Fanfic: O amor de William Bonner e Fátima Bernardes III, o retorno de Alessandra.

Passa-se uma semana e a chegada da tia de Renesmee era aguardada ansiosamente pelos trigêmeos.

Laura estava, enfim, aliviada. Podia colocar tudo para fora o que a estava sufocando. A tia de Renesmee seria uma ótima saída.

Eles estavam no computador quando o celular de Vinícius vibrou.

-É um torpedo. – Disse ele pegando o celular e abrindo a mensagem. – É da Renesmee. A tia dela já chegou e já está nos esperando.

-Ótimo. Quem sabe ela possa nos ajudar com esse problema da Laura. – Disse Beatriz levantando-se.

-Eu só sei que eu não durmo há dias. Se eu colocar o meu sono em dia, só vou acordar na copa de 2014. – Falou uma Laura sonolenta.

-Ah, também não vamos exagerar! – Disse Beatriz. – Tudo vai se esclarecer, você vai ver.

-Vamos logo! A gente vai se atrasar! – Falou Vinícius um pouco irritado.

Os três seguiram pela casa e saíram. Os pais estavam na casa de um amigo que trabalhou com eles nos tempos de Jornal da Globo. Eles foram, em silêncio, até a casa da amiga.

Após estarem nos jardins da propriedade, Renesmee saiu da mansão e foi até eles.

-Nossa Laura, Você está com uma aparência péssima.

-Eu tô lutando pra não cair aqui na grama e dormir. Mas e a sua tia? Onde ela está?

-Na sala de estar. Ela disse que prefere conversar lá. Não quer pegar sol.

-Mas essa sua tia é cheia de frescura hein? – Disse Vinícius, indignado. – Fala sério. O sol nem tá forte assim, desculpa falar.

-Acostume-se. Ela odeia pegar sol. Por isso que ela evita ao máximo de vir ao Brasil. Mas vamos logo entrar, ela odeia ter que ficar esperando.

Os quatro entraram na mansão, que estava no mesmo de sempre. Com a exceção de que a porta do escritório estava trancada e muitas vozes vinham dali de dentro. E parecia que eles não falavam português.

Beatriz olhou para Renesmee com uma cara de pura interrogação. Ela logo tratou de explicar:

-Reunião de negócios. Os clientes são japoneses.

-Ah, ok. – Disse ela.

Chegando à sala, Renesmee fechou a porta, para que não fossem ouvidos. Laura se virou e viu a tia da amiga.

Esta, diferente da sobrinha e da irmã, tinha os cabelos pretos. O que dava um grande destaque nos seus olhos azuis. Mas no resto, parecia com a irmã e a sobrinha. Magra, alta, pele muito branca e boca rosada.

-Então, estes são seus amigos? – Falou ela com a voz musical. – É um prazer conhecê-los. – Terminou ela levantando-se do sofá e cumprimentando-os.

Os três retribuíram o cumprimento. Mas Vinícius não pôde deixar de reparar que ela tinha a mesma voz musical que Renesmee. Agora já sabia de onde ela tinha herdado esse tipo de voz.

-É melhor sentarmos. – Disse Renesmee.

Os cinco sentaram no sofá. A mulher fez as apresentações.

-Meu nome é Naomi. E os seus?

Cada uma falou de uma vez.

-Vinícius.

-Laura.

-Beatriz.

-Ok. Renesmee já me contou um pouco de vocês, que vocês são filhos daquele famoso casal de jornalistas e que se conhecem há pouco tempo. Bom, quais são os problemas?

-Bom, na realidade... É um sonho, bastante perturbador que eu ando tendo. – Começou Laura. –É assim...

E assim Laura descreveu o sonho nos mínimos detalhes. Ela foi contando, destacando alguns pontos e explicando suas teorias. Explicou que aquilo fora real no século XVIII e que a mulher era igual à sua mãe e o seu amante, igual ao seu pai. Ela também contou que ela sonha até um determinado ponto. Nunca passara dali. Naomi apenas ouviu com bastante atenção e ficou um tanto que admirada quando ela terminou. 

-É. Realmente um sonho como esses não se tem todo dia. – Foi tudo o que ela quis dizer naquele momento.

-O que você acha? – Perguntou Beatriz.

-Eu só posso tirar duas conclusões com base nisso. A primeira: que a sua irmã tem uma mente bastante fértil ao ponto de ter criado isso. E a segunda conclusão: de que isso, de fato, real.

-Mas isso foi real. – Ponderou Vinícius. – Nós visitamos um blog que retratava sobre isso. Lá, contou toda a história dos dois e eles chamavam-se Catarina Dourviéer e Salvador Dunter. Lá também tem as fotos deles. E é incrível, eles são praticamente iguais aos nossos pais.

-Eu até me surpreendo que o dono desse blog não tenha feito à comparação. – Falou Beatriz.

-Catarina Dourviéer e Salvador Dunter? – Naomi pareceu meditar. – Eles por acaso são franceses?

-Sim! – Responderam os três juntos.

-Tia, a senhora não está pensando em falar com ele, está? – Disse Renesmee.

-Ele quem? – Perguntaram os três novamente em coro.

-Fernand Dunter. Ele é descendente de Salvador. É um amigo meu. Ele disse que tem guardado há séculos na família dele o diário de Catarina.

-Catarina tinha um diário?!- Dessa vez, todos os quatro perguntaram em coro.

-Sim. E eu posso conseguir que ele me empreste para lermos.

-Isso está na família dele há séculos! É praticamente uma relíquia. Como pretende conseguir isso? – Perguntou Renesmee desconfiada.

