Fanfic: Inocente Traidora-AyA (Finalizada) | Tema: Ponny
Quanto a Alfonso... também ele teria de pagar. Anahí não podia ser acusada de nada, com exceção, talvez, de um certo estouvamento e rebeldia, mas, afinal, tinha apenas dezoito anos, na época, e não fora criada para ser uma esposa obediente. Na sua família, as mulheres possuíam cérebro e o usavam. Ela não merecia a solidão e o descaso a que Alfonso a condenara. Muito menos o que acontecera depois... Ele afirmara tê-la amado. Então, por que nunca o havia demonstrado?
Anahí abriu uma revista, percebendo o marido entrar no quarto, de roupão, esfregando uma toalha nos cabelos molhados.
— Isso não vai funcionar, Anahí — ele advertiu, observando-a virar a folha da revista. — Não podemos viver como dois estranhos e esperar que nosso filho seja feliz nesse péssimo ambiente. Você devia pensar nisso — ele prosseguiu, argumentando com bom senso desconcertante.
Anahí estava preparada para uma reação agressiva. Por isso, aquela atitude ponderada desnorteou-a.
Alfonso aproximou-se com passos lentos e retirou-lhe a revista das mãos.
— Não podemos trocar acusações e recriminações para sempre. O que está feito, está feito. Este casamento é um novo começo, não uma seqüência das hostilidades do passado. Não me contentarei com menos que isso — o olhar cor de mel emitiu labaredas douradas quando ele acrescentou: — É tudo o que tenho a dizer, por enquanto.
Alfonso voltou ao banheiro, dando-lhe tempo para pensar.
Anahí fitava o chão, confusa. Havia algo em favor do marido que não podia ignorar: mesmo no auge da raiva e do desejo de vingança, ele jamais fora desonesto com ela. Por outro lado, Alfonso podia dar-se ao luxo de ser generoso, já que conseguira tudo o que queria. Para que ele haveria de querer uma esposa que o odiasse, com quem vivesse num inferno de brigas e discussões? Claro, seria tudo bem mais fácil se, convencendo-a do quanto era magnânimo ao enterrar o passado e aceitá-la de volta, pudesse obter sua rendição total.
Sedutor e persuasivo, com poucas palavras e algumas carícias Alfonso conseguiria induzi-la a qualquer coisa, se ela não se mantivesse atenta. Todo cuidado era pouco, quando se tratava de um homem como o chefe do clã Herrera...
Quando ele veio deitar-se, Anahí fingiu já ter adormecido.
— Boa noite — Alfonso sussurrou, sem aproximar-se dela. Anahí sentiu um certo desapontamento. Obviamente, o marido não a desejava. Na outra noite, fora motivado pela raiva e pela ânsia de humilhá-la. Só que não tornaria a acontecer, pois ela não permitiria.
— Acorde, Anahí! — Alfonso sacudiu-a com vigor. — Já são sete horas da manhã.
— Sete horas?! — Anahí, sonolenta, não conseguia entender por que ele insistiu em despertá-la. — E daí? Deixe-me dormir mais um pouco.
— De jeito nenhum. Temos que embarcar para a Grécia.
— Grécia?! — ela ecoou, a surpresa espantando o sono.
— Lembra-se de Kordos, a ilha que eu herdei do meu avô materno? É para lá que vamos. Afinal, precisamos ficar um pouco sozinhos...
Anahí espreguiçou-se, contrafeita.
Para satisfazer as convenções?
Alfonso olhou-a de esguelha, começando a vestir-se.
— Precisamos de tempo para superar muitos anos de desencontros e sofrimentos, para relaxar e nos familiarizar de novo um com o outro, sem a interferência de ninguém.
— Não quero ir para a Grécia — Anahí contrapôs.
— É uma pena, pois irá assim mesmo — Alfonso rebateu com secura. — Quando regressarmos da ilha, iremos para a nossa casa em Florença — ele pegou a jaqueta de couro e saiu, depois de adverti-la: — Vai se atrasar para o desjejum, se não se levantar logo.
Anahí olhou-o com rancor. Detestava aquelas manobras para obrigá-la a fazer o que não queria.
Ele podia tê-la avisado da viagem, mas não. Preferira manter segredo até a última hora, atirando-lhe a novidade quase como um fato consumado. Como convencê-lo de que ela era uma mulher, não uma boneca sem vontade própria?
Além disso, não gostava da idéia de voltar a morar na Casa del Fiore. Sem dúvida, não seria o melhor para esquecerem o passado. Havia ali tantas recordações...
Anahí precisou correr a fim de chegar a tempo para o café da manhã. Procurou Nicky, mas não o encontrou em parte alguma.
Mário levou todos os sobrinhos para tomarem o desjejum numa confeitaria. Depois, pretendem visitar o Jardim Zoológico — Alfonso informou-a.
— Mas... não estaremos aqui quando chegarem — Anahí observou, aborrecida.
Não se preocupe. Já conversei com Nicky e expliquei que nos ausentaremos por alguns dias. Ele não se importou, porque aqui há muita gente para cuidar dele e mantê-lo ocupado.
Anahí sentiu um aperto no coração ao se dar conta de que partiriam para Kordos sem o menino, e sequer teria a chance de despedir-se dele.
— Você e Alfonso necessitam de um pouco de sossego — Athene opinou — e Nicky é apegado demais a você.
— Não vejo como se possa considerar exagerado o apego de uma criança pela mãe — Anahí discordou, agastada.
— Bem, depois falaremos sobre isso, a sós — Alfonso comentou, lançando-lhe um olhar de advertência.
— Mamãe não quis ofendê-la — Carina interveio. — O que ela pretendeu dizer é que todo casal merece uma lua-de-mel. Terão tempo de sobra para a família, depois.
Anahí rangeu os dentes. Não perdoaria Alfonso por mais aquele estratagema, trançando os pauzinhos a suas costas, para que tudo fosse feito à revelia dela. A família inteira conhecia-lhe os planos, menos a principal interessada. Isso já era desagradável o bastante, mas, quando envolvia Nicky, tornava-se inaceitável.
Alfonso tinha o dever de consultá-la em tudo que dissesse respeito ao filho.
Quando ficaram sozinhos na sala de refeições, Alfonso comentou:
— Odeio admitir isso, mas Nicky está ficando mimado demais. Quando ele estava com você, ocupava o centro das suas atenções. Quando ficava comigo, acontecia o mesmo. O resto da família o paparicava, tentando compensar o fato de ele ser filho de pais divorciados.
— Creio que agora as coisas vão mudar, não é? — Anahí concluiu, preocupada.
— Gradualmente, à medida que ele se acostumar com a presença simultânea de nós dois
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— Está certo. Mas por que me excluiu? Sou a mãe dele, tem de discutir comigo tudo o que se refere a sua educação! — Decidi deixar Nicky aqui por uma razão muito simples: temos problemas muito sérios para resolver. Se ele convivesse conosco nessa fase difícil, ficaria ainda mais confuso. Não permitirei que ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 226
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al.andrade Postado em 30/11/2014 - 18:09:45
comecei a ler e me apaixonei na historia. Mto linda mesmo!!
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23
até quem enfim eles se entenderam e a vdd foi dita,aleluia, adorei o final da web foi linda demais, valeu adorei mmo
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22
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