Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

–Ally – ela falou com desprezo – Ou melhor, Cynthia.

Soltei o braço dela.

–Achei que éramos amigas – falei igual a uma idiota. Ela riu.

–Achou errado. – ela se virou, mas eu a impedi de continuar andando.

–Se é por causa daquilo, EU NUNCA BEIJEI ELE – falei lentamente e ela me empurrou – Ai.

–Nunca é? Chris me contou exatamente o que aconteceu. Você só esperou eu sair pra começar a dar em cima dele não é mesmo? – ela perguntou irada.

–Não! – falei assustada – Eu nunca dei em cima dele, ele mentiu Anna! Ele mentiu, ele ta mentindo pra você.

–Como pode dizer isso, como se atreve a dizer isso? VOCE NÃO ENTENDE NADA! – ela berrou e avançou em mim. Recuei.

–Anna, me escuta, eu nunca quis aquilo – falei séria.

–Ah, ele está bem se quer saber. – ela falou me encarando com raiva. Apesar de ser um pouco menor que eu, Anna estava fazendo eu me encolher até ficar de sua altura – DEPOIS QUE VOCE E SEU NAMORADINHO QUASE MATARAM ELE!

–ELE ME AGARROU – gritei e ela ficou vermelha, me olhando com ódio.

–Ele nunca faria isso comigo – ela disse segura de si e eu bufei.

–Nunca é? Pois olha essa : ELE FEZ! Anna, ele fez! Ele me agarrou. Paul e Jake podem confirmar isso. EU NÃO QUERIA! – berrei.

–Paul e Jake me confirmaram que você que deu em cima dele. VOCE É UMA IDIOTA. QUANTOS HOMENS PRECISA, AHN, SUA PUTA? – ela berrou com lágrimas nos olhos – ACHEI QUE ERA MINHA AMIGA!

–EU SOU SUA AMIGA! QUEM NÃO É SEU AMIGO É ESSE CARA – berrei irritada.

–NÃO FALA ASSIM DELE! ENTÃO FOI PRA ISSO QUE VOCE DECIDIU IR PRA INICIO DE CONVERSA? PRA AGARRAR MEU NAMORADO?

–EU NEM SABIA COMO SEU NAMORADO ERA, ACORDA QUERIDA! ELE TÁ MENTINDO, TÁ MENTINDO ANNA, MAS VOCE NÃO TA ENXERGANDO ISSO, ENTÃO OLHA O QUE EU VOU TE DIZER “ABRE SEU OLHO”! – cheguei a ficar sem ar pela força que usei pra gritar. Minha garganta estava fervendo, eu estava perdendo a voz.

–ELE NÃO MENTE. AO CONTRARIO DE VOCE! CHEGA ALLY, CHEGA! VOCE QUIS ISSO, VOCE QUIS ACABAR COM A MINHA VIDA! CHRIS ME CONTOU TUDO QUE VOCE DISSE PRA ELE, TUDO, TUDO MESMO! – ela empurrou me fazendo cair no chão e arranhar as costas da mão ao cair no asfalto duro. Me levantei ignorando a ardência na mão.

–EU NÃO ADMITO QUE VOCE FIQUE COM UM IDIOTA COMO ESSE – eu me preocupava com essa anta, mesmo ela desejando minha morte.

–VOCE? VOCE? – ela falou rindo – SUA OPINIÃO É UM NADA NA MINHA VIDA.

–ANNA, PELO AMOR DE DEUS, ENXERGA! – berrei e ela sorriu com desprezo.

–Eu me arrependo profundamente do dia em que achei sua carteira no chão – ela disse sorrindo frio. – Me arrependo de ter entrado naquele carro, de ter falado com uma prostituta. Afinal eu devia saber o que vocês fazem, certo?

–Voce não sabe o que ta falando. EU quero seu bem!

–Meu bem, está bem longe de você. Ally, eu me arrependo do tempo que passei ao teu lado. – ela falou rindo. Uma lágrima caiu silenciosa do meu olho. As pessoas sempre diziam isso, mas eu não esperava que fosse ser assim aqui em Londres.

–Então eu sinto muito. Mas eu não vou desistir de você, se quer saber. Vou continuar insistindo, sempre que te ver, até que você perceba qual é o lugar certo.

