Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

Harry Styles

Eu nem acreditava. Era ela. Ela realmente estava ali. Parecia um pouco diferente. Mas era impossível, mal ficamos um dia suficientemente afastados um do outro e ela parecia alguns quilos mais magras. Ela não sorriu quando nos viu. Pelo contrario ; ficou horrorizada e tentou bater a porta na nossa cara. Enfiei o pé no vão da porta antes que ela se fechasse.

–Vão embora – ela disse colocando toda sua força contra a porta, mas ainda assim inútil. Louis me ajudou a empurrar a porta e ela caiu deitada no sofá me olhando nervosa. Ela se sentou e me fuzilou com o olhar – Caroline Flack tava em outra esquina hoje?

–Ally – tentei abraçar ela, mas ela se desviou.

–Por que veio atrás de mim?

–Porque eu te amo – respondi e puxei ela para um beijo. Um beijo que no inicio ela recusou e tentou me afastar, mas depois se soltou.

–O maior poder é o de ceder – ela disse no meu ouvido e me abraçou com força. Ally estava de volta.

–Sentimos muito – Louis falou e puxou ela de mim para um abraço ainda mais apertado.

–Muito mesmo – disse Niall deixando ela vermelha de tanto apertar.

–Erramos feio – Zayn disse quase tirando ela do chão com um abraço sufocante. Ally soltou Zayn e ergueu as sombracelhas pra Liam.

–Acho que de todos eu sou o mais culpado. E eu sei que talvez você não queria me perdoar, mas... – Ally pulou em cima dele para um abraço épico e os dois ficaram meia hora pedindo desculpas um para o outro e se balançando para todos os lados. Foi uma cena bonitinha, mas eu não gostei. Sou ciumento, me julgue sociedade.

–Vem cá – puxei ela para um abraço enquanto beijava o topo de sua cabeça.Sentamos juntos no sofá – Nunca mais faz isso.

–Isso o que?

–Mentir desse jeito pra mim. – falei tocando de leve em seus lábios e segurando seu rosto firmemente em minhas mãos, fazendo com que ela olhasse diretamente pra mim – Eu te amo muito minha rainha. Nunca mais faz isso comigo.

Ela olhou pra baixo triste e depois pegou minha mão nas delas (tão pequenas perto das minhas) e beijou as ponta do meus dedos, me puxando pro colo dela no sofá. Os garotos começaram a assoviar e tentar deixar a casa de fininho, mas eram completos desastrados e Niall tinha parado a fuga para comer. Ally puxou meu rosto e colou nossos lábios. Gemi baixinho enquanto a beijava. Era muito bom ter ela em meus braços novamente. Ouvi o barulho da porta abrindo e quase dei um pulo pra fora do sofá quando Louis soltou um berro, juntamente com a mãe de Ally. Amanda tirou uma frigideira de dentro da bolsa e começou a bater desesperadamente na cabeça de Louis que saiu correndo pra se esconder.

–MAMÃE! – Ally berrou interrompendo os gritos contínuos de “ladrão, ladrão, onde esta minha filha?” da mãe dela – EU to aqui. Ele é meu amigo.

Ela começou a rir loucamente e ficou vermelha. Depois avisou que ia para o carro pegar algo que tinha esquecido e puxou Kelly, devia ser Kelly, totalmente vermelha junto com ela enquanto nos riamos. Louis ficou embaixo do sofá. Agora entendi porque mulheres usam bolsas grandes. É pra carregar frigideiras. Como nunca pensei nisso antes? Sou um burro.

–Foi mal Lou – Ally falou sinceramente e ele bufou debaixo do sofá.

–Não vou sair daqui.

–Você é quem sabe. – ela deu de ombros. Era bom ver isso.

–Por que sua mãe carrega uma frigideira na bolsa? – Liam perguntou ainda de olhos arregalados.

–Ela não curte spray de pimenta – Ally disse indiferente – Então ela usa pra bater em supostos ladrões. É eficiente, não acha Lou?

–Engraçadinha – ele falou levantando o dedo do meio.

Olhei sugestivamente pra Liam que puxou Louis pelo cangote e o arrastou lá pra fora junto com Niall e Zayn.

–Aonde vão? – Ally perguntou confusa. Lerda.

–Ahn, respirar. – Liam disse e eles saíram pela porta. Sei lá o que fariam. Também nem importava. O importante era que nos deixassem sozinhos.

–Nunca pensei que fosse assim tão fácil – falei beijando o pescoço dela.

–O que tão fácil? – ela perguntou sorrindo de leve e passando as mãos nos meus cabelos.

–Você me desculpar – falei e ela baixou a cabeça.

–Não podemos viver só com ódio né?

–Você ta doente? – perguntei saindo do colo dela e colocando ela no meu. – Te ouvi meio que gritando aquele dia.

Ela me abraçou e colocou o rosto na curva do meu pescoço.

–Não – ela falou rouca – Eu tava com ressaca. Só isso – por que eu tinha a impressão de que não era verdade?

–Tem certeza?

–Tenho. – ela falou e eu percebi que estava começando a ficar nervosa. Decidi não insistir no assunto.

–Tudo bem? – perguntei e ela riu.

–Tudo.

–A propósito, odiei aquele cara.

– E eu odeio a Flack. Estamos quites Styles.

