.

-Porque eu estou com medo, oras. E você é o único homem da casa.

-Por que está com medo?

-Porque são três horas da manhã – ela disse como se fosse obvio – Que espécie de coisa bate na porta das pessoas três horas da manhã?

Imediatamente as imagens dos filmes de terror dominaram minha mente e eu até tirei os pés no chão, caso alguma coisa tentasse agarrar meu tornozelo.

-Ah June! Também estou com medo. Não podemos ver quem vai no par ou impar?

-Niall! – June choramingou – Vai logo lá!

-Mas e se for uma assombração que quer me pegar? – perguntei assustado.

-Tem sal na cozinha – June sugeriu e então bateram na porta novamente, me fazendo dar um pulo no sofá.

-Por que eu levaria sal?

-Porque se for uma assombração, vai sumir, oras. É obvio, todo mundo sabe disso.

-E se for um louco, maníaco tentando me matar? – perguntei, estreitando os olhos. Eu mal via ela por causa da escuridão que estava o apartamento.

-Bom, aí você pode morrer pra me defender enquanto eu chamo a policia. Ou você pode jogar sal nos olhos dele e entrar correndo e ai ligamos para a policia juntos.

-Gostei mais da segunda idéia – falei me levantando e acedendo um abajur na mesinha. Agora eu conseguia ver quase tudo.

Fui na cozinha e peguei o pote de sal, deixando-o aberto. Então fui em direção a porta, mas desisti e parei em frente de June.

-Vai ser trabalho em equipe – sussurrei e bateram na porta de novo – Eu jogo o sal e depois você entra batendo nele.

-E se for um louco tarado?

-Por favor, June!

June me olhou com atenção e estreitou os olhos.

-Se eu morrer, a culpa é sua. E eu vou vir para puxar seu pé. – June me alertou e eu assenti. – Não devia ter assistido o começo daquele filme de terror com você.

Ela levantou. Realmente, June não parecia nada aterrorizante com seu pijama de bichinhos e suas pantufas, mas eu sabia como ela tinha mão pesada e podia machucar realmente um cara de dois metros.

Segurei o sal com força e coloquei a mão na maçaneta. Mais batidas insistentes. Abri a porta por fim e joguei todo o sal do pote grande em cima do que quer que fosse. Ouvi gemidos. E então, June saiu do meu lado e pulou em cima do que quer que fosse. Como me senti culpado, me joguei em cima também, até conseguir derrubar a coisa ou pessoa no chão.

-Ai! – uma voz conhecida protestou – O que é isso? Sal?

Minha boca também tinha ficado com um pouco de sal, então continue batendo na coisa, mas então achei uma cabeça, e ainda mais – cabelos cacheados em cima dessa cabeça.

Pulei de cima de Harry antes que ele pudesse ficar com vontade de me matar e puxei June pela cintura também. Agora que todo sal fora para o chão, podia ver Harry derrubado em cima dele, com uma expressão um tanto revoltada.

-Harry? – June perguntou surpresa. – O que faz aqui?

-Antes de tudo, adorei a recepção. Sei lá, vim buscar algum conforto de amigos. Trouxe sorvete pra gente – ele apontou para uma sacola, mas June rangeu os dentes e pulou em cima dele de novo.

-VOCÊ ME ASSUSTOU, SEU RETARDADO! BOBÃO! – ela disse batendo nele.

-AH, NIALL, ELA ESTÁ ME MATANDO. ESTÁ ME MATANDO, ME AJUDA!

-Eu até poderia – comentei olhando minhas unhas – Mas você assustou nós dois, então vou deixar ela te matar um pouquinho.

-NIALL! – Harry me repreendeu e eu suspirei, revirando os olhos.

-Solta ele, June – puxei a cintura dela, mas suas mãos se agarravam no pescoço de Harry – June! – puxei com mais força, pegando ela no colo e ela finalmente largou Harry.

-Ai – Harry disse se sentando e massageando o pescoço. Ele recuperou sua touca do chão e a colocou novamente na cabeça – Violenta você, ein June. Parece até...

-Pareço o que?

-Nada não – Harry disse, envergonhado. Estendi a mão para ajudar ele a se levantar ao mesmo tempo em que June também estendeu – e foi a mão dela que ele aceitou. – Obrigado.

-Não há de quê. – June respondeu – Mas eu ainda quero me matar. Durma com um olho aberto hoje à noite, Styles.

E dito isso, June entrou no apartamento batendo os pés. Harry olhou confuso para mim, pegando o sorvete do chão.

-O que foi que eu fiz? – ele perguntou fazendo bico.

-Assustou a gente – peguei o sorvete das mãos deles e entrei também – E isso foi uma coisa muito feia, Harry.