Fanfic: O Amor é Cego Adaptada LALITER (TERMINADA) | Tema: laliter
Capitulo 6
— Bilhete? — Peter repetiu, mas as duas já haviam desaparecido no escuro do bosque pela trilha que levava à casa. Ele não havia enviado bilhete algum, mas talvez Nico tivesse achado difícil falar a sós com ela e tivesse lhe passado o recado por escrito.
Havia pedido ao primo que procurasse Lali assim que chegasse e pedisse a ela para encontrá-lo junto à fonte. Estremeceu e passou as mãos pelo rosto como que para apagar a lembrança de vê-la desacordada. Aquilo era a última coisa que poderia imaginar ao escalar o portão do fundo e esgueirar-se até o bosque. Todo aquele plano era fruto do desespero. Fazia uma semana que não via Lali e a beijara. Aquela noite fora para casa sentindo-se no topo do mundo. Tudo o que planejara funcionara perfeitamente. O piquenique tinha sido um sucesso. Ela mostrara-se feliz. O beijo havia sido um prêmio inesperado. Ele não cogitara tomar qualquer iniciativa ainda, mas ela estivera em seus braços, com os olhos brilhando, e os lábios, doces e macios, eram um convite que não podia ser recusado. Ele queria sorver neles os momentos de pura magia que estavam vivendo.
Depois de beijá-la, porém, Peter dera-se conta de que havia cometido um erro. Lali era terna e calorosa e derretera-se ao contato dele como manteiga no pão quente, instigando-o a querer muito mais do que simplesmente beijá-la. Por isso tivera de se controlar de forma extraordinaria. Ao sair da casa dos Devereaux, estava completamente excitado e ansioso por vê-la de novo.
Peter havia feito muitos planos desde então para, em outras festas, poder separá-la da madrasta e passarem novos momentos a sós.Certamente precisaria contar com a ajuda da mãe, dos primos e até de amigos. Mas de nada adiantara. As duas não apareceram em um único baile desde então.
Como último recurso, ele acabara contratando alguém para saber a razão de elas não estarem comparecendo a nenhum evento e para descobrir situações em que pudesse vê-la. Um ou dois criados foram subornados, mas as informações que chegaram foram de que, aparentemente, não estava acontecendo coisa alguma, ninguém estava doente e as duas não haviam saído de casa a semana toda. Lady Esposito simplesmente declinara todos os convites para os bailes e não recebera qualquer visitante. Até mesmo Peter não conseguira visitá-las para, a seu pedido, propor um novo passeio de carruagem a fim de que pudesse encontrá-la.
Peter já receava que lady Esposito tivesse de alguma maneira descoberto o piquenique que haviam feito, mas teve a certeza disso quando Prudhomme fez um comentário sarcástico ao se encontrarem em um dos bailes que comparecera na esperança de ver Lali.Assim que soube do baile que lady Esposito havia decidido realizar, Peter idealizou um novo plano. Sabia que ninguém da família dele seria convidado, mas um dos amigos do primo seria e o primo poderia acompanhá-lo, com a única finalidade de marcar o encontro dos dois. Ele escalaria o portão do fundo, encontraria a fonte e ficaria aguardando por Lali.
Peter havia saído mais cedo do que o primo, com a intenção de chegar antes do que Lali junto à fonte, por isso ficara chocado ao encontrá-la boiando, com o vestido e os cabelos flutuando sob a luz da lua. A sorte é que a fonte era rasa.
— Peter?
Ele ficou atento ao sussurro de seu nome e observou que o primo se aproximava.
— Então você conseguiu entrar. — Parando ao lado de Peter, Nico examinou o local com os olhos e balançou a cabeça em aprovação. — Que lugar agradável.
— Para quê?
— Para seu encontro com Lali, ora. A propósito, ainda não a encontrei para dizer que você estaria aqui. Aparentemente, a criada a levou para mudar de roupa, ou algo assim, e ainda não desceram. Só vim para lhe dizer que não precisa se preocupar. Ela logo estará na festa e eu pedirei que me mostre o jardim e a trarei até aqui.Peter olhou para o primo cheio de surpresa.
