Fanfic: Paixão Obscura - adaptada - TERMINADA

— Por favor, sua mãe e eu cultivamos a ilusão de que criamos três adultos sérios e equilibrados. Não destruam nossos sonhos. Christopher, ainda não conhece minha oficina, conhece? — Reparando no desdém da filha, meramente ergueu o sobrolho. — Cristian, chegou o momento.
— Que momento?
— De lhe passar os pegadores e a espátula sagrados.
— Espere aí, espere aí! — Dulce empurrou o irmão para o lado com uma cotovelada. — Por que não eu?
Sarvigñon levou a mão ao coração.
— Quantas vezes ainda terei de ouvir esse questionamento até o fim de meus dias? — Fitou a filha. — Dulce, meu tesouro, certas coisas um homem lega ao filho. — Apertou o ombro de Cristian. — Filho, confio-lhe a reputação dos Sarvigñon. Não me decepcione.
Cristian fingiu enxugar uma lágrima.
— Pai, sinto-me honrado. Juro proteger o nome da família, não importa o que custe.
Sarvigñon estendeu os acessórios de churrasco.
— Pegue. Agora, você é um homem.
Dulce pendurou o braço nos ombros de Christopher.
— Que palhaçada.
Cristian esfregou um pegador na espátula.
— Você não passa de uma mulher. Conforme-se.
- Ela vai se vingar disso — advertiu Sarvigñon. Atentou a Christopher. — E então, aproveitando o dia?
— Sem dúvida. — Como sair de fininho, se não paravam de arrastá-lo para um canto qualquer e encostá-lo na parede?
— Agradeço a hospitalidade, mas agora tenho de voltar ao bar.
— É o tipo de negócio que não dá muita folga ao dono, principalmente nos primeiros anos. — Sarvigñon já o conduzia rumo a uma construção de madeira no canto do quintal.

— Entende de ferramentas elétricas?
— Sei que fazem um barulho infernal.
Rindo, Sarvigñon lhe deu um tapa forte nas costas e abriu a porta de sua oficina.
— E então, o que acha?
A sala do tamanho de uma garagem dispunha de várias bancadas de trabalho, máquinas, estantes, ferramentas, pilhas de madeira. Aparentemente, Sarvigñon tinha vários projetos em andamento, mas Christopher não saberia defini-los.
— Interessante — opinou, educado. — O que faz aqui?
— Ah, faço muito barulho. Pouco mais do que isso. Há uns dez anos, ajudei Poncho a construir uma gaiola de passarinho. Ficou boa. Foi Blanca quem começou a me comprar ferramentas. Brinquedos de homem, segundo ela.
Passou a mão na capa de uma serra.
— Aí, precisava de um lugar para guardá-las. Quando vi, tinha uma oficina completa. Acho que foi tudo planejado, para me tirar do caminho dela.
— Muito esperta.
— Demais. — Em silêncio por um minuto, contemplaram o maquinário. — Bem, vamos acabar logo com isto, para podermos relaxar e comer. -O que há entre você e minha filha?
Christopher não poderia afirmar que fora pego desprevenido, mas mesmo assim sentiu um peso no estômago.
— Bom, estamos namorando.
Compenetrado, Sarvigñon abriu uma geladeira pequena e retirou duas garrafas de cerveja. Abriu-as e ofereceu uma a Christopher.
— E?
Christopher tomou um gole da bebida e fitou o velho amigo nos olhos.
— O que quer que eu diga?
— A verdade. Mesmo sabendo que preferiria dizer que isso não é da minha conta.
— Claro que é da sua conta. Dulce é sua filha.
Mais à vontade, Sarvigñon sentou-se numa bancada.

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bjix da Naty