Fanfic: They Don't Know About Us | Tema: One Direction

Anne Walker

Acho que ter ficado vadeando por Nova York durante esses dias que eles continuavam aqui foi uma boa. Finalmente consegui deixar meu cabelo do jeito que queria. Eles não notaram, mais fui no mesmo voo que eles pra voltarem à Londres.

Quando eu vi uma garota machucando o Liam, me irritei. Quer dizer que essas meninas do The Wanted vieram aqui só pra zombar os meninos? Que maturidade. Ainda tem vaiar, lindo isso, realmente. Digno de pessoas de baixo nível. Claro que eu não iria me rebaixar ao nível delas, e ficar xingando os garotos do TW.

Fiquei olhando os meninos de longe, com a ajuda de Paul, pois eu não tinha autorização de ficar ali. Por um momento, pensei que o Liam tinha me visto, pois estava caminhando até aqui. Logo ele parou, colocou as mãos no bolso e ficou fitando o céu, enquanto segurava um... elefante de pelúcia gigante.

Se eu não o conhecesse, podia jurar que ele não estava chorando. Mais como eu o conheço, eu sei que pelo menos, umas três lágrimas já escaparam dos olhos dele. Respirei fundo e fui até ele, caminhando devagar.

– Oi Liam. – ele abaixou a cabeça, enquanto eu falava a meio de um suspiro.

– Por onde você andou menina? Tava tudo mundo preocupado com você. – ele me puxou e me abraçou forte. Retribui o abraço forte, e deixei uma lágrima cair.

– Eu precisava pensar. – olhei pra trás. – Eu preciso ir. – quando me virei, ele segurou meu braço.

– Ei, espera. Vai com a gente.

Olhei pra mão dele no meu braço de relance, e suspirei mais uma vez. Preciso fugir, não quero ter que dar explicações ao Harry e Niall.

– Me solta e eu vou.

– Promete que não vai fugir?

– Prometo.

Foi exatamente o que eu fiz, fugir. Dei um passo pra trás quando ele me soltou, e saí correndo. Como eu sou covarde, socorro.

Fui pra casa, escondi minhas coisas debaixo da cama pra que Mike não visse quando voltasse. Peguei uma roupa pra ir ao Funky Buddha, já que eu sei que o Harry já tinha planejado ir pra lá quando chegássemos aqui.

Esses dias sozinha, chorando por Nova York, me fizeram aprender uma coisa: tenho que parar de ser iludida. Claro que ele ia voltar pra ela, sua anta. O que mais você esperava? O Liam rastejando ao seus pés pedindo pra ficar com ele, pois te ama como ama à si mesmo? Tá louca, né Anne? Só pode.

Tomei uma ducha rápida, coloquei meu vestido, me maquiei rápido e me recusei a usar salto, então coloquei um tênis mesmo.

Segui até o local onde iria, com um táxi já que meus pais ainda não me deram um carro. Adivinha quem eu encontro lá dentro? Exato, o Gabe. Claro que ele veio me agarrar. Me fiz de mais sonsa do que já sou, e deixei ele me beijar, enquanto ele apertava minha cintura e eu enterrei minhas mãos em seu cabelo. Claro que ele quis apelar, e é claro que eu não deixei.

Limpei os cantos da minha boca e fiz questão de pisar em seu pé. Ele ficou tentando me dar sermão dizendo que eu só estava usando ele. Respondi que estava fazendo exatamente a mesma coisa que ele fez comigo durante dois anos. Ele falou que iria amanhã na minha casa colocar a porcaria da aliança no meu anelar direito. Dei uns tapinhas na bochecha dele, dizendo que nem em sonho eu deixaria. “Mais você já aceitou nos sonhos, minha amada Anne”. Dei um tapa na cara dele e saí andando com raiva até o banheiro, xingando ele em colombiano.

– Ele vai ver só. Eu falei que ia esfregar a cara dele no asfalto. Eu juro que se ele for fazer o que falou, eu mato ele e meu pai. Tomara que ele escorregue no sabonete e bata a cabeça na privada.

Fui até o banheiro, e enquanto falava aquilo sobre ele, jurei escutar um “ui isso vai doer” de uma voz feminina.

Por um triz eu não meti minha mão no espelho, com intenção de quebra-lo e cortar minha mão toda. Saí bufando do banheiro. Vi os meninos no palco cantando Back For You e só fiquei olhando, encostada na parede um pouco depois da porta do banheiro.

– Mais o que você quer, moleque?