— Quer dizer então que você ainda não deu o recado a ela?
— Não, como lhe disse, desde que cheguei ela está no quarto.
— Como então ela recebeu meu recado? — Peter estranhou. — Pensei que você tivesse tido problema de conversar a sós com ela e tivesse lhe passado um bilhete.
— Não. — Nico franziu a testa. — Você está me dizendo que Lali já esteve aqui, que já a viu?
— Sim — Peter afirmou pensativo. — E você nem imagina o susto que levei. Quando cheguei, ela estava boiando, inconsciente, na fonte. Parece que trombou com um galho, tropeçou e, não se sabe como, acabou caindo na fonte.
Peter fez um movimento para examinar a fonte e depois a trilha que levava até ela.
Nico teve uma reação de aborrecimento e disse:
— Lady Esposito é uma idiota. A menina vai acabar morta em um desses acidentes, tudo por causa dessa ridícula teimosia de não permitir que ela use óculos.
— Começo a me perguntar se serão mesmo acidentes — retorquiu Peter, preocupado.
— O que anda passando por sua cabeça, primo?
— Bem, eu não mandei bilhete algum para ela. E se você também não o fez, quem teria enviado?
— Quando você disse que ela havia estado aqui, pensei que tivesse mudado de idéia e, por mais arriscado que fosse, tivesse enviado o bilhete.
— Não, por que enviaria se já havíamos combinado tudo. Além disso, como ela não consegue ler sem óculos, jamais enviaria um recado por escrito.
— A criada poderia ler.
— Poderia, mas acontece que não mandei.
— Quem mandou então?
— É o que eu gostaria de saber. — Peter deu alguns passos e foi examinar os galhos das árvores. Nenhum parecia tão baixo a ponto de Lali bater a cabeça. Só se ela tivesse saído da trilha, mas ela teria percebido porque a barra de seu vestido teria se enroscado nas plantas que margeiam o caminho.
Peter retrocedeu e voltou a examinar a fonte, lembrando-se do ferimento na testa dela. Como teria sido possível ela tropeçar onde terminava a trilha e ter ido parar dentro da fonte? Mesmo que tivesse ficado tonta e se mantido em pé.
— O que você está procurando?— Nico perguntou, aproximando-se do primo.
— Lali disse que bateu com a cabeça em um galho e acha que por isso deve ter perdido o equilíbrio e ido parar na fonte.
Nico olhou ao redor e depois sacudiu a cabeça.
— Impossível. Não há nenhum galho mais baixo do que ela por aqui.
— Não, não há. Mas sabe-se lá como, ela acabou com a cabeça ferida e boiando na fonte. Se eu não tivesse chegado, ela poderia ter morrido. Aliás, foi o que imaginei quando a vi.
Nico ficou por um momento em silêncio, com o olhar vagando da fonte para as árvores e das árvores para a fonte.
— Você acredita de fato que alguém a tenha incentivado a vir até aqui com má intenção?
Peter nada disse. Aquilo tudo lhe pareceu ridículo.
Aparentemente tomando o silêncio do primo como uma confirmação, Nico insistiu:
— Quem mais, fora eu, sabe sobre vocês?
— Não sei ao certo. Minha mãe e Mary sabem, mas, é claro, que nada têm a ver com isso. Talvez Prudhomme também saiba.
— Prudhomme? — Nico surpreendeu-se.
Peter assentiu com a cabeça.
— Acho que ele estava no jardim na noite em que minha mãe deu um jeito de ficarmos sozinhos e em que fizemos o piquenique. Não que o tenha visto, e posso até estar enganado, mas um outro dia ele fez um comentário sarcástico sobre beijar Lali ao luar.
— Hum. — Nico fez uma expressão de dúvida. — E a criada?
