Fanfic: AyA - O que há por trás. | Tema: RBD

- Que foi Any? Vai ficar aí parada? - ele ria da minha cara de idiota.
- Prefiro ficar de pé. - menti, até porque se o Pedro não chegasse logo, era capaz deu cair no chão a qualquer momento, pela forma que minhas pernas tremiam.
- Você viu a Dulce hoje?
Ótimo Alfonso, tudo mesmo o que eu queria ouvir nesse momento, o nome da minha amiga, sua NAMORADA.
- Vi. Fiz uma cena com ela hoje. - tentei sorrir.
Quando ele estava pra responder, Pedro chegou pra minha sorte ou para o meu azar, pois fomos imediatamente fazer a tão esperada cena.

A cena que eu mais temia desde que eu descobri que eu ia ser a Mia do Miguel de Alfonso. Em alguns minutos eu iria beijar ele, o homem com quem eu sonho todos os dias. O homem que me apaixonei desde a primeira vez que vi.
Pedro pediu para que começássemos logo.
A cena era simples, eu iria estar deitada, Poncho chegaria perto de mim e me beijaria. Ia ter uma pequena fala, mas sem nenhuma complicação. “É fácil Anahí” pensei comigo mesma “Você só precisa esquecer que o Alfonso é o cara dos seus sonhos.”
Me deitei na cama, coloquei a venda e fiquei “parada”. Parada entre aspas porque os meus pensamentos estavam a mil por hora, como o meu coração também.
Quando Pedro disse a palavra “ação” foi como um choque correndo pelo meu corpo. O que eu podia fazer? Só poderia esperar... Esperar Alfonso chegar e me beijar. E assim eu fiz. Quando ouvi a porta do “quarto” se abrindo, já não pude mais controlar meus hormônios que pareciam querer sair de dentro de mim a todo custo. Eu juro que lutei pra conseguir respirar normalmente, mas fui vencida. Quando senti Poncho sentando ao meu lado então... perdi minha vontade de lutar contra o sentimento que segurei por todos esses meses. E agora eu ia ter que fazer o que tinha que ser feito... Dentro de pouquíssimos segundos, eu iria beijar o homem da minha vida pela primeira vez. Podia ser sim um beijo técnico, mas eu iria sentir o calor do seu corpo juntando com o meu, eu iria sentir os seus lábios tocando nos meus, iria sentir seu cheiro de perto dominando cada sentido de meu corpo.

Quando ele tirou minha venda e pude ver seus olhos tão de perto, respirei fundo pra conseguir falar. Até porque, até onde eu sabia, aquilo ali estava acontecendo porque tinha que acontecer, porque era nosso emprego, eram os nossos personagens. Ali, não iria existir Anahí e Alfonso, mas sim, Mia e Miguel.
- Ah! – eu sorri sem graça, interpretando e colocando minhas mãos sobre meu rosto – Eu to muito feia.
- Não, não, não. – ele falou acariciando meu rosto – Você está muito linda.
Droga Alfonso! Você tinha que ser tão bom ator assim? Tão bom que está fazendo a Mia se derreter por você... Tão bom que está fazendo eu sentir uma sensação nunca sentida antes. Tão bom que está fazendo meu coração querer sair de dentro de mim. Tão bom que está fazendo com que minha respiração acelere a cada toque de suas mãos. Tão bom que está me fazendo, pela primeira vez na história da minha carreira como atriz, entrar na alma de meu personagem.
Ele foi se aproximando lentamente, olhando diretamente em meus olhos, como se quisesse falar alguma coisa e ele realmente disse! Ele disse a partir de quando chegou mais perto, me fazendo fechar os olhos, e me beijou. Me beijou com o corpo, me beijou com desejo, me beijou com vontade, e me deixou completamente LOUCA, enquanto nossos lábios se tocavam devagar.
Ele parou por um instante e roçou seu nariz no meu, como quem quisesse dizer: “veja que não é só sua respiração que está totalmente descontrolada.” E eu, por um ato involuntário, sorri. E ele, novamente, tocou seus lábios nos meus.

E me entreguei totalmente ao momento. Sem medo, sem arrependimentos, sem vergonha. Coloquei minhas mãos em seu ombro, e logo depois envolvi seu pescoço com meu braço, como se fosse um aviso de que eu precisava dele. Precisava do Miguel. Precisava de seus beijos, precisava de seu calor, precisava de seu cheiro. Precisava do, nesse instante meu, Alfonso!
E quando eu disse que ele estava dizendo muitas coisas, mesmo sem falar uma palavra, eu tive a certeza daquilo quando ele me abraçou forte e nosso beijo aumentou a intensidade. E assim, não só minha respiração estava correspondendo tudo aquilo, mas meu corpo inteiro. E pode parecer meio clichê, mas tudo aquilo parecia um sonho. E claro, como todos os sonhos acabam, esse teve que acabar também, assim que Pedro gritou “corta”.

A cena: