Fanfic: AyA - O que há por trás. | Tema: RBD

Então, Alfonso se levantou e eu me sentei na cama. É claro que depois de tudo isso,
iria vir a vergonha e a culpa. Mas Pedro decidiu adiar esses meus sentimentos.
- Anahí, deite de novo e coloque a venda. Quero fazer a cena de você sonhando, ok?
Assenti e me deitei. Tirei a venda de meus olhos e me contorci um pouco pela cama,
fingindo estar em um pesadelo. Sentei na cama e gritei a minha fala: “É tudo culpa sua
Celina!” E logo depois Pedro gritou: “Corta”. E assim, vi Alfonso parado em pé, de braços
cruzados do lado de Pedro.
- Perfeito! – disse Pedro com uma expressão alegre – Anahí, vem aqui, quero conversar com
vocês.
Espera aí, eu ouvi vocês? Ele quer conversar comigo e com Poncho?
Me levantei e fui até eles, encarando o chão.
- Quero saber de uma coisa – começou Pedro – por acaso vocês dois ensaiaram essa cena?
- Não! – nós dois dissemos na mesma hora, fazendo Pedro rir.
- Gente, vocês merecem os parabéns!
Parabéns? Respirei fundo e encarei Pedro pedindo uma explicação.
- Olha, eu posso dizer que em toda minha carreira, eu nunca vi uma conexão tão forte num
beijo igual a de vocês. É incrível, por um momento eu até achei que Mia e Miguel realmente
existisse, sabia?
- Sério Pedro? – perguntou Alfonso com uma pontada de alegria em sua voz.
- De verdade, acho que a escolha mais certa que fiz em termos de escolher casais, foram
vocês dois! Estão de parabéns. A cena ficou excelente! – disse ele abrindo um sorriso –
Bom, agora podem se trocar ok? Por hoje a parte de vocês, já acabou.
Quando Pedro saiu de perto, tentei ir atrás, mas Poncho foi mais rápido, me puxando pelo
braço.
- Posso falar com você? – perguntou ele ainda com a mão em meu braço.

- Claro. – eu estava olhando pro chão e já devia estar totalmente vermelha.
- Pode olhar pra mim? – ele disse em tom de gozação, com certeza queria quebrar o clima
“pesado”.
Levantei meu rosto e o encarei. Percebi que ele ficou meio sem jeito de continuar e deve
ter se arrependido de ter pedido para eu olhá-lo.
- Eu só queria falar que... – ele respirou fundo – que eu também senti a mesma coisa que o
Pedro sentiu. Por um momento, senti que eu não era mais o Alfonso e sim o Miguel. Parecia
tudo tão real. – ele riu – Acho que se nós continuarmos assim, tão conectados, vai ser
bom... – ele deu uma pausa, acho que estava pensando no que tinha acabado de falar e
continuou – é... eu digo que vai ser bom pro nosso trabalho, é que...
- Eu entendi. – assenti sorrindo.
Por um segundo, todo nervosismo e arrependimento passou. Uma alegria me preencheu em saber
que de alguma forma, ele me sentiu. Eu sabia que ele tinha sentido pelo menos um pouco de
mim. Minha vontade era de abraçá-lo e dizer que estava completamente feliz por nosso casal
ter dado tão certo, e eu estava prestes a deixar minha normalidade pra trás e fazer isso
mesmo. Só que uma voz me bloqueou por completo.