— A criada de Lali? — Peter fez uma pausa para pensar. — Acho que Joan sabe de alguma coisa. Foi ela que veio buscar Lali porque Gime estava procurando por ela. Não demonstrou qualquer surpresa ao me ver.
Ambos permaneceram calados por alguns instantes. Então Nico quebrou o silêncio.
— Também, como você pode ter certeza de que não passou de um acidente como todos os outros?
— Por que não enviei bilhete algum a ela.
— Sim, talvez o bilhete tenha sido um trote mesmo, o resto, porém, pode ter sido um mero acidente.
— Nico, se não vemos qualquer galho em que ela possa ter trombado... — Peter argumentou, acrescentando: — Não consigo deixar de pensar nos outros acidentes também. Foram tantos. Ela caiu da escada, tropeçou na frente de uma carruagem...
— Ora, Peter, agora você está exagerando. Lali enxerga tão mal que não há nada de surpreendente que tenha caído na escada ou tropeçado na frente de uma carruagem.
— Talvez — Peter admitiu, relutante. — Preciso falar com ela.
— Acho que agora não dá mais para fazê-la vir até aqui. E também já ficou tarde. Se a madrasta havia mandado a criada procurar por ela, deve estar controlando todo e qualquer movimento de Lali. É melhor você desistir por hoje e traçar um novo plano para amanhã.
Peter soltou um grunhido que poderia ser de aquiescência, mas seu olhar se deteve na janela do piso superior da casa. Ele notou quando um dos quartos ficou iluminado pela luz de velas e agora podia ver as silhuetas de duas mulheres. A mais alta ajudava a mais baixa a despir peça por peça. Só poderiam ser Lali e a criada.
— Você ouviu o que eu disse, Peter?
Relutante, ele desviou o olhar da janela e fitou o primo.
— O quê?
— Eu disse que vou voltar à festa, me desculpar e ir embora.
— Está bem — Peter concordou, voltando a olhar para a janela. Mal havia prestado atenção ao que o primo dissera, sua mente estava toda concentrada na cena que se passava naquele quarto.Continuou a observar até que o quarto escureceu novamente. Então decidiu o que iria fazer. Tinha de dar um jeito de chegar ao quarto de Lali e aguardar pela volta dela. Queria indagá-la melhor sobre o que havia acontecido aquela noite e sobre os outros acidentes que tivera. Assim, ficaria sabendo se havia ou não motivo para se preocupar.
Satisfeito com seu plano, se aproximou da casa para examinar a árvore que o levaria ao quarto de Lali . Não teria dificuldade de chegar lá.
— A festa acabou mais cedo do que o esperado.
Lali deu um leve sorriso à observação de Joan e sacudiu os ombros.
— Pois é, acho que Gime não deve estar nada contente. Fugi antes das últimas visitas se despedirem para evitar a raiva dela.
Todas as grandes festas duravam até quase a madrugada. Levando isso em consideração, o baile de Gime não tinha sido um sucesso. A madrasta estava lívida. Ela já era nervosa quando tudo estava bem. Seria impossível chegar perto dela no dia seguinte, refletiu Lali enquanto Joan desabotoava seu vestido.
— Como está sua cabeça? — Joan perguntou, ajudando-a a livrar-se da roupa.
Lali fez uma expressão de dor. Por sorte, o galho havia atingido sua cabeça do lado e no alto, ferindo-a sob os cabelos, mas não era preciso ver o ferimento para saber que estava lá. A cabeça tinha doído a maior parte da noite. Tudo o que disse, porém, foi:
— Estará melhor amanhã, espero.
— Pronto! — disse a criada, quando Lali terminou de colocar a camisola. —Eu lhe trouxe um chocolate quente para ajudá-la a dormir logo.
— Obrigada por tudo, Joan. De coração.
— De nada, Lah— disse Joan baixinho, encaminhando-se para a porta. — Durma bem.
Lali acomodou-se na cama. Joan deixara a vela na mesinha-de-cabeceira para que ela simplesmente assoprasse quando quisesse apagar. Foi o que ela fez, tomando cuidado para não se aproximar muito da chama. A cabeça ainda doía muito e sentia-se tão exausta que nem o delicioso cheiro do chocolate a animou a tomá-lo.
