Fanfic: Inocente Traidora-AyA (Finalizada) | Tema: Ponny

Jeff bateu em retirada o mais rápido que pôde. Anahí, em estado de choque, não entendia como fora parar na cama com outro homem. Vicky culpou-se por não tê-la vigiado, evitando a tragédia.

Anahí, entretanto, sabia que a irmã não podia ser responsabilizada. Como mulher adulta e casada, tinha a obrigação de cuidar de si mesma. Era absurdo pensar que alguém devia tomar conta dela, para impedi-la de deitar-se com o primeiro estranho que a divertisse!

Durante seis meses, Anahí não tornou a ver o marido. Tentou de todas as formas falar com ele, sem resultado. Foi somente no dia em que Nicky nasceu que voltaram a encontrar-se, no hospital. Uma semana depois, os advogados de Alfonso entraram com o pedido formal de divórcio.

Anahí jamais tivera a oportunidade de revelar a Alfonso que nada acontecera entre ela e Jeff. Afinal, uma mulher sabe se fez amor ou não, e, embora não se lembrasse dos eventos daquela noite, poderia jurar que ambos estavam inocentes.

Os meses de gravidez em Florença foram um pesadelo. Sozinha e desesperada, torturava-se sem cessar. Queria o perdão do marido, mas não dispunha de meios para entrar em contato com ele. Além disso, ela própria não se perdoava. A culpa jamais a abandonaria. Mas o pior, o mais dolorido, era a saudade de Alfonso. Morria de vontade de vê-lo, de ouvir-lhe a voz, de se perder em seus braços.

Matar aquele amor, o primeiro e único de sua vida, constituíra-se numa tarefa demasiado árdua. Até porque lhe custava muito desistir de um sentimento tão profundo e verdadeiro. Mas, é como não lhe restava alternativa, dedicou-se de corpo e alma à difícil tarefa de esquecê-lo. Sua única arma era o filho que trazia no ventre. Nicky fora sua tábua de salvação. Por fim, conseguiu atenuar o sentimento de culpa, convencendo-se de que Alfonso teria se divorciado dela de um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde, pois havia tempos vinha insatisfeito com o casamento. Ele mesmo o dissera ao telefone, no dia do aniversário de Vicky.

— Chegamos! Nossa, você não abriu a boca de lá até aqui! — exclamou Vicky, interrompendo-lhe o devaneio.

— De volta ao presente, Anahí abriu a porta do chalé onde morava. A irmã trouxe a pouca bagagem do carro, deixando-a na sala.

— Obrigada — murmurou Anahí, desanimada. — Você vai voltar para a casa de papai?

— Não. Prefiro ficar no centro de Londres. É mais divertido

— Vicky fitou-a com uma raiva desconcertante ao notar-lhe os olhos marejados. — Francamente, você não passa de uma masoquista. Alfonso não vale uma lágrima sua. Era uma droga de marido, egoísta, possessivo e tirano. Jamais conheci alguém mais machista, de mente mais estreita do que ele. Naquele dia, cheguei a pensar que iria espancá-la!

— Vicky — Anahí rogou, apreensiva.

— Você não deve assumir a culpa! Tudo bem, você foi para a cama com outro homem. E daí? Em que século estamos? Ora, por Deus! Isso não é o fim do mundo. E quanto a Alfonso? Sempre viajando..., acha mesmo que ele jamais dormiu com outra mulher? Então, ainda tem muito o que aprender sobre homens, em especial sobre empresários multimilionários...

Anahí não retrucou. Em seu intimo, quase preferia que Alfonso a tivesse matado. Em vez disso, porém, privara-a de algo que lhe era mais caro do que a própria vida: ele mesmo...