Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

Harry Styles

A casa de Zayn era legal. Eu tinha um quarto só meu, mas preferia mil vezes continuar dormindo ao lado dela igual tinha sido nos últimos dias. Os garotos pareciam tão certos em relação a isso que eu me sentia tímido de começar a comentar que eu não acreditava, talvez quando todos estivessem bem aconchegados eu pudesse começar a preparar o terreno. Sentamos todos juntos na sala analisando os pequenos machucados e queimaduras um do outro. É, não tínhamos nada pra fazer. Liam tinha comprado alguns sanduíches, mas até o momento so Niall tinha comido. Não resisti e deitei no sofá. A casa de Zayn era muito...Zayn. Tinha espelhos nos corredores, nas portas, até no chão. Ou seja, pra onde quer que voce olhasse, de algum ângulo, conseguiria se ver. E também cheirava levemente a perfume de Zayn. Zayn muda de perfumes muito, então não tem um especifico, mas era um cheiro bom de desodorante junto com perfume, não incomodava, mas eu ainda preferia o aroma de Ally. Tudo era Ally. Zayn anunciou que ia comer também e Niall se levantou pra ir comer seu segundo sanduíche junto com Zayn. Fiquei olhando Louis que estava mexendo em seu Iphone e nem sequer dava atenção pra mim. Certo, Ally não era pirada em tecnologia e sempre me dava chamegos. Mas que porra, eu não consigo parar de associar tudo em Ally.

–Hey – Josh chegou segurando uma caixa, não muito maior que uma caixa de sapatos para bebes. Os garotos olharam a caixa desconfiados. Não entendi.

–Onde você estava? – perguntei e ele ficou aparentemente desconsertado.

–Hm, com a Ally. – ele deu de ombros por fim – E ela mandou umas coisas pra vocês.

–Não esquecemos nada lá – Liam falou depressa, mas Josh negou com a cabeça.

–Sou apenas o mensageiro. – Josh disse balançando a cabeça e abriu a caixa tirando primeiro uma caixinha prateada que me entregou. Ali tinha um bilhete , pequeno e escrito a mão com um letra angelical que dizia “encontre sua garota especial”. Abri a caixinha e dali caiu o anel que eu tinha dado pra ela. Peguei ele com as mãos tremendo. Ela estava me devolvendo? Algumas lágrimas escaparam sem querer, mas eu sequei elas na mesma velocidade e os meninos fingiram que não viram nada. Olhei dentro da caixa pra ver se tinha mais alguma coisa. Tinha algumas fotografias ali. Éramos todos nos juntos, mas Ally ou tinha cortado o rosto ou tinha pintado ele de preto dizendo “desculpe” no verso. Josh tirou umas folhas que eram com certeza partituras e outras que eram letras de música. Ele suspirou.

–Ela queria muito que eu entregasse isso pra vocês. – Josh falou e todos se juntaram mais para perto para olhar. – É uma letra de uma música. Para o One Direction.

–Essas partituras são para o que? – Niall perguntou apontando.

–Violão – Josh falou – Ela sabia que vocês não são super pianistas, exceto Louis, então mudou as partituras para o violão. E a letra. Está totalmente personalizado para o One Direction.

–Through the Tress? – perguntei lendo o nome da música logo acima da letra.

–Não era aquela musica que ela escrevia há anos e nunca conseguiu terminar? – Louis perguntou pegando uma folha da mão de Josh.

–Essa mesma – Josh confirmou.

–Vamos cantar – Liam falou animado.

–Apesar de tudo, ela merece meus parabéns, essa musica é realmente incrível. Olhe a acústica, vai ficar perfeita – Niall falou já pegando o violão e improvisando as notas. Os garotos se juntaram a ele e me deixaram ali sozinho encarando Josh. Prestei atenção na letra. As palavras pareciam me socar e me bater, deixando bem obvio que partes da música foram compostas em minha homenagem.

–Tem mais? – perguntei para Josh.

Ele me olhou sério e depois tirou um envelope branco. Fui abrir, mas ele tirou da minha mão.

–Não aqui, não agora. Depois. – senti algo solido dentro do envelope, como um CD, mas não abri como Josh falou. Guardei no bolso do casaco, bem escondido, quando os garotos se reuniram a minha volta e começaram a cantar.