Assim que se deitou, todos os seus pensamentos voltaram-se para Peter, lamentando que tivessem ficado tão pouco tempo juntos e nem tivessem podido conversar. A vida ganhava colorido quando ele estava por perto, pensou e sorriu, deixando-se embalar no sono. Dulce sonhava com Peter. Eles estavam em um pequeno barco, que deslizava por um lago plácido, e Peter recitava poemas para ela. Ao contrário do poema lido por Prudhomme, esse era lindo, falava de paixões infindas e de amor eterno. Parando de recitar de repente, ele a fitou e estranhamente começou a chamá-la:
— Lali? Cadê você? Ai! Droga! Lali?
O chamado parecia tão verdadeiro que ela acordou sobressaltada. Piscando os olhos, franziu a testa ao dar-se conta de que continuava ouvindo a voz de Peter, apesar de não estar mais sonhando.
— Lali? Diga alguma coisa. Não enxergo nada nessa escuridão...
— Peter? — murmurou ela, sonolenta.
— Lali? — A voz dele não passava de um sussurro, vindo de algum ponto próximo ao pé de sua cama.
Já desperta, embora ainda confusa, Lali sacudiu a cabeça. Só poderia ser sonho. Como era possível Peter estar em seu quarto àquela hora da noite?
— Ai.
Deus do céu, não é que ele estava mesmo! Lali rapidamente sentou-se na cama.
— Peter?
— Sim, sou eu, mas não enxergo nada. Continue falando para que eu siga sua voz. Ai! Que droga, por que tanto móvel no meio do quarto?
A cama sacudiu um pouco quando Peter se chocou contra ela, e Lali forçando os olhos na escuridão, sussurrou incrédula:
— O que você está fazendo aqui?
— Preciso falar com você, mas como não conseguimos nos encontrar da maneira convencional, eu... O que é isso?
— Meu pé — disse mexendo os dedos. Em seguida, estendeu os braços para tentar alcançá-lo. Se não era fácil só ver borrões, a escuridão total era muito pior. Finalmente pareceu tocar no peito dele. Então Peer tocou na mão dela e ela pôde puxá-lo em direção à cabeceira da cama.
— Está tão escuro aqui. Onde está a vela?
Lali não conseguiu segurar a risada, cobrindo a boca com a mão.
— Mas se é noite!
— Eu sei, é que...
— Se acendermos a vela poderá chamar a atenção de algum criado. Sente-se aqui e me diga o que há de tão importante que o tenha feito invadir o meu quarto.
Lali ajeitou-se, deixando espaço a seu lado para que ele pudesse se sentar.
Peter deu um suspiro e, ao sentar-se, a cama balançou um pouco com seu peso. Limpando a garganta, ele comentou:
— Sei que não é nada apropriado estar aqui.
— Quase tudo o que fazemos parece não ser — Lali ressaltou, em tom divertido.
— Me parece que não — Peter concordou, sorrindo, mas sua voz tornou-se novamente séria.
— Queria saber mais sobre o recado que você disse que eu lhe mandei.
— Sim, claro. Desculpe por não termos conversado. O que havia de importante nele?
— Não fui eu que enviei o bilhete.
— Não?— Lali ficou lívida. — Mas estava assinado J.P.L
— Mas não fui eu que mandei — Peter repetiu com firmeza. — E, quero que você tenha em mente para o futuro que nunca assino J.P.L
Lali refletiu por um momento. Não sabia o que pensar, nem o que dizer.
— Quem o teria enviado então? E por quê?
— É isso o que me preocupa, Lali. — O tom de voz era de apreensão. — Fico pensando se o acidente de hoje foi mesmo um acidente. Aliás, todos os seus outros acidentes também me intrigam. Me diga como foi a queda da escada.
Lali ergueu as sobrancelhas.
