Fanfic: Inocente Traidora-AyA (Finalizada) | Tema: Ponny

Anahí seguiu-o observando o amplo salão repleto de peças raras e lindas, dispostas de maneira organizada sobre os balcões e mesinhas. Sem sombra de dúvida, aquele estabelecimento era muito melhor do que o que deixara para trás, em Londres.

— Como... como conseguiu? Este ponto é ótimo, bem central! Deve ter custado uma fortuna!

— É todo seu — Alfonso comunicou com formalidade. — Fiz uma proposta irrecusável ao antigo proprietário, e ele não se incomodou com a mudança da razão social.

— Você... não se importa que eu volte a trabalhar?

— A idéia é essa, mas...

— Sabia que haveria um “mas”.

— O bebê — Alfonso completou, ignorando a interrupção. — Tive a idéia e providenciei tudo quando ainda estávamos na Grécia. Foi por isso que aquele advogado apareceu por lá, lembra-se? Na época, eu ainda não sabia da sua gravidez. Se você puder esperar até ele nascer, contrataremos uma babá e, então, terá condições de trabalhar. O que acha?

Anahí não conseguiu responder, tomada pelo remorso por tê-lo julgado mal. Pensara que a objeção seria outra, ditada pelos preconceitos machistas que ele sempre demonstrara. Nem imaginou que se tratasse do bebê.

— Sei que gosta de se manter em atividade, pois dispõe de muita energia. Quando a casa estiver em ordem e Nicky for para a escola, não haverá muito com que se ocupar, e você ficará infeliz. Sugiro que contrate um gerente, para contar com algum tempo livre, mas a decisão é sua.

Os olhos de Anahí se encheram de lágrimas.

— Planejou isso quando estávamos em Kordos?

— Também sou capaz de aprender com os meus erros. Dessa vez, não quero que se sinta confinada, tampouco anulada por mim ou por quem quer que seja. Quero que enfrente seus próprios desafios.

— Alfonso, isso é a coisa mais maravilhosa que alguém já fez por mim!

Anahí sabia o que aquele gesto significava: Alfonso superara a velha compulsão para fechá-la numa redoma, guardando-a só para si. Decerto não fora fácil, mas ele conseguira.

— Prometo que jamais se arrependerá — ela acrescentou, extremamente comovida.

— Estou certo disso. Não há motivo para não confiar em você. Eu é que era inseguro demais.

Cinco dias depois, Alfonso partiu para Roma, a fim de ultimar os preparativos para a mudança de sede, ficando de regressar a Florença para o fim de semana.

Anahí aguardou o sábado com incontida ansiedade. Durante todo o dia, vigiou a estradinha que serpenteava colina acima, na esperança de vê-lo, mas ele não veio.

Já era noite, e Anahí não suportava mais a espera. Desapontada, sentou-se à janela, embora já não acreditasse na chegada dele.

De repente, um carro surgiu em seu campo de visão. Não era o de Alfonso, tratava-se de um Fiat. O veículo subiu e parou em frente da casa, e dele desceu um homem alto e loiro. Para surpresa de Anahí, Vicky estava em sua companhia.    

 Então, eles vieram mesmo!

Momentos depois, Lucrezia os introduziu na biblioteca.

— Alfonso está em Roma — foi a única coisa que ocorreu a Anahí para dizer.