Fanfic: Submundo

Chovia forte, a estrada estava escorregadia e a neblina já tomava conta do ambiente, um ônibus para em frente ao ponto, onde era de costume acontecer, subiram algumas pessoas, mas desceu uma, uma moça morena, usava jaqueta jeans aberta por cima de um vestido rosa que ia até seu joelho, seu cabelo era encaracolado estava jogado pra trás usando uma tiara rosa, desceu do ônibus fechando sua jaqueta jeans e correu até a cobertura mais próxima, pior coisa que fez foi sair de casa sem o guarda-chuva.
- É ali.
Andou até a faixa de pedestre, o sinal estava fechado, não queria ficar ali na chuva, olhou no relógio, estava atrasa para encontrar sua amiga que provavelmente já estaria no local onde combinaram, viu um homem atravessar a faixa com o sinal fechado, fez o mesmo, vinham poucos carros, deu uma olhada rápida, não deu pra ver muito, neblina estava forte, deu uma corridinha até o meio da faixa, onde pode ouvir uma buzina ensurdecedora, e um clarão na sua frente, só pode ver isso, já estava estirada no chão, pode ouvir o grito desesperado de sua amiga do outro lado da rua, não conseguia se mexer, mas sabia que era ela, vozes de pessoas falando algo, e passos, sentia cada gota que caía do céu e batia em seu corpo, pode ouvir uma sirene de longe ficando cada vez mais forte, ambulância ou policia? Não sabia dizer, nem sabia o que atingiu ela, mas pela tamanha dor era carro grande, um ônibus, ou um caminhão talvez
se sentia cada vez mais fraca, seus olhos foi fechando lentamente, e ali mesmo, naquele chão molhado e frio, deu seu último suspiro.

John levanta assustado pingando de suor. Estava sonhando, o engraçado era que não conhecia a pessoa do seu sonho, olhou em volta e estava na velha cabana onde encontrou aquela espingarda, relembrou;
depois de encontrar aquela criatura na floresta, Miguel, John e Sarah resolveram voltar naquela velha cabana pra descasarem, nunca se sabe o que pode mais vir pela aquela mata sinistra, John olha ao redor, Miguel continuava a dormi no chão, fazendo seu braço de travesseiro, olhou para o outro lado do pequeno cômodo daquela cabana e viu Sarah dormindo encostada na parede, ainda estava escuro, e ele se pergunta que diabos de sonho foi esse?
olhou pela frecha da cabana e encarou uma árvore, voltou a olhar para Sarah, e ela o encarava friamente, aquilo gelou sua barriga, ficou sem reação com tamanho susto mas se segurou.
- Já acordado? Diz Sarah ajeitando o cabelo.
- É, não consegui dormi. – Diz John sem encarar Sarah, olhando pro lado de fora da cabana.
- Maus sonhos?
John volta a encarar Sarah, espantado pelo que ela disse, como se ela soubesse que ele tivera um pesadelo.
- Esse lugar parece que é amaldiçoado ou algo do tipo, é muito comum ter pesadelos por aqui. – Diz Sarah levantando e indo em direção a John.
- Como sairmos daqui? – Diz John olhando pra tal árvore.
- Existe um túnel que leva pra uma cidadezinha pacata.
- E como chegarmos nesse túnel?
- Tem uma trilha, mas nessa escuridão é quase impossível achar.
- Eu acho.
John se afasta da moça, se sentia estranho perto dela, queria ir embora, parecia que já estava nesse lugar há dias, mas nunca clareava, nunca viu a luz do sol bater ali, isso talvez explique por que as árvores estavam todas mortas.
Acordou seu amigo Miguel, e depois e alguns minutos convenceu a ir em busca desse túnel, essa era de fato o túnel da saída deles, o fim desse pesadelo, queria agora chegar em casa e abraçar forte sua esposa e pode contar tudo pra ela, detalhe por detalhe.
John pega a espingarda, só tinha 3 balas, mesmo assim era melhor levar por precaução e a lanterna de Miguel já era inútil.
- Vamos esperar amanhecer? – diz Miguel.
- Não cara, vamos agora.
- Você vem com a gente, Sarah? – Diz Miguel olhando pra Sarah.
- Eu vou com vocês né, não vou ficar aqui sozinha.
                                             

Ao saírem da cabana, um vento forte soprou em direção que estavam. John e Miguel continuavam a caminhar na direção oposta ao vento, Sarah vinha logo atrás.
O sol subia no horizonte, e a escuridão começa a desaparecer lentamente, puderam assim também ter uma visão mais ampla, John reparou de longe uma entrada diferente, tomada pelas plantas daquela região, numa distancia de 100 metros, resolveram ir checar.

Ao chegar ao local, perceberam melhor, era uma entrada, guardada por um grande portão de ferro de cor enferrujada que chegava a 5 metros de altura, Miguel se aproximou do portão, estava escrito alguma coisa, as condições do portão o impedia de ler, Sarah se aproxima a passa a mão nas letras, limpando a marca que o tempo deixou, John viu e se aproximou também, limpou a parte que restava, ai sim puderam lê: “Somente os dignos terão acesso ao portão.”

- Somente os dignos? O que isso quer dizer? – diz Miguel olhando pra Sarah.
- Eu não faço ideia. – Sarah responde.

- Hihihi – uma voz infantil ecoava pela floresta.
John olhava pra todos os lados possíveis procurando a tal voz.
Sarah abaixou a cabeça, Miguel deu dois passo a frente.

- Hihi, eu sabia que cedo ou tarde vocês apareceriam por aqui. – a voz mais uma vez ecoa.
- Quem tá aí, apareça! – Miguel grita.
- Hihi, já que insistem, hihi.
um homem pulava de uma das árvores e caía rente aos três; não tinha cabelo, e se vestia igual a outra criatura que encontraram antes, a diferença era que esse homem era magro, e tinha um estatura baixa, e em uma das mãos segurava uma garrafa pequena de saquê, e a outra estava sobra a bainha de sua espada. 

- Quem é você? Não temos nada, só queremos sair daqui. – Diz John segurando sua espingarda.

- Aí que tá o problema, eu sou o guardião desse portão, e conforme vocês leram ali, somente os dignos passaram por ele. – respondeu o homem de voz infantil.

- E como sabemos que somos dignos? – pergunta Sarah sem levantar a cabeça.
O homem deu uma breve encarada em todos, e vira para Sarah.
- Me responda moça, se pudesse escolher um desses dois pra atravessar o portão junto com você, qual dos dois escolheria? hihi O grandão ou o baixinho?
Sarah continuava de cabeça baixa, sem resposta.
- Que brincadeira é essa? Deixa a gente passar se não te desço o cacete. – Diz Miguel olhando o homem.

O homem vira pra Miguel e não fala nada, volta a encarar Sarah.
Sarah ainda estava de cabeça baixa. John fechou os olhos e os abriu novamente, pode ver seu amigo cabeça quente correr em direção ao homem, Também viu a lâmina afiada do homem passar por todo pescoço de Miguel cortando sua garganta, o sangue espirrando em Sarah, e a cabeça de Miguel rolando, rolando até o seu pé.