— Acho que já lhe disse que o combinado é que sempre tenha uma criada para me acompanhar, mas naquela manhã eu estava muito impaciente. Às vezes me aborrece essa história de precisar ter alguém me acompanhando, então resolvi descer sozinha. Não tive problema algum para deixar o quarto e caminhar pelo corredor. Quando cheguei na escada, porém, tropecei em alguma coisa e rolei escada abaixo.
— Mas em que você tropeçou?
— Não sei dizer. Torci o tornozelo e perdi o equilíbrio. Joan e Foulkes fizeram um estardalhaço. Não me ocorreu na hora pedir a eles que verificassem em que eu havia tropeçado.
— E ninguém mencionou se havia alguma coisa na escada?
Lali sacudiu a cabeça em negativa.
— E como foi que você quase foi atropelada por uma carruagem?
— Ah — Lali soltou um suspiro à lembrança —, eu estava entediada e ouvi a cozinheira dizer que ia ao mercado. Resolvi ir com ela para comprar umas frutas. Ela me pegou pelo braço e paramos em uma barraca de verduras na extremidade do mercado. Ela me largou por um minuto somente, não mais do que isso. No mesmo instante, alguém trombou comigo. Como foi inesperado, meu pé dobrou no cascalho e caí para a frente de joelhos. Percebendo uma grande comoção, levantei a cabeça e vi um borrão enorme vindo em minha direção. Era uma carruagem, mas o condutor conseguiu parar a uns passos de mim, aparentemente com os cavalos empinando. Acho que tenho tido sorte.
— Quem trombou em você? — Peter quis saber.
— Não sei. A cozinheira veio correndo me perguntar se eu estava bem, se pôs a gritar com o condutor porque ele estava gritando comigo e, em seguida, me trouxe para casa para que Joan me ajudasse a trocar de roupa.
Peter permaneceu calado por um momento, depois perguntou:
— Lali, você realmente viu o bilhete que supostamente lhe mandei?
Lali podia sentir a respiração dele em seu ouvido e estremeceu. Engolindo em seco, respondeu:
— Claro que vi. O menino insistiu em entregá-lo para mim. Joan até teve de me tirar do baile para recebê-lo.
— Você leu o bilhete?
— Não; tentei, mas não consegui. Joan leu para mim.
Peter pensou um pouquinho e perguntou:
— Você guardou o suposto bilhete?
— Suposto? Você fica repetindo isso, Peter, mas eu vi o bilhete.
— Sim, você viu, mas não leu.
— Por Deus, o que você está imaginando?
— Não sei — Peter confessou, suspirando. — Foulkes e Joan estavam por perto e foram os primeiros a se aproximar de você quando caiu e a cozinheira estava com você no mercado. Mas ninguém se preocupou de verificar por que você tropeçou ou quem a empurrou na rua.
— Alguém trombou comigo. Não fui empurrada — contestou Lali. — E ambas as vezes as pessoas estavam ocupadas demais comigo para se preocupar com essas coisas. Eu tampouco me preocupei. E, céus, sei que a criadagem me odeia por todos os acidentes que já causei, mas daí a pensar que todo o pessoal que trabalha com meu pai me queira ver morta?
— Não, claro que não — Lali concluiu mais que depressa. — Dá para você acender a vela e achar o bilhete?
Lali hesitou e não conteve o riso:
— Como se a luz pudesse me ajudar!
Balançando a cabeça, ela saiu da cama e, com os braços estendidos, se dirigiu com cuidado até a penteadeira. Ainda assim, bateu com o pé em uma das pernas da peça. Dando um passo para trás, praguejou e abaixou as mãos para localizar o tampo. Tinha uma vaga lembrança de Joan ter colocado o bilhete ali quando entraram no quarto.
— Deve estar por aqui — Lali percorreu as mãos pelo tampo e esbarrou nele. Pegou então o pequeno pedaço de papel e virou-se para voltar para a cama quando, repentinamente, a luz iluminou o quarto.
