Fanfic: Inocente Traidora-AyA (Finalizada) | Tema: Ponny
Os dois homens, talvez se sentindo observados, voltaram os olhos para Anahí. Agora era tarde demais para retirar-se, pois já fora vista.
Pulcinelli levantou-se de imediato, cumprimentando-a com cortesia formal.
— Buon giorno, signora. Está uma esplêndida manhã, não é mesmo?
Anahí ficou mortificada por ter de sentar-se junto a eles e conversarem com toda a naturalidade.
Alfonso fitou-a de relance, um sorriso distraído aflorando-lhe nos lábios.
Sofia voltou com uma bandeja para ela; não apenas café, mas um farto desjejum. Anahí olhou a comida com fastio. Não podia comer, pois, com certeza, devolveria tudo logo em seguida.
Lembranças do período mais infeliz de sua vida assaltavam-lhe a mente. Recordou o dia em que quase se ajoelhara perante Pulcinelli, suplicando-lhe que persuadisse Alfonso a recebê-la. Ele se mantivera frio e polido.
— Não é desejo do meu cliente. Lamento, signora.
Uma onda de repulsa invadiu-a. Era admirável como sobrevivera a tanta humilhação, tanto sofrimento...
Sem poder mais conter o mal-estar, Anahí ergueu-se da cadeira, murmurando uma desculpa para afastar-se.
Que tolice concordar com o segundo casamento. Jamais daria certo! Havia ressentimento e desconfiança demais. Não conseguiam apagar o passado. A prova ali estava: bastou-lhe reencontrar o advogado para transportar-se no tempo.
Desnorteada, sentou-se sob a mureta do terraço, contemplando o mar profundamente azul. De alguma forma, o movimento contínuo e imperturbável das ondas sobre os rochedos, espalhando uma chuva de espuma branca sobre a areia, conseguiu acalmá-la.
— Eles se foram — Alfonso informou, aproximando-se por trás dela.
— Você tem de me deixar partir — ela murmurou.
Alfonso segurou-lhe os braços, como numa tentativa de retê-la.
— Por que diz isso?
— Está me machucando. Solte-me.
Alfonso largou-a, embaraçado.
— Desculpe, não tive a intenção.
Uma gargalhada nervosa escapou da garganta apertada de Anahí.
— Não devia tê-la submetido a uma situação tão constrangedora. Devia imaginar que se lembraria — Alfonso comentou, pesaroso. — Prometo que isso não se repetirá.
Anahí tornou a rir, sarcástica.
— O que vai fazer a respeito, hein? Pretende dizer-lhe que não é mais bem-vindo na sua casa porque certa vez cumpriu à risca as instruções que lhe deu?
— Vou transferi-lo para qualquer lugar. Talvez para os Estados Unidos. Isso não vai lhe causar nenhum sofrimento, garanto. Se você não suporta vê-lo, está claro que ele não pode conviver conosco.
— Então terá de afastar todos aqueles que participaram, direta ou indiretamente, do nosso “drama”... todos os criados da Florença, por exemplo.
Alfonso tornou a segurá-la, sacudindo-a de leve, para chamá-la de volta à razão.
— Pare com isso, Anahí! — ele ordenou, entre irritado e preocupado.
Anahí sacudiu a cabeça, imersa em desespero.
— Não vê que é impossível, Alfonso? Há gente demais envolvida. Athene pode manter a boca fechada, mas e quanto aos outros? Basta que um parente ou amigo deixe escapar um comentário aqui, outro ali. Logo haverá uma onda incontrolável de mexericos.
— Olhe para o mar, Anahí: do jeito como a onda vem, acaba por ir embora. Se houver falatórios, paciência. Em pouco tempo, as pessoas se cansarão e encontrarão outro assunto para preencher o vazio de suas vidas.
— Talvez tenha razão quanto a isso — Anahí ponderou. — Porém, nem com toda a fortuna poderá fazer o relógio andar para trás. Não podemos modificar o passado, nem ignorar que é tarde demais para nós. Tudo acabou, Alfonso, há muito tempo... por favor, deixe-me partir!
Alfonso crispou os punhos, num gesto mais de cansaço que de fúria.
— Não posso — ele murmurou. — Prefiro morrer a deixá-la ir.
— Eu estava tão perto de alcançar a serenidade antes de você... me impor o casamento.
— Não se preocupe com os outros, Anahí — Alfonso bradou, com se não a tivesse ouvido. — Ninguém ousaria ofendê-la, pois seria o mesmo que me insultar.
Lágrimas silenciosas escorriam pelo rosto bronzeado de Anahí.
Alfonso fitou-a e, com ternura, afastou-lhe uma mecha acobreada de sua testa.
— Voltará a obter serenidade, desta vez ao meu lado. Se já pode me aceitar na cama, é apenas uma questão de tempo para aceitar-me na sua vida.
Ela sacudiu a cabeça com obstinação.
— É tarde demais!
Nuvens escuras e baixas juntavam-se no céu. Anahí e Alfonso ficaram um diante do outro sem dizerem nada. As emoções que os assaltavam eram intensas demais para serem expressas em palavras. Cada qual travava sua própria batalha interna, uma luta dura e desigual.
Anahí compreendeu, de súbito, que Alfonso não se casara por causa de Nicky. Mas, então, por quê? Talvez quisesse resgatar seu orgulho masculino, profundamente ferido pela suposta infidelidade dela. Além disso, havia o sentimento de posse. Anahí lhe pertencia, e Alfonso jamais admitira que outro homem se apossasse dela. Seria inútil tentar conversar, pois em hipótese alguma ele admitira estar errado.
— Gostaria de, como você disse, voltar no tempo e fazer as coisas de outra forma — a confissão do marido surpreendeu-a.
— Porém, mesmo que isso fosse possível, não creio que tivesse condições de agir de maneira diferente.
Um sorriso angustiado brincou nos lábios de Anahí. Aquele era o mesmo Alfonso de sempre, lamentando-se e desculpando-se numa única frase.
Em três ocasiões distintas voei até Florença, durante a sua gravidez.
Anahí fitou-o, atônita expectante.
— Na primeira vez, cheguei a cruzar os portões da villa; aí, não tive coragem e voltei. Sorte sua, pois, naquele instante, não podia responsabilizar-me pelos meus atos.
Ela não continha o espanto. Seus olhos verdes perscrutavam-lhe o semblante, tentando descobrir que outros fatos fugiram ao seu conhecimento, os quais talvez lograssem mudar a história, de algum modo.
O que... o que queria comigo? — Anahí indagou, as palavras se atropelando pela excessiva ansiedade.
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— Descobrir o motivo... Era só o que me atormentava, dia e noite. Por que você me traiu? Foi a diferença de idade? Talvez aquele... rapaz, tão jovem, a atraísse mais? Ou será que ele teria algo para lhe oferecer que não lhe poderia dar? Nesse caso, o que seria? — Alfonso pousou as mãos com violência ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 226
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al.andrade Postado em 30/11/2014 - 18:09:45
comecei a ler e me apaixonei na historia. Mto linda mesmo!!
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23
até quem enfim eles se entenderam e a vdd foi dita,aleluia, adorei o final da web foi linda demais, valeu adorei mmo
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22
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elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22
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