-Ele faz tudo por mim. Afinal, somos amigos. E ele também me deve um favor. Vou falar com ele ainda hoje.  Mas por enquanto, eu vou pedir uma coisa para vocês.

-O quê? – Perguntou Laura.

-Para sabermos se, de fato, Catarina e Salvador é Fátima e William, precisamos que um dos dois precise fazer uma sessão de hipnotismo.

-Hipnotismo? – Perguntou Laura.

-Isso. O hipnotismo ele ajuda a pessoa a viajar para vidas passadas e desvendar certos mistérios.

-Viu? Viu? Eu disse que isso está parecendo àquelas novelas da Elizabeth Jhin!!! – Falou Vinícius.

-Agora eu tô começando a concordar com você. – Falou Beatriz.

-Er... E quando você acha que pode fazer a sessão? – Perguntou Laura.

-Amanhã.

-Ok. Aqui mesmo?

-Não. Na casa de vocês mesmo.

-Tudo bem. A gente liga pra Renesmee pra confirmar. – Disse Laura.

-Tudo bem.

-Bom, agora a gente tem que ir. – Falou Vinícius.

-Tudo bem, vamos. – Falou Beatriz.

-Eu acompanho vocês até a porta. – Falou Renesmee.

Eles se levantaram e se dirigiram para a saída. Na sala, dava para ouvir que o pai de Renesmee ainda estava em reunião com os japoneses. Beatriz ficou olhando para a porta do escritório e pensando de como a vida no mundo dos negócios era chata.

Já no jardim, Renesmee perguntou para Laura:

-Está se sentindo melhor?

-Agora que eu contei tudo para sua tia, sim. – Laura sorriu para ela. – Eu vou ter que falar com a mamãe, e explicar tudo o que aconteceu desde o começo.

-Mas ela e o seu pai já não tinham perguntado sobre isso?

-Já. Mas eu não queria tomar o tempo deles. Eles têm um compromisso do qual às vezes tem que ser cumprido aos sábados. Pelo menos nesse sábado eles não vão ter que ir para a Globo.

-E quando pretende falar com ela? – Perguntou Beatriz.

-Hoje ainda se for possível.

-E você acha que ela vai aceitar? – Perguntou Vinícius.

-Não custa tentar, né? – Laura deu de ombros. – Mas eu vou insistir até onde eu puder.

-Eu só espero que você não tenha mais esses sonhos. Você realmente precisa dormir. – Aconselhou Renesmee.

-Tudo bem. Eu vou tentar seguir o seu conselho. – Falou Laura.

Os trigêmeos despediram-se da amiga e seguiram de volta para casa. Quando chegaram, sentaram-se na sala e ficaram ali meio que sem assunto para falar. Meia hora depois, os pais chegaram.

-Ué, o que vocês estão fazendo aí, sem nada pra fazer? – Perguntou William.

-A gente tá meio que, com preguiça. Ô mãe, será que a gente podia conversar? No seu quarto? – Perguntou Laura.

-Claro. A gente pode sim. Vamos lá. – Disse Fátima olhando para ela.

Ela olhou para William e lançou um olhar de interrogação. Não sabia tanto quanto ele o que a filha deles queria. Elas subiram e entraram no quarto. Após Fátima sentar-se na poltrona que tinha perto da sacada, Laura falou:

-Preciso que a senhora faça uma coisa.

-E o que é?

-Uma sessão de hipnotismo.

-Como? Laura, por que você está me pedindo uma coisa dessas?

-Porque eu ando tendo uns sonhos esquisitos. Eu vou ter que contar desde o começo...

Laura narrou à mesma história que narrou para Naomi. Fátima ficava cada vez mais surpresa. Nunca imaginara que a filha estava tendo esse tipo de coisa. Quando terminou, Fátima falou:

-Mas você tem certeza de que... Era mesmo seu pai, eu e Mário? – Ela teve dificuldade quando falou a última palavra.

-Sim. Mãe, eu jogo pela janela o meu notebook e o meu celular se isso não for verdade. Porque era incrível. Pareciam vocês três trajando roupas de época.

-E para qual finalidade você quer que eu faça essa seção?

-Para saber se, de fato, foram vocês em alguma outra vida ou se é apenas uma mera coincidência.

-Filha, eu...

-Por favor, mãe. Por favor, faça essa seção. Eu preciso tirar essa prova. Por favor. – Laura se ajoelhou aos pés da poltrona.

-Isso é uma coisa totalmente surpreendente. Eu nunca pensei que poderia acontecer uma coisa dessas. – Fátima falou totalmente abismada.

Laura apenas olhou para a mãe com uma expressão quase que implorando para que ela fizesse a seção. Ela, conhecendo muito bem a filha, cedeu.

-Tudo bem, eu faço. Quando vai ser?

-Amanhã mesmo. – Laura levantou-se sorrindo. - Naomi é quem vai fazer.

-Quem é Naomi?

-Uma tia de Renesmee. Vou contar pro papai.

-Não. Espera. – Fátima levantou-se. – Não comente nada com o seu pai. Eu não quero preocupá-lo com isso.

-Tudo bem. Vai ser mantido em segredo. Obrigada mesmo mãe, eu não sei o que faria se não concordasse.

Laura foi até ela e depositou um beijo na bochecha da mãe. Saiu do quarto e deixou Fátima sozinha.

Ela sentou-se novamente na poltrona e ficou perdida em pensamentos que tinham relação com o sonho da filha.

Era engraçado, pois ela estava sentindo, na espinha, que tinha vivido aquilo. Agora ela desejou mais do que nunca para fazer logo essa seção de hipnotismo.