Lali congelou a meio caminho da cama, piscando muito por causa da luz repentina.
Peter tinha encontrado a vela ao lado da cama e a acendera. Lali entregou-lhe o bilhete e aguardou que ele o lesse.
— E então? — perguntou, depois de algum tempo.
— Está escrito o que você disse, mas a letra não é minha.
— Quem mandou então? — ela perguntou com ar apreensivo. — As únicas pessoas que sabem a nosso respeito são seu primo e minha criada e... Prudhomme.
— Prudhomme sabe? Você tem certeza?
— Tenho. Ele e ime estavam passeando no jardim da casa dele na noite de nosso piquenique, e eles viram quando nos beijamos à porta do salão — Lali explicou e acrescentou: — Assim, Gime também sabe.
— Desconfiava que ele soubesse — Peter murmurou, depois levantou a cabeça e Lali sentiu o olhar dele. De repente, ela teve plena consciência de estar ali usando somente uma camisola. Podia perceber agora o olhar de Peter percorrendo seu corpo e teve um estremecimento. Instintivamente, cruzou os braços sobre o peito.
Fez-se um longo silêncio entre eles. Então Peter anunciou com voz enrouquecida:
— Lali, estou louco para beijá-la.
Ela prendeu a respiração, sentindo de imediato a excitação tomar conta de seu corpo, esmorecendo no minuto seguinte quando ele vacilou:
— Não, é melhor não beijá-la.
— Não vai me beijar? — Lali perguntou tornada de desapontamento.
— Seria inapropriado.
— Mas eu gostaria que você me beijasse — Lali admitiu com franqueza.
— Oh, por favor, não diga isso — Peter quase gemeu. — Estou tentando ser cavalheiro.
— E cavalheiros não beijam damas? — ela perguntou com um pequeno sorriso, lembrando-o depois: — Você me beijou no baile dos Devereaux.
— Beijei, mas a situação era muito diferente.
— Diferente, por quê?
— Você não estava semidespida e em seu quarto.
— Posso me vestir.
Uma leve risada escapou dos lábios de Peter e ele se abaixou para beijá-la. Lali não disse uma palavra, seu coração parou de bater por um momento, entregando-se por completo ao beijo. Agora podia constatar que o calor e excitação que tomara conta dela na noite do baile dos Devereaux nada tinham a ver com o vinho.
O corpo de Lali parecia saber exatamente o que fazer e se moldou perfeitamente ao de Peter. Suas mãos envolveram o pescoço dele para ficarem ainda mais juntos e então ele introduziu a língua em sua boca, como havia feito no primeiro beijo. Desta vez não ficara nem um pouco surpresa, nem sentira o corpo enrijecer-se. Pelo contrário, sentiu os joelhos enfraquecerem e escorregaria até o chão se não tivesse os braços de Peter envolvendo-a bem firme.
Lali suspirou e deixou-se beijar, gemendo de prazer às carícias eróticas de Peter. Em dado momento, ela soltou uma pequena exclamação de surpresa. Ele a afastou e sentou-se na beirada da cama.
— Está errado — sussurrou, beijando-a no rosto e escorregando os lábios até o ouvido dela. — Não devíamos estar fazendo isso.
— É, de fato não devíamos — Lali concordou, afagando os ombros e o peito de Peter, ao mesmo tempo em que jogava a cabeça para trás, permitindo que ele lhe beijasse o pescoço.
— Não estou tendo o devido respeito para com você — ele sussurrou no ouvido de Lali, que sentiu um arrepio da cabeça aos pés. Podia ser desrespeitoso, mas estava muito bom.
— Me peça para parar — Peter murmurou, descendo os lábios pelo pescoço lânguido.
Lali abriu a boca e soltou um gemido quando ele enfiou a mão pela abertura da camisola e acariciou-lhe o seio.
— Talvez... — ela falou e Peter acariciou-lhe a pele macia e ela arqueou o corpo, invadida por sensações estranhas. Seus músculos latejavam de excitação e uma sensação de calor apoderava-se de suas partes íntimas.
