Fanfics Brasil - Capítulo 40 Inocente Traidora-AyA (Finalizada)

Fanfic: Inocente Traidora-AyA (Finalizada) | Tema: Ponny


Capítulo: Capítulo 40

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— Alfonso me pediu — Carina revelou com relutância. — Está muito preocupado com você.


— Decerto ele quer que seja minha guarda-costa.


— Claro que não — a cunhada replicou com veemência. — Meu irmão acha, apenas, que talvez você precise de companhia feminina. Vamos jantar?


             — Onde está Alfonso?


 — Foi até a pousada, para embebedar-se. Não percebe o quanto tudo isso o perturbou?


Anahí franziu a testa e levantou-se, disposta a tomar um banho e trocar de roupa.


— Duvido que sinta remorso. Como estava Dave?


— Muito bem — Carina tornou a informar em tom reprovador. Como Anahí podia ser desalmada a ponto de se preocupar tanto com o homem que esteve prestes a violentá-la, enquanto o marido se embriagava para esquecer o próprio sofrimento? — Os amigos o levaram embora. Não eram gente decente, meu bem. O tal Dave importunou a filha de um pescador ontem à noite, na pousada. O pai não gostou e, no fim, o dono teve de expulsá-los pois estavam ameaçando quebrar tudo — ela tomou fôlego e concluiu: — Duas moças e três rapazes, todos solteiros, viajando por aí... os fatos falam por si mesmos. Você ainda é muito ingênua, garota.


Na privacidade do banheiro, Anahí deu livre curso aos pensamentos. Sob a água revigorante da ducha, ela constatava, com pesar, que a opinião da cunhada se modificara, após passar a tarde com Alfonso. Já não condenava a violência dele, justificando seu comportamento como o normal de qualquer homem na mesma situação. Mais uma vez, a errada era ela...


Mas nada disso tinha relevância diante da certeza de que não haveria mais discussão: ela e Alfonso precisavam separar-se, pois a convivência entre ambos revelara-se impraticável. O marido não teria como refutar esse fato.


— Você... ama meu irmão? — Carina indagou de repente no meio do jantar.


— Nem sempre o amor é suficiente para manter duas pessoas sob o mesmo teto — Anahí respondeu com sinceridade, após refletir por alguns instantes. — De qualquer maneira, Alfonso não me ama, apenas quer provar algo a si mesmo. E, no entanto, seria tão mais saudável para nós dois se ele me deixasse partir...


Carina fitou-a com ar interrogativo. Não entendera nada, tudo aquilo era complexo demais para seu modo simples de encarar a vida.


— Como pode falar em deixá-lo, se o ama? Além disso, vocês acabaram de se casar, estão em lua-de-mel. Pobre Alfonso, estava tão feliz quando chegamos. Por que é tão dura, tão inflexível com ele?


Anahí não replicou. Para quê? A cunhada jamais a compreenderia...


A madrugada já ia avançada quando Anahí despertou, sentindo-se observada. Perscrutou as sombras do quarto e teve a impressão de visualizar um vulto perto do guarda-roupa.


— Quem está aí? A... Alfonso? Que horas são?


— E isso faz alguma diferença?


Anahí afundou de novo no travesseiro, deprimida.


— Não, claro que não.


— Por que tem medo de mim? — Alfonso perguntou com a voz alterada. — Você é minha esposa, mãe do meu filho, sabe que não lhe faria mal. O que aconteceu hoje... não foi minha culpa. Não percebe o que senti ao me defrontar pela segunda vez com uma cena tão hedionda? Você, nos braços de outro homem



— Qualquer dia desses, toda essa agressividade se voltará contra mim, pode ter certeza — Anahí afirmou com tristeza.


— Nunca! Não importa o que faça, jamais tocarei em você. Não sou uma pessoa violenta, embora você pense o contrário.


Anahí tentava distinguir-lhe as feições na escuridão do quarto, iluminado apenas pelo luar que entrava pela janela aberta. Pobre Alfonso, sempre exigiram tanto dele! Desde a adolescência, tivera de demonstrar autocontrole, bom-senso e força de vontade. Dependiam do coitado para tudo, e Alfonso não tivera a liberdade de viver sua própria vida, de descobrir quem era realmente. O resultado estava ali, naquela explosão de sentimentos que o haviam obrigado a reprimir por tantos anos. Mas ela não podia fazer nada para ajudá-lo. Ao contrário, sua presença na vida do marido só piorava tudo.


— Deixe-me partir — suplicou pela milésima vez. Alfonso suspirou.


— Você é suscetível demais. Além disso, não consegue controlar o impulso de fugir dos problemas. Eu aprendi que é inútil tentar escapar dos obstáculos, e que o único jeito de removê-los é encarando-os. É o que eu faço... e o que você também fará, junto comigo.


— Não vê que somos veneno um para o outro?


