Fanfic: That`s The Truth | Tema: McFly
-Danny. -Vicky disse, ao atender o telefone.
-Preciso de ajuda. -Disse, sentindo meu rosto empalidecer.
-O que houve? -Ela parecia preocupada. -Você está bem? Por favor, não me poupe dos detalhes.
-É uma garota.
-O que? -Ela pareceu gritar. -Achei que fosse algo sério e você só quer ajuda com uma garota? Me poupe Danny! Sou sua irmã, te amo, mas tudo tem um limite.
-Vicky, você não está me entendendo. -Disse, quase suplicante, enquanto ajeitava meu braço que já estava quase dormente nas costas da garota.
-Então me diga, qual o problema? -Ela parecia irritada. -Ela não te quer?
-Não. O problema é com ela. É ela, na verdade. -Minha voz falhou um pouco.
-Como assim? -Vicky bufou.
-É loucura, eu sei, mas achei ela desmaiada em uma floresta, e está muito machucada. A trouxe pra casa, a coloquei na banheira com água quente mas não sei mais o que fazer. -Suspirei.
-Como é que é? -Ela gritou. -Você está me dizendo que tem uma estranha desacordada e desmaiada na sua casa, nesse momento, e que você está dando banho nela?
-Exatamente. -Disse. - E a água está vermelha de sangue, eu não sei se ainda está saindo sangue dela ou se já parou. Tenho medo de ela estar com alguma hemorragia. Enfim, me ajuda Vicky, por favor!
-Já pensou em levá-la ao hospital e simplesmente voltar pra casa? Não é sua obrigação cuidar dela. -Disse Vicky, e no fundo, senti que era aquilo que eu devia fazer. Mas vê-la daquela maneira me desarmava. Eu temia deixá-la no hospital e algo pior acontecer.
-Eu não posso. -Disse com a voz fraca, sentindo meus olhos marejarem. -Simplesmente não posso. -Ouvi Vicky suspirar e ficar em silêncio pelo que pareceu uma eternidade, apesar de terem sido poucos segundos.
-Imagino que você não tenha nada pra vesti-la aí. Vou pegar uma muda de roupa minha, compro alguns remédios e curativos na farmácia e vou pra sua casa. -Ela suspirou. -Você fica me devendo essa. E eu vou cobrar com juros e correção. -Disse, desligando o telefone logo em seguida.
Terminei de lavar o rosto, os cabelos curtos e loiros e os braços da garota. Enquanto deixava a banheira esvaziar, com ela ainda lá dentro, fui até o quarto e tirei a pequena bagunça de roupas, computador e papéis que havia em cima da cama. Voltei ao banheiro e a peguei em meus braços, ainda desacordada. A coloquei sobre a cama e retirei calmamente suas roupas, tomando cuidado para não machucá-la. Ela usava um conjunto de calcinha e sutiã de cor verde-água, o qual deixei em seu corpo, afinal eu não tinha coragem de despi-la completamente ali. Em outros tempos, quando eu era mais jovem, acho que as chances de eu não me importar com nada e simplesmente vê-la nua eram grandes. Mas agora eu só queria vesti-la com meu roupão branco e macio e deixá-la deitada até que Vicky chegasse.
Assim que acabei de amarrar a tira do roupão em sua cintura e deitá-la confortavelmente em minha cama, peguei uma cueca, uma camiseta e uma calça de moletom limpa e seca no closet e fui ao banheiro tomar um bom banho. Se ela não havia acordado até agora, era pouco provável que acordasse até Vicky chegar.
Depois de um banho longo, quente e relaxante, me sequei e me vesti, voltando ao quarto logo em seguida. Para minha surpresa, me deparei com a pequena vestida no enorme roupão, andando confusa pelo quarto. Ela tinha uma das mãos sobre o ventre, enquanto a outra punha vez ou outra, uma mecha rebelde de cabelo atrás da orelha.
-Oi. -Disse, quebrando o silêncio.
-O-oi. -Ela disse, me encarando com os olhos assustados. -O-onde eu estou? Quem é você? Por que estou aqui? Meu pai? Aonde ele está? E minhas roupas?
-Fique calma.-Disse, me sentando na ponta da cama. Bati no lugar ao meu lado, e ela se sentou ali. -Meu nome é Daniel Jones, mas pode me chamar de Danny. -Sorri fraco. -Aqui é minha casa, e eu te trouxe pra cá depois de te encontrar desacordada e machucada na beira da estrada. Sabe por que estava lá?
Seus olhos se escureceram naquele momento. Ela se lembrava. Sabia o que havia acontecido. Mas iria me contar?
-Se não quiser contar, tudo bem. -Segurei firme em sua mão, a qual ela não retirou.
-E-eu não queria, eu disse que preferia morrer a ter de pagar daquela maneira. -Ela suspirou pesadamente.-Mas ele me seguiu quando eu saí do hospital.
-Ele quem? O cara alto de cabelos e olhos castanhos?
-Sim. Johnny. -Ela abaixou a cabeça e estremeceu, colocando a mão firmemente sobre o ventre.
-Mas o que você tinha que pagar pra ele? -Apertei levemente sua mão, como se a incentivasse a falar.
