Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

Vocês não querem mesmo vir com a gente? – perguntei pela milésima vez.

–Não, estamos bem. – Zayn comentou. – Desde que você tenha deixado mais biscoitos, ficaremos ótimos.

–Estão no forno, Malik. – dei um beijo nele, em Niall e Louis – Tá faltando um. –notei. - Onde esta o Liam?

–Ele não conseguiu dormir direito à noite. Ficou falando muito tempo com a Danielle. –Zayn deu de ombros. – Então decidiu que queria dormir até mais tarde hoje.

–Tem certeza absoluta de que ele esta bem? – Harry perguntou preocupado. Niall mostrou a língua pra ele.

–Claro que está.

–Adorei seu look durona – Zayn comentou.

–Valeu. Eu vou pra um Beco de Londres! Eu sou perigosa. Se liga na caveira. – falei mostrando o anel.

–Agora exagerou Cunha. Boa sorte. – ele me mandou um beijo.

–Então ta. Tchau pra vocês, meus amores. – disse na porta. Eles acenaram pra mim, mas estavam mais concentrados no videogame. Legal. Eu não sabia se estava bem vestida pra ir pro beco, mas que se foda também (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=53131740&.locale=pt-br) Eu tentando parecer durona. Pelo menos Zayn gostou. Eu acho que ele gostou.

–Não precisava do adjetivo “amores”. Eles vão começar a se achar. – Harry disse irritado.

–Fica de boa Styles. – eu disse rindo. – É bom vocês saberem que são meus. Então, com que carro vamos já que você me proibiu de ir com a Ferrari?

Eram seis horas. O encontro era daqui à uma hora, uma hora que eu passaria olhando e admirando Brixton Academy. Tomara que tenha alguém importante lá.

–Eu arrumei um carro. É muito legal. – ele disse com um sorriso malicioso. Fiquei com medo agora.

Descemos até o estacionamento com a recepcionista jovem (aquela em quem eu cuspi) nos rodeando, lançando indiretas muito diretas pro Harry. Acho que eu vou cuspir na cara de alguém de novo. E dessa vez não vai ser café. Vai ser saliva mesmo.

–Acho que podemos nos virar sozinhos, você já pode ir. – dei um sorriso venenoso pra ela, que me olhou de cara feia, mais feia do que já é. Ela subiu as escadas pisando forte.

–Mal educada você. – Harry sussurrou rindo pra mim.

–Claro, se quiser dar praquela garota, tudo bem, vai em frente. – falei irritada. – Cadê seu carro?

–Hm, tem alguém com ciúmes aqui. – ele disse rindo.

–Esse alguém vai socar sua cara se você não disser onde está o carro. E eu não to com ciúmes. Só não gosto dessas groupie.

–Ah, sei. – ele deu um risinho e me bateu. – Ta bem aqui.

–VOCE TA ZOANDO DA MINHA CARA NÉ! – gritei.

Era um Mercedes Benz Guardian. Esse devia ser o carro mais foda do mundo, tipo janelas que resistem a mísseis, duzentos quilos de blindagem. Um tanque poderia passar em cima desse carro. Foi projetado basicamente para diplomatas do Oriente Médio, traficantes de armas e chefões de drogas. Ele apenas sorriu e encolheu os ombros.

–Vão pensar que somos partidários de Osama Bin Laden. Qual o seu problema? – ele franziu a testa confuso.

–Por que essa expressão? Partidários de Osama Bin Laden? – ele perguntou curioso. Revirei os olhos. Esqueci que estava em Londres.

–Funciona nos E.U.A, mas esquece. – ele destravou o carro e eu entrei – Eu vou dirigir.

Dirigir ele não chegava nem perto de dirigir uma Ferrari. Claro, não dava a mesma emoção de acelerar numa Ferrari, mas chegava perto. Hazza me olhava arregalado. Aparentemente não gostou nem um pouco do jeito que eu dirigia.

–Você ta louca? Vai nos matar! – ele gritava.

–Com duzentos quilos de blindagem? Meio impossível. – eu soltei rindo.

