Fanfic: They Don't Know About Us | Tema: One Direction

Passamos a tarde inteira se divertindo feito crianças. Esconde–esconde, pega–pega, e várias outras brincadeiras. Teve uma hora que eu e o Louis nos jogamos em cima do pessoal e eu e Liam quase nos beijamos, e pra disfarçar eu beijei a bochecha dele.

Eu e o Liam tivemos que dividir o quarto. Ele tava se trocando no quarto e eu no banheiro. Por que eu não alcanço a porcaria do zíper da porcaria do vestido? Que porcaria. Melhor eu parar de falar porcaria... ah, porcaria, de novo. Cala a boca, Annelisa.

Saí do banheiro já vestida, só que com o zíper do vestido aberto. Ele já devia estar pronto. Catei meus saltos que estavam em cima da cômoda, desci e todos os meninos estavam na sala jogando vídeo game, menos o Zayn.

Deixei os saltos do lado do sofá e fui pra cozinha beber água. O Louis tava lá comendo cenoura.

– Boo, fecha aqui pra mim?

– Claro. – joguei o cabelo pro lado e ele fechou. – Tá tentando conquistar quem, hein?

Levantei a cabeça pra olhá-lo, já que eu estava pegando água. Mostrei a língua pra ele.

– Ninguém seu bobo. E você tinha é que se preocupar com a El, tá todo mundo de olho nela. – ele saiu correndo gritando:

– TODO MUNDO TIRANDO OS OLHOS DA MINHA NAMORADA. SE NÃO QUISER PERDER A CAPACIDADE DE TER FILHOS.

– Vish que amor. – entrei rindo na sala. – Vocês não vão poder ter filhos, mais eu e as meninas vamos poder.

– Tá gata hein Anne? – Harry falou e eu taquei uma almofada nele.

– Eu sou uma gata sem dono, então posso provocar quem eu quiser, tirando vocês.

– Pode provocar o Liam. – Louis falou se sentando na poltrona com Eleanor no seu colo.

– Eu to com uma vontade de espancar pessoas que comem cenouras toda hora, sabe? – sorri sem dentes pra ele.

– Vou calar minha boca.

– Bom garoto. – cruzei minhas pernas.

Eles desligaram o vídeo game. Pera, cadê o Niall? Eu não o vejo desde ontem.

– Cadê o Niall?

– Vem cá. – Harry me puxou e levou pro quarto que ele tava.

– O que aconteceu com ele? – perguntei enquanto subíamos as escadas.

– Se eu contar, você vai ficar triste e vai acabar não indo pra festa.

– Pode contar Harry.

Ele suspirou.

– Ele e a Julie terminaram por que ela tá grávida.

– Mais por que eles terminaram? O filho é dele?

– O pior é isso. Não é dele é do... – ele suspirou e engoliu seco.

– De quem Harry? – paramos na frente da porta.

– Deixa que ele fala. – ele abriu a porta e o Niall tava sem camisa comendo e rindo de alguma coisa.

– Anne! – ele gritou e veio me abraçar. Harry fechou a porta.

Ele tá cheirando à... salgadinho de queijo.

– Niall vai tomar banho. Precisamos conversar depois.

– Não quero.

– Vai. – apontei pra porta e ele foi arreado.

Ele fechou a porta e eu comecei a mexer na mala dele, pegando uma roupa pra ele. Abri a porta do banheiro, joguei a cueca limpa dele na pia e fechei rápido.

Sorte que ele já estava debaixo do chuveiro.

Joguei a roupa dele na cama e esperei ele sair. OMG, Niall Horan tá na minha frente só de cueca, repito: C–U–E–C–A.

– Veste isso, a gente vai numa festa.

– Mais eu não quero ir. – ele fez voz de criança.

– Você vai sim, e também vai me contar por que você não quer ir. A parte que você e a Julie terminaram por ela estar grávida eu já entendi, só quero saber quem é o pai e onde ela tá.