Ele me persegue, meu Deus. Gabe eu juro que me arrependi de ter te beijado debaixo da cesta de basquete três anos atrás, que é o tempo que estamos namorando. Quer dizer, ele me namora, pois eu não namoro ele faz um tempo.

– Seu pai quer falar com você.

Ele me entregou o celular dele e ficou me observando, sorrindo vitorioso.

– Filha, é o seguinte. Eu dei a aliança de vocês dois pro Gabe, e ele você vai aceitar. Ele vai colocar agora no seu dedo.

– Charlie você só pode estar brincando com a minha cara. Estamos no século 21, e não 18. Os pais não escolhem mais com quem as filhas vão casar!

– Eu não quero saber, você vai casar com ele e ponto final. E essa aliança só eu e ele sabemos como tirar. Eu só quero o melhor pra você.

– O melhor pra mim, é você e ele ficarem longe de mim, tá entendendo, Charlie? Eu já tenho idade pra sair de casa sem deixar bilhete nem satisfações. Eu já sou maior de idade, respondi por tudo o que eu faço.

– Eu sou seu pai e você vai me obedecer, se não quiser passar o resto da vida trancada no seu quarto e só vai sair até segunda ordem.

– Você bebeu, fumou alguma coisa? Só pode. E a mamãe é completamente contra esse cara, você acha mesmo que ela vai aceitar um casamento? Faça-me o favor!

– Passe o telefone pro Gabe.

Passei, e quando me desencostei da parede, ele me prensou contra ela com o próprio corpo, me impedindo de sair.

– Vou fazer o que o seu pai falou.

Ele virou de costas pra mim, quase me esmagando contra a parede. Pegou minha mão direita e colocou a aliança. Doeu, parecia que tinha alguma coisa nela. E tinha. Quando ele me soltou, meu anelar tava sangrando. Dobrei ele uma vez e senti como se tivesse alguma coisa presa dentro do meu dedo.

– O que foi que você seu seu moleque? – dei um tapa no peito dele.

– Estamos noivos, como o seu pai pediu. Você não tem como tirar a aliança, só eu sei. Vamos passar o resto da vida juntos.

Senti meus olhos ficarem marejados, e eu saí dali, o empurrando. Ele me agarrou pelo braço mais eu gritei um “me larga” e ele me largou.

Fui até o banheiro e lavei a mão, já chorando. Como Charlie teve capacidade de fazer isso comigo? Eu só quero a minha mãe ou a madrinha.

Saí do banheiro ainda chorando e ele não estava mais ali. Encostei na parede de novo e fiquei tentando puxar a porcaria da aliança.

– Mais que droga!

Saí dali e fiquei no jardim que tinha ali. Andava de um lado pro outro chorando e tentando tirar aquela porcaria do meu dedo.

Meu rosto deve estar preto.

Vi o Zayn de longe e chamei ele, mesmo com a voz rouca. Ele veio correndo e me abraçou.

– Por onde você andou tampinha? – ele me segurou pelos ombros e eu levantei a cabeça. – Ei, que foi?

– Eu te explico lá dentro. – ele assentiu e beijou o topo da minha cabeça. Fiquei abraçada nele, mesmo com um pouco de dificuldade devido a pequena diferença de altura.

– ANNE! – todos gritaram assim que eu e Zayn chegamos perto da mesa. Niall veio correndo com um sorriso gigante e me abraçou, empurrando o Zayn pro lado.

– Onde você tava sua louca? – Julie deu um tapa na minha bunda e eu sorri fraco. – Foi por causa dele, não foi? – ela sussurrou no meu ouvido e eu assenti.

– Sua tia tava aqui. Eles saíram com o seu irmão e a minha irmã. – Harry me puxou e me sentou em seu colo.

Escondi minha mão no meu colo, com a esquerda por cima. Percebi um olhar em mim e olhei por cima da cabeça do Harry, e vi o Gabe me olhando. Deu vontade de ir lá e estapeá-lo, mais não vou sujar minhas mãos.

– Você não explicou por que tava chorando. – Zayn falou.

– Já explico. Sabe onde tá a minha tia? Preciso falar com ela. – olhei pro Harry.

– Não.

– Vou procurar.

Me levantei e saí. Logo senti uma mão no meu ombro. Me virei e vi meu primo, que me colocou em suas costas em um movimento rápido.

– Gatinha, tava sentindo sua falta.

– Eu também tava sentindo sua falta. Me leva pra madrinha.

