Fanfic: Inocente Traidora-AyA (Finalizada) | Tema: Ponny

CAPÍTULO VIII

Sofia lhes preparara uma bandeja com café, suco de laranja e rosquinha. Assim que entraram no terraço, ela correu para servi-los, trazendo uma carta na mão.

— Chegou agora à tarde para a senhora — anunciou.

Anahí pegou o envelope, reconhecendo imediatamente a letra de Steven. Alfonso observou-a enquanto enfiava a carta no bolso do vestido. 

— Não vai ler agora? — ele indagou sem disfarçar a curiosidade. Também reconhecera a letra.

— Por quê? Quer ler junto? — ela perguntou, exasperada. —Francamente, Alfonso! Steven é meu amigo e sócio, e jamais tentou ser mais do que isso.

— Pois não foi essa a impressão que eu tive...

Anahí suspirou. Os sucessivos conflitos deixaram-na esgotada, mas Alfonso parecia incansável. Que inferno! Será que não poderia receber sequer uma simples carta em paz?

— Precisa aprender a lidar com o seu ciúme, Alfonso. Isso já é doença.

Suas palavras só serviram para acrescentar mais lenha na fogueira.

— Ciúme, eu? Ora, você enlouqueceu!

— Bem, então vamos chamar isso de possessividade. Não importa o nome, o fato é que existe um problema, e você terá de resolvê-lo.

— Você é que precisa resolver um problema — Alfonso rebateu.

— Não admito que minha esposa tenha amigos do sexo masculino. Venda sua parte na sociedade, ou dê de presente a Glenn, se quiser. Mas rompa com ele!

Anahí, que voltara da praia com grande apetite, perdeu a fome. Quando deixaria de se iludir em relação ao marido? Alfonso não passava de um machista incurável, impossível de se aturar. Além disso, o mal que Vicky lhes causara era irreparável.

Para não discutirem de novo, Anahí pediu licença e retirou-se para o quarto, onde, por fim, abriu o envelope e começou a ler.

Que sorte Alfonso não ter visto o conteúdo da carta!

“E então, quando pretende me revelar o motivo desse casamento maluco? Lembre-se de que, precisando de um ombro amigo, pode contar com o meu. Sou um ótimo “muro de lamentações” (exceto quando eu mesmo estou me lamentando...)

Falando sério, Anahí querida, não posso viver sem você. Volte para casa logo, ou juro que morrerei!”

Steven prosseguiu mais ou menos no mesmo estilo, só se referindo a Bárbara, sua paciente namorada, uma única vez e, assim mesmo, de passagem.

Anahí suspirou. Pobre amigo, tão desorganizado, por quantos apuros estaria passando... Todavia, ela não dispunha de meios para socorrê-lo. Não conseguia sequer socorrer a si mesma...

A noite mal começara quando o telefone tocou.

Anahí e Alfonso tentavam uma nova trégua. Depois de guardar a carta com todo o cuidado, ela relaxara na água refrescante da piscina e, mais tarde, aceitara o convite do marido para apreciarem o pôr-do-sol na varanda. Alfonso colocou um disco de músicas folclóricas gregas e Sofia lhes serviu martini gelado.

De repente, porém, o toque um tanto lúgubre do telefone interrompeu aquele raro momento de paz.