Fanfics Brasil - A Villa Challenges of Passion

Fanfic: Challenges of Passion | Tema: Harry Potter


Capítulo: A Villa

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CAPÍTULO UM


 


— POSSO AJUDAR... Você aqui? — a pergunta amável de Hermione foi interrompida por um ofegar e ela ficou imóvel no caminho, espantada, ao reconhecer facilmente o homem que saíra do carro próximo a ela.


Não.


Não Podia ser!


Este homem não poderia estar ali.


Hermione estava tomando sol ao lado da piscina quando viu o lindo Mercedes prateado e reluzente subindo a estrada sinuosa e estreita que levava unicamente a essa vila no sul da França. Já estava de pé e vestindo uma camiseta preta comprida por cima do biquíni quando ouviu o carro parar lá fora. Reprimindo um muxoxo por essa invasão, apressara-se até a entrada para avisar ao motorista que obviamente errara o caminho.


Porém nada — Nada! — poderia tê-la preparado para ver o homem que agora estava ao lado do carro com os óculos escuros sobre os cabelos loiros e sedosos e que, do outro lado do capô olhava-a com as pálpebras semicerradas.


Se Hermione estava surpresa ao vê-lo, ele também não parecia satisfeito com a presença da moça, a boca apertando-se severamente, enquanto levantava a mão para baixar o óculos sobre os olhos azuis acinzentados.


 


— Hermione Granger... — o homem a cumprimentou fazendo um gesto de cabeça pouco efusivo.


 


Hermione nem conseguia falar. Não conseguia sequer se mexer. Na verdade aquela situação lhe parecia completamente irreal.


 


— O gato comeu sua língua, Hermione? — ele a provocou com aquela fala rouca e arrastada que ela conhecia tão bem. — Ou talvez faça tanto tempo que nem se lembra mais de mim? — ele zombou.


Não se lembrar dele...?


Claro que lembrava!


Fazia oito anos que não botava os olhos nesse homem, mas qual mulher, sinceramente, que esquece o seu primeiro amante? Não, Hermione jamais esquecera completamente Draco Black Malfoy, ator conhecido no mundo inteiro e mais recentemente diretor de um ganhador de Oscar, Art of Lie.


Ele olhava Hermione friamente agora.


 


— Realmente, não tem nada a me dizer Hermione?


 


— Disse-lhe tudo o que era preciso na última vez que nos encontramos — ela respondeu com rispidez enquanto procurava desesperadamente entender porque Malfoy estava ali, naquela vila remota, nas colinas acima da cidade pitoresca de Grasse.


 


Draco fez uma careta ao se dirigir para a traseira do carro.


 


— Faz tanto tempo que já esqueci. — ele disse com a voz arrastada antes de abrir o porta-malas do carro e começar a tirar as bagagens que colocou no chão, ao seu lado.


 


Hermione só podia ficar ali, fitando o homem que uma vez ocupara o seu coração de adolescente, assim como a sua cama.


Agora mais velho, Draco estava ainda mais lindo do que oito anos atrás.  Alto, os cabelos loiros afastados do rosto aristocraticamente talhado, cuja pele clara herdada da mãe dava densidade aos olhos azuis acinzentados e hipnotizantes. O nariz reto e aquilino e os lábios curvados ficavam acima do queixo levemente quadrado com uma insinuação de covinha no centro, que todas as mulheres achavam tremendamente sexy. A camisa pólo preta e o jeans desbotado que ele vestia acentuavam a largura musculosa de seus ombros, a cintura mais afunilada, o abdome trabalhado e as coxas fortes acima das pernas compridíssimas.


Hermione sacudiu a cabeça. Tudo bem... Mas nada disso explicava o que ele estava fazendo ali tirando as bagagens da mala do carro.


— O que acha que está fazendo?


 


Ele se endireitou.


 


— Instalando-me é claro! Pegue uma das malas, sim, Hermione?  — ele pendurou uma sacola no ombro e pegou duas maletas, deixando apenas uma mochila no chão.