Ele tava abotoando a camisa, bufou e começou a falar.

– Vou ser rápido e direto. Ela tá no Caribe com o Gabe por que ele é o pai da criança.

– É O QUE? – gritei.

– É verdade, Anne. – ele me olhou direto nos olhos e pude ver que o brilho dos seus lindo olhos azuis estavam apagados.

Eu vi as lágrimas começarem a cair de seus olhos enquanto ele vestia a calça. Como a minha melhor amiga pode me trair? Eu apenas levantei, abotoei os últimos botões da parte de cima de sua camisa. Ele levantou o rosto e sorrimos sem dentes.

Abracei ele forte e logo senti algumas lágrimas caindo de meus olhos. Ele soluçava e eu o abracei mais forte.

– Niall, Niall olha pra mim. – levantei sua cabeça com o meu indicador em seu queixo. – Você não merecia ela, tá? Ela não era a mulher da sua vida.

– É o que eu falo, todas as minhas fãs são princesas, mais um dia elas vão achar seus príncipes e ele não sou eu.

– Você vai achar uma fã, que vai ser sua princesa, tá? Eu prometo. Agora vamos esquecer ela, tá?

Ele assentiu e me abraçou de novo. Dar uma de fortona na frente do Niall, ia ser difícil, mais eu precisa fazer isso. Eu to acabada por dentro. Como aquela menina louca que sempre me ajudou, pode ficar grávida de um canalha? Como ela pode fazer isso com o Niall? Uma pessoa tão doce, fofa, meiga, e vários outras coisas boas.

Ele vestiu o blazer, puxou as mangas e me abraçou de lado. Fomos assim, nossas cabeças encostadas. Não nos largamos, nem quando chegamos lá.

A Tami acabou levando o meu salto. Ele disse que queria ficar sozinho um pouco, então deixei ele.

Já eram cinco e maia da manha passadas, estávamos todos sentados numa mesa e meu celular tocou. Fui até a saída do ginásio, onde as portas grandes de emergência estavam, e quando você passasse, tinha um corredor. Provavelmente é onde ficam as salas de aulas.

Sentei no chão e logo vi o Liam sentando do meu lado. Era do hospital.

– Annelisa?

– Eu mesma.

– Sinto lhe informar que nenhum de seus irmãos sobreviveu.

Perai, virei filha única de mãe solteira e pai psicopata? Isso não pode ser real. Ela saiu do quarto e eu comecei a chorar. Olhei pra ele, que me abraçou de lado.

– Minha mãe já sabe?

– Acabou de ser informada.

Funguei.

– Obrigada.

Joguei o celular na minha frente, escondi o rosto nas minhas mãos e voltei a chorar mais. Ele me abraçou de lado, afagando minhas costas.

– Liam eu só tenho a minha mãe agora. – falei enquanto ele me abraçava.

– Não, você tem a todos nós, e também tem a mim, ouviu? – ele me segurou pelos ombros e me olhou no fundo dos olhos, enxugando as lágrimas que caiam dos meus olhos.

Nos levantamos e eu encostei na parede. Nossos olhares se revisavam entre nossos lábios e olhos. Fomos nos aproximando cada vez mais.

Acabou virando um beijo de verdade, um tipo de filme, sabe?

Ele abraçava minha cintura enquanto eu passava meus braços por cima de seus ombros e depositando minhas mãos em sua nuca. O beijo foi se intensificando, ele pediu passagem pra língua e eu cedi, logo estávamos explorando a boca um do outro com nossas próprias línguas. Isso soou besta e completamente clichê.

O maldito ar foi necessário e nos separamos. Foi um beijo molhado, mais valeu a pena. Pelo menos uma coisa boa me aconteceu.

Voltamos pra mesa abraçados de lado, e eu continuava chorando, só que as lagrimas somente caiam, e não embaçavam a minha visão. Logo senti mais dois braços Alem dos do Liam em mim. Eram do Harry.

