Fanfic: Swan Song | Tema: One Direction

Catheryne.

–Ok, né. Já conversamos bastante. Vamos embora né pai? – puxei o braço dele com força.

–Qual a pressa Catheryne? – ele perguntou rouco e eu revirei os olhos.

–Tenho que estudar – resmunguei, mas ele riu.

–Amanhã é sábado menina. Ninguém estuda no sábado – John falou.

–Desculpe, mas a conversa está por aqui – falei apontando pra mim e pro meu pai, e Alex deu uma sonora risada enquanto John encolhia os ombros.

–Só tentava ajudar... –John murmurou.

–Pois não tente, continuando pai, vem, vamos embora! – praticamente implorei, mas ele se negava.

–Não tem pressa alguma Catheryne. – meu pai deu de ombros e continuou sua conversa com John. E eu me resignei a ficar sentada em um canto do sofá mais distante possível dos três. Para minha surpresa, Alex veio se sentar ao meu lado.

–Ainda com esse casaco? – ele perguntou aparentemente irritado.

–Hm, é.

–Sabe que não gosto disso...

–Não precisa gostar. Ele é meu e eu quero usar, e vou usar – falei me levantando de súbito.

–Aonde vai?

–Pra casa. Tenho que estudar, já falei.

–E vai sozinha? – meu pai perguntou.

–Vou. Não tem problema. Estou acostumada a me virar, não é? Quantas vezes já não sai pra procurar você no meio da noite? Pois então!

–Mas sabe... – Alex disse se levantando e postando ao meu lado – Eu poderia ir com você. Afinal, amanhã é nosso dia juntos né? Eu já dormiria na sua casa, nem me incomodaria de acordar cedo.

Senti meu lábio tremer e dei um sorriso sem graça.

–Sabe o que é? Prefiro mesmo que vá amanhã. É que eu tenho lição de casa, bastante. Faço hoje à noite e amanhã não preciso te incomodar com isso né? – falei com a voz fina e ele pensou um pouco e depois concordou.

–Que horas apareço por lá então?

–Ahn, umas três da tarde? – sugeri e ele riu.

–Hm, não é muito tarde?

–Pra quem vai ficar o dia inteiro lá, nem é tanto assim – murmurei e ele concordou.

–Se é assim. Mas nada de gracinhas Catheryne. – ele me avisou e eu concordei.

–Ok, te vejo em casa pai – falei erguendo as sombracelhas.

Meu pai assentiu. Ok né. Ir pra casa agora sozinha é o que há.

John me deu um breve aceno que eu retribui. Sai pra noite fria, mas estava cansada e com fome pra ir andando nesse frio até minha casa. Ok, “qualquer coisa, ligue para o Harry” minha mente debochou de mim. Então ta. Liguei para Harry e nenhuma surpresa quando ninguém atendeu. Sem grana pro taxi e voltar a pé pra casa. Senti o vento balançar meus cabelos de um lado para o outro e dei uma rápida olhada para o céu, simplesmente pra constatar que estava tudo nublado. Ah, não! Isso não ia acontecer comigo! Não podia acontecer comigo e... Começou a chover. Certo, já estava muito longe pra voltar pra casa de Alex, então continuei com a chuva me encharcando.

–Lar doce lar – resmunguei assim que cheguei à porta. Senti o celular vibrar no bolso. Era Harry. Atendi – Fala.

–Cath? É você?

Pensei em várias cortadas geniais, mas resolvi ser um pouco menos imatura.

–É. Que foi?

–Bom, que foi eu que te pergunto né?! Você quem me ligou. E desculpe não ter atendido, é que eu não estava perto do celular na hora.

– Sem problemas – dei de ombros me livrando da bolsa molhada e tacando-a sobre o ombro.

–Mas então, o que aconteceu? Por que me ligou?

–Ah, eu ia pedir pra você me buscar...

–Estou indo!

–Mas, eu já voltei, então não precisa. Obrigada mesmo assim.

–Voltou nessa chuva? – ele perguntou incrédulo.

–Não Harry,voltei na outra que era mais simpática. – ironizei e ouvi a risada fraca dele do outro lado da linha.

–Voltou com quem?

–Comigo mesma, oras.

Silencio em que eu ouvia sua respiração.

–Você voltou sozinha?

–Acho que é isso que comigo mesma quer dizer – dei de ombros tirando o casaco pesado e espirrando algumas vezes. Que lindo, peguei um resfriado. Bom, isso podia ser bom. Talvez Alex nem se aproximasse de mim amanhã com medo de ser uma virose.

–Você está sozinha em casa?

–Acho que sim, a menos que tenha algum vilão especializado em pegar nerds escondido no armário da cozinha, eu estou sozinha mesmo. O que é bom. Acho que talvez meu pai passe a noite inteira fora! Sabe o que isso significa?

–Uma festa? – ele sugeriu e eu ri.

–Não. Significa tranqüilidade e eu finalmente dormir como uma... – pausa para o espirro – Dormir como... – outro espirro – dormir... – espirro – Dormir como uma pessoa normal sem preocupações.

–Você ta resfriada?

–Fiquei um bom tempo na chuva, né lindinho. Claro que estaria meio resfriada.

–Me acha lindinho? – tenho a impressão que ele sorriu ao perguntar isso.

–Que diferença faz? – perguntei segurando mais um espirro.

–Ahn, muita eu acho. Já que não tem ninguém ai, posso ir na sua casa?

–Mas é claro...que não né?! Sou uma garota com princípios – dei de ombros – E deixar um homem com quem não tenho nada dormir na minha casa quando não tem mais ninguém aqui, não é um deles.

Harry deu uma sonora risada.

–Ah, Cath, deixa vai – ele pediu, mas eu neguei.

–Não. Eu tenho que... – eu tremendo – Trocar a roupa molhada. Eu to morrendo de frio, dá pra imaginar. Então, tchau Harry. Nos falamos depois ok?

–Tchau Cath – ouvi-o suspirar e depois desliguei. Tirei a roupa encharcada e decidi tomar um banho quente. Fiquei refletindo um bom tempo, sai e coloquei meu pijama fofo e fui dormir. Revirei-me na cama até perceber que estava morrendo de fome.

–Assim não dá pra viver – resmunguei e desci abraçada no travesseiro. Meu pai ainda não tinha voltado. Ia dormir na casa de John, sabia! E graças também. Tinha algumas bolachas ali, e nada mais, o que me lembrava da minha séria necessidade de fazer compras. Subi de novo morrendo de preguiça, mas tropecei na escada – Ah não, não vou levantar não – resmunguei pra mim mesma e me aconcheguei num degrau pra dormir. Pelo menos tinha parado de chover e assim não teria goteiras.

–Sério que você dorme assim na escada? – ouvi a voz de Harry perguntar.