Fanfic: O amor de William Bonner e Fátima Bernardes III, o retorno de Alessandra.

No dia seguinte, Laura acordara mais cedo do que todos. Não conseguira dormir direito a noite passada. Suas olheiras embaixo dos olhos comprovavam isso.

O sonho a perturbava de um jeito extraordinário. Parecia que ela teria paz apenas quando descobrisse quem eram essas pessoas. Levantou-se da cama e foi até a janela. Estava amanhecendo. Resolveu pegar a sua toalha e ir logo tomar banho, afinal, não estava nem um pouco a fim de discutir com Vinícius.

Quando ligou o chuveiro, ela sentiu como se estivesse mergulhando nas águas geladas do atlântico norte. Estava muito fria a água. Foi quando ela percebeu que tinha se esquecido de aquecer a água, e apertou no botão que fazia essa ação no chuveiro.

Mergulhou a cabeça ali e sentiu a água quentinha cair sobre a sua cabeça. Fez tudo o que tinha pra fazer no banheiro e saiu.

Na realidade, Laura fez tudo o que ela costumava fazer todos os dias. Só que ela estava com uma aparência tão morta que parecia irreconhecível. Voltou a sentar-se na cama, já arrumada com o uniforme da escola, e ficou debatendo consigo mesma.

Pelas roupas que a mulher usava, parecia que a época que tinha sonhado era por volta do século XVIII. Mas não sabia a década. A mansão também aparentava ser muito antiga. Queria descobrir mais sobre esse trio fazendo uma pesquisa na internet, mas não podia porque já estava na hora dela descer.

Laura saiu do quarto, surpreendendo Vinícius.

-Minha nossa, você já está arrumada? – Perguntou ele olhando-a assustado.

-Eu acordei um pouco mais cedo. E mamãe e papai? – Perguntou Laura.

-Estão se arrumando no quarto. – Respondeu ele. –Você conseguiu dormir bem pelo menos?

-Mais ou menos. Na verdade está para menos do que mais. Aquele sonho não me deixou sossegada.

-Como assim? Você voltou a sonhar com aquilo?

-Não, eu não voltei. Mas eu me lembrei de alguns detalhes... – Disse ela.

-E que detalhes...? – Começou a perguntar.

Laura o interrompeu. Falando tudo que tinha pensado em seu debate.

-Eu sei que essa mulher com que eu sonhei é do século XVIII. Ela devia ser bem rica, porque o casarão que ela tinha...

-Então você está sugerindo que...

-Que ela realmente existiu.

Vinícius ficou calado por um tempo.

-Já passou pela sua cabeça que isso pode ser apenas fantasioso? Que essa tal de Catarina nunca existiu? – Disse ele tentando claramente convencer a irmã.

-Claro que passou. Mas aí seria fantasioso demais pro meu gosto. Eu não inventaria uma coisa dessas do dia pra noite.

-Talvez você tenha razão.

Beatriz saiu do banheiro já vestida, olhando a irmã já arrumada.

-Acordou mais cedo? – Perguntou ela.

-É.

-Bom, se não se importam... Eu vou tomar banho. – Disse Vinícius entrando no banheiro.

-Espera eu terminar de me arrumar para descermos juntas? – Pediu ela.

-Claro. Eu te espero aqui.

Beatriz entrou no quarto e foi logo terminar de arrumar-se.

Laura sentou-se no chão do corredor. Ela não estava com nenhuma disposição para ir para a escola. Queria ficar em casa, dormindo. Afinal tinha tido uma noite péssima.

Beatriz saiu do quarto cinco minutos depois pronta.

-Vamos?

-Vamos. – Falou Laura se levantando do chão e acompanhando a irmã até a escada.

William estava pegando a sua pasta quando Fátima saiu do banheiro.

-William... Você me falou ontem algo que diz respeito à Laura. O que aconteceu com ela?

-Ela está tendo pesadelos que não a deixam dormir. Eu estou começando a me preocupar.

-Desde quando?

-Desde semana passada. Talvez ela não perceba, mas eu já venho reparando nisso.

-O comportamento dela mudou. Antes ela era disposta, alegre... Mas agora parece um poço de tristeza. Ela disse pra você o que andou sonhando?

-Não. – Respondeu William. –Ela não falou nada.

-Isso não é normal. A nossa filha não é assim. Tem que ter alguma explicação!

-Podemos falar com ela.

-Ótimo. Quando?

-Quando a deixarmos na escola.

-Pra mim, tá bom. Acho melhor descermos.

Os dois saíram do quarto.

A família fez o de sempre. Tomaram café juntos e foram para o carro. Beatriz tinha se esquecido da mochila e havia subido correndo para buscá-la no quarto. Pegou-a e tornou a descer as escadas correndo e foi para a garagem onde todos a esperavam.

Quando chegaram na escola, Vinícius e Beatriz se despediram dos pais e entraram na escola. Já Laura, quando ia descendo do carro, foi chamada pela mãe.

-Laura?

Ela voltou a se sentar dentro do carro, olhou para a mãe e disse:

-Oi.

Fátima virou-se para filha e perguntou:

-Aconteceu alguma coisa? Alguma coisa de grave que você queira contar pra nós?

-Se aconteceu alguma coisa? Não, não... Não aconteceu nada. Er... Por que a pergunta? – Laura mentiu.

-Porque você anda tendo estranhos sonhos e não quer contar quais são esses sonhos. Filha... Somos os seus pais. Pode contar tudo pra gente. Quem sabe podemos até ajudar. – Falou William virando-se e olhando-a também.

-Vocês não podem me ajudar. Essa é uma coisa que nem eu sei explicar.

-Pelo menos tente. – Falou a mãe.

-Não, isso é uma coisa que não devem ficar preocupando vocês, vocês já tem problemas suficientes na cabeça. É melhor eu ir, a campa já está pra bater.

Laura despediu-se dos pais e saiu do carro. Entrou na escola no exato momento em que a campa começou a tocar.

Não queria preocupar os pais com aquilo. Afinal, nos olhos deles, iria ser fantasioso.

Foi com esses pensamentos que ela entrou na escola e foi para sala de aula.

-Amor, ela está mal. Ela está muito mal. Será que esses sonhos são tão ruins assim? – Perguntou Fátima virando-se para ele.

-Acho que são. Isso está ficando mais sério do que eu imaginava. – Falou ele olhando para ela.

Aeroporto Santos - Dumont.

Alessandra passava pelo portão de desembarque internacional. Ela havia morado dezessete anos de sua vida em Roma, onde era casada com um bilionário italiano. Havia separado-se dele e ficado com metade da herança. Agora estava mais rica do que nunca.

Ela inspirou profundamente aquele ar brasileiro. Voltou ao Brasil com apenas um único objetivo: Ter William Bonner.

-É, me aguarde William Bonemer Júnior, porque a Alessandrinha aqui está de volta disposta a lutar por você. Nem que isso custe o seu casamento.