 


— Pegar uma...? Draco, você não pode... O que você quer dizer com está se instalando? — ela repetiu incrédula.


 


— Quero dizer exatamente o que disse.  — dando de ombros, encaminhou-se para ela.


 


Hermione instintivamente recuou um passo.


 


— Eu... Mas... Não pode!


 


— Porque não? — ele perguntou calmamente.


 


— Por que... Por que...


 


— Pare de balbuciar Hermione, e traga essa mala pra dentro — ele nem interrompeu os passos que calmamente o levavam para dentro da vila, para o refugio de Hermione, após meses, anos sem um único momento de paz. A paz que Draco Malfoy destruíra quando saiu daquele carro.


 


Ela correu para alcançá-lo e depois lutou para acompanhar os passos largos dele.


 


— Malfoy, o que está fazendo aqui?


 


— Eu poderia lhe perguntar o mesmo — ele replicou sem sequer olhar para ela. — Onde estão Gina e Harry?


 


— Não estão aqui. — ela respondeu.


 


Embora Hermione desejasse que estivessem, pois sua irmã e o marido talvez soubessem explicar o que Draco Malfoy fazia por ali na vila de férias deles!


 


— Não? — ele arqueou as sobrancelhas loiras — Foram passar o dia fora ou foram fazer compras nas redondezas?


 


— Nem um, nem outro — Hermione sacudiu a cabeça exasperada. — Draco! Quer parar e me explicar o que está acontecendo?  — sua voz elevou-se agitada quando ela parou frustrada apertando as mãos nos quadris bem feitos.


 


Draco colocou lentamente as malas dentro da vila antes de empurrar os óculos escuros para a testa novamente e olhar para Hermione, tentando se ajustar a presença dela.


 


Fazia oito anos desde que vira esta mulher.


Oito longos anos.


Foi um choque terrível dar de cara com ela novamente depois de todo esse tempo...


Um choque?


Droga, ele ainda estava abalado.


Se isso era possível, Hermione Granger estava ainda mais linda. Talvez um pouco magra demais, ele observou franzindo ligeiramente a testa. Aquelas curvas estavam muito esbeltas agora, mas seus cabelos castanhos continuavam compridos e as pernas ainda eram extremamente formosas sob a camiseta preta que lhe cobria as coxas. O rosto também emagrecera acentuando a curva delicada das maçãs altas sob os olhos cor de avelã e o nariz bem feito, mas os lábios continuavam polpudos como sempre, acima do queixo pontudo e teimoso sem contar as adoráveis sardinhas espalhadas no seu nariz atrevido.


Embora estivesse rubra de raiva no momento e os olhos castanhos parecendo prontos a lançar chamas. Isso a fazia se parecer mais ainda com a atriz famosa que era do que com a mulher pálida cuja foto estivera na primeira página dos jornais durante meses por ocasião de seu divórcio excessivamente público.


 


Isso não é de sua conta, Draco dissera a si mesmo severamente. Assim como a própria Hermione também já não era de sua conta.


 


— Então, onde estão Gina e Harry? — ele perguntou novamente. Tinha algumas coisas a dizer ao casal pelo fato de não o terem avisado de que Hermione estaria ali.


 


— Já disse, não estão aqui — Hermione repetiu emburrada.


 


Draco estreitou os olhos.


 


— Não mesmo?


 


Ela sacudiu a cabeça.


 


— O médico de Gina recomendou repouso absoluto durante as ultimas quatro semanas de gravidez. — Hermione falou como se não devesse explicação alguma a Draco.


 


Gina e Harry não estavam ali.


Apenas Hermione.


E nem Gina nem Harry tinham se dado ao trabalho de avisá-lo disso!


O que ele deveria...?


 


— Tio Draco, tio Draco!


 


Draco conseguiu voltar-se a tempo de segurar a figurinha de cabelos vermelhos flamejantes ao sol quando ela veio correndo da vila e se atirou nele.


Lily.