-Uma dívida do meu pai. E... -Ela pareceu pensar se deveria continuar a falar. Assenti para que ela continuasse. -Drogas.
-Drogas? Do seu pai? -Perguntei, temendo a resposta. Ela negou com a cabeça.
-Minhas. -Suspirou. -A dívida do meu pai é de uma quantia que Johnny emprestou a ele quando minha irmã ficou doente e precisou de remédios caros, e que nós não tínhamos como pagar. Mas mesmo tendo pegado o dinheiro, não adiantou. Minha irmã tinha câncer em estágio avançado, remédios não surtiriam efeito algum. E então ela morreu, no fim do ano passado.
-E você usa drogas desde essa época? -Disse, e ela apenas assentiu em resposta. Minha cabeça começou a latejar um pouco, era muita informação pra mim.
-Também bebo e fumo. Muito. -Ela encarou o nada. -Tem água? Estou com sede?
Assenti em silêncio, me levantei da cama e peguei em sua mão, a puxando para fora do quarto. Descemos as escadas e fomos até a cozinha. Indiquei o banco alto em frente à bancada para que ela se sentasse, enquanto pegava um copo no armário e o enchia de água no filtro da pia. Entreguei-lhe o copo e me sentei no banco ao seu lado, ainda em silêncio.
-Verônica. -Ela disse, quebrando o silêncio. A encarei confuso. -Meu nome. Verônica Burges. Mas pode me chamar de Vee. -Sorriu fraco.
-Verônica. -Disse, assentindo. -Nome bonito. -Sorri.
-O seu também é bonito. Daniel. -Ela sorriu. Seu sorriso era meigo, tímido. Parecia uma criança sorrindo, e isso me encantou.
-Vee, quantos anos você tem? -Perguntei, na tentativa de tirar o que ela me falara no quarto da cabeça.
-Dezoito. -Ela disse, enquanto bebericava sua água.
Assenti em silêncio. Eu ainda estava atordoado com toda a história. Dívida, morte, drogas. E teria aquela desgraçado estuprado Vee? Senti minha garganta secar. Eu precisava saber o que ele havia feito. Não ficaria sossegado se não tivesse respostas. Me levantei do banco, peguei o copo já vazio e fui até a pia. O enchi no filtro e tomei rapidamente. Quando acabei, o lavei e coloquei na secadora.
-Vee, posso te fazer uma pergunta? -Disse, apoiando-me de costas na bancada da pia.
-Sim, eu acho. -Ela disse.
-Aquele cara, o Johnny, ele te... -Fui interrompido pelo som da campanhia. Devia ser Vicky. -Só um minuto. -Disse, indo até a sala de entrada e abrindo a porta.
Minha irmã, que naquele dia estava com os cabelos pintados de lilás, tinha olhos preocupados. Com certeza não mais que os meus. Junto dela percebi que havia alguém, mas como estava com pouca luminosidade, não consegui ver quem era. Dei alguns passos para trás e fiz sinal para que Vicky e a pessoa entrassem. Fechei a porta e me direcionei à elas.
-Trouxe Ana junto comigo. Ela se formou há um ano em medicina, e não vai espalhar essa sua loucura pra ninguém. -Vicky parecia brava. Eu também deveria estar, afinal era um absurdo o que eu havia feito. Mas já estava feito e eu não voltaria atrás.
-Ela está na cozinha. Se quiser, pode levá-la pro meu quarto para examiná-la. -Disse à Ana. Ela assentiu.
-Vicky, as sacolas. -Disse Ana, estendendo a mão na direção de Vicky. Minha irmã lhe entregou uma bolsa amarela e duas sacolas de plástico brancas. -Qual o nome dela Danny? -Ana me encarou.
-Verônica.
Ana andou a passos firmes até a cozinha, e depois de alguns minutos, saiu junto com Vee, indo em direção às escadas. Assim que ouvi a porta do quarto ser fechada, olhei para Vicky, que me encarava de braços cruzados.
-Você vai me explicar tudo nos mínimos detalhes, desde o início. E depois vai me mostrar essa garota. Estamos entendidos, senhor Daniel Alan David Jones? -Vicky disse firme, parecendo minha mãe quando eu aprontava alguma coisa.
-Sim senhora. -Disse, me sentando no sofá de dois lugares da sala. Vicky sentou no de três lugares à minha frente.
-Comece. -Ela disse, se ajeitando no sofá.
Contei toda a história, com calma e cautela à Vicky, incluindo a conversa que havia tido com Vee no quarto. Minha irmã parecia tão chocada quanto eu, mas estava conseguindo raciocinar, coisa a qual eu estava tendo dificuldade para fazer.
Autor(a): veejones
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 2
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brunacanivello Postado em 24/02/2013 - 01:20:45
Hey,comecei a ler a sua fic hoje! Adorei a ideia! Se der, leia a minha? O nome dela é Under The Rain, com o tema McFly. (: Beijos! :* B.
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ana_flavia_poynter Postado em 11/12/2012 - 18:51:45
Caraaaaa essa fanfic da minha Vee é perfeita sério *-* Up Up Up \Õ/