Fanfic: Nunca te Disse (Vondy) | Tema: Rebelde

- Tenho Christopher - ele se afastou de mim - Seria muito egoísta da minha parte te manter preso a mim

- Você está certa. Não se preocupe por mim Dulce

- Eu amei voce de verdade Ucker. Se a gente tiver que se encontrar de novo e ficar juntos. Vai acontecer mas agora eu quero me dar a oportunidade de tentar outra vez

- Eu entendi... Eu só queria que você soubesse que independente de qualquer coisa... Eu vou estar lá com você - Aquele lado de Christopher era o que fez me apaixonar por ele. O Ucker cuidadoso e pronto para me apoiar

- Obrigada de verdade - eu dei um sorriso fraco - Posso te dar um abraço?

- Claro - e eu o abracei, o nosso contato foi mais forte do que eu imaginava. Tinha muito sentimento ali e eu não queria me separar dele. Ele percebeu e me apertou mais em seu abraço, cheirando meu cabelo.

Me separei com dificuldade e o olhei mais uma vez antes de ir embora, sentia meu coração partido. 

Dias Depois (Dia do Julgamento)

O dia do julgamento chegou e assim que entrei vi Christopher e Fernando na sala. Logo começou o julgamento pude ficar cara a cara com Poncho, ele me encarava mas eu não conseguia decifrar muito bem o que se passava em sua cabeça. Ele não me olhava com ódio como eu esperava, ele não tinha expressão alguma. Eu sentia que ia sufocar e reviver todo aquele dia na frente de tanta gente foi meu pior pesadelo. Me senti nua e exposta outra vez, nua na frente de um monte de gente que me olhava e me julgava se eu estava mentindo ou não e naquele momento eu quis desistir. Os olhares das pessoas doem, me queimam e me fazem sentir envergonhada por dizer a verdade.

Quando crianças sempre aprendemos a dizer a verdade e que a verdade liberta. Eu não estava me sentindo livre agora. Alfonso tinha os melhores advogados que o dinheiro pode comprar e eles tentaram me humilhar a todo custo. Me tirando do lugar de vítima e tentando convencer que eu queria. Que eu fui lá por que quis... eles eram muito bons. Eles convenceram até a mim mesma, era minha culpa também. Eu fui até lá. Comecei a chorar baixinho e senti minha mãe segurar minha mão. Eu estava fraquejando aos pouquinhos, aquilo estava sendo difícil demais pra mim.

Quando chegou a minha vez de falar eu não conseguia sair da cadeira. Eu estava em completo pânico.

- Filha? - minha mão me olhava em completa confusão

Eu a olhava sem conseguir responder até que ouvi a voz de Christopher atrás de mim.

- Você consegue Dulce, não desista agora - foi tudo que conseguiu dizer antes do Juíz ameaçar o retirar da sala. Eu respirei fundo e fui. E disse tudo e quando o advogado começou a me fazer perguntas e tentar me confundi eu tentei responder o melhor que pude. Mesmo que estivesse tão nervosa que minhas unhas estavam enterradas na palma da minhão mão me machucando. Mas eu não sentia dor, só tentava controlar a vontade de sair correndo.

Horas se passaram e finalmente o veredito saiu. Ele pegou a pena mínima de seis anos. Minha família estava indignada e eu tapei a boca para ocultar meu próprio grito. Eu sofri tanto pra nada? O advogado me explicou que provavelmente por ser reú primário e por bom comportamento ele poderia pedir regime semi-aberto em alguns meses. Meus pais queriam recorrer da sentença mas eu não queria mais. Aqui tudo que eu passei senti que foi em vão. Senti alguem tocar o meu ombro e era Christopher. Eu o abraçei e desabei

- Não vamos desistir Dul, vamos recorrer e usar todos os recursos necessário - ele fazia carinho nas minhas costas - Eu prometo que não vamos desistir

- Eu não quero mais - eu falava entre soluços - Eu não aguento mais passar por isso

- Eu estou aqui com voce - ele sussurrava em meu ouvido - Acho que deveríamos procurar outras vítimas, a Dulce não foi a única mas as outras não o denunciaram ainda por medo - ele falava pro advogado que assentia

- Isso ajudaria muito e complicaria sua situação, mas você sabe quem elas são? 

- Algumas... eu falei com elas mas elas não querem denunciá-lo - ele me apertou mais em seu abraço - Mas eu vou insistir mais, vou convencê-las

- Isso ajudaria muito Christopher - escutei a voz do meu pai - Não vamos permitir que ele saia livre facil assim.

Enxuguei as lágrimas e me afastei de Christopher o suficiente para ver que Fernando nos observava. Havia esquecido completamente que ele estava na sala naquele momento e me senti culpada por isso. Me aproximei dele e senti o olhar de Christopher queimar minhas costas.

- Obrigada por ter vindo - dei um selinho nele - É importante pra mim

- Eu sei - ele deu um sorriso fraco e me abraçou - Eu não deixaria de vir por nada Dulce

Me despedi dele e fui embora com os meus pais. Meu pai não parava de falar totalmente indignado pelo que havia acontecido e minha mãe a cada minuto me olhava pelo retrovisor. Sua expressão preocupada. Eu tentava esboçar um sorriso pra ela não ficar preocupada mas nem havia percebido que estava encolhida no banco de trás. Abraçando meus próprios joelhos.

Assim que cheguei em casa eu vi Anahí sentada na calçada. Fazia um tempo que não a via e estranhei vê-la ali. Ela tinha os olhos vermelhos e se levantou assim que viu o carro dos meus pais.

- O que faz aqui any? - falei assim que me aproximei dela

- Precisamos conversar, é importante