Fanfic: Meu Destino (Vondy) - Terminada | Tema: Rebelde (Vondy)

Passaram-se duas semanas e o Natal estava batendo à porta. Já era meio-dia do dia 23 de Dezembro e Dulce fazia e recebia ligações freneticamente. Enquanto isso, Ucker divertia-se arrumando a decoração com a “ajuda” das crianças. Estavam no orfanato desde muito cedo da manhã. O pai de Ucker havia estado lá ajudando com os preparativos, casou uma boa impressão em Dulce.

A ruiva desligou o celular depois da milésima ligação e caminhou apressada em direção à Ucker, que estava no topo de uma escada, apregando alguns enfeites natalinos muito brilhantes na parede.

Dulce: Ucker, a preparação do Buffet está indo bem... tudo o que podia ser feito até 2 dias antes da festa já está praticamente pronto, só faltam aqueles pratos que têm que ser feitos na hora e a Cecília me garantiu que tem tempo e toda uma equipe pra isso... vai dar tudo certo! – ao finalizar a frase, um dos enfeites despencou e quase caiu na cabeça dela, que desviou e depois voltou a fitar Ucker, que tinha uma expressão de “me desculpa” no rosto – bom, pelo menos com o jantar! Rsrsrs

Ucker sorriu e recebeu o enfeite da mão de Dulce: Foi mal! A decoração também vai dar certo. Não ta vendo que tenho ajuda profissional? – sorriu, apontando pra dois meninos que seguravam alguns enfeites ao lado dele.

Dulce sorriu. Desde que foi conhecer o orfanato, um dia antes, estava admirando a relação que Ucker tinha com aquelas crianças. Ele sabia lidar com elas. “Imagine só que pai maravilhoso ele daria!”, ela pensou. Mas não chegou a pensar mais nada porque Ucker já descia as escadas, pronto para ajudá-la a arrastar a mesa para o centro do pátio, onde ficaria o banquete. Precisaram pedir ajuda de mais 3 pessoas que trabalhavam no orfanato, já que a mesa era gigantesca. Terminada a decoração, passaram a tarde ensaiando as crianças para uma apresentação. Todos haviam ganho uma fantasia. Aquele enorme pátio estava cheio de cores, de vida, de sorrisos. Cheio de super-heróis, abelhinhas, bailarinas, astronautas, cowboys, e o preferido de Dulce: um menininho loiro e bochechudo, de 5 anos, vestido de Peter Pan. Ele corria de braços abertos, sorrindo e brincando com as outras crianças. Ucker percebeu o quanto Dulce observava o  garoto e os amiguinhos, aproximou-se dela e pôs-se a observar também.

Ucker: Gostou do Pietro?

Dulce sorri: deu um belo Peter Pan!

Ucker: O que está achando de tudo? Se estiver cansada a gente pode ir pra casa e continuar amanhã...

Dulce: Não, eu não quero... estou cansada, mas faz muito tempo que cansar me dá tanto prazer! – olhou pra ele, que correspondeu com um sorriso no olhar.

Ucker: eles fazem a gente esquecer que problemas existem...

Dulce ficou pensativa. Voltou a observar as crianças, mas dessa vez quem conquistou sua atenção foi uma menininha que engatinhava pelo pátio, vestida numa roupinha de princesa.

Dulce: problemas.... essas crianças já nasceram cheias disso... mas isso não deixa as brincadeiras delas menos divertidas... sabe o que me deixa mais sensibilizada?

Ucker: O quê?

Dulce: que cada um desses meninos tem uma história mais, ou menos triste. Uns são filhos de mães drogadas, outros, de mães solteiras. Uns abandonados no lixo, no banheiro da rodoviária, no esgoto... outros, filhos de gente rica que não queria filhos e não soube arcar com a responsabilidade. Cada um tem sua própria dor, sua história de terror particular... mas eles não fazem qualquer distinção. Estão aqui brincando e são simplesmente isso: uma família de sangues diferentes, que se ama, se curte e se respeita. Por que para nós é tão difícil ser assim? Porque para nós foi mais fácil ou porque depois que crescemos nos tornamos hipócritas?

Ucker suspira: acho que um pouco dos dois. Esses meninos foram vítimas do mal, mas não têm maldade alguma... não sei como serão daqui há alguns anos... mas sei que quero que lembrem que, apesar da infância triste, tiveram Natais, Dias da criança, momentos alegres... quero que saibam que não são esquecidos como pensam que são...

Dulce sorri, voltando-se para Ucker com um olhar carinhoso: saberão... graças à você... percebo que muita pouca gente se preocupa... você é um dos únicos que ajuda esse lugar. E por sua causa esses meninos vão ter coisas bonitas para se lembrar... o que você faz é simplesmente lindo!

Ucker corou: você também está fazendo... se não fosse por você, nem sei se esse Natal daria certo... você me ajudou tanto, me deixou ainda mais empolgado... sabe de uma coisa?

Dulce: o quê?

Ucker: Nem quando caprichei muito esse lugar ficou tão lindo como está hoje... você pôs seu coração nisso tanto quanto eu... e o resultado é visível. Esse orfanato está cheio de luz.