Fanfics Brasil - Capítulo 16 Inocente Traidora-AyA (Finalizada)

Fanfic: Inocente Traidora-AyA (Finalizada) | Tema: Ponny


Capítulo: Capítulo 16

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CAPÍTULO IV


 


 


 


Anahí quase pediu à recepcionista que parasse de encará-la com tamanha insistência. Desde que entrara no prédio da filial inglesa das Indústrias Herrera, todos os funcionários a fitavam com ostensiva curiosidade, como se houvesse uma placa em sua testa informando “ex e futura esposa do patrão”.


— Sra. Herrera? — A secretária indagou. — Por favor, queira aguardar um instante. — Examinou-a de alto a baixo, avaliando mentalmente o valor do casaco branco de pele que Anahí relutara tanto em vestir. A baixa temperatura da tarde de inverno, porém, convencera-a a tirá-lo do “baú”.


Pouco depois, foi introduzida no escritório de Alfonso.


Nada mudara ali. A decoração, moderna e sóbria, destacava-se pelo requinte. O ex-marido levantou-se de imediato para recebê-la, brindando-a com um sorriso cheio de sedução.


— Desculpe-me por fazê-la esperar — ele murmurou, pressuroso.


Anahí sentou-se, contemplando-o em expectativa.


Ficaram em silêncio por alguns instantes. Ele abandonou a cadeira atrás da escrivaninha de mogno e acomodou-se na poltrona.


— Venha para cá. Há bastante espaço e ficaremos mais confortáveis.


Anahí parecia grudada no chão, incapaz de atender ao convite. Temia aproximar-se dele, daquelas mãos que tanto prazer lhe haviam dado no passado. Sua rendição seria ainda mais humilhante. Com voz trêmula, rebelou-se:


— Você pode me forçar a vir ao seu escritório, pode até forçar-me a casar de novo, mas é só. Não conseguirá mais nada de mim.


— É mesmo? — Alfonso acercou-se dela, acariciando-a com o olhar de mel e ouro, enquanto, num gesto lento e sensual, abria-lhe o casaco de pele.


— Pare com isso, pelo amor de Deus! — Anahí rogou, não suportando a tensão que pairava no ar, quase tangível.


— Não me desafie, então — Alfonso replicou, acariciando-lhe as mechas acobreadas que repousavam sedosamente nos ombros delicados. — E pare de agir como se me temesse. Afinal, eu jamais a magoei...


Anahí quis responder que, às vezes, um golpe físico era preferível ao tormento que ele lhe infligira. Não o fez por estar ocupada demais, vigiando-o. Receava que ele não se contentasse com tirar-lhe o casaco, que deixara cair no chão, e tentasse despir-lhe o conjunto de lã azul. Com Alfonso, nunca se sabia o que poderia acontecer...


Em lugar disso, porém, ele preferiu tomá-la nos braços, num abraço voluptuoso e inesperado.


— Não... por favor — ela implorou, embora no íntimo desejasse que aquele momento se perpetuasse. Com medo da própria excitação, Anahí manteve-se rígida, impondo-se um autocontrole quase impossível.


Alfonso, fingindo ignorar aquela reação, pousou os lábios sobre os dela, beijando-a com sofreguidão.


Anahí tremia dos pés à cabeça. Não se tratava de um simples beijo carinhoso, mas de uma clara introdução ao ato do amor. Jamais esquecera os antigos rituais que costumavam cumprir, quando casados. Eram sinais só deles, que comunicavam sem sombra de dúvida a intenção de encontrar prazer nos braços um do outro. Alfonso se revelara um amante ardoroso, apaixonado, arrebatando-a com suas carícias vorazes e exigentes.


E, agora, repetia o comportamento daquela época. A mão dele, pousada na base de sua espinha, comprimia-lhe o corpo contra si. A evidência de sua excitação não era menos provocante que o beijo faminto com que lhe esmagava os lábios. Anahí se viu prestes a sucumbir perante o desejo crescente, quase insuportável, que Alfonso lhe despertava, fazendo-a sentir-se viva de novo, lembrando-a de que era uma mulher. Instintivamente, passou a corresponder a cada carícia com a mesma sensualidade apaixonada, exigindo-lhe que não parasse, que fizesse amor com ela, levando-a a um êxtase que há quatro anos não experimentava.



