Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

Liam Payne

–VAMOS LOGO LIAM – Simon falou me puxando. O “teto” de luzes tinha caído bem em cima de Harry. Eu tentava parar o fluxo de lagrimas quando ouvi as sirenes. Bombeiros, graças a deus, bombeiros! Puxei Zayn e Niall mais rápido e senti o ar puro invadir meus pulmões assim que Simon abriu a porta. Acho que Zayn, Niall, Josh e Louis não ficariam nem um pouco felizes por terem sido arrastados pelo chão. Todos estavam pretos de cinzas, inclusive eu e Simon. Tossindo muito me joguei na calçada gelada, encostando o rosto no chão frio, ainda tossindo um pouco. Senti mãos me pegarem e me puxarem para uma superfície dura. Devia ser a ambulância. Colocaram uma mascara em meu rosto e em poucos minutos eu já respirava normalmente e recuperava minha plena consciência tentando avisar desesperadamente os bombeiros de que havia mais duas pessoas e um cachorro lá dentro.

–Senhor, tente ficar parado – a paramédica pediu pela milésima vez, mas eu tirei a mascara.

–Tem mais gente lá dentro – falei rouco pros bombeiros. Não tenho certeza se eles ouviram. Estavam tacando água no estúdio com aquelas mangueiras gigantes e alguns já entravam lá dentro. Tentava enxergar alguma coisa, mas a paramédica me empurrava e me fazia ficar totalmente deitado na maca. Ela colocou um saco de gelo na minha cabeça – Ai!

–Pro seu bem – ela disse com uma voz enjoativa. Revirei os olhos. Simon estava desmaiado em uma maca, também com a mascara para ajudar a respirar. Também, é velho né, coitado. Josh, Louis, Niall e Zayn eu não tinha idéia de onde estavam. Mas o que mais me preocupava no momento era a ausência de Harry, Ally e Hachi.Eles estavam lá dentro. Ouvi os bombeiros berrarem alguma coisa e ouvi “dois corpos lá dentro, pode trazer os sacos”. CORPOS? CORPOS? COMO ASSIM CORPOS? E TRAZER OS SACOS? COMO ASSIM? NÃO, ELES NÃO ESTAVAM MORTOS, NÃO PODIAM ESTAR MORTOS!

Esperei a paramédica nojenta sair de perto de mim e pulei da ambulância. O lugar já estava cercada de fãs, que quando me viram, foram a loucura. Algumas delas choravam e outras eram grosseiras ; sabiam que a Ally estava ali e traziam cartazes com os seguintes dizeres : “espero que essa vadia tinha morrido” “morra queimada, queridinha”“queime, queime, coisa feia, queime” e outros que eu nem tenho coragem de comentar. Era a primeira vez que eu não sentia vontade de falar com as minhas fãs. Isso raramente acontece. Consegui localizar os garotos e fui atrás dele. A paramédica chata apareceu no meu caminho e eu tive que me desviar dela umas quinhentas vezes. Eu estava preocupado com Harry e Ally também. Eu teria que ir ver se aquilo era verdade; mas e se fosse? O que eu faria?

–Liam – Niall falou rouco. Ele estava todo coberto de cinzas, inclusive seus cabelos que pareciam negros agora. Ele tinha um braço enfaixado, mas parecia bem. Ele tirou a mascara de ar e sorriu quando me viu – Cara, essa foi horrível – ele falou tossindo – Em alguns momentos achei mesmo que ia morrer. Louis e Zayn ainda estão dormindo, mas Josh – ele apontou pra Josh que ainda estava de olhos fechados, mas acenou com a mão pra mim – está acordado também. E curioso como eu. O que aconteceu Liam? Como esse fogo começou? A propósito, onde estão Ally e Harry? Estão na outra ambulância?

Niall perguntou tudo isso com os olhos brilhando. Ally e Harry. Josh abriu os olhos esperando a resposta também.

–Não. Vou procurar eles. Sabe como são – falei com a voz rouca – É bem provável que depois de ficar bem tenham ido brincar por ai.

Eles falaram mais alguma coisa, mas eu ignorei e fui em direção a porta do estúdio e quase tive um ataque do coração. Ally e Harry estavam sendo retirados. Estavam cheio de cinzas como todos nós, mas pareciam parados demais. Os bombeiros os colocaram em macas e levaram os dois para ambulâncias separadas. As fãs berraram quando viram eles dois sendo retirados, e algumas tentaram tacar coisas em Ally. Foi difícil decidir, mas eu segui Harry primeiro. Vi ele na ambulância. Não tinha queimaduras, o que parece quase um milagre, e já com o respirador ameaçava abrir os olhos. Tossiu um pouco, mas parecia bem. Certo, agora vou ver a Ally. Ouvi os paramédicos murmurarem alguma coisa sobre o quadro dela, mas se calaram assim que me aproximei e foram conversar longe de mim. Ouvi as palavras “fatal” e “morte“. Olhei Ally com o respirador e um monte de aparelhos eletrônicos ali da ambulância estavam ligados em seu braço. Estava cheia de agulhas espalhadas pelo braço dela. Não devia ser algo muito confortável. Vi que ela também estava tomando soro. Olhei para seu peito que se movia acelerado e as vezes falhava, como se ela estivesse tendo uma parada cardíaca. Chegava a ser assustador. Um dos paramédicos voltou e pediu que eu me afastasse.Confirmei com a cabeça e ele avisou o hospital para o qual ela seria levada e a ala onde estaria. A ambulância saiu com as sirenes piscando, sendo vaiada pelas fãs. Algumas se jogaram na frente da ambulância impedindo seu avanço. Ally era um caso de emergência, caso não fosse atendida logo poderia até morrer e elas sabiam disso. Nunca vi atitude mais ridícula. Fiquei com vontade de...Nem vou dizer porque me senti mais ridículo que elas ao pensar isso. Vi um certo tumulto na ambulância de Styles e a voz de alguem gritando xingamentos em Frances. Harry estava acordado. Fui até ele.