— Dio! Que melodrama! E pare de se proteger com o cobertor, pois eu não pretendo agredi-la!


O marido deitou-se ao lado dela, acariciando-lhe os seios. Anahí, porém, enrijeceu o corpo, parecendo uma estátua de gelo. Permaneceu passiva, permitindo que ele fizesse o que bem entendesse, sem corresponder.


— Eu sabia. Jamais pude contar com o seu apoio, mesmo necessitando desesperadamente dele — Alfonso desabafou, desnudando a própria fragilidade. — Por que me atormentar tanto por causa de uma mulher que não me ama? Desculpe-me por esquecer que só está aqui por imposição minha. Não vou incomodá-la mais.


Quando ele saiu do quarto, Anahí suspirou. O segundo divórcio era uma simples questão de tempo. O orgulho de Alfonso não lhe permitiria viver com alguém que o desprezava. Devia regozijar-se com a constatação, mas, ao contrário, sentia o coração apertado, e a idéia de que Alfonso estava sozinho, precisando de sua ajuda, não lhe saía da cabeça.


 


Três dias depois, Anahí se levantou de manhã com um enjôo terrível.


A camareira ouviu-a vomitando no banheiro e correu em busca de Sofia.


— Quer que chame o médico da vila?


— Não, está tudo bem. Foi o peixe que comi no jantar que me fez mal. Já vai passar.


Mas não passaria tão cedo. Se suas suspeitas se confirmassem, ainda teria de suportar a indisposição matinal por um bom tempo. Não podia conformar-se, pois achava injusto que, no momento em que vislumbrava a possibilidade de se tornar livre de novo, uma gravidez indesejada viesse estragar tudo. Não, Deus não permitiria que isso lhe acontecesse. Talvez fosse apenas um problema de fígado. Afinal, vivia sob forte tensão e, além disso, não estava acostumada à culinária grega.


Anahí molhou a fronte e as têmporas. Sabia que era inútil tentar iludir-se. Conhecia aqueles sintomas muito bem, desde a primeira gestação. Aquela noite em Londres... maldito Alfonso! O que faria agora?



— Está se sentindo bem? — Carina perguntou, quando se sentou à mesa para o desjejum. — Parece tão pálida!


— O calor não me deixou dormir direito — ela mentiu, contemplando a comida com desgosto.


Não acreditava que a história se repetisse. Ela não merecia enfrentar todo aquele sofrimento outra vez. Grávida, passando mal, sem ter a quem recorrer... Por quê?


Spiros amontoava a bagagem junto da porta, pronta para ser transportada para o helicóptero. Alfonso finalmente concordara em voltarem para a Itália. Agora, porém, Anahí não tinha mais pressa. A revelação de Vicky não faria a menor diferença, já que ela decidira pedir o divórcio. O problema era a gravidez...


O vôo de helicóptero, que apreciara tanto na vinda, dessa vez constituiu-se num verdadeiro pesadelo. Anahí não queria que o marido e a cunhada percebessem seu mal-estar, mas não conseguia ocultá-lo. Alfonso fitava-a, preocupado, sem coragem de perguntar o que estava acontecendo.           


No avião, as coisas não foram diferentes. Roma parecia situar-se do outro lado do mundo e Anahí até imaginou que jamais chegariam.


Mas chegaram. Alfonso levou-a no colo até o carro, adivinhando-lhe a fraqueza nas pernas. Assim que a acomodou na cama, na casa de Athene, mandou buscar o médico.


A essa altura, todos já suspeitavam da verdade, e Carina comentou com Anahí:


— Tenho dois filhos, mas jamais fiquei desse jeito.


O velho médico da família, que entrou no quarto nesse instante, repreendeu-a:


— Não existem duas gestações iguais. Pode haver alguns pontos em comum, mas cada uma apresenta características próprias. Se a signora Herrera estiver mesmo grávida, como parece, não precisará sofrer. Um pouco de repouso e alimentação adequada operam verdadeiros milagres.


Anahí, entretanto, não partilhava daquele otimismo. Quando, por fim, viu-se sozinha no quarto, mergulhou num pranto copioso e amargo que, todavia, não lhe trouxe qualquer alívio.




 



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  — O médico recomendou que você ficasse alguns dias em repouso. Anahí virou-se para contemplar Alfonso com fúria. — Odeio você! Com os cabelos em desalinho, a gravata pendendo negligentemente sobre a camisa, ele era a própria imagem do desalento. — Espero que entenda que não posso concordar com... o ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 226



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  • al.andrade Postado em 30/11/2014 - 18:09:45

    comecei a ler e me apaixonei na historia. Mto linda mesmo!!

  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23

    até quem enfim eles se entenderam e a vdd foi dita,aleluia, adorei o final da web foi linda demais, valeu adorei mmo

  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23

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  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23

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  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22

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  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22

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