 



Alfonso segurou-lhe um dos seios, desnudando-o para contemplá-lo com ar de cobiça. Sequioso, mordia-o e beijava-o como que movido por uma saudade muito antiga. Anahí gemia, enlouquecida, esquecida de todos os problemas que os separavam. Naquele momento, havia apenas um homem e uma mulher ligados pelo desejo, pela sede de amor.


De repente, Alfonso desprendeu-se dela, respirando com extrema dificuldade.


— Não quero você. Poderia tê-la aqui e agora, mas não me interessa — ele murmurou, as mãos ainda deslizando pelo busto nu. — Você é uma mulher muito fogosa, cara, e essa é a sua desgraça. A menor carícia, se entrega por inteiro. Mesmo a mim, que você afirma odiar tanto.


Anahí arrumou a blusa, vermelha de embaraço e raiva, sem ousar encará-lo. A provocação não consumada fazia seu corpo doer, e a rejeição magoava mais do que a dor física. Contudo, sua ira voltava-se contra si mesma. Empenhara-se durante tantos anos para resgatar sua auto-imagem destroçada pela culpa, para readquirir a própria dignidade, afastando-se por completo do contato com os homens, vivendo em total solidão.., e jogara tudo fora em poucos minutos, perdera a razão por causa de um beijo e algumas carícias... Talvez estivesse mais carente do que imaginava, talvez não devesse ter evitado o relacionamento com os admiradores que cruzaram seu caminho, convidando-a para sair. Se houvesse mantido uma vida afetiva saudável, decerto não se veria agora naquela situação humilhante e constrangedora, à mercê do desrespeito de Alfonso. E pensar que, na época do namoro, ele a tratara como a um cristal puro e frágil, que se quebraria se não recebesse todo o cuidado do mundo.


— Tornei algumas providências — Alfonso comunicou, fitando-a com um brilho metálico no olhar dourado. — Tornaremos a nos casar dentro de uma semana. Comunicaremos o fato oficialmente esta noite, numa pequena recepção a que devemos comparecer. Outra coisa: mandei comprar roupas novas, mais adequadas à futura sra. Herrera. Deverá recebê-las ainda hoje, no meu apartamento. É melhor que se hospede lá, até amanhã, pelo menos. Quero que coloque o vestido azul, não se esqueça. Não estarei livre para o jantar, por isso, só nos encontraremos mais tarde.


Anahí ouvia em silêncio o punhado de ordens que ele lhe despejava. Como seria sua vida, daí para a frente? Talvez devesse andar com um bloquinho, anotando tudo o que o “sr. Herrera” desejasse, para não correr o risco de desagradá-lo. Até mesmo suas roupas seriam escolhidas pelo “amo e senhor”...


— Sente-se, por favor — Alfonso acomodou-se atrás da escrivaninha, indicando-lhe uma cadeira de frente para a dele. — É claro que tomei algumas medidas de precaução, para o caso de você querer romper o casamento. Quero que assine um contrato, concedendo-me a custódia de Nicky, na hipótese de divórcio.


— Não pode me pedir uma coisa dessas! — Anahí exclamou, horrorizada.


— Não se trata de um pedido, mas de uma exigência — Alfonso a contradisse com ameaçadora suavidade. — Se você se lembrar de sua condição de mulher casada e mãe, não precisará temer o contrato.


Anahí estudou-o por alguns momentos, trêmula de raiva.


— Pensa que não sei o que está tramando? Quer ficar com Nicky, e, por isso, pretende tornar a minha vida um inferno, até que eu não agüente mais e vá embora!


— Eu jamais faria isso com meu filho. Quero que ele cresça num lar o mais sadio possível. Meu medo é que você torne isso impossível. No que depender de mim, esses... desentendimentos de agora, perfeitamente naturais na nossa situação, desaparecerão com o tempo. Se conseguir comportar-se como deve, garanto-lhe que nada farei para “tornar a sua vida um inferno” — Alfonso argumentou, ofendido.




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— De qualquer forma, estou perdida — ela murmurou, prestes a chorar. — Por quê? — Alfonso indagou, perplexo. — Você vai morar numa casa maravilhosa, com seu filho, terá muito dinheiro para gastar como bem entender, não precisará se matar de trabalhar em troca de tostões, e tudo isso a que preço? ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 226



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  • al.andrade Postado em 30/11/2014 - 18:09:45

    comecei a ler e me apaixonei na historia. Mto linda mesmo!!

  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23

    até quem enfim eles se entenderam e a vdd foi dita,aleluia, adorei o final da web foi linda demais, valeu adorei mmo

  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23

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  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22

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