A filha de seis anos de Gina e Harry.


Se Hermione trouxera Lily com ela isso provavelmente significava que não estava com um amante... Provavelmente.


 


— Mamãe disse que você chegaria hoje! — Lily virou o rostinho excitado e radiante para Draco, enquanto ele a pegava no colo.


 


Para Hermione, só parte da informação de Lily parecia relevante.


 


— Gina sabia que você viria para cá?


 


— É Claro! — Draco confirmou acomodando Lily no braço e olhando para Hermione com os olhos cinzas cautelosos.


 


Hermione mal conseguia respirar. Mal conseguia pensar.


 


Depois das ultimas semanas e meses estressantes ela precisou se afastar desesperadamente de tudo por uns tempos e estar num lugar onde não fosse fotografada constantemente e por isso aceitou, com muito prazer, a sugestão de Gina quando ela disse que já que ela e Harry este ano não poderiam passar como de costume as férias no sul da França, então Hermione talvez quisesse usar a vila.


 


Tinha sido ideia da própria Hermione levar a sobrinha consigo, já que Gina grávida de oito meses enfrentava uma gravidez de risco.


 


Tudo correra bem até agora. Nenhum dos jornalistas que perseguiam Hermione tão obstinadamente durante os últimos dez meses tinha reconhecido a atriz Hermione Granger por trás dos óculos escuros e do boné de beisebol que escondia os compridos cabelos castanhos quando ela embarcou o carro no trem que a levaria pelo Eurotúnel até a França.


 


Tinha sido um percurso longo de carro, naturalmente, mas a vila no alto das colinas acima de Grasse fora uma surpresa agradável. Um grande prédio térreo rústico, mas com todo conforto possível, inclusive uma piscina enorme no terraço inferior e uma variedade de lojinhas na aldeia local que atendia a todas as suas necessidades.


E Lily se mostrava uma companheira adorável, tagarelando sem parar durante a viagem de carro.


Na verdade, a simplicidade de tudo proporcionara grande alívio para Hermione, após tantos anos sabendo exatamente o que estaria fazendo na semana seguinte, no mês seguinte, no ano seguinte!


Porém nunca, durante todos os planos de Hermione para vir à França, Gina havia sequer mencionado Draco Malfoy. Na verdade, Hermione nem sabia que a irmã e o cunhado continuavam amigos dele.


A castanha sacudiu a cabeça perplexa.


— Gina não me disse nada sobre a sua vinda.


— Se servir de consolo, ela também não me disse que você estaria aqui. — Draco replicou rispidamente.


— Não é consolo nenhum. — Hermione lhe assegurou impaciente.


— Talvez seja melhor continuarmos esta conversa mais tarde. — Draco interrompeu com um olhar significativo pra Lily.


— Acho realmente que devemos resolver essa situação agora, Draco!


— Sua opinião foi registrada Hermione. — ele reconheceu bruscamente.


Registrada e descartada. Hermione percebeu, indignada. Será que Draco sempre foi tão exasperante assim? Tão arrogantemente seguro de si que ignorava totalmente a vontade alheia?


Provavelmente. Hermione constatou. Oito anos atrás, ela era tão ingênua, tão encantada por ele, apaixonada demais para perceber.


Bem, agora não estava mais, e não o deixaria se impor.


— E obviamente ignorada. — replicou rispidamente. — Malfoy, não tenho a menor ideia do que combinou com Gina e Harry. — mas certamente descobriria quando telefonasse para a irmã agora mesmo. — Porém, como eles obviamente ainda estão na Inglaterra, você não pode esperar, de maneira alguma, seguir com seu plano de ficar aqui.


— E para onde sugere que eu vá?


Os olhos duros indicavam que era melhor ela não dar a resposta que realmente pretendia. Então, Hermione disse.


— Para um hotel, naturalmente.


— E realmente espera que eu consiga fazer isso na semana do Festival de Cinema de Cannes? — ele escarneceu.


— Hã... O Festival de Cinema de Cannes? — ela repetiu lentamente.