Entrei em Brixton. As poucas pessoas que estavam na rua nos olhavam assustadas. É, o que eu falei? Deviam pensar que eram uns baitas traficantes mal feitores. Harry disse que era por causa do jeito que eu dirigia, mas eu não tinha feito nenhuma ultrapassagem ainda, nem atropelado um idoso. Não dava pra ver nada através daqueles vidros negros à prova de mísseis.

–É incrível. – comentei parando na frente do Brixton Academy.

–É velho. – Harry falou. Bati em sua cabeça.

–É clássico.

–Seus olhos estão brilhando. – ele comentou rindo.

–Devem estar mesmo.

Eu esquecia tudo enquanto olhava aquela casa de shows. Esquecia a dor que eu sentia todos os dias, a dor que eu sentia agora, a dor que eu sentia por pensar em deixardefinitivamente os meninos. Tudo se resumia a dor que eu sentia agora. Eu queria contar pra eles, sempre que eu tinha ataques de tosse ou dor de cabeças muito fortes, eles perguntavam o que estava havendo. E eu queria contar, mais do que tudo eu queria contar. Eu tinha medo. Medo de que me deixassem se soubessem medo que me tratassem diferente e com pena se soubessem. Eu me sentia uma covarde. Eu morreria dali a algumas semanas. Eu não conseguia terminar a música, faltava algo. Aquele algo. Atualmente tudo que eu podia afirmar era ser uma pessoa ordinária, num mundo que ama oextraordinário. Diferentes dos meus garotos, que eram descontraídos e sociáveis, eu sempre me sentia reticente quando tinha que conviver com outras pessoas. Embora tivesse certo talento como musica e compositora, faltava-me a carisma, a presença de palco ou o que quer que fosse necessário pra um artista ou pessoa se sobressair. A música sempre foi minha maneira egoísta de fugir da realidade, mas as notas que eu estava fazendo, essa nova música, parecia errada. Sempre achei que a música fosse a resposta, e no intimo eu sabia que era, mas nunca pensei em qual seria a pergunta, aquele algo mais que me faria compor algo comparado ao conto dos cisnes.

E, intimamente, de alguma forma, eu sabia que os meninos iam me ajudar a descobrir esse algo mais.

–Quer ver mais de perto? – Harry perguntou.

–Acho que sim. Mas já são quase sete horas. – comentei.

–O beco – Harry destacou a palavra “beco”- É razoavelmente perto daqui.

Olhei de cara feia pra ele.

–Para com isso. – ele deu de ombros e nos saímos do carro. As pessoas que estavam na rua nos olhavam assustadas e um pouco temerosas, mas quando viram que éramos apenas dois adolescentes deram de ombros e voltaram a fazer o que quer que estivessem fazendo antes.

–É lindo. – disse chegando mais perto das paredes da casa de shows.

–Você é muito fissurada nessas coisas. - Hazza comentou rindo.

–Sou mesmo. – mostrei a língua pra ele que riu mais ainda.

Fiquei olhando o nome da casa de shows lá em cima “Brixton Academy”. Imagina tocar nesse lugar.

–Pra mais de quatro mil pessoas. – Hazza completou meu pensamento e me abraçou por trás.

–Leu meus pensamentos foi? – dei um risada- Quem te deu liberdade pra ficar me abraçando assim no meio da rua, Senhor Styles? O que uma fã pensaria se visse? – falei, dando uma de brava.

–Que eu te amo. – ele respondeu simplesmente e beijou minha bochecha. É eu precisava falar urgente com a Anna sobre meus sentimentos. Ela era a única que me entendia.

–Ela ia pensar que eu estou acabando com sua vida e mexendo no bebe dela e ia querer me matar. – dei de ombros.

–Você não me ama? – ele sussurrou na minha orelha. Arrepios sinistros.

Dei uma risadinha.

–Amo sim. – falei rindo – Sentimentos que se desenvolvem em uma semana apenas. Freud explica?

Ele riu.

–Com sua loucura provavelmente não. - me soltei dele rindo – OU!

–Que foi?

–Eu tava gostando. – ele reclamou e eu ri.

–Está na hora. São sete horas. Ingleses são muito pontuais. – comentei apontando pro relógio no meu pulso.

