Fanfics Brasil - Capítulo 2 Em busca de Zoe Vondy adap

Fanfic: Em busca de Zoe Vondy adap | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 2

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Capítulo 2


 

Quando a mulher da casa funerária, aquela usando vestido longo e floral, com o cabelo crespo preso nume trança embutida, pediu uma foto da Zoe, minha mãe cobriu o rosto com as mãos e soluçou tão histericamente que meu pai a puxou para junto dele, cerrou o maxilar, fez que sim com a cabeça, como se já estivesse resolvendo isso. 

Encarei a ponta do meu tênis de cano alto preto, reparando em como o tecido estava desgastado e pensando para quê aquela moça precisava de uma foto. Achei um pedido estranho, já que havia uma foto da Zoe em praticamente todo lugar para o qual se olhasse na nossa cidade. Além disso, considerando que a minha irmã era sempre evasiva e descomprometida, tive a impressão de começar a enxergá-la mais depois de seu desaparecimento do que quando morava no andar de baixo.

Primeiro, havia os dois panfletos com a palavra "Desaparecida" grudados em praticamente todas as superfícies disponíveis. Um era em preto e branco, meio duro e áspero, arranjado na hora de pânico e copiado do último anuário da escola. O outro tinha um close mais recente da Zoe, que a mostrava mais como a irmã que eu conhecia: bonita, zen e feliz. Neste, também havia uma recompensa generosa para quem tivesse alguma informação, qualquer uma, sem compromisso.

Depois, conforme os dias voaram, o rosto dela começou a aparecer em praticamente todo lugar -- nos jornais, nas revistas e nos noticiários em rede nacional. O memorial provisório, construído pelas pessoas que nos apoiavam, montado na frente da nossa casa, tinha tantas velas, bichos de pelúcia, anjos e fotos da Zoe que já ameaçava tomar toda a rua. Até que meu pai pediu a ajuda de um vizinho para levar tudo embora. 

O engraçado é que a Zoe sempre tinha sonhado em ser modelo, atriz; uma pessoa famosa e admirada por todos. Ela mal podia esperar pelo dia em que fugiria da nossa cidadezinha chata para ir a algum ligar glamouroso, como L.A. Ou Nova York ; qualquer lugar excitante e longe daqui. Assim, enquanto procurávamos e continuávamos ocupados, sufocando nossa dúvida com esperanças, eu fazia esse jogo dentro da minha cabeça, fingindo que tudo era uma ótima exposição para Zoe e seu futuro como pessoa famosa. Como se fosse a oportunidade mais importante para ela conseguir integrar um elenco qualquer. E eu passei aqueles momentos longos, vazios e ingratos imaginando como ela ficaria empolgada quando ela finalmente voltasse para casa e visse seu rosto estampado por todo o país. 

Depois, no necrotério, enquanto observava meus pais fazerem os preparativos mais deprimentes do mundo, encorajados a pagar os serviços no cartão de crédito pelo austero homem de terno preto que os guiava em direção ao caixão mais luxuoso, as flores mais abundantes e as pombas mais brancas -- poupando nada pela memória dela--, sentei com os olhos bem abertos e reparei como era lucrativo o negócio da perda. Imaginei se minha mãe tinha percebido a ironia por trás da ambição de Zoe e do pedido da mulher, e se era por isso que ela estava chorando tanto. 

Mais tarde constatei que havia milhões de razões para chorar naquele dia. Então, percebi que não precisava descobrir "A" razão. 

Eu não sabia pra quê a mulher queria uma foto, mas duvidei que meu pai, desatento e tomado pela dor, conseguiria se lembrar de dar uma a ela. Então, após eles gastarem todas as economias e saírem, enfiei a mão na minha velha carteira de nylon azul, que ainda tem o adesivo de uma marca de surfe parcialmente grudado na frente, os cantos desfiados e tortos, e tirei a foto que a Zoe tinha me dado algumas semanas antes e exibia seus grandes olhos escuros, seu sorriso generoso, suas bochechas altas e seu cabelo longo, encaracolado e escuro. A foto que ela tinha planejado mandar para as grandes agências de Nova York e L.A. 

--Aqui -- disse, empurrando a foto para a mão redonda e macia da mulher, e observando aquele suspiro rápido, que já estava tão acostumada a ver nas pessoas quando eram confrontadas com uma imagem da Zoe pela primeira vez. 

Ela olhou para mim e sorriu, as linhas finas em volta de seus olhos azuis se uniram até quase virarem uma só.

--Vou fazer a maquiagem nela e queria que ficasse perfeita. Então, obrigada... 

Ela disse a última parte um pouco trêmula, um pouco desconcertada, porque sabia tudo sobre a minha, mas não sabia meu nome. 

--Dulce-- sorri-- meu nome é Dulce. E você pode ficar com a foto. Zoe teria gostado disso.  

Em seguida, corri para tentar alcançar meus pais. 

 

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Autor(a): Euu'

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • piradano_rbr Postado em 25/11/2012 - 22:35:21

    Kakakakakaka'

  • sexinthemusic Postado em 23/11/2012 - 17:27:13

    Zoe Dane <3 Awwwwwn


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