–Longe de você – ela sorriu fria e passou por mim, esbarrando em mim e me empurrando pra parede onde bati cabeça e depois escorreguei pro chão. Ela ficou em cima de mim e murmurou “ainda não acabou” antes de dar um tapa na minha cara. Fiquei ali deitada no chão por um tempo refletindo. Eu ia mesmo matar esse cara. Algumas lágrimas caiam dos meus olhos e eu pensava seriamente em sair correndo atrás dela, mas eu não estava nem perto da minha melhor condição agora. Eu não tinha a mínima vontade de levantar, eu não tinha força de vontade pra levantar, essa é a verdade. Eu estava ali deitada no meio da calçada e já começava a ficar cansada e ameaçava dormir. Eu não queria levantar e continuar a viver a vida como se eu fosse uma pessoa normal, porque embora eu queira eu não era. E deitada aqui na rua fria, veio um pensamento, mais especificamente um substantivo, que não me atormentava fazia muito tempo : “pai”. Ele devia estar em Londres, só podia estar em Londres. Era um covarde.

Meu celular tocou e eu olhei no visor. Era Harry. Já tinha me mandado umas quinhentas mensagens e agora estava me ligando. Atendi.

–Ally? – ele falou suspirando de alivio – Onde é que você está?

–Oi – falei tentando deixar a voz decente, mas ela saiu um pouco embargada – Ah, to quase no mercado. Já vou voltar.

–Que voz é essa? – ele perguntou – PARA QUIETO LOUIS!

–Que foi? – perguntei.

–Louis quer arrancar o telefone da minha mão pra falar com você. – ele falou –Onde é que você está?

–Quase chegando, já falei – respondi com a voz um pouco menos forçada.

–Você ta chorando? – ele perguntou sério.

–Não! – falei rápido e limpei a garganta – De onde você tirou essa idéia? Não estou não, estou bem, na verdade ótima.

–Certo – ele não parecia convencido – Vou buscar você e vamos ao mercado juntos. Onde está?

–Não vai não – falei séria me levantando e gemendo. – Eu estou bem e quase chegando, não precisa se incomodar porque eu já estou voltando.

Ouvi ele suspirar.

–Se não voltar em quinze minutos, vou atrás de você.

–Trinta minutos.

–Vinte e dois.

–Quarenta e sete.

–Vinte e cinco.

–Feito. – falei e desliguei o celular. Continuei andando, mas agora eu estava razoavelmente suja. Limpei o jeans o máximo que eu consegui e coloquei o casaco pra esconder a blusa também suja e fui até que feliz pro mercado. Ativar modo de fingimento. Comprei tudo que os garotos pediram e voltei cantarolando pro estúdio. Com uma das mãos desocupadas, decidi brincar com meu isqueiro, mas ao passar a mão pelo bolso notei que ele não estava lá.

–Droga – tinha perdido meu isqueiro preferido. Na verdade era meu único isqueiro... Detalhes, detalhes.

Cheguei no estúdio carregando duas sacolas pesadas. Os garotos vieram correndo me ajudar assim que me viram. Harry veio por ultimo com cara séria e me analisou de cima a baixo.

–Que aconteceu com seu rosto? – ele perguntou. “Levei um tapa na cara” pensei, mas dei uma desculpa.

–Ahn, nada eu acho que é frio. – falei arrumando o cabelo com a mão.

–E com sua mão? – ele perguntou chegando perto pra analisar minha mão ralada.

–Eu cai. – falei rápido – Cai e machuquei a mão. Só isso Harry – peguei a mão dele – Vem, vamos comer antes que Niall devore tudo.

Ele me olhou com uma cara desconfiada, mas eu o puxei com mais força praticamente o arrastando pra vir comigo. Os garotos tinham sentado no meio do palco pra comer. Harry me ajudou a subir e me sentei ali com eles, ao lado de Liam que me analisou assim como Harry.

–O que aconteceu com...

–Caí – interrompi Liam que deu de ombros.

Harry pegou um saco de batatas para dividirmos. Acontece que quando o saco começou a acabar nos comportamos como crianças mal educadas, numa briga que acabou em guerra de batatinhas chips. Ficamos uma hora brincando assim, e eu parecia alegre de verdade, mas a ameaça da Anna não saia da minha cabeça “ainda não acabou” ela tinha dito. O que não acabou? Ela ia se vingar, isso eu sabia, e estava com um péssimo pressentimento que faria isso afetando aquilo que é importante pra mim, ou seja, os meninos.

–Ah, me dá essa batata – pedi pra Harry que comia a maior batata do saco.

–Não. – ele falou rindo.

–Awn, mas eu tenho que alimentar meu Niall interior – choraminguei e Niall me olhou espantando. – Li na internet.

