Fanfic: Submundo

CAPITULO 1

Abriu os olhos, o lugar estava escuro, sentia gosto de terra misturado a sangue, e um enjoo constante, não gostava disso, estava caído com o peito e o rosto virado para o chão de terra, daí o gosto de terra na boca, mas e o sangue? Não soube dizer. Tentou levantar, cambaleou e caiu pra traz, não desistiu, deu impulso com as palmas da mão dessa vez e levantou
fechou um pouco os olhos de uma forma que fosse ampliar a visão para que pudesse enxergar ao seu redor, O lugar estava escuro não deu pra enxergar além de algumas árvores, Onde estava? Ainda não sabia. Parecia ser uma floresta. Deu alguns passos e pode ver alguém no chão, Caído, da mesma forma que se encontrava a uns minutos atrás, Se aproximou devagar e cauteloso, conhecia aquela pessoa, chegou mais perto ainda e pode reconhecer, Era John seu melhor amigo, A cabeça doeu ao lembrar que antes de acordar deitado naquele chão estava justamente com ele, mas não lembrava o que fazia, nem onde estava e muito menos de como foi parar ali. 
John continuava dormindo, O rapaz alto resolve acorda seu amigo John, Que era mais baixo e também mais magro. 
- John acorda ae cara! – não teve resposta, John continuava a dormir.
O rapaz se agacha perto do corpo do amigo estirado no chão e defere um forte tapa no rosto do amigo fazendo o eco da pancada se espalha por toda a floresta. John acorda assustado.
- FILHA DA PUTA! – Diz John irritado olhando para o amigo agachado em sua frente.
- Hahaha, Desculpa não resisti, Hahaha. 
- Miguel, se você fizer isso comigo de novo, eu juro que como teu fígado no jantar! – John falava com a mão no rosto, o tapa doeu de verdade.
- Hahah, teve sorte que bati devagar.
Miguel levanta e estende a mão para que o amigo pegasse, John levanta e finalmente pergunta: 
– Onde estamos cara? 
– Pensei que soubesse – Diz Miguel olhando para John.
– Droga.. que dor de cabeça – Reclamou John colocando a mão entre os cabelos lisos que corria até a testa.
– Odeio escuridão, vamos sair daqui John.

Os dois pareciam estar em um pesadelo que não tinha fim. Enquanto caminhavam em busca de uma saída daquele lugar macabro milhares de pensamentos entrava em suas cabeças e comia suas esperanças aos poucos.
Começava a esfriar e o medo já invadia suas mentes. Teriam sido sequestrados? Teriam pensando nisso se tivesse visto ao menos um sequestrador. 
Miguel não tinha muito ao que se preocupar, morava sozinho não tinha família, apenas o seu amigo de todas as horas, nas boas e nas ruins, que estava ali ao seu lado caminhando em busca de uma resposta, Já John era diferente ele tinha uma esposa. A cabeça de John pesava só ao lembrar que ela estará sozinha agora e se preocupava ao pensar que ela podia estar precisando dele.
colocou a mão nos bolsos da calça jeans, não havia nada, nem carteira, nem celular, Miguel reparou nas ações de seu amigo e fez a mesma coisa, Mas nos bolsos de Miguel havia um cigarro amassado e um isqueiro.
Levou o cigarro até a boca e acendeu com seu isqueiro Bic vermelho, riu sozinho ao lembrar que não tinha comprado esse isqueiro há muito tempo.
Deu sua primeira tragada no cigarro, jogando a fumaça pro alto.
Caminharam por mais cinco minutos, o tempo de Miguel dá a ultima tragada no seu cigarro e jogar a guimba no chão de terra. 
Avistaram de longe uma luz fraca, poderia ser de uma lanterna, alguém deve ter notado o sumiço deles e resolveram procura-los? O coração de ambos batia forte só em pensar nisso, Correram em direção da luz, Chegaram perto e finalmente puderam ver, A luz fraca vinha de uma Cabana velha, feita de madeira e destruída por fora.

– Deve estar abandonada.
– É mesmo, vamos entrar, tá frio aqui fora.