– A Gemma acabou de me contar.

Eu não falei nada, apenas o abracei.

– Quero ir pra casa, não to mais em clima de festa.

– Eu, Tami e Liam vamos com você. – Harry falou e eu apenas assenti.

Nessas horas você quer ficar perto da primeira pessoa que aceita ser sua companhia. Pode até ser um mendigo, drogado, maconheiro, bêbado, prostituta, cafetão, enfim. Qualquer pessoa.

Liam continuou abraçado comigo. As lagrimas que não embaçavam minha visão continuavam caindo.

Fui a primeira a sair do carro, deixando os saltos no meio da calcada e entrei batendo a porta com tudo, correndo procurar a minha mãe. Mais cadê ela? Subi as escadas gritando “mãe”, mais ela não respondia. Já é aniversario do Haroldo.

Escutei alguém subindo as escadas e vi que era o Liam. Escutei uma voz masculina familiar vindo do quarto da minha mãe e abri a porta.

– Ate que enfim você chegou, agora posso fazer isso na sua frente.

– Fazer o que? O que você vai fazer com ela, seu louco? – fiquei no vão entre a porta e o batente da porta.

–  Isso. – ele começou a bater na minha mãe e eu tentei segurar ele.

Eu gritava pra ele parar, mais não adiantava. Era tarde demais, ela já estava morta.

– Mãe? Mãe fala comigo! – chacoalhei ela pelos ombros mais ela não respondia.

As lagrimas já começavam a tomar conta dos meus olhos e meu pai ria atrás de mim. Eu fui fraca, apenas sai do quarto e o Liam não tava mais no corredor, ele tava na porta falando com os dois.

– Eu to sozinha agora. – falei do lado do Liam, agarrando a manga da blusa dele. – Feliz aniversario, Harry.

Beijei a bochecha dele e segui ate o carro encolhida. A cena da minha mãe sendo espancada pelo meu pai não saía da minha cabeça.

Encostei na porta do carro e logo eles vieram ate mim.

– Anne ta tudo bem? – Tami me abraçou de lado.

A minha vontade era dizer que a minha mãe tinha acabado de ser morta na minha frente. Eu abri a boca pra tentar falar alguma coisa, mais nada saiu, só vento. Deixei assim, voltei pra frente da porta da casa e liguei pra policia.

– Voces vão e eu fico, tão me ouvindo?

– Mais Anne...

– Mais nada, Liam. Vao pro apartamento do Harry que eu já vou.

Liam apenas beijou minha testa e entrou no carro. Harry e Tami beijaram a minha bochecha e logo entraram na carro. Assim que eles viraram na rua do caminha da casa deles, a policia chegou. Foi mais rápido do que o normal por ser a casa de uma policial.

Expliquei tudo a eles, que fizeram a queixa no local e prenderem meu pai. Tomara que ele apodreça atrás das grades.

Ashley, uma policial muito amiga minha que trabalhou com a minha mãe quando ela era policial em Wolverhampton, me deixou na casa do Harry. Mais uma cena que não saía da minha cabeça: o corpo da minha mãe numa espécie de maca preta fechada.

Eu fiquei uma hora e meia lá, resumindo eu cheguei oito horas lá. Aproveitei e já peguei a lista de materiais da Universidade que o carteiro tinha deixado na noite passada. Já chorei muito e isso não vai resolver meus problemas, mais o choque é muito grande.

Acabei madrugando e não vou dormir tão cedo. Abri a porta do apartamento 69, que pela primeira vez eu não ri quando lembrei. Liam, Zayn e Perrie pularam do sofá quando eu entrei.

– Anne ta tudo bem?

– Tanto faz, Perrie. Agora vão dormir.

Simplesmente dei de ombros e fui pro banheiro. Minha sorte, é que como eu fui seqüestrada, os meninos trouxeram minha mala, então eu tenho roupa.