Fanfic: That`s The Truth | Tema: McFly
Danny’s POV
A luz do sol de mais uma manhã batia intensamente no branco que cobria todo o hospital, desde suas paredes até suas portas, janelas, balcões e funcionários, devidamente uniformizados com seus jalecos brancos. Já estava ficando tonto e nem fazia muito tempo que eu havia chegado. Mesmo com a barreira dos óculos de sol as luzes deixaram de me incomodar.
Antes de ir ao quarto de meu amigo, me dirigi até a lanchonete do lugar e comprei dois cafés extra-fortes e alguns bolinhos. Paguei por tudo e me dirigi até o corredor que dava acesso aos elevadores, que por sua vez me levariam ao corredor dos quartos.
Entrei na caixa metálica e já estava prestes a pressionar o botão do terceiro andar. No entanto fui interrompido por uma pessoa trajando blusa de moletom azul clara e o capuz cobrindo sua cabeça, além de um par de óculos, o que me impedia de ver com clareza quem quer que fosse.
-Vai para qual andar? –Perguntei, após apertar o número três no pequeno painel.
A pessoa não respondeu, apenas apertou o mesmo botão que eu apertara. A encarei confuso. Custava falar que estava indo para o mesmo andar que eu? Tentei distinguir a silhueta, apesar do grosso moletom. Consegui notar curvas bem marcadas no tronco, duas voltas parecendo bolas nos peitos e uma bunda... Como definir? Simples, era uma garota. Ou mulher. Enfim, um ser do sexo feminino.
-Então, muito frio hoje, não é mesmo? –Tentei puxar assunto, mas novamente ela não respondeu. –Veio visitar alguém? –Ela não respondeu. –Bom dia? –Disse já nervoso.
Quando estava prestes a puxá-la pelo braço para saber o motivo do descaso, as portas do elevador se abriram, revelando o extenso corredor claro, e antes que eu dissesse qualquer coisa, a moça já andava em passos rápidos pelo corredor. Preferi ignorar e segui meu trajeto, rumo ao quarto duzentos e vinte.
Tom estava lá, dormindo –babando, na verdade. Uma de suas pernas, que estava quebrada devido ao pequeno acidente de percurso na escada da casa de Vicky, estava suspensa por uma tira presa à uma peça de metal, que por sua vez estava presa ao teto do quarto. Havia um pequeno curativo em uma das bolas que ele chama de bochechas e uma tipóia no pulso torcido.
-Acorda Xuxa! –Disse, colocando –jogando- o pacote de bolinhos sobre suas partes baixas.
-Ah! –Meu amigo gritou, com sua voz nada grossa e me encarou furioso, jogando o pacote na minha direção. -Qual é cara, acordou de bom humor hoje? -Disse, aparentemente irritado.
-Não. -Disse sério, me sentando na beirada da cama. -E pra piorar, um imbecil me aborreceu no elevador quando estava vindo pra cá. -Bufei.
-O que ele te fez? -Tom se ajeitou na cama, de modo a ficar sentado.
-Ele não falou comigo. Quer dizer, ela não falou.
-Sério? -Disse Tom, me encarando incrédulo.
-Seríssimo. Em todas as vezes que tentei puxar assunto, ela me ignorou, como se eu nem estivesse lá. -Abaixei os olhos, fitando o chão.
-Sério?
-Sério Tom. E para de falar sério pra tudo que eu te digo. -Bufei, e meu amigo de repente começou a rir, como se eu tivesse contado alguma piada. -Me conta qual foi a piada, quero rir também.
-Danny, você é impagável. -Ele riu mais. -Isso comprova que você está na fase entre o homem e o macaco, e ainda não conseguiu evoluir. -Ele ria.
-Palhaço! -Disse, dando um tapa em sua perna engessada.
-Ai, caramba! -Ele gritou. -Sério cara, não acredito que você tá assim porque uma garota não falou com você. O que houve? Está deixando o sucesso subir a cabeça e começando a achar que todos devem te amar, te idolatrar e falar com você sempre que você quer? Danny, ninguém é obrigado a nada, caro amigo.