[...]

–E a Ally foi o bebe mais gordo do mundo. Adorava soltar puns na banheira quando estava tomando banho. – disse Amanda, nos fazendo rir.

–Mamãe! – Ally falou vermelha até a raiz dos cabelos.

–É a verdade oras – ela disse encolhendo os ombros.

–Eu sei, mas a verdade a gente não conta pros outros. – Ally falou rindo ainda vermelha. Ficava tão linda assim.

–Mamãe sempre fala mal da gente pras visitas – Kelly comentou e riu.

Tínhamos nos dado muito bem com a família da Ally. Eram muito engraçadas. Já era de madrugada, mas amanhã era sábado então isso não era muito importante. Estávamos conversando há horas, dando muitas gargalhadas, exceto Ally, que a cada historia ficava ainda mais vermelha e escondia mais o rosto. Estávamos todos sentados na sala comendo salgadinhos. Saudável? Eram salgadinhos de cenoura. Posso dizer que Louis adorou.

–Vocês viveram nessa casa a vida inteira? – Niall perguntou.

–Aham. Herdei a herança um pouco antes das meninas nascerem. Elas cresceram nessa casa. – Amanda respondeu dando de ombros.

–Uau, isso é o paraíso – disse Louis olhando pela janela da sala que dava vista para o mar que brilhava com a luz da lua – A vida de vocês deve ter sido maravilhosa.

–A vida de ninguém é maravilhosa sem um pai – Ally falou fria e todos ficaram em silencio por alguns segundos desconfortáveis. Acariciei o rosto dela e Ally riu.

–Tanto faz – ela deu de ombros – Minha mãe foi um pai também.

–Fui um ótimo pai. – Amanda comentou e todos rimos e voltamos a conversar normalmente, envergonhando Ally falando do apartamento que dividimos por um tempo e de como o quarto dela era bagunçado.

–São retardados – Ally reclamou se deitando em mim – Bate neles Harry.

–Deixa eles. São idiotas assim mesmo – falei e ela me deu um selinho enquanto todos desviavam o olhar.

–Esse salgadinho é muito bom – Louis comentou comendo do saco de Niall que o encarou bravo.

Senti alguma coisa vibrar perto da minha perna e peguei um retângulo rosa dali.

–Meu celular – Ally falou tirando ele da minha mão e colocando o aparelho no ouvido – Oi.

Ela se levantou e saiu do meu colo indo em direção a varanda.

–Aonde vai? – Amanda perguntou.

–Falar no telefone com privacidade ué – ela respondeu revirando os olhos – Ah não foi com você. Aham. Aham. – e fechou a porta, então não consegui ouvir mais nada.

–Quem era? – a mãe dela perguntou desconfiada.

–Não deu pra ver – respondi simplesmente.

–AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH – Ally entrou berrando e pulou com tudo em cima de mim gargalhando feito louca.

–Qual seu problema? – Kelly perguntou com olhos arregalados e Ally riu.

–Adivinhem quem era. – ela provocou.

–Perrie?

–Josh?

–O carinha da balada? – esse fui eu desconfiado.

–Um peixe?

–Um et?

–Não – ela falou rindo – Não, ciumento, não dei meu telefone para nenhum peixe ou et. ERA MATTHEW! MATTHEW! ELE DISSE QUE ME ADOROU – ela falou com lágrimas nos olhos – E ELE VAI ME COLOCAR! ULTIMA APRESENTAÇÃO DA NOITE, MAS EU VOU ESTAR LÁ!

Todos sorrimos e comemoramos com ela. Sabíamos como era importante para Ally e como ela devia estar dando saltos de alegria por dentro. Ver minha rainha feliz era o melhor presente que eu poderia ter tido. Abracei ela com força e a rodei pela sala inteira. Assim que acabamos com a festa desordenada, todos se sentaram de novo e Ally se acomodou no meu colo.

–Acho que precisamos de um brinde – Amanda disse rindo.

–Com coca cola né, porque tem uma pirralha entre nós – Ally comentou sorrindo meigamente para Kelly que deu uma risada e revirou os olhos – Ok, podem deixar que eu pego.

Ally se levantou do meu colo me dando um selinho e foi para a cozinha que era bem próxima da sala.

–Mãe, voce mudou tudo aqui – ela disse da cozinha rindo – Não consigo achar os copos.

–Segunda prateleira burrinha – Kelly falou e Ally riu alto.

–Tá, achei.

Ally voltou equilibrando os copos e a garrafa de refrigerante nos braços. Ela começou a tossir, era um tosse alta, com catarro, parecia que estava doente... mas não parou. Não parava mais, sempre com aquele ronco ao fundo.

Ally se segurou na parede para não cair, derrubando a garrafa e os copos no chão. Endireitou o corpo e colocou as duas mãos na boca, tossindo novamente, e quando finalmente recuperou o fôlego parecia que estava respirando dentro d-água.

Ficou ofegante de novo e depois baixou as mãos escondendo o rosto. Durante o que pareceram os segundos mais longos da minha vida, fiquei petrificado, sentindo um medo súbito, o maior medo que já tinha sentido em toda a minha vida. Ela se levantou e eu vi.O rosto de Ally estava cheio de sangue; então ela caiu no chão e começou a tremer.