Fanfic: Meu Destino (Vondy) - Terminada | Tema: Rebelde (Vondy)

8:00 da manhã, Dulce acordou com o celular tocando novamente. Desde a noite anterior Ucker vinha tentando falar com ela e Dulce agradeceu a Deus ter ido pro aeroporto antes de ele bater em sua porta, meia hora depois que ela embarcou. Sabia que ele tinha ido procurá-la em sua casa pela mensagem que ele deixou no correio de voz do seu celular. Ela não o atendeu, não respondeu nenhum dos 22 sms, não retornou suas ligações nem o e-mail que ele mandou de madrugada. Não estava disposta a escutar explicações esfarrapadas nem a se forçar a parar de sentir aquela dor horrível que tomava seu corpo e perdoá-lo. Tinha que pensar em seu bebê e só nele! Ninguém era mais importante! Ele seria a eternização das boas lembranças que sobraram de Ucker. E para ser sincera, Dulce gostaria que ele se parecesse com o pai fisicamente. Queria que ele tivesse o mesmo sorriso branco e leve, o mesmo jeito de olhar. Quem sabe as mesmas mãos, o mesmo formato do queixo, as mesmas sobrancelhas. E indo além do físico, seria maravilhoso que seu filho puxasse a generosidade do pai. Essa era, com certeza, a melhor parte de Ucker. Mas só isso.

Depois do café-da-manhã, ela ia procurar uma pequena casa para viver sozinha, tratar de fazer amizade com seus futuros vizinhos e pedir que lhe recomendassem uma babá, afinal, em 8 meses ela estaria com seu neném nos braços e precisaria de ajuda. Já havia falado com seus pais e eles quase tiveram um colapso nervoso quando Dulce contou que estava morando em Reynosa e que estava grávida. A primeira reação de sua mãe foi insistir para ir pra lá passar um tempo com ela. Dulce não aceitou, precisava organizar sua nova vida e colocar a cabeça no lugar. Quando faltassem apenas alguns meses para a chegada do bebê sua mãe seria bem-vinda em sua casa para aproveitar cada segundo com o neto, mas por enquanto, era melhor que ficassem longe. Se a mãe de Dulce embarcasse para Reynosa um dia depois de sua partida, Ucker logo descobriria onde elas estavam. Mas essa estava longe de ser a maior preocupação de Dulce: havia Anahí também, ela sabia onde Dulce estava e não concordara com aquela partida. Já havia contado do paradeiro da ruiva para Ucker uma vez, quando eles brigaram no Natal e Dulce foi para a praia sem contar pra ele. Se naquela situação ela havia entregado a amiga, imagine agora que Dulce estava grávida e o pai nem imaginava. Na primeira pressão psicológica ela contaria tudo a Ucker.

É, seria difícil se esconder. Dulce se questionou se não seria mais seguro mudar outra vez de cidade. Anahí, Alfonso e seus pais acreditariam que ela estava em Reynosa e caso eles contassem para Ucker, ela estava a salvo bem longe dali. Mas pensando bem, o homem que estava tirando a roupa de outra mulher dentro do próprio escritório não deveria se preocupar com ela a ponto de atravessar o país para encontrá-la. Talvez fosse melhor ficar ali mesmo.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ # ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Os dias passavam devagar e Ucker não dormia mais que 4 horas por noite. Estava exausto, seu desempenho na empresa estava caindo e seus pais estavam preocupados. Dulce não dava sinal de vida, e depois de ir a casa dela 9 vezes em 1 semana ele se cansou de nunca encontrá-la em casa. O escritório onde ela trabalhava com Anahí estava fechado desde então. O único jeito era parar de ligar pra Anahí sem ter resposta e ir bater em sua porta. Ela teria que ouvi-lo, teria que ajudá-lo. A convivência com Érica tinha se tornado insuportável desde aquela confusão e ela adiantou a viagem de volta à Paris. Claro que antes disso ela tentou se aproveitar do término do namoro para dar em cima de Ucker e tentar “consolá-lo”. O que ele fez? A encostou contra a parede. Ameaçou contar a toda a família o real motivo da briga entre ele e Dulce e quando “titio e titia” descobrissem a classe de filha naja que haviam criado, ela se daria mal, mais do que mal. Falou a ela poucas e boas, não parou de ofendê-la até notar que ela realmente ficara constrangida. Era o mínimo que merecia, por culpa dela o amor de sua vida desaparecera do mapa. Mas era muito fácil pra Érica: destruíra dois corações e agora estava embarcando rumo à sua vida luxuosa e perfeita na França enquanto ele permanecia ali com todos os problemas que Érica deixara.

Ucker estava a ponto de enlouquecer. Tocou a campainha de Anahí freneticamente e tentou parecer simpático quando Poncho abriu a porta assustado. Vendo que o moreno estava sem reação, ele tentou se explicar.

Ucker: Oi, Poncho. – o som de sua voz saiu quase inaudível. – Desculpa a insistência com a campainha... Anahí está?

Poncho tentou parecer convincente, mas acabou gaguejando: E-ela ... foi fazer compras. Na-não sei que horas chega.

- Deixa, Poncho – a voz de Anahí soou e ela apareceu na porta – não tem que mentir, eu quero conversar com ele.