-Eu sei disso Thomas. Só fiquei chateado, sei lá. Cadê a educação pra responder? Não porque eu sou o Danny Jones, mas cara... argh! Você me entendeu.
Tom apenas riu e pegou um bolinho do pacote, começando a comer. Entreguei-lhe um dos cafés enquanto bebia o outro. Conversamos sobre besteiras durante algum tempo, até que uma enfermeira de longos cabelos vermelhos entrou no quarto carregando uma pequena bandeja, a qual trazia os remédios de Tom. Após tomá-los, meu amigo adormeceu.
Não havia motivos para que eu ficasse ali, só se eu estivesse a fim de dormir no sofá duro e desconfortável que havia no quarto. Peguei meu blazer que estava jogado sobre o sofá, meu celular e as chaves de meu carro e fui até o corredor, tomando a direção do elevador.
A chuva caía com certa força do lado de fora. Agradeci mentalmente por ter deixado meu carro no estacionamento subterrâneo do hospital; pelo menos assim eu evitaria de me molhar.
Fui até a pequena escada que havia em um dos cantos da enorme recepção; seu sentido era para baixo, e quando terminasse de descê-la, um dos lados levaria ao necrotério e o outro ao estacionamento. Senti todos os pêlos de meu corpo se arrepiarem quando cheguei ao fim da escada. O corredor do necrotério. Frio, branco e com ar sombrio. Esperava nunca ter de ir algum dia por aquele caminho. Suspirei pesadamente, soltando todo o ar que estava preso em meus pulmões e caminhei a passos rápidos, quase correndo, até o estacionamento.
Destravei rapidamente as portas do carro e entrei sem demora, sentindo que algo poderia me acontecer caso eu não estivesse seguro no carro. Olhei para todos os lados através do vidro do pára-brisa do carro. Não havia nada, nenhuma alma viva além de mim. O estacionamento estava escuro. Frio. Assustador. Liguei rápido o carro e sai correndo dali, sem ao menos olhar pra trás.
Quando a claridade da luz do dia atingiu meus olhos e eu notei que já estava com o veículo do lado de fora do estacionamento, suspirei aliviado. O que estava havendo comigo? Nem quando pequeno eu me assustava desta maneira. Meu coração tinha batimentos acelerados, quase saindo pela boca, e minhas mãos estavam suadas e frias.
-Danny, você precisa parar de tomar tanto café! –Disse, com um riso nervoso.
As ruas estavam movimentadas, e a forte chuva parecia retardar a velocidade dos carros. Lembrei-me de um atalho que havia ali perto e decidi tomá-lo. Não era um caminho seguro. A rua não era completamente asfaltada; havia uma considerável quantidade de terra ali. Árvores de tipos desconhecidos e estranhos completavam os lados da rua, assim como pedras e pedaços de madeira cobertos por musgos no chão.
Estava distraído enquanto dirigia, não prestava atenção nem na direção que estava tomando. Me assustei. De repente, de um dos lados da rua, surgiu um homem. Era alto, tinha músculos definidos, os quais eram marcados pela camiseta molhada pela chuva e por... sangue? Senti meus pêlos se arrepiarem. Seus olhos castanhos me fitavam; olhos assustadores, perigosos, psicóticos. Sua mandíbula estava travada e suas mãos fechadas em punhos.
Passou pelo lado de meu carro, sem quebrar o contato com meus olhos, e seguiu para o sentido do qual havia vindo.
Soltei o ar preso em meus pulmões. Tinha alguém de brincadeira com a minha cara. O que eu havia feito para que tido aquilo tivesse acontecido em apenas um dia?
-Respire Danny! –Disse, respirando fundo e esfregando uma mão na outra.
Coloquei a mão na chave do carro, prestes a religá-lo. Mas novamente fui interrompido. Em meio à relva escura e densa de um dos lados da estrada pude avistar um corpo caído. Não sabia se estava vivo, se era homem ou mulher, ou qual era sua idade. Meu cérebro não trabalhava, eu não sabia o que fazer.
