Fanfic: Fallen Spirit | Tema: A Orfã

"Estas paredes brancas, essa camisa de força, esses espelhos pela sala, esse lugar estranho... Eu preciso me afastar disso tudo, eu preciso voltar para o vale, se eu ficar mais um dia aqui, todos irão morrer..."

Seis horas em ponto da manhã, Coralyn levantou-se e foi para o banheiro, ficou olhando para si mesma no espelho por uns minutos até "acordar totalmente" e se arrumar. Desceu, sentou à mesa e tomou café da manhã em silêncio com seus pais e seu irmão mais novo. Ultimamente ela estava reclusa, não falava com ninguém, isso depois de seu aniversário de 15 anos, uns meses atrás.

Mãe: Coralyn, fez suas tarefas?

Coralyn: - balança a cabeça fazendo um gesto dizendo sim. -

Pai: Suba e pegue suas coisas, eu te levo para o colégio hoje

Coralyn: Não!

Mãe: Por favor Carolyn, controle-se ao falar com seu pai

Coralyn: Eu vou sozinha, a pé... - ela disse abaixando o tom de voz. -

Pai: ok, mas cuide-se

Coralyn: claro

Coralyn não tinha amigos desde que se mudou, há três anos, seu pai conseguiu um bom emprego na Noruega, onde moram atualmente. Eles percebem que ela está estranha, antes parecia normal, parecia mais feliz... Ela iria a um psicólogo esta tarde, a família estava preocupada, Coralyn não rendia nos estudos e já havia praticado automutilação, ninguém sabe o por que, querem respostas.

Coralyn é uma garota bonita, uma das mais bonitas de seu colégio, mas também é a estranha, a intrusa, a falsa, a vagabunda que não pensa. A pequena é dona de olhos negros lindíssimos, cabelos longos e caramelados, chama atenção dos garotos mas na verdade nem liga, nem olha pra eles, não olha pra ninguém. Ela entrou na sala e se sentou em um canto perto da janela, bem nos fundos, os bagunceiros sempre ficam ali, mas não mechem com ela, deixa eu contar porque...

15 de Julho; 8ª série; Aula de Física;

Lisa: Ei, Coralyn! 

Coralyn: - olha para o garota

Lisa: Como vão suas amigas? 

Coralyn: eu não tenho amigas

Lisa: Ah é, eu esqueci desse detalhe. Seres inúteis não tem nada mesmo (:

Coralyn: Não

Lisa: Não? Está discordando de mim?

Coralyn: Estou sim

Lisa: Erga a manga da sua blusa, Coralyn

Coralyn: Não

Lisa: Erga agora!

Coralyn: Ou você vai fazer o que, Lisa?

Lisa: Contar para o colégio todo da sua paixão platônica pelo Oliver

Oliver não era um garoto qualquer, era O GAROTO. A maioria das meninas daria tudo por ele, Coralyn gostava dele desde a primeira vez que o viu, os dois nunca conversaram. Oliver na época não tinha namorada e nem sequer queria saber de meninas, ele tinha uma banda e dizia que estava focado nela.

Coralyn: Você não vai querer fazer isso.

Lisa: Ah é, por que "queridinha"?

Coralyn: - não diz nada, apenas se levanta e fica cara a cara com Lisa

Lisa: Vamos, me mostre

Professor: Meninas sentem-se, eu não admito esse tipo de comportamento em minha sala!!

Coralyn: Não

Professor: Coralyn!

A turma ficou em silêncio e, Coralyn tirou algo de bolso, era algo de madeira, parecia um crucifixo

Lisa: o que vai fazer com isso?

Coralyn: humana medíocre. - nesse instante as janelas se fecham bruscamente, e um vento forte entra na sala derrubando tudo e todos, exceto Coralyn, que ficou parada com um sorriso sínico.

As aulas foram suspensas por duas semanas e Coralyn também, o que aconteceu era um mistério, professores e alunos temiam a presença dela desde aquele dia...

Hoje; Aula de Física;

Professor: Coralyn, sente-se aqui na frente, sempre foi seu lugar

Coralyn: eu me sentava na janela professor

Professor: isso na oitava série, venha

Coralyn: - ela se levantou e sentou, parecia ter remorço do que aconteceu

Professor: peguem seus livros e abram na página 50

Coralyn não estava prestando atenção, ficava fazendo anotações em seu caderno, escrevendo poemas e histórias estranhas.

Ela olhou para o fundo da sala, sentiu alguma coisa a observando e viu um garoto, que sorria para ela e parecia que ninguém mais o enxergava. Ele estava vestido de branco com um crucifixo preto grande pendurado em seu pescoço. Tinha cabelos pretos e um pouco compridos, era muito pálido e seus olhos estavam inteiramente negros. Coralyn, olhou para frente assustada e sem seguida para atrás de novo, o garoto não estava mais lá...

No intervalo ela sempre ficava sozinha, não comia nada, ficava embaixo de uma macieira, mas algo estava pra mudar. Alguém a cutucou chamando por seu nome...

... :Coralyn, posso me sentar aqui? - disse a cutucando

Coralyn: pode - ela disse se virando, era Oliver

Oliver: oi

Coralyn: o que você quer? Nunca fala comigo

Oliver: Eu fico chateado por você estar sempre sozinha

Coralyn: eu gosto

Oliver: quer que eu vá?

Coralyn: não, eu gosto de você

Oliver: você não me parece bem

Coralyn: eu estou bem sim, só um pouco distante da realidade

Oliver: o que está acontecendo?

Carolyn: você não vai acreditar em mim

Oliver: me conte

Coralyn: tem um garoto me perseguindo, ele aparece todas as noites, e no fundo da sala de física, eu tenho medo

Oliver: isso é coisa da sua cabeça

Coralyn: Não, Oliver! Eu vejo ele! Ele sangra, ele não tem olhos! 

Oliver: Olha, eu vou pra sala, tchau Coralyn

Coralyn: - ela abaixa a cabeça e vai em seguida

As aulas se passaram, e Coralyn foi pra casa a pé escutando música com seus fones. Chegou em casa, almoçou, e se arrumou para ir ao psicólogo.

No carro;

Pai: Coralyn você sabe que isso é para o seu bem?

Carolyn: sei, pai. Mas não precisa, eu estou ótima

Pai: mas você precisa disso

Coralyn: pai olha pra mim

Pai: não posso estou dirigindo

Coralyn: Pai olha pra mim agora!!

Pai: Coralyn não grite comigo!

Coralyn se sentiu estranha, como se algo estivesse controlando seus pensamentos, ela passou para o banco da frente, seus pais não deixavam ela sentar na frente por remorço de um antigo acidente, quando um de seus filhos morreu. Coralyn se sentou...

Coralyn: olha pra mim pai

Pai: Coralyn saia daí

Coralyn: saia você

Coralyn pulou em cima de seu pai e mexeu no volante descontroladamente, ela dava gargalhadas e chorava ao mesmo tempo, por fim, o carro bateu.

Continua...