— É por isso que estou na França. — Draco explicou. — Art of Lie é candidato a vários prêmios. — o loiro deu de ombros. — Como diretor, esperam que eu apareça por lá.


O Festival de Cinema de Cannes... Hermione repreendeu-se mentalmente. Claro que o filme de Draco tinha sido indicado para um prêmio. Ganhara praticamente todos os Oscars no princípio do ano.


— Mas Cannes fica a quilômetros daqui. — ela insistiu.


— E daí?


— Tem de haver um hotel onde você possa ficar. Seria muito mais conveniente do que ficar aqui, tão longe. — Hermione raciocinou firmemente.


Draco apertou os lábios.


— É muita gentileza sua tentar reorganizar meus planos assim, Hermione. — ele replicou com sarcasmo. — Mas estou viajando há horas e não tenho a menor intenção de continuar discutindo isso antes de pelo menos dar uma nadada. O que acha princesa Lily, vamos dar um mergulho? — O loiro sorriu afetuosamente para a garotinha e ela guinchou de prazer.


— Parece que levei a melhor Hermione. — Draco disse em voz arrastada ao deixar Lily no chão. Ela imediatamente agarrou a mão dele e começou a puxá-lo para a piscina no terraço inferior.


— Mas...


— Levei a melhor. — Draco repetiu baixinho ao soltar a mão de Lily e começar a tirar a camisa polo, desnudando o peito e os ombros largos.


Hermione ficou com a boca seca e a respiração presa, incapaz de afastar os olhos de Draco enquanto ele tirava a camisa vagarosamente.


 


Oito anos atrás ela conhecia intimamente cada centímetro rijo, musculoso e lindo do corpo de Draco, desde aqueles ombros largos ao peito musculoso e o estômago cheio de gominhos, até as coxas fortes.


O tempo apenas tinha aperfeiçoado aquele corpo sem uma grama de carne supérflua no torso musculoso. Com os cabelos loiros caindo-lhe sensualmente sobre os ombros, Draco a olhava com olhos azuis desafiadores. Tinha todo o aspecto de um príncipe inglês, com aquele sorriso zombeteiro nos lábios esculpidos.


O canalha fizera tudo de propósito. Tinha deliberadamente...


— Draco! — ela ofegou quando a mão dele se moveu com deliberação lenta, abrindo o botão de cima do jeans e vagarosamente puxando o zíper.


Draco arqueou as sobrancelhas, escarnecendo dela.


— Algum problema, Hermione? — ele a provocou.


Um problema muito sério!


Oito anos atrás, os dois não tinham se separado como bons amigos. Na verdade, não se viram nem se falaram novamente naqueles anos todos.


Porém, apenas vê-lo agora deixava Hermione sem ar, o rosto ardente e ruborizado. Não, toda ela parecia ardente e ruborizada, e Hermione se viu incapaz de afastar os olhos daquele jeans aberto e do V profundo com pelos loiros que desapareciam pela abertura.


Ela umedeceu os lábios secos.


— Lily, você pode dar um pulo lá dentro e pegar limonada para tomarmos à beira da piscina? — ela tentou sorrir tranquilamente para a sobrinha, mas os músculos do rosto não pareciam funcionar muito bem


— Você não vai demorar, tio Draco? — Lily perguntou aniosamente.


— Dois minutos princesa Lily. — ele prometeu.


Lá estava novamente. Aquela sensação de que havia algo muito errado nessa situação.


E Hermione sabia exatamente o que era.


Tio Draco.


Princesa Lily.


Era óbvio, desde a chegada de Draco que Gina e Harry tinham preservado a amizade com ele, mas por quanto tempo Lily o conhecia para que a afeição entre eles fosse tão óbvia, e para que a garotinha o tratasse por tio?


E apesnas a família e os amigos íntimos a chamavam carinhosamente de Princesa Lily.