–Hey, Harry, fica calmo – falei fazendo ele se deitar novamente. O cara tinha acabado de ser tirado de um estúdio em chamas depois de ter sido esmagado por umas quinhentas luzes e respirando fumaça tóxica, mas parecia louco pra levantar. – Deita de novo.

–Liam – ele falou e tentou me abraçar, mas eu empurrei ele pra cama improvisada ali na ambulância de novo – Viu a Ally por ai?

–Caramba Styles, você quase morreu. Pode se preocupar um pouco com você um mínimo segundo sua anta? – perguntei irritado.

–Ela não me abandonou Liam – Harry falou com os olhos brilhando. Olhei confuso pra ele.

–Como assim?

–Eu...Eu disse que não agüentava continuar e mandei ela ir embora, mas ela não foi. Ela ficou, ela ficou do meu lado. Ela ficou ali! – ele falou com os olhos parecendo esmeraldas.

–Bom pra você – falei dando um tapinha na cabeça dele que riu – Agora se controla ai e deixa cuidarem de você.

A paramédica me agradeceu com um sorriso, mas Harry não queria ser contido.

–Onde está a Ally, Liam?

Eu não tinha certeza se Ally estava bem, mas pelo que eu ouvi ela provavelmente não estava. Ela podia até estar morta agora. NÃO LIAM, NÃO PENSA NISSO. Harry me olhou com uma cara assustada.

–Liam, que cara é essa? Me conta logo! Onde é que ela está? – ele perguntou tentando se levantar. Olhei pros lados esperando que a resposta viesse voando em minha direção.

–Ahn, ela foi pro hospital – falei tímido e Harry se levantou imediatamente. A paramédica tentou sem sucesso mante-lo deitado.

–Vai se matar assim! – falei empurrando ele de volta pra cama. – Idiota.

–Eu vou atrás dela – ele falou tentando se levantar, mas eu o empurrei novamente com força e ele ficou deitado me encarando.

–Fica ai, eu vou atrás dela.

Ele me olhou nervoso, mas por fim confirmou com a cabeça e colocou a mascara de ar de novo;

Certo, antes um bom banho né. Encontrei Simon já de pé conversando com os bombeiros.

–Está tudo seguro, vou entrar – Simon me informou. – Quero ver o que foi que começou esse maldito incêndio.

–Pode ter sido qualquer coisa – o bombeiro falou – Um cabo que se molhou, ou até quem sabe um abajur. Ou uma vela. Tudo pode ter começado isso.

–Tem certeza de que foi acidental? – Simon perguntou erguendo as sombracelhas.

–Não teve nenhum agente acelerador – o bombeiro constatou – Vocês teriam torrado umas mil vezes mais rápido, já seriam pedaços de carbono a esse momento.

–É, que bom – Simon disse abanando o paletó. Ele estava totalmente sujo –Então, como estão os outros?

–Estão bem – dei de ombros – Quero entrar também.

–Senhor – um bombeiro chamou o que estava conversando com a gente – Achamos esse cachorro.

Hachi! Estendi as mãos pra pegar Hachi e ele me entregou a bolinha de pelos que ainda tremia e choramingava.

–Oi Hachi – falei fazendo carinho na cabeça dele que latiu. – É, ta tudo bem.

Simon revirou os olhos e seguiu o bombeiro entrando no estúdio. Pedi para uma paramédica cuidar de Hachi e fui atrás dele. O estúdio estava totalmente destruído. Não dava pra salvar absolutamente nada. Deu um certo aperto no coração ver essa cena, e vi os olhos de Simon vagarem nervosos pelo local. O One Direction. O que seria da nossa banda agora? Acho que era isso que Simon estava pensando. Custaria muito dinheiro consertar tudo isso, e até conseguirmos ficaríamos tendo que “emprestar” outro estúdio, isso sem falar que se fizéssemos isso, teríamos hora pra usar, isso se conseguíssemos achar pessoas que não são tão ocupadas e tem um mínimo tempo pra deixar uma banda ensaiar e gravar em seu estúdio. As musicas! Nossas musicas, nossos começos, nossos fins! Tudo foi consumido pelas chamas. Simon foi andando em direção à parte dedicada a gravação, mas algo me atraiu para a sala de entrada. Estava bem escuro, mas eu conseguia enxergar. Eu estava com aquele mal pressentimento.

–Ai – tropecei e cai no chão molhado. Olhei para o pé pra ver o que tinha causado minha queda, e ali estava brilhando, o isqueiro de Ally.