Fanfic: Paixão Obscura - adaptada - TERMINADA

— Se acha que me deve algo, pague agora sendo honesto comigo. — Voltou-se. — Envolveu-se com Dulce só porque ela é minha filha?
— Apesar disso — corrigiu Christopher. — Parei de pensar nela como sua filha. Caso contrário, não teria me envolvido com ela.
Satisfeito com a resposta, Sarvigñon assentiu. Procurou amenizar o sofrimento do rapaz.
— Defina envolvimento.
— Tenha dó, Sarvigñon! — Christopher tomou vários goles da cerveja gelada.
— Não me refiro a detalhes — observou Sarvigñon, bebendo também. — Esses devem permanecer entre quatro paredes, para não trocarmos socos aqui.
— Certo.
— Quero saber o que sente por ela.
— Gosto dela.
Sarvigñon deglutiu a informação.
— Sei.
Christopher praguejou. Sarvigñon lhe pedira para ser honesto e ficava andando em círculos.
— Estou apaixonado por Dulce. Inferno. — Fechando os olhos, imaginou-se atirando a garrafa contra a parede. Não adiantou. — Lamento, mas é só o que posso dizer.
— É suficiente — opinou Sarvigñon.
— Sabe de onde vim. E óbvio que não me considera bom o bastante para ela.
— De fato, não é — concordou Sarvigñon, sem notar mudança nos olhos verdes que conhecia tão bem. — Trata-se de minha filhinha, Christopher, e nenhum homem nunca me parecerá bom o bastante para ela. Justamente por saber de onde você veio, creio que se aproxima bastante do ideal. Por que a surpresa? Jamais revelou problemas com sua auto-estima.

— Acho que vou ficar louco. Fazia muito tempo que não me sentia assim.
— Uma mulher faz isso com a gente. Quando é a mulher certa, você nunca mais se recupera. Mas ela é bonita, não é mesmo?
— Tanto que me ofusca.
— É também inteligente, forte e decidida. — Christopher tocou no lábio ferido.
— Se é.
— Se quer um conselho, seja honesto com ela também. Ela não admitiria menos, não por muito tempo.
— Eu sei.
— Pois tenha isso em mente, filho. — Com um sorriso paternal, Sarvigñon apertou-lhe o ombro. — Só mais uma coisa: se a magoar, vai se ver comigo. E nunca encontrarão seu cadáver.
— Puxa, sinto-me bem melhor agora!
— Que bom. Mas, diga-me, prefere o churrasco bem ou mal passado?
Dulce os viu saindo da oficina e relaxou. O pai abraçava Christopher aos ombros e ambos sorriam. Não deviam ter feito nada além de degustar uma cerveja e resmungar acerca de ferramentas elétricas.
Se Sarvigñon bisbilhotara quanto ao relacionamento entre Christopher e ela, ao menos não perfurara nenhum buraco indevido.
Gostava de vê-los juntos, testemunhar aquele vínculo de afeto com respeito mútuo. A família era muito importante em sua vida. Teria atendido ao desejo do coração e ficado com Christopher, porém seria uma felicidade incompleta, se os pais e irmãos não aceitassem seu amor.
Teria deixado cair à travessa com salada de batatas se a mãe não fosse rápida.

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bjix da Naty