— Talvez, o quê? — Peter perguntou ofegante.
—Talvez você deva me beijar de novo — disse Lali arfando, embora soubesse que não era isso que deveria dizer.
Lali deixou escapar dos lábios um pequeno murmúrio e cobriu os lábios dela com os seus.
Lali afagou os cabelos macios, retribuindo os beijos com o mesmo ardor e, pela primeira vez, sentiu viva cada uma das partes de seu corpo como nunca havia acontecido antes.
Em virtude de sua inexperiência, no íntimo, tudo o que preocupava Lali era não estar correspondendo da maneira certa, mas essa preocupação desapareceu quando Peter soltou um som gutural e seus beijos tornaram-se mais ardentes e exigentes. Aquela reação só poderia ser por estar retribuindo à altura. Então ele a recostou na cama.
— Só um pouquinho — murmurou Peter, interrompendo o beijo.
— Está bem — Lali concordou, só desejando que o prazer que estava sentindo não acabasse.
— Só vou tocar um pouquinho em você e prometo que depois eu paro — disse Peter, e a idéia lhe agradou.
Lali queria que aqueles momentos durassem uma eternidade. Nunca havia se sentido tão desejada e viva.
Quando Peter começou a beijar-lhe o seio, Lali percebeu que ele estava totalmente descoberto. Peter havia desabotoado vários botões de sua camisola, sem que ela tivesse percebido. O calor da boca brincando com seu mamilo teve o efeito de uma chama acendendo todo o seu corpo.
— Oh — gemeu, passando as mãos dos cabelos para os ombros dele. Tentou então tirar o colete de Peter, puxando-o dos ombros. O colete desceu um pouquinho e acabou interceptando o movimento dos braços de Peter, que acabou fazendo uma pausa para tirá-lo ele mesmo.
Lali deixou que suas mãos deslizassem pelo tecido fino da camisa de Peter. Não se contendo, levantou o tecido, desejando tocar a pele macia. Peter parou de brincar com seu mamilo e um “não” quase suplicante escapou-lhe dos lábios. Ele tornou a beijá-la e Lali puxou o resto da camisa para fora das calças, acariciando as costas.
Peter gemeu e seus beijos tornaram-se mais fortes e sua língua mais exigente; quando se sobrepôs ao corpo de Lali, ela pôde sentir toda a virilidade dele ao entreabrir um pouquinho as pernas. Estremeceu de prazer, cravando as unhas nas costas de Peter.
— Por Deus, Lali— ele pediu, afastando seus lábios dos dela para beijá-la por todo o rosto. — Precisamos parar.
— Oh, Pitt— Lali gemeu de prazer, enrijecendo o corpo quando a mão dele acariciou suas pernas e Peter deslizou os lábios por seu pescoço.
— Peça-me para parar — Peter implorou, fazendo uma pausa para tirar a camisa, curvando-se depois para beijar e sugar o seio de Lali.
Lali ofegante, enterrou as unhas nas costas dele e arqueou o quadril para que ele pudesse acariciar suas partes íntimas.
A mão de Peter deslizou de suas pernas na tentativa de pegar a bainha de sua camisola e a suspender até as coxas. Ela estremeceu antecipando o que estava por vir e colou seu corpo ao dele.
— Oh, Pitt... — Lali arfou, sentindo o corpo pulsar em crescente tensão quando ele tocou suas partes íntimas, agora sem o impedimento de tecido algum.
— Só isso, prometo que não vamos fazer amor — ele sussurrou, beijando-a no cantinho da boca. —Mas preciso tocar em você, sentir o seu gosto.
— Sim... — disse Lali imediatamente, pronta para concordar com tudo desde que ele não parasse.
Lali acariciava o corpo de Peter, pendendo a cabeça para o lado quando a boca dele começou a descer por seu corpo, detendo-se por um momento em um seio, depois na altura de seu abdome e... Seu devaneio foi subitamente interrompido; ela retesou todo o corpo quando ele se ajoelhou entre suas pernas, para que a boca tomasse o lugar da mão que a acariciava. Sua primeira reação foi de choque e vergonha. Ela agarrou a cabeça de Peter, tentando levantá-la.