De fato, Hermione tinha passado os últimos oito anos da América, visitando pouco a família na Inglaterra, mas mesmo assim, achava que teria pelo menos uma ideia de que a irmã e o cunhado tivessem permanecido amigos tão íntimos de Draco esse tempo todo.


Draco praticamente via os pensamentos desagradáveis que passavam pela cabeça de Hermione. Sem dúvida, estava aborrecida com Gina e Harry por colocarem-na nessa situação.


Ele mesmo só podia imaginar o motivo das ações do outro casal. Gina e Harry jamais esconderam o fato de que lamentavam a separação entre ele e Hermione há oito anos atrás.


Que eles tinham “se separado”. Palavras tão simples para descrever o que fora uma catástrofe.


Seu último encontro consistiu numa conversa unilateral em que Hermione comunicava o fim do relacionamento entre eles e três dias depois houve o anúncio do noivado dela com Ronald Weasley.


Casamento esse que agora também havia chegado ao fim.


Porém Gina e Harry estavam muito enganados se achavam que esse pequeno fato faria alguma diferença no que Hermione e Draco sentiam um pelo outro. No entanto, a determinação óbvia dela em fazê-lo partir apenas fez Draco teimosamente se recusar.


— Limonada Hermione? — ele comentou fazendo uma careta. — Eu preferia uma taça de vinho no terraço, contemplando ao seu lado a vista do vale até a baía de Cannes.


Ela olhou para Draco furiosamente.


— Não vamos contemplar nada juntos Draco. — ela disso rispidamente. — Na verdade...


 — Já disse para deixarmos as explicações para depois, Hermione. — ele a advertiu energicamente. — No momento pretendo cair na piscina com Lily. —para provar isso ele deliberadamente acabou de baixar o zíper antes de puxar o jeans pelas coxas abaixo.


E observou os olhos de Hermione se arregalando cada vez mais quando ela percebeu sua intenção calando-se sem protesto ao ver que Draco usava uma sunga preta por baixo do Jeans, agora removido completamente.


Aquela momentânea falta de protesto, porém, havia revelado que Hermione não estava tão imune a ele como tentava mostrar. Draco observou pensativamente. Embora não restasse a menor dúvida ao ver Hermione endireitar os ombros com determinação renovada. Se provocada ela negaria isso veementemente.


 


Ela respirou fundo.


 


— Draco, quantas vezes vou ter que repetir? Você não vai ficar aqui.


— Claro que vou. — ele replicou calmamente. — Passaremos a tarde nadando com Lily, mais tarde podemos preparar o jantar juntos e depois, quando Lily estiver na cama nós podemos...


— Podemos o que Draco? — Hermione o interrompeu bruscamente. Os olhos castanhos brilhando numa advertência sombria enquanto sacudia a cavela exasperada, felizmente quase recuperada de ver Draco naquela sunga que evidenciava o seu corpo escultural.


E aquele corpo a deixava trêmula. Ah, se ela bem lembrava... E como lembrava! Só de ver aquele quadril poderoso e o tecido da sunga que delineava... Oh céus!


Hermione afinou a boca quando levantou os olhos e esbarrou no olhar azul zombador dele.


— Repito, Malfoy, que nós dois não vamos fazer nada juntos... Nem mais tarde quando Lily estiver na cama, nem em hora qualquer!


— Devo concluir com esse comentário que não está satisfeita em me ver novamente? — ele murmurou em voz grave.


Como ele havia se movido tão depressa? Hermione ficou ligeiramente  zonza, quando de repente, viu Draco ali, tão perto, que dava para ver até os poros do rosto. Tão perto que até sentia o calor do seu corpo e o cheiro másculo que era totalmente Draco: sabonete forte, loção pós barba leve e feromonios que agiam nos sentidos de uma mulher como uma droga. Em seus sentidos como uma...


Não!


Este homem tinha lhe partido o coração oito anos atrás. Não só partira — o canalha mulherengo o pisoteara.


Hermione ficou firme, recusando-se a ser intimidada pela proximidade seminua dele. Ele era alto, mas exatamente na medida para que os dois corpos se encaixassem de maneiras extraordinárias quando faziam... Oh!