–Ok – Niall falou se concentrando em seu bacon e me esquecendo.

–Hm – falei me espreguiçando e tirando o casaco.

–Por que você está suja? – Harry perguntou olhando pra minha blusa.

–Porque cai, porra – respondi irritada e ele riu da minha cara.

–Vamos garotos? Temos muito que fazer ainda! – Simon apareceu andando afobado e falando no celular. Ele aparentemente estava sempre ocupado –Andem logo que é mais ensaio! Andem, andem!

Os garotos suspiraram e se levantaram. Ajudei eles a catar o resto da comida e fui me sentar no meu canto. Olhei no relógio depois de muito tempo e vi que eram quase cinco horas. O tempo estava voando e agora eles estavam acertando uns acordes de guitarra para que ficassem mais agudos e com uma evolução maior no meio da musica. Apesar de ser louca por piano e poder ouvir sobre notas dele por horas, para guitarras e afins não tenho saco. A verdade é que eu toco guitarra também além de piano e violino, mas eu so aprendi por pura insistência de Kelly, que era louca pela música Sweet Child O’ Mine e queria por que queria que eu aprendesse o solo daquela música pra ela ficar cantando. No fim, até que curti a guitarra, mas ainda sou apaixonada pelo piano e nada interfere nisso. A sensação de tocar uma guitarra é sensacional, mas a de tocar um piano é surreal. Sentiu a diferença? Pois é. Acabei me deitando no chão, fazendo uma enorme força para não adormecer.

–Oi – abri os olhos e Louis estava com a cara bem em cima da minha.

–Oi – falei sentando de novo.

–Achei que tava dormindo – ele comentou se sentando do meu lado.

–Ah, eu devia estar. – dei de ombros e vi que já eram quase sete – Vamos embora?

Ele riu.

–Não estamos nem perto de terminar ainda. Se segura ai e fica calma. Às vezes acabamos dormindo no estúdio. É capaz de demorar mais umas sete, oito horas até estar tudo pronto, então eu achei melhor te informar isso antes que tenha um ataque – ele falou rindo.

–Ah, que lindo – falei tentando me levantar, cansada e morrendo de sono – Isso é muito cansativo, eu não agüento mais ouvir a voz de vocês.

–Ah, que meiga. – Harry falou aparecendo atrás de mim – Sinto muito que nossa voz seja tão irritante assim. Tá com sono?

–Não, Harry. Eu sempre pareço um zumbi mesmo, é super normal – falei sarcástica e ele riu.

–Por que não conversa com o Josh? Ele está lá na sala de entrada. Já ta tudo fechado. Lá tem sofá e uma teve, então você pode descansar. Isso aqui vai demorar – ele falou rindo.

–Quem é Josh? – perguntei confusa. Nunca tinha ouvido esse nome, eu acho.

–Josh Devine oras – ele respondeu como se fosse obvio e Louis riu da minha cara. Dei um soco nele.

–Nunca ouvi falar – falei bocejando.

–Vem, vou te apresentar ele – Harry falou me puxando.

Fomos entrando em um corredor meio escuro e Harry continuava me arrastando.

–Tá né. Eu não tenho vontade própria mesmo.

–Hm, mané – ele comentou me arrastando e rindo. Ele me olhou bem – Hm, sua blusa ta muito suja.

–Eu cai porra – reclamei de novo e ele riu.

–Você tem que vestir uma coisa limpa. Ficar apresentável sabe? – ele falou e eu mostrei a língua pra ele – Manhosa.

Harry tirou a blusa branca que estava usando debaixo de uma blusa xadrez e me entregou.

–Uau. Sério? – perguntei quando ele me deu a blusa branca. – Obrigada, mas coloca logo outra blusa antes que eu passe mal, vai.

–Hm, gracinha. Anda troca logo, não tem ninguém aqui. – ele falou colocando a blusa xadrez e abotoando de novo.

–Que? – falei incrédula fazendo ele rir – Nem pensar. Onde é o banheiro feminino?

–Troca logo Ally. Já te vi muito pior – dei um soco nele – Ai.

–Idiota. Fica de costas então – falei e ele se virou rindo. –Se você olhar, eu te mato.

Tentei ser o mais rápida possível tirando a blusa e colocando a outra, mas tenho certeza de que ele olhou.

–Idiota – taquei minha outra blusa nele.

–Own, ela é meiga.

–Own, ela vai te bater.

–Own, vamos logo? – Harry falou voltando a me arrastar.

–Claro.