Fanfic: Inocente Traidora-AyA (Finalizada) | Tema: Ponny

— De jeito nenhum. Para saciar-me, é necessário muito mais, cara — Alfonso retrucou. — De qualquer forma, meu objetivo não era esse — comentou, acariciando as costas nuas de Anahí, que se virara para o outro lado. — Na verdade, eu queria apenas exorcizar alguns fantasmas. Da próxima vez, será por puro prazer.

— Por favor, Alfonso. Eu te amei tanto, não me faça odiá-lo —ela suplicou, chocada.

— Não sabia que o ódio é o lado sombrio do amor, cara? —Alfonso comentou com lassidão, envolvendo-a com os braços. —Além disso, é muito excitante. Anahí, Anahí... por que não aceita o inevitável? Nesse jogo, eu sou o vencedor. Não é minha culpa se você escolheu o lado perdedor.

Ela voltou-se para retribuir a ofensa, mas foi colhida por um beijo inesperado. Fragilizada demais para opor resistência, permitiu que Alfonso lhe contornasse os lábios trêmulos com a língua, enquanto, em seu íntimo, questionava os próprios sentimentos. Será que se sentia culpada a ponto de considerar-se merecedora daquele castigo? Será que, bem lá no fundo, não se achava indigna de um tratamento mais respeitoso?

De qualquer maneira, por mais que o fato a revoltasse, desejava estar nos braços de Alfonso mais do que qualquer outra coisa no mundo, e não se importaria de fazer amor com ele pela eternidade afora.

Uma vez admitida a verdade, uma vez aceito o próprio desejo,

Anahí tornou a entregar-se a Alfonso, e juntos, atingiram novamente o auge do prazer.

Um homem calado, que jamais criava problemas e aparecia sempre no momento certo para tirá-la dos apuros. Só que não era ele, e sim Alfonso...

— Como pôde? — ela repetiu, indignada.

— Entenda, Anahí. Você foi prejudicada pelas deficiências do seu sócio, não pelas suas. Glenn a tratava como se fosse uma empregada, em lugar de sócia!

— Não é verdade! Eu dirigia a Antiques Fayre!

— Então por que se beneficiava menos com os lucros do que ele? — Alfonso indagou com secura. — Cheguei a pensar que tivessem um caso. Não encontrava outra explicação para tamanha generosidade com alguém que a explorava.

Anahí fitou-o com raiva. Alfonso não tinha o direito de imiscuir-se em sua vida, nem de julgar as pessoas com aquela fria superioridade. Steven revelara, de fato, displicência e até mesmo uma certa irresponsabilidade em termos profissionais, fazendo compras extravagantes para o estoque. Mas acusá-lo de desonestidade era demais.

— Anahí, se Glenn não tivesse atrapalhado, estou convencido de que você teria obtido grande sucesso com a sua loja. Acredito na sua capacidade. Por favor, não se culpe pelo fracasso.

— Mas eu não estou me culpando! — ela explodiu, ferida em seu orgulho. — Estou acusando você de se meter na minha vida e me tratar como uma criança indefesa! Se alguma vez eu precisasse de ajuda, procuraria seus advogados.

— A quem você quer enganar? Nós dois sabemos que preferiria passar fome a pedir meu auxílio. Para evitar que as coisas chegassem a esse ponto, até porque meu filho sofreria as conseqüências, decidi ajudá-la de forma discreta e indireta.

— Obrigada por nada!