Assim que a vi, desci das costas dele e abracei ela bem forte, que beijou minha cabeça e também me abraçou.

– Que garoto era aquele que você estava xingando, hein? – ela perguntou assim que voltamos pra mesa.

– Adivinha. – revirei os olhos.

– Ele tá aqui? – ela se assustou.

– Tá. – fechei o punho.

– Sorte que eu não o vi. – Mike falou.

– É fácil você falar que tem sorte por que o Charlie não tá te obrigando a casar com ninguém. – falei com raiva e me levantei.

– Anne espera. – Liam me chamou mais eu continuei caminhando até o bar.

Deitei a cabeça sobre minhas mãos, onde meus cotovelos estavam apoiados na bancada. Pedi o que tinha de mais forte e eu logo fiquei um pouco tonta.

– Anne para. – Liam me puxou pelo braço quando eu ia pedir o segundo copo.

– Parar por que?

– Você vai ficar bêbada.

– Quem liga? – dei de ombros e olhei bem pros olhos dele, senti uma lágrima escorregar dos meus olhos e ele me abraçou.

– Eu ligo. – ele sussurrou.

Ele me obrigou a voltarmos pra mesa e o meu irmão trouxe um copo e ele disse que era coca. Eu trouxa, fui beber e acabei cuspindo.

– Que isso?  – passei a mão na boca limpando a mesma fazendo uma careta.

– Bebe. – ele falou.

– Não.

– Vai, é pra você não ficar bêbada.

– E se eu quiser ficar? Mais que merda. – virei o copo na boca e senti aquele liquido descendo na minha garganta. – Vai falar o que é?

– Café puro sem nada. – Gemma respondeu mais rápido.

– Que nojo. Preferia antes.

– Café puro é fogo. – Harry falou acariciando minhas costas.

– E ainda tava gelado. – deu um calafrio só de falar. – Cade a Kris? – olhei pra Gemma.

– Com seus pais... em casa. – ela fechou os olhos com força como se tivesse medo.

– Maravilha. – bati na mesa com a mão direita.

– Uou, o que é isso? – Louis pegou minha mão e passou o dedo na aliança.

– Nem me lembra, Lou. – deitei a cabeça no ombro do Harry. – Mike você vai me ajudar a sair daquele inferno.

– Não sei se é uma boa...

– Pra você não é, mais pra mim é. – cortei ele. – Posso dormir com vocês? – sussurrei no ouvido do Harry.

– Pode.

Minha tia e meu primo sumiram faz um tempo. Harry quis ficar comigo e os meninos. Acabamos cansando e fomos pra casa. No caminho eu tentei tirar a porcaria da aliança mais acabei me cortando mais.

– Eu vou acabar arrancando meu dedo. – puxei de novo e eu senti machucar mais um pouco.

– Era aquele cara aquele dia? – Liam olhou pra mim.

– Quando? – puxei um grampo do cabelo da Julie e enfiei num fechinho que tinha.

– No dia que conversamos no twitter. Eu vi uma menina loira brigando com um cara. De longe parecia ser você.

– Era sim, lembra que eu fui depois na casa de vocês?

– Verdade.

– Consegui. – percebi que a aliança tinha que nem um dentinho em cima e embaixo, que era pra não tirar. O fechinho acabou quebrando a aliança no meio e meu dedo voltou a sangrar.

– Quem fez isso com você? – Harry se inclinou pra frente, pois Liam estava na frente dele.

– Charlie e o idiota do meu ex-namorado, que ele insiste em falar que é meu noivo.

– Quem é Charlie? – Louis perguntou confuso.

– A Julie falou que é o pai dela. – El respondeu.

– Era o meu pai. – encostei no banco de braços cruzados. Pelo menos a Danielle não tá aqui.

– Se você é maior de idade, por que ele te trata como se tivesse cinco anos?

– Pergunta você, Harry. Eu já perguntei e ele falou “eu sou seu pai, me respeite”.

Ficamos quietos depois disso. Joguei aquela porcaria na janela da casa do outro quando saímos do carro. Ninguém mandou deixar aberta.

Fui até o banheiro e lavei o dedo. Sorte que só tinha um furinho, e um cortinho. Não to nada afim de ficar com uma cicatriz do tamanho da bunda do Louis no dedo. Tá, exagerei um pouco com o tamanho.

Me joguei na cama e o Harry veio ficar comigo, ele não gosta de ficar sozinho, então acabamos dormindo juntos.