–Ah! – ele disse emburrado – Podemos continuar depois certo?

Eu ri.

–Que assanhamento é esse Sr. Hazza? – perguntei – Seu saliente.

–Sou mesmo. Eu dirijo dessa vez. Não quero morrer nos próximos dois quilômetros. – ele comentou rindo.

–Que seja. – Me joguei no banco do carona. – Liga a radio, por favor? – pedi.

–Claro. – Estava tocando “What Makes You Beautiful”. Caramba. Esse ingleses só ouvem as mesmas músicas ou é impressão minha? Só sei que fomos berrando por todo o caminho.

–É aqui. – Hazza estacionou o carro na frente do beco. Era meio estranho. Bom, tanto fazia, o que importa não é o lugar, é quem esta nele certo?

Tinha umas latas de lixo impedindo a passagem do carro. Hazza deu ré até um estacionamento que tinha por perto e fomos a pé pro beco. Tinha uma pequena entrada no meio daquelas enormes caçambas de lixo e tinha varias figuras andando por ali, com cigarros na boca ou garrafas vazias na mão. Ok, Anna não tinha um lugar melhor pra querer me encontrar? Tinha apenas uma luz que ficava falhando como fonte de iluminação, e o lugar era úmido e fedia a drogas. Hazza puxou meu corpo pra mais próximo do dele.

–Quer ir embora? – ele sussurrou pra mim.

–Não, eu prometi pra ela que vinha. – e eu estava pagando muito caro por essa promessa.

Já estava muito escuro e bem frio. Nem tinha idéia do que tinha mais pra frente. Até que vi Anna vir na minha direção, toda sorridente.

–Olha, chegaram. – ela riu – Os outros meninos não vão vir? – ela disse magoada.

–Eles são chatos, você conhece eles. – Hazza disse rindo, mas aparentemente desconfortável.

–Nem tanto, são bem divertidos até. – ela disse rindo – Venham, estamos aqui na frente.

Eles estavam juntos mais adiante, ao redor de uma fogueira. Era uma rua sem saída ali aparentemente. Eles se juntavam sentados encostados na parede suja de um prédio suspeito. Eram todos homens. Por que Anna andava com eles? Eles tinham uma espécie de acampamento ali. Um deles se sentava num colchão e os outros dois se sentavam num sofá mofado que aparentemente tinha sido jogado fora ali. Eles deram sorrisos maliciosos com a minha aproximação. Eu odiava caras assim. E olha que eu sou de Los Angeles, e lá tem muitos tarados. Hazza então, nem se fala. Puxava minha cintura cada vez pra mais perto dele.

–Podem se sentar. – Anna disse sorrindo abertamente. Eu olhei pro chão. Era o único lugar onde eu gostaria de me sentar. Não queria ficar perto daquele dois no sofá ou aquele esquisitão no colchão.

–Vou ficar no chão mesmo, perto da fogueira. To com um pouco de frio. - falei rapidamente

–Eu te esquento. – disse um dos garotos no sofá. Os outros riram. Anna fez uma careta, e Hazza olhou irritado pra ele.

–Hazza. – o puxei pra se sentar ao meu lado na fogueira.

–Então – Anna disse tentando descontrair – Esses são Paul – ela apontou pro garoto que queria me esquentar – Jake – o outro do lado dele – São irmãos. E esse é o Chris, meu namorado.

–Legal - acenei com a cabeça pra eles.

–E esses são Harry e Ally – ela apontou pra gente.

–Nós cumprimentamos as damas como se deve. – disse Paul se levantando e puxando Jake e Chris. Os três me deram beijos demorados nas bochechas. Quando se aproximaram de mim senti o cheiro de bebida e cigarros. Anna se deitou ao lado de Chris no colchão e ficou se agarrando nele.

–Legal. – falei sem graça. Hazza estava com uma cara horrível ao meu lado.

–Então Ally, de onde você é? – Jake perguntou.

–Los Angeles. – respondi.

–Percebi pelas curvas. – Paul comentou e eles riram.

Hazza quase se levantou, mas eu o segurei. Ok seria uma longa noite.