— Não quero... você não deveria... Pitt? — murmurou indecisa, desistindo do protesto diante do prazer com que seu corpo respondeu às carícias daquela boca.
Lali largou a cabeça de Peter e se agarrou na cama e nos lençóis, sentindo tudo à sua volta girar. Teve então uma vaga consciência de que seus quadris agiam naquele momento por conta própria, movimentando-se para cima na ânsia de receber mais beijos e mais carícias.
Vou deixar vcs com gosto de quero mais, o que sera que vai acontecer ?agora só falo uma coisa vai pegar fogo \o/ tenho uma noticia ruim para vcs axo que amanha e nem não irei postar pq eu vou dançar em um festival (quinta e sexta)da minha cidade e agent vai passar o dia inteiro ensaiando pq o espetaculo é a noite se der tempo eu posto quando chegar do ensaio mais na sexta eu posto a tarde!não fiquem chatiadas,dedico a todos que favoritaram e comentaram:
sofiasouza:é mesmo ela é mt cegueta rs tbm acho uma pena ela nao ver eli mais logo logo ela vai o ver,fico feliz por vc gostar e obrigada por comentar.
lary_laliter:LEITORA NOVA URUL \o/ fico lisongeada por vc me falar que sou uma das suas leitoras preferidas :D e fico feliz por amar a web e obrigada por comentar.
Autor(a): hellendutra
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CAPITULO BÔNUS! — Oh... — Lali vislumbrou as sombras da vela projetada no teto, mas toda a sua concentração estava voltada para as sensações que estava descobrindo. — Oh... — Entendia agora por que nasciam tantos bebês. — Oh... — Peter lhe parec ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 223
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hellendutra Postado em 11/01/2013 - 21:28:46
HAI MINHAS LINDAS ACABOU NEM ACREDITO queria agradecer por vcs terem acompanhado minha web, beijos e até uma proxima quem sabe
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lary_laliter Postado em 11/01/2013 - 00:46:02
hahah não creio que e o final no no no no....AMEI A WEB DO COMEÇO AO FIM (fim? ha vontade de chorar de pensar que e o fim....)foi perfecta e o que tenho para dizer...ha espero que a proxima web ja estaja no forno em....
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sofiasouza Postado em 10/01/2013 - 20:43:16
Foi perfeito ,eu AMEI pena que acabou vou sentir saudade
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sofiasouza Postado em 09/01/2013 - 22:58:42
É verdade o penultimo cap chegou ,a Lali esta tão calma pra quem esta na frente de alguem que quer a matar ,eu já estaria desesperada kk AMO sua web ansiosa e triste para ver o ultimo cap ,vou sente falta dessa web mais como diz o ditado o que é om dura pouco .
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lary_laliter Postado em 09/01/2013 - 21:18:21
ha eu estou de mal de vc pq a web ja esta acabando!uo quantos descobertas posta maissss ansiosa para o ultimo capitulo...ESPERO QUE JA ESTEJA PROVIDENCIADO OUTRA WEB PARA COLOCAR NO LUGAR EM!
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larissa_pocciano Postado em 09/01/2013 - 15:05:55
http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=21639
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larissa_pocciano Postado em 09/01/2013 - 15:05:43
http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=21639
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larissa_pocciano Postado em 09/01/2013 - 15:05:32
http://www.fanfics.com.br/?q=fanfic&id=21639
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sofiasouza Postado em 09/01/2013 - 00:33:16
Ai que triste vou sentir muita falta dessa web ela é uma das minhas preferidas ,mais por enquanto que ñ acabou vou curtindo AMO sua web posta mais
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lary_laliter Postado em 08/01/2013 - 23:20:52
bua bua bua ja esta acabando não acredito :( cade a reação do Peter por a Lali usar oculos???? posta maisssssss