–Através das arvores, eu vou encontrá-la – cantei e de repente isso fez um sentido imenso. Um parque. Arvores. Através delas. – Tenho que sair, bem rápido.

Peguei o laptop e sai ignorando os protestos de Louis e de Liam, que diziam que eu começaria a desmontar, membro por membro, até cair aos pedaços no chão. Dei de ombros e bati a porta ouvindo os protestos de Zayn. Foda-se também. Peguei o cenouramovel, Louis não se importaria, e fui em direção ao único parque que Ally conhecia. Era o mais provável. Ele tinha uma espécie de floresta ali, bem grande, com arvores altas que criavam sombras medonhas. Era o esconderijo perfeito.

Cheguei ao parque. Não tinha muita gente ali, mas tirei foto com algumas fãs que surgiram ali do nada e depois disfarcei para entrar na floresta pela pequena trilha. As sombras das arvores eram gigantescas e eu entrei passando meus olhos entre as arvores, procurando alguma coisa. Nem sei o que estava procurando, mas tudo bem. Fui me afastando um pouco da trilha, e agora tinha certeza que ninguém mais poderia me ver. Avistei uma pedra, grande o suficiente para que alguém sentasse nela e foi ali que me acomodei. Abri o laptop devagar e deixei ele apoiado no colo, então peguei a carta com as mãos tremulas. Hora da verdade. Será que eu tinha interpretado tudo corretamente? Será mesmo que ela queria que eu viesse para cá? Mas e se fosse somente uma letra de música, sem sentido? Prefiro confiar no meu instinto. Ally era misteriosa, e seria bastante a cara dela fazer isso. Abri o envelope e como eu desconfiava ali tinha um CD e um pequeno pedaço de papel. Coloquei o CD no laptop e esperei, com a certeza de as vezes ouvir passos na imensidão da floresta. A tela começou a clarear e apareceu uma foto minha e de Ally brincando na sorveteria, com a música Through The Tress, na voz dela, tocando atrás. A foto mudou, e depois mudou de novo. Até que, pouco antes do refrão, a tela escureceu e uma pergunta escrita com a letra dela apareceu ali : “Me concede essa ultima dança?”

Ergui os olhos e ali estava ela, debaixo do único feixe de luz que tinha ali, parecendo um anjo. Ela me estendia um ramo de flores roxas, não sei o nome, e me convidava com um largo sorriso. Me levantei e tentei dar um abraço nela, que recuou. Ela me estendeu a mão e colocou no meu pescoço. Entendi o gesto e passei as mãos pela sua cintura, levantando ela por alguns segundos do chão. Ally dançava como uma diva, eu não tenho a menor idéia de como estava dançando. Queria dizer alguma coisa pra ela, mas estava hipnotizado pelos seus olhos cinzas tempestuosos que estavam brilhando. A música estava quase no final, mas nos continuávamos dançando. Eu não entendia isso direito, mas parecia o momento perfeito demais para que eu pudesse estragar. A música acabou, mas continuamos nos balançando de um lado para o outro. Qualquer contato físico com ela parecia que seria o ultimo e eu tentava aproveitar esse instante e forçava a mente para lembrar dos detalhes para sempre. Ela deu um sorriso triste e se aproximou de mim e me beijou. Não foi exatamente um beijo. Nossos lábios só se tocaram, mas eu me arrepie. Senti ela se afastar, mas demorei um segundo para abrir os olhos, e quando dei por mim ela não estava mais ali. Será que tinha sido uma alucinação? Eu não tinha certeza, talvez eu tivesse batido a cabeça com força quando cai da cadeira de rodas, OU QUANDO O LOUIS ME EMPURROU ESCADA ABAIXO. Tropecei em alguma coisa e quase cai. Olhei para o chão e peguei ali o ramo de flores roxas. O que estava com ela. Não tinha sido uma alucinação. Não mesmo. Fui ler o bilhete. “Não volte a me procurar. Eu sinto muito. Eu fui a verdadeira culpada pelo incêndio. Desculpe. Mas eu vou te amar até o resto da minha vida, Harry Styles, nunca duvide disso. Mas foi um erro te envolver tanto assim. Eu te amo” E foi ai que me mundo desabou.