Por dentro a Cabana era pequena dois cômodos a cozinha que se dividia com a sala, e um banheiro separado. Os armários da cozinha estavam todos sem portas, puderam perceber ao entrar. 
– To apertado, vou no banheiro – diz Miguel com a mão na bainha da calça
John respondeu positivamente com a cabeça.
Enquanto se ouvia o barulho da descarga, Algo na parede chamou a atenção de John, algumas cabeças de animais presa na parede, do lado delas, uma arma também estava presa, Era uma espingarda, Podia ter certeza, Estava na Cabana de um Caçador.

Dentro do Banheiro Miguel escuta um disparo em seguida barulho de coisas caindo no chão e quebrando, Arregalou os olhos correu até a sala, Seu amigo estava segurando aquela espingarda.

– Tá maluco? Quer me matar do coração? 
– Hehe, estava só testando, bem que podíamos levar ela, tá boazinha.
– Boa ideia, olha o que eu achei no banheiro.
Miguel tira do bolso uma lanterna pequena, e acende, a luz era fraca mas já ajudava.
– Melhor que nada né? – diz John.

Os dois saíram da cabana, Miguel segurando a lanterna apontada pra frente de forma que iluminasse o caminho, logo atrás vinha John segurando a espingarda com as duas mãos, também apontada pra frente.

– Vira essa coisa pra lá – Disse Miguel sem virar pra trás.
– Relaxa, eu sou bom de mira.

Caminharam mais um pouco eles não sabiam, mas entrava na parte mais macabra daquela floresta, onde as árvores estavam todas sem folhas, com os galhos secos, e muitos abutres no topo de algumas árvores que parecia observarem cada movimento dos dois, de longe uma coruja os observava, eles ainda não perceberam, a presença de uma coruja, apesar de sentir uma sensação ruim, como se estive sendo vigiados, continuaram á andar, agora um pouco mais cautelosos. 
Miguel vira a lanterna pro lado e ver um vulto passando, subiu um frio na espinha, só deu pra ver um vulto, mas não o que era, por causa da deficiência em sua lanterna, o vulto passou pro lado de uma moita novamente, dessa vez John também viu, e não hesitou dando um disparo contra a moita, que balançou, todos os abutres que estavam em árvores por perto foram espantados com o barulho do disparo, causando um barulho maior ainda de suas asas batendo uma nas outras.
se assustaram com os abutres, mas não perderam o foco. Olharam entre si.

– Vai lá John, vê o que tinha lá.
– Vai você que é grandão, e se ele estiver vivo eu acerto ele daqui.
– Par! – diz Miguel.
– Impar! – diz John.

Miguel coloca zero, John coloca três. Miguel perde inconformado.
– Puta falta de sacanagem
– Cala a boca e vai logo.
– Você fala isso por que está segurando uma arma.
Miguel virou as costa pro amigo, estava confiando nele, foi andando bem devagar em direção a moita, olhou pra trás e viu John fazendo um gesto com a cabeça pra ele prosseguir, devolveu o gesto movendo a cabeça positivamente e continuo andar, seja o que for, ainda estava lá, chegou em frente da moita e direcionou a lanterna, tinha algo realmente ali, tirou algumas folhas pro lado e deu um assopro aliviado, fez um sinal pro amigo que abaixou a arma e foi andando até a moita.

– Haha, depois dessa vou precisar de uma cueca nova Haha, era só um alce, está morto agora. – diz Miguel.
– Hahaha, Tu é um cagão mesmo, só tem tamanho, Hahaha
– Tá com fome?
– Morrendo de fome, sou contra comer animais, mas o nessas horas que se dane o moralismo
– Eu faço a fogueira...


De longe, no mesmo galho onde havia uma coruja, não tinha mais uma coruja, e sim uma mulher que estava sentada observando os dois, a mulher tinha o cabelo escuro da cor das trevas, longos até a cintura e lisos. Usava um vestido tão escuro quanto seu cabelo que cobria até seu tornozelo, A pele era pálida, e as veias se sobressaía em sua pele branca. Passou a língua entre os lábios.
– Interessante...