Obviamente deveria sentir medo. No entanto, quando dei por mim, minhas pernas me levavam apressadamente até o local onde o corpo estava caído. Ali a chuva não estava tão forte; as grandes árvores de copas altas e largas diminuíam sua intensidade.
Cauteloso, me aproximei do corpo. Blusa de moletom azul clara com capuz. Senti algo familiar. Imediatamente um flashback me atingiu. Era a garota do elevador! Pus as mãos sobre os ombros dela e a virei, de forma a fazê-la ficar deitada de barriga para cima. Seus cabelos curtos e loiros cobriam parcialmente seus olhos fechados e roxos. Seus lábios estavam levemente inchados e alguns arranhões estavam distribuídos por seu rosto. Teria sido o homem estranho que eu havia visto na estrada que fizera isto? Mas e todo aquele sangue em sua camiseta?
Antes que eu sequer pensasse em uma resposta, meus olhos foram atraídos para a região de seu baixo ventre. O sangue estava vivo ali. Arregalei meus olhos. Que merda era aquela?! Uma parte de mim dizia “Deixe ela, Danny. Você não tem nada a ver com isso!” Mas eu sentia pena, sim, pena. E raiva. Como alguém seria capaz de ferir um ser tão indefeso?
Peguei-a em meus braços, vendo o sangue banhar minha camisa em questão de segundos. Fui em direção à rua, já abrindo a porta de trás do carro ao alcançá-lo. A deitei sobre o banco, tirando meu blazer e colocando sobre ela. Ele estava parcialmente molhado, mas iria aquecê-la até que chegássemos em minha casa.
Por ter pego aquele atalho, acabei chegando rápido em casa. Guardei o carro na garagem, abri a porta de casa e retornei ao veículo para pegar a garota. Ela ainda estava desacordada.
Deitei-a em um dos sofás da sala. O que eu faria? Eu andava de um lado a outro na sala, as mãos nervosas passeando frenéticas por meus cabelos. Eu deveria levá-la ao hospital? Não. Eles me encheriam de perguntas para as quais não tenho as respostas. Nem para a polícia eu deveria ligar.
Respirei fundo. A primeira coisa a fazer era acordá-la, mas como?
Peguei-a em meus braços e fui em direção às escadas que me levariam ao meu quarto, e de lá, ao banheiro. A garota não era muito pesada. Diria até que o gato manhoso de Tom era mais pesado que ela. Liguei a torneira e deixei que a água quente enchesse a banheira, enquanto tirava os tênis e a blusa de moletom que ela usava. Assim que a banheira encheu, fechei a torneira e, cuidadosamente, coloquei a garota na água, ainda de calça jeans e camiseta regata. Permaneci com um de meus braços firme em suas costas e com o outro peguei pequenas quantidades de água e lavei seu rosto. A água da banheira já estava completamente vermelha devido ao sangue, e eu temi que a garota pudesse estar tendo uma hemorragia, já que eu não a levara ao hospital.
Ainda com o braço em suas costas, peguei o meu celular em meu bolso com a mão livre e liguei pra única pessoa que mesmo achando aquela situação toda uma completa loucura, ainda me ajudaria.
Autor(a): veejones
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
-Danny. -Vicky disse, ao atender o telefone. -Preciso de ajuda. -Disse, sentindo meu rosto empalidecer. -O que houve? -Ela parecia preocupada. -Você está bem? Por favor, não me poupe dos detalhes. -É uma garota. -O que? -Ela pareceu gritar. -Achei que fosse algo sério e você só quer ajuda com uma garota? Me poupe Danny! Sou ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2
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brunacanivello Postado em 24/02/2013 - 01:20:45
Hey,comecei a ler a sua fic hoje! Adorei a ideia! Se der, leia a minha? O nome dela é Under The Rain, com o tema McFly. (: Beijos! :* B.
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ana_flavia_poynter Postado em 11/12/2012 - 18:51:45
Caraaaaa essa fanfic da minha Vee é perfeita sério *-* Up Up Up \Õ/