Fanfic: Meu Destino (Vondy) - Terminada | Tema: Rebelde (Vondy)

Dulce em prantos: O amigo dele me segurava e ele começou a passar a mão no meu corpo. Eu entrei em desespero. Estava sozinha com dois homens num apartamento e estava quase bêbada. Ele se despiu e veio pra cima de mim, depois o amigo dele – soluçava muito – eu tentava gritar, bater neles, mas não tinha forças. Eu era virgem. Eles me deixaram cheia de hematomas, de dor e de medo. Quando eles dormiram, eu fugi.

Ucker agora enxugava suas lágrimas, sentia-se horrível por fazê-la relembrar aquilo.

Ucker: Dulce, se eu soubesse que passou por isso eu jamais teria insistido pra que falasse.

Dulce o interrompeu: Não, eu quero falar. Não quero que se sinta culpado por nada... Foi difícil superar isso... Difícil demais... Mas três anos depois eu me apaixonei por um amigo da escola. Ele parecia gostar de mim. Depois do primeiro mês de namoro ele começou a dizer que queria me ter por completo, que não dava pra controlar o desejo. Dizia que gostava demais de mim pra viver só de beijos e abraços. Eu ainda tinha medo de me entregar. Nunca tinha tido uma primeira vez... tirando o estupro. Mas acabei aceitando. Venci meu medo e aceitei. E depois de dormir com ele algumas vezes, ele terminou comigo. – As lágrimas voltaram a ficar descontroladas – Disse que nunca tinha gostado de mim. Só queria meu corpo. Eu fiquei acabada... Anahí foi minha melhor amiga em todos esses momentos... Aos 20 anos, enfim, tive um namoro de verdade... mas ele só durou 6 meses... ele não cometeu nenhum erro, estávamos muito felizes... só que passou no vestibular que sonhava e mudou de estado. Foi pra muito longe e a gente perdeu o contato. Mais uma vez as coisas deram errado...

Ucker afagou seus cabelos: Eu nunca imaginei que tivesse passado por coisas assim... você é muito forte.

Dulce enxugando as lágrimas: não sou... sou tão fraca que depois disso tudo eu me fechei. Tranquei meu coração pra todos e comecei a procurar só prazer e nada mais... do mesmo  jeito que fizeram comigo.

Ucker: te machucaram muito... não me surpreende que tenha se fechado... mas você não fez a ninguém o mal que fizeram contigo.

Dulce fita-o, contendo as lágrimas: você é o primeiro homem em anos que realmente me faz bem... me respeita, me aceita com todos os meus defeitos, meus erros, meus problemas. Eu lamento tanto, tanto que eu não estivesse preparada pra te receber...

Ucker respira fundo. O sol desapareceu no horizonte. Ucker passou seu braço pelo ombro de Dulce e a puxou pro seu peito, abraçando-a com força. Dulce se sentia mais forte. Foi a primeira vez que contou a um homem o que lhe fizeram no passado. Doeu muito, mas lhe fez bem. Ucker afagava seu cabelo e distribuía beijos em sua cabeça. Quando havia se sentido tão segura nos braços de um homem? Nunca?

Dulce: quando te beijei e depois fugi de você lá no orfanato, estava com medo. Parecia que estava acontecendo tudo de novo... eu me apaixonando ... só pra ser usada outra vez. Fugi porque sabia que se ficasse ali mais um pouco eu iria me render totalmente.

Ucker: a última coisa que quero é te fazer mal.

Dulce: eu sei. Por isso não fugi de você de novo hoje. Por isso te contei tudo... por isso eu to no seu colo agora. Porque de algum modo estranho você me faz confiar em você.

Ucker sorri e beija seus cabelos: que bom... isso me alegra muito. – solta-a e volta-se pra ela – quero cuidar de você. Não por um dia, não por um mês. Quero você na minha vida, pelo tempo que Deus achar melhor, pelo tempo em que eu puder te fazer bem. Não posso permitir que mais alguém te machuque.

Dulce volta-se pra ele, cruza as pernas na areia e segura suas mãos: será que você sabe que me faz bem o tempo todo? Me desculpa por ter feito aquilo com você.

Ucker: me desculpa você se eu fui invasivo em algum momento.

Dulce: não foi. Foi compreensivo e só queria respostas. – pensou um pouco e mudou de assunto – e a propósito, foi um Natal maravilhoso. Eu to morrendo de saudade das crianças.

Ucker sorri: elas ainda estão eufóricas. Você levou muita luz pra elas.

Dulce: a luz vem de você o tempo todo... – encostou seu rosto no dele, fechando os olhos. Ficaram assim alguns segundos até que Dulce deu-lhe um selinho demorado e carinhoso. – quero esquecer.

Ucker sussurra: esquecer o quê?

Dulce: a dor, o medo. E o trabalho. Não to nem aí se vou ou não misturar as coisas. Eu quero você pra mim.

Ucker sorri apaixonadamente: então esquece o trabalho e o medo. E deixa que a dor eu faço você esquecer.