Fanfic: Meu Destino (Vondy) - Terminada | Tema: Rebelde (Vondy)

Ucker abaixou a cabeça, um pouco abalado. Érica soltou um sorriso maldoso.

Érica: Hum... foi o que pensei... nem um beijo sequer. Aí você ficou aqui sozinho, cheio de vontade... tão carente! Pobrezinho! –acariciou seu rosto – você não merece isso, Chris. Merece ser o mundo de alguém! E não um passatempo...

Ucker levantou o rosto, sentindo-se um pouco agredido por aquelas palavras: Ei! Dulce não é esse tipo de mulher!

Érica: Oh, não? Como pode ter certeza? Os primeiros meses de namoro sempre são cheios de ilusões. Você só conhece a pessoa com quem está depois que começam os problemas... – fez uma pausa e sorriu, maldosa – já começaram?

Ucker ficou calado. O sorriso irônico de Érica alargou-se. Estava conseguindo deixá-lo com a pulga atrás da orelha, isso era ótimo. E já era o bastante para aquela noite. Não ia mais fundo para não estragar a jogada e pôr tudo a perder. Suspirou e deu um beijo na bochecha de Ucker, deixando-o um pouco surpreso. Ele a fitou e ela sorriu, carinhosa.

Érica: vou te deixar sozinho com seus próprios questionamentos! Boa noite, querido! – sorriu mais uma vez e acariciou seu queixo.

Érica levantou-se e caminhou até a porta, um tanto provocante demais. Ucker a acompanhou com o olhar até que ela fechou a porta atrás de si. Ela teria razão? Ah! Mas é claro que não! Ela nem conhecia Dulce, nem sabia a história que ele tinha com ela, como podia entender algo a respeito de seu namoro. Sacudiu a cabeça para desvencilhar-se daqueles pensamentos e jogou seu corpo mole sobre a cama, enrolando-se na coberta. Em poucos minutos já estava adormecido.

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Diferentemente de Ucker, Dulce ainda não conseguira dormir. Sua cabeça latejava e seus pensamentos estavam a mil. Perturbavam-na, roubavam seu sono. Talvez aquele ciúme fosse criancice ou talvez fosse medo de perder o único homem que a tinha feito plenamente feliz. O que será que Ucker fez depois que ela foi embora? Será que discutiu com Érica por ter sido tão “oferecida”? Será que voltou para onde os tios e bebeu até de madrugada, será que ainda estavam conversando e sorrindo enquanto ela rolava na cama? “Meu Deus, Dulce, é muito exagero!” – ela pensou – “aquela garota nem foi tão oferecida assim, é você que está enxergando tudo com um Zoom de 200x, isso sim!”. Droga! Mais uma hora se passou e seus olhos pesavam. Ainda estava inquieta e sua cabeça doía. Não deveria ter dormido tanto à tarde... Seu estômago começou a protestar e Dulce se levantou, caminhando lentamente até a cozinha. Pegou o queijo e o presunto na geladeira e preparou um sanduíche de pão integral. Para acompanhar, apenas um copo d’água. Sentia-se desanimada, cansada. Também não entendia porque seu estômago rugia como um leão às 2 da madrugada se ela tinha jantado bem na casa de Ucker algumas horas antes. Depois de comer ainda demorou alguns instantes na cozinha. Ficou sentada... ali... sozinha. Tudo estava escuro, o tempo estava ficando frio demais e ela resolveu que era hora de voltar pra cama. Já era quase 3 da manhã. Meu Deus, em que tinha se ocupado por tanto tempo? Voltou para o quarto e dessa vez não demorou muito até pegar no sono.

Seis horas da manhã                              

Havia paredes brancas, portas brancas, roupas brancas por toda parte. “Enfermeiras! Um hospital!”, Dulce deduziu assim que viu algumas mulheres de uniforme branco correrem de um lado ao outro em meio aos corredores. Sentiu uma pontada aguda e profunda no ventre e só então caiu em si: Estava numa maca, um médico a acompanhava , duas enfermeiras também e ... Oh Meu Deus! Ela ia dar à luz? Isso mesmo? Estava grávida?

“- Depressa! Depressa, enfermeira!”, o médico gritou.

Logo todos os ruídos do lugar se misturaram em seus ouvidos e ela não distinguia nada. Sentia-se perdida e amedontrada até que um som agudo e ensurdecedor de choro de neném a tirou de um transe. Em um único instante todo o cenário mudou e ela viu Ucker de costas para ela. Estava deitada na cama do hospital e imediatamente chamou pelo nome de Christopher. Ele virou-se pra ela. Parecia mais alto. Bem mais alto. Segurava um bebê nos braços. Oh meu Deus, um golpe de amor inundou o coração de Dulce ao ver Ucker sorrindo pra ela com uma criança no colo.

“-Nosso filho? É nosso filho, Ucker?”, ela questionou, sentindo os olhos marejarem de emoção.

“-Não!”, a voz de Christopher soou mais grave.

Imediatamente uma enfermeira surgiu do nada e tirou a criança dos braços de Ucker.

“- Aqui está seu bebê, Dulce María!”, uma voz aguda do outro lado da cama anunciou. Dulce virou-se imediatamente e o que viu a apavorou. Ela saltou da cama pondo-se de pé e uma gargalhada ecoou pelos ares. Era a gargalhada de Ucker, estava rindo dela.

“- Gatos?”, Dulce gritou ao perceber que onde deveria estar seu bebê havia uma ninhada de gatos filhotes, miando agressivamente. “Onde está meu bebê? Onde está?”, ela gritou e Ucker riu mais ainda. “Ucker!”, ela virou-se para ele assustada e o que viu a tirou ainda mais o chão. Érica estava ao lado dele, sorrindo ainda mais.

“NÃO!”, Dulce levantou-se se enlance sentando na cama. Estava suada, tremendo e seu coração palpitava descompassado. Ufa! Foi tudo um pesadelo! Um estranho e terrível pesadelo. Não se lembrava de ter sonhado algo tão bizarro antes. Ela respirou fundo e tentou controlar sua respiração, procurando um copo d’água sobre o criado mudo. Tomou alguns goles e quase engasgou. No mesmo instante um desconforto a acometeu e ela sentiu-se enjoar outra vez. Jogou o cobertor para o lado e correu para o banheiro