Fanfic: Inocente Traidora-AyA (Finalizada) | Tema: Ponny

Furiosa, Anahí sentou-se à mesa e começou a comer sem prestar atenção à comida.

Então, ele ficara em paz... ela, em compensação, não tivera mais um minuto de sossego. Será que ele esquecera da dureza das palavras que lhe dissera, naquela maldita noite? Com certeza. Em sua concepção machista, apenas a conquista e a posse importavam. Pois estava enganado: o passado estava mais presente do que nunca entre ambos.

— Nunca mais dormirei com você — Anahí declarou, rompendo o silêncio tenso.

— Claro que dormirá, isso é inevitável. Você me deseja — Alfonso contrapôs, envolvendo-a num olhar cor de mel. — Por que se envergonha disso?

Anahí quase engasgou. Como ele podia perguntar-lhe uma coisas dessas, depois de ter salientado o quanto a desprezava como mulher?

— Anahí, o que passou, passou. Você cometeu um erro, nos dois pagamos com muita dor e sofrimento. Agora, só nos resta esquecer tudo. Temos uma vida pela frente, e prometo me empenhar para não lhe atirar na face os fatos que...

— Como está fazendo neste exato momento? — ela o interrompeu, impaciente.

Alfonso lançou o copo de cristal no chão.

— E o que acha que estou fazendo? Estou tentando conversar de forma civilizada com a minha esposa! — ele gritou de maneira incivilizada.

— Sabe qual é o seu problema, Alfonso? Nasceu no século errado! Perdi o apetite — Anahí bradou, empurrando o prato e levantando—se.

Dirigiu-se para o quarto com passos decididos. Estivera prestes a revelar-lhe a verdade, o que teria sido uma rematada tolice. Alfonso não lhe daria crédito, e a humilharia de novo. Não, jamais se exporia dessa maneira. Jamais lhe daria essa chance de pisá-la.

Nervosa, Anahí resolveu tomar um banho de imersão, para relaxar.

Quando, momentos mais tarde, saiu do banheiro, encontrou Alfonso recostado na cama dela.

— O que quer aqui? — Anahí indagou, sem esconder sua contrariedade.

Alfonso contemplou-a longamente. Seu olhar dourado deteve-se em cada curva de seu corpo, mal escondido pelo roupão entreaberto.

Contra a própria vontade, Anahí sentiu os seios se intumescerem e um arrepio percorreu-lhe a pele.

— O que quer aqui? — repetiu, quase em pânico.

— Apenas dar-lhe um beijo de boa-noite. É preciso manter as aparências. Os empregados são tão mexeriqueiros...

— Pouco me importo com eles.

— Da próxima vez, você irá me procurar, e faremos amor.

— Não haverá próxima vez — Anahí rebateu, furiosa.

Não teve tempo para dizer mais nada, porque Alfonso levantou-se de um salto e tomou-a nos braços, beijando-a com voracidade.

Anahí sentiu seu corpo vergar-se sob o impacto de um desejo intenso demais para ser controlado. Uma fraqueza generalizada imobilizou-a, e ela fechou os olhos, ainda lutando para não entregar-se.

Ele mordeu-lhe os lábios de leve e afastou-se, sorrindo.

— Você não tem vocação para freira, cara. Buona noite. Anahí ouviu-o sair e gemeu como um animalzinho ferido. Afinal, o que Alfonso tinha de tão especial, que vencia todas as barreiras, levando-a a submeter-se tão depressa, de forma tão vergonhosa?

Por mais que jurasse a si mesma não se entregar àquele homem, no íntimo sabia que jamais venceria aquela batalha...