Esta não era a hora de se lembrar daquela compatibilidade! O que devia lembrar era que, de todas as outras maneiras importantes, eles eram totalmente incompatíveis.


Ela crispou os lábios.


— Não faço a menor ideia do que lhe deu a impressão que eu talvez esteja... O que está fazendo? — ela afastou a cabeça rapidamente qyabdi eke ua estucar a mão para tocar o seu rosto.


Draco estreitou os olhos ao ver a reação puramente instintiva dela ao seu gesto, e baixou a mão lentamente. Imaginou como teria sido o casamento durante oito anos de Hermione com Ronald Weasley para que ela recuasse assim ao menor sinal de contato físico.


 


A não ser que apenas não quisesse ser tocada por ele...


Era uma possibilidade real, Draco reconheceu sombriamente. Da último vez que tinham se falado, Hermione o deixou com a certeza de que, embora houvesse apreciado o relacionamento deles enquanto durou, tinha outros planos pela frente, que certamente não o incluíam.


Hermione havia conquistado triunfantemente Hollywood quando se mudou para lá com o marido produtor oito anos atrás, mas mesmo assim, ela e Draco nunca mais se encontraram até aquele momento. Hermione frequentava um grupo festeiro que Draco evitava a todo custo.


 


Draco permaneceu imóvel agora, o olhar prendendo firmemente os olhos cautelosos de Hermione, notando outras mudanças nela, além da magreza etérea.


Os olhos de Hermione, olhos cor de avelã, capazes de derreter a alma de um homem, agora era cautelosos e não brilhavam mais como antigamente.


Havia olheiras escuras como se não dormisse bem há muito tempo. E havia aquelas linhas finas nos cantos de sua boca polpuda, como se um sorriso forçado tivesse sido colocado ali por muito tempo para ocultar uma infelicidade secreta que ela não pretendia que ninguém visse, nem adivinhasse.


Um fingimento revelado completamente quando Hermione primeiro se separou, e em seguida, se divorciou do marido muito poderoso.


Superficialmente o casamento parecia ideal. Um mito em que Draco, assim como todos os que tinham visto o casal ou lido sobre eles, tinha acreditado inteiramente até a separação dez meses atrás.


— Vamos todos cair na piscina, heim Hermione, e conversar sobre isso mais tarde? — Draco insistiu suavemente.


— Hermione afastou-se dele.


— Você é muitas coisas Draco, mas nunca achei que fosse idiota... — interrompeu-se de cara amarrada quando Draco sorriu ironicamente. — Acha alguma graça nessa situação? — perguntou irritada.


Sim, Hermione ainda tinha aquele temperamento fogoso que antes o atraía tanto e que tornava eletrizante sua presença na tela grande.


— Apenas sua insistência para que eu vá. — ele deu de ombros. — Mesmo que eu conseguisse arranjar um quarto em plena semana do Festival de Cannes, eu não iria. — ele admitiu.


— E porque não?!


— Primeiro, porque prefiro a paz e a tranquilidade daqui.


— Concordo... — era tranquilo e muito pacífico. Hermione devolveu um olhar furioso e significativo deixando bem claro que ele era a razão de já não ser mais assim. — Draco, você tem de saber que não tenho a mínima intenção de deixa-lo aqui.


— Ah.


— O que significa esse “Ah”? — ela perguntou cautelosa.


— Acontece, Hermione, que isso me traz ao segundo motivo pelo qual não tenho a menor intenção de partir, nem agora, nem num futuro próximo.


— Qual é...?  — ela o desafiou.


Draco não conseguiu se controlar e riu alto.


— É que eu não sou o hóspede aqui, Hermione... É você. Esta vila é minha. — ele acrescentou secamente quando ela continuou a fita-lo confusa.


Então, Draco era o “amigo” que deixava Gina e Harry ficarem em sua vila no sul da França todos os anos?!


 


(...)



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Autor(a): debbybacellar

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