Fanfic: Paixão Obscura - adaptada - TERMINADA

Ninguém comenta...

- Da próxima vez, eu vou ficar sentada só olhando, Stark, enquanto você faz todo o trabalho. — Dulce disfarçou e olhou para o salão. — Já viu algo que eu deva saber?

—                    Nada. — Ele pegou a mão da moça ao lado. Mas Carson e eu estamos apaixonados.
 

Sorridente, Lynda Carson apertou violentamente a mão do colega.

—                    Só na sua cabeça.

—                    — Fiquem atentos. — Dulce olhou severa para o copo na mão de Stark. — Espero que seja só soda. – Que rigidez — resmungou ele, vendo-a se afastar.

A caminho da cozinha, Dulce informou a Deb:

—                    O casal da mesa dezesseis está pedindo novos drinques.

—                    — Já vou atender. Você está indo muito bem, Dulce. Depois de levar essa bandeja, pode descansar,

—                    — Não precisa dizer duas vezes!
A cozinha estava um caos, quente, com os pedidos lançados aos gritos. Aliviada, Dulce pousou a bandeja e então viu Vick saindo de fininho pela porta dos fundos.

Esperou dez segundos e foi atrás dela.

Recostada na parede externa, Vick dava a primeira tragada no cigarro. Expirou a fumaça lentamente,

—                    Está na folga, também?

—                    — Estou – confirmou Dulce. — Vim tomar ar.

—                    — Está demais hoje. O Uckermann’s está mesmo fazendo o maior sucesso. — Vick tirou o maço de cigarros do bolso e ofereceu.

—                    — Não obrigada. Eu não fumo.

—                    — Que ótimo. Não consigo largar. Não é permitido fumar lá dentro. Christopher me deixa subir ao escritório dele quando está chovendo. E então, como está sua primeira noite?

—                    — Meus pés estão me matando,

—                    — Ossos do ofício. Assim que receber o primeiro, compre sais para escalda-pés. Se acrescentar eucalipto, então, estará no céu.

—                    — Vou me lembrar disso.

Vick era bonita, reparou Dulce, embora os pés-de-galinha no canto dos olhos a fizessem aparentar mais do que seus vinte e oito anos. Tinha cabelos loiros longos e se maquiava com discrição. Não passava esmalte nas unhas curtas nem usava anéis.

A exemplo das demais funcionárias, vestia-se de preto, camisa, calças e sapatos resistentes mas confortáveis.

O único brilho vinha dos brincos prateados.

—                    Como foi que começou a trabalhar em bar? Indagou Dulce.

Vick hesitou, dando mais uma tragada no cigarro.

-        Eu frequentava muito e, quando decidi trabalhar de verdade, Christopher me ofereceu emprego. Aprendi serviço no Fast Break. É um bom trabalho. Exige um pouco de memória e jeito para lidar com pessoas. Interessada?

-        - Primeiro vou ver se consigo chegar ao fim do turno carregando bandejas. Depois, vejo se tenho jeito para a coisa.

-        — Você tem jeito de quem encara o que for preciso

Dulce sorriu, atentando aos olhos argutos de Vick.

—                    Acha mesmo?

—                    - Capacidade de observação é um dos requisitos nesta área. E, pelo que vejo, você não é do tipo espera passar o resto da vida servindo mesas.

—                    —A gente tem de começar de algum jeito. E pagar o aluguel é prioridade.

—                    - Vem dizer isso a mim? — Mas Vick já notara que os mocassins de Dulce equivaliam a meio mês de aluguel de seu apartamento.

—                    — Bem, se quiser subir aqui dentro, terá de convencer Christopher. Já deve ter per percebido isso.

Vick deixou cair o cigarro e esmagou a ponta em brasa.

- Preciso voltar. Pete emburra se prolongo a folga.

A ex-protituta se referia a Christopher em tom possessivo, constatou Dulce. Deviam ser amantes, considerando também o empenho com que ele a defendia,
Como amante do patrão e funcionária de confiança, Vick encontrava-se em posição privilegiada para alvos e passar adiante a informação. O bar ficava de frente para a entrada. Quem quer que entrasse e saísse passava por seu posto de trabalho,
Os clientes pagavam com cartões de crédito, através dos quais era possível conseguir o endereço,

Valia a pena vigiá-la mais detidamente.
Christopher empreendia sua própria investigação, tanto do escritório quanto da área pública do estabelecimento. Sabia bastante sobre vigarice para selecionar alvos como se os quisesse. Três clientes encabeçariam sua lista se estivesse colaborando com a quadrilha de ladrões.

Também identificou o casal de policiais disfarçados na mesa dezesseis e foi cumprimentar.

-Tudo em ordem por aqui?