Fanfics Brasil - Capítulo 41 Inocente Traidora-AyA (Finalizada)

Fanfic: Inocente Traidora-AyA (Finalizada) | Tema: Ponny


Capítulo: Capítulo 41

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— O médico recomendou que você ficasse alguns dias em repouso.


Anahí virou-se para contemplar Alfonso com fúria.


— Odeio você!


Com os cabelos em desalinho, a gravata pendendo negligentemente sobre a camisa, ele era a própria imagem do desalento.


— Espero que entenda que não posso concordar com... o que quero dizer é que teremos a criança. Se é que você está mesmo grávida. Talvez seja um rebate falso.


Anahí sacudiu a cabeça. Claro, um aborto feriria o código de ética de Alfonso, por isso apegava-se àquela esperança absurda. Se ela ainda duvidava de que sua segunda gravidez seria tão solitária e desamparada quanto a primeira, agora tinha certeza disso.


— Jamais poderei perdoá-lo por ter se aproveitado de mim, aquela noite em Londres. Por outro lado, lamento contrariá-lo, pois sei que não deseja a criança, mas estou convicta de que não se trata de um “rebate falso”, como você preferiria.


— Não desejo... você está louca? — Alfonso ecoou, perplexo. — Dio! Nenhuma notícia me deixaria mais feliz! E não vou me desculpar por tê-la engravidado. Afinal, todas as crianças são bem-vindas para mim.


— Alfonso...


— Não se preocupe. Dessa vez vou ajudá-la a cuidar do bebê, desde o principio, mesmo antes do nascimento.


— Será?


— O que a atormenta, hein? Será que é tão egoísta a ponto de só pensar em si mesma? Se eu pudesse, enfrentaria o parto no seu lugar, pois não me incomodo em sentir dor. Mas não posso, a natureza não permite.


Anahí fitou-o com fúria. Como Alfonso distorcia os fatos, interpretando mal os sentimentos dela! Era mesmo impossível comunicar-se com ele...


— Quando teremos certeza? — ele perguntou, impaciente.


Sem perceber, Alfonso abraçara-a. Ao menos, a preocupação com o bebê se traduzia em carinho para com a mãe. Então, ele de fato queria o filho! Oh, Deus! Com tantos homens no mundo, por que fora apaixonar-se pelo mais complicado de todos?


Nos dias que se seguiram, Anahí foi mimada e paparicada como nunca. Cercada de flores, livros e discos, a fruteira sempre cheia e à mão, ela mal precisava mover um músculo. Para ir ao banheiro, havia um exército de criadas que a ajudavam a levantar-se. Precisou brigar para garantir o direito de banhar-se sozinha!


Alfonso, então, estava insuportável. Uma de suas irmãs prestara o desserviço de presenteá-lo com um livro sobre gravidez, parto e puericultura. Ele lera tudo com atenção, e queria seguir os ensinamentos ao pé da letra, sem o menor bom senso!


Até Nicky se preocupou, presenciando todo aquele cuidado exagerado para com ela.


— Você vai morrer? — o menino indagou com uma ruguinha na testa. — Ouvi a nonna falar que papai está de um jeito que até parece que você está morrendo...


Anahí sorriu, concordando com a sogra pela primeira vez na vida.


— Não, meu amor. A mamãe não está doente.


Nos momentos que passavam juntos, Anahí esquecia todos os problemas. Riam e brincavam como nos velhos tempos. Sim, era muito bom ter filhos... que seria dela sem Nicky?


Certa tarde, Alfonso entrou no quarto e observou-a, apreensivo.


— Você não me parece bem, hoje. Está lhe faltando alguma coisa? Quer que eu chame o médico?


Anahí sorriu. Se Alfonso vivia agitado, cercando-a com mil cuidados, a culpa era dela. Queixara-se tanto do quanto sofrera na primeira vez, acusando-o por isso, que agora ele não sabia o que fazer para que a segunda experiência fosse diferente. Estou bem, juro. O doutor tinha razão: não existem duas gestações iguais. Esta aqui, pelo visto, será bem melhor.


— Por que tem de ser desse jeito? As mulheres não merecem isso! Anahí, se perceber que há algo errado, por favor, me comunique. Tudo o que lhe peço é que tenha essa criança e que a ame, mesmo sendo eu o pai.


 


Anahí pestanejou, tentando afastar as lágrimas que lhe inundaram os olhos.


 


— Não precisa me dizer isso, Alfonso. Não entende? Sei que entrei em pânico, mas os meus nervos estavam muito abalados! Você não tem por que se sentir...


 


— Culpado? — ele fitou-a com expressão sombria. — Mas você estava certa. Aquela noite, pensei apenas em mim, nas minhas necessidades. Não me importei com os seus sentimentos. Se eu não fosse tão impulsivo e egoísta, nada disso aconteceria.


 


Anahí recriminou-se mentalmente por ter-lhe dito tantas tolices.


 


— Alfonso, sou uma mulher adulta. Eu também perdi a cabeça, aquela noite. Que coisa, também não é nenhuma catástrofe! Se nós dois queremos a criança, qual é o problema? Vamos tê-la e criá-la com muito amor.


 


Alfonso ficou em silêncio por instantes, e depois declarou:


 


— Cuidar da educação dos nossos filhos será a única atividade que partilharemos. Continuaremos morando juntos, mas com vidas separadas. Não era o que você queria, desde o começo? Fui insensato em não lhe dar ouvidos.


 


A descoberta de que o que ela julgara desejar com tanto ardor não correspondia à realidade de suas aspirações atingiu-a como um raio.


 


— Insensato? — Anahí ecoou.


 


— Sim. Apesar de mais jovem, você é menos impulsiva e mais ponderada do que eu. Espero que, como amigos, tenhamos mais sucesso.


 


— Amizade... — ela murmurou com tristeza.


 


— Pelo visto, a perspectiva deixou-a um tanto... confusa. Mas, por que não? De que outra maneira poderemos conviver em paz? Quando a induzi a se casar comigo, eu estava exigindo o impossível de nós dois. Agora percebo isso.


 


— É — Anahí aquiesceu.


 


Alfonso decerto já conseguira exorcizar seus fantasmas e superar os sentimentos que lhe dedicara. Assim, estava pronto para esquecê-la e apaixonar-se de novo, retomando sua vida. Mas, e quanto a ela? A dura experiência de se casarem pela segunda vez os conduzira a respostas diferentes para o mesmo problema.


 


— Daqui para a frente não haverá mais brigas entre nós —Alfonso sorriu. — Só de pensar nisso, sinto-me muito melhor.


 


Ali estava uma promessa digna de comemoração. Anahí, porem, não tinha a menor disposição para celebrações. Na verdade, uma sensação de perda irreparável apoderara-se dela, e ansiava por ficar só e chorar.


 


Exceto pela ligeira crise de náusea que a afligira durante o vôo para Pisa, Anahí estava bem.


 


Contudo, quanto mais se aproximavam do destino final da viagem, mais a inquietação a agitava. A Casa del Fiore fora para ela uma espécie de prisão, e estava associada a recordações dolorosas.


 


A villa situava-se nos arredores de Florença, encravada numa colina, cercada por árvores e flores que, na primavera, despontavam num espetáculo de rara beleza. Quando Anahí avistara a casa pela primeira vez tivera a sensação de estar diante de uma pintura, e sentira-se maravilhada por poder entrar naquele quadro e fazer parte dele. Se adivinhasse quanto sofrimento experimentaria entre aquelas paredes...


 


Naquele longínquo primeiro dia na propriedade, todavia, Anahí não tinha como prever. Alfonso colhera uma braçada de margaridas silvestres para lhe ofertar. Sentaram-se no chão do amplo salão ainda despido de mobília, rindo e brincando. O marido enfeitara-lhe os cabelos com as margaridas entre abraços e beijos que culminaram com os dois fazendo amor diante da lareira apagada, iluminados pelos últimos raios de sol. Quando a noite chegara, suave e misteriosa, Alfonso e Anahí, aboletados no muro do terraço, abriram uma garrafa de champanhe e brindaram à nova residência sob a luz prateada da lua cheia.


 



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Aquelas lembranças iriam acompanhá-la para sempre, servindo-lhe de consolo. Jamais seria feliz de novo, pois nunca mais teria o amor de Alfonso. — Bem-vinda ao lar — ele murmurou quando a limusine parou diante das colunas brancas da casa. Nicky desceu correndo, ansioso para explorar o lugar, que ainda não conhecia. Um verdadeiro batalh&a ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 226



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  • al.andrade Postado em 30/11/2014 - 18:09:45

    comecei a ler e me apaixonei na historia. Mto linda mesmo!!

  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23

    até quem enfim eles se entenderam e a vdd foi dita,aleluia, adorei o final da web foi linda demais, valeu adorei mmo

  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23

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  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:23

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  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22

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  • elizacwb Postado